Entenda de que forma a tecnologia farmacêutica pode trazer mais eficiência no tratamento à base de canabinoides
No Brasil, o paciente que deseja se tratar com canabinoides (moléculas medicinais da Cannabis) pode optar for diferentes formas de acesso.
Mas você sabe qual é a diferença entre os mais diversos extratos de óleos disponíveis no mercado, e de que forma eles podem impactar no tratamento do paciente?
Da extração caseira à nanotecnologia, médicos e enfermos têm uma gama de produtos a escolher.
Mas é preciso ficar atento à procedência, conhecer o miligrama e a estabilidade do que se toma. Afinal, a segurança sempre deve ser a prioridade quando o objetivo é o uso medicinal de alguma substância.
Potencializa o uso medicinal da Cannabis
É nesse sentido que a Dra. Marianna Maciel, Clínica Médica, defende a nanotecnologia como potencializadora do uso medicinal da Cannabis.
Parece assunto de ficção científica, só que não é! Já existem produtos à base de Cannabis com esse tipo de avanço tecnológico.
Mas afinal, o que é nanotecnologia?
De acordo com a médica, nanotecnologia é uma área de pesquisa que lida com a manipulação da matéria em escala nanométrica, ou seja, entre 1 e 100 nanômetros (nm) e sim, já está presente no universo farmacêutico da Cannabis há pouco tempo.
Manipula a estrutura dos átomos
Em outras palavras, a vice-presidente do grupo TegraPharma e Diretora-executiva da Vigo Academy, Ana Gabriela Baptista, explica que esse ramo da ciência, da engenharia e da tecnologia é capaz de manipular a estrutura dos átomos e moléculas em suas menores unidades possíveis.
“Os produtos derivados de Cannabis podem ser produzidos por nanotecnologia assim como demais medicamentos da indústria farmacêutica, devido ao avanço tecnológico. Com a nanotecnologia, a biodisponibilidade metabólica do produto é aumentada, sendo clinicamente interessante para o metabolismo do paciente”, explica Ana Gabriela.
Mais fácil de administrar
Isso significa dizer a nanotecnologia ajuda a melhorar a solubilidade dos medicamentos, “O que pode torná-los mais fáceis de administrar”, diz a Dra. Mariana.
“A nanotecnologia também pode ajudar a melhorar a capacidade dos medicamentos de atravessar as barreiras biológicas, como a barreira hematoencefálica (regula o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central), o que pode permitir que os medicamentos alcancem áreas do corpo que antes eram inacessíveis”, detalha a médica.
Aumenta a eficácia
De acordo com a especialista, a escala nanométrica permite que os medicamentos sejam projetados para terem tamanhos e formas específicas, e isso pode aumentar a eficácia do tratamento.
“Na indústria de Cannabis, a nanotecnologia é usada para criar nanopartículas de canabinoides, como o CBD e o THC, que são encapsulados em uma mistura de água e óleo”, ensina a Dra. Mariana.
O objetivo dessa tecnologia é produzir um nano-fármaco, encapsulando com bioativos canabinoides lipossolúveis (que é solúvel em gorduras e óleos).
“Assim, melhoramos a solubilidade, permeabilidade, biodisponibilidade e eficiência do tratamento”, afirma a médica.
Produtos à base de Cannabis com nanotecnologia?
Segundo a Diretora-executiva da Vigo Academy, já existem alguns produtos à base de Cannabis no mercado mundial com essa tecnologia que podem ser importados pelos brasileiros de forma legal.
“Normalmente são óleos. A inovação está nos produtos com apresentações diferenciadas como comprimidos, por exemplo”, diz Ana Gabriela.
Para a estudiosa, é importante que o uso medicinal da Cannabis acompanhe o processo de evolução da indústria farmacêutica para que médicos tenham segurança na prescrição e pacientes obtenham o melhor resultado possível.
Extrações sofrem influência
Do ponto de vista químico, as diferentes formas de extração dos compostos da Cannabis podem sofrer a influência de inúmeros fatores: a natureza do vegetal, o solvente que é empregado na extração, o tamanho das partículas, o tempo e a temperatura de extração.
Todos esses fatores interferem na estabilidade do produto, na qualidade e na data de validade dos óleos. Esse conjunto de variáveis influencia na qualidade e perenidade do tratamento.
Degrada rápido
Os canabinoides obtidos por meio de extrações caseiras costumam se degradar com mais rapidez quando entram em contato com o oxigênio e a luz, dizem os especialistas. Por isso, a tecnologia farmacêutica teria uma vantagem sobre os demais processos de extração.
“Os estudos demonstram que os óleos convencionais de Cannabis são lipofílicos, ou seja, apresentam alto metabolismo de primeira passagem. Portanto, possuem baixa absorção no organismo e maior risco de interações medicamentosas e efeitos colaterais”, alerta Dra. Mariana.
Ação de 3 a 5 vezes maior
De acordo com a médica, a biodisponibilidade dos óleos de Cannabis varia de 6 a 12%. “Os nanocanabinoides, produtos hidrossolúveis, têm demonstrado um aumento significativo na biodisponibilidade e na eficácia dos compostos canabinoides, podendo ser 3 a 5 vezes superior”, revela a médica.
Menor metabolização hepática
Esse tipo de tecnologia ainda promove uma redução nos efeitos colaterais, uma vez que as partículas são mais facilmente absorvidas pelas células com menor potencial de metabolização hepática, explica a Dra. Mariana.
“A biocompatibilidade e a segurança das nanopartículas também têm sido demonstradas em diversos estudos e aplicada na indústria farmacêutica tradicional e no aprimoramento de fitoterapias”.
No entanto, devido à variabilidade de métodos e ingredientes, é importante se certificar da composição e adquirir os produtos de uma empresa confiável e séria, diz a médica.
O tratamento é mais caro?
Tudo que é novidade, inicialmente, pode ter um custo mais elevado. Afinal, toda nova tecnologia demanda investimento em pesquisas, tempo e muitas vezes, processos de fabricação mais complexos e caros.
Entretanto, valor é algo relativo, como pontua a especialista em desenvolvimento de produto, Ana Gabriela Baptista.
Se for assertivo, pode ficar mais barato
“Se a forma de administração, absorção e permanência metabólica for assertiva, o produto pode ser até ficar mais barato”, ensina Baptista.
Assim como toda tecnologia, a tendência é de que os preços dos produtos com nanotecnologia sejam equalizados a partir da geração de demanda.
O preço é relativo
“O custo final de um produto que usa nanotecnologia depende de vários fatores, como o tipo de produto, a escala de produção, a concorrência no mercado, o investimento em pesquisa e o valor agregado de serviços que a empresa oferece em relacionamento e cuidado com os clientes”, conclui a Dra. Mariana.
Para além do óleo e comprimidos, a nanotecnologia também pode ser empregada em diversos itens desenvolvidos a partir da Cannabis, como cremes, loções, cápsulas, cosméticos, alimentos e bebidas.
Múltiplas utilidades
Assim como já tem sido empregada na química orgânica, na biologia molecular, na física de semicondutores, na engenharia molecular e na microfabricação de itens industriais.
É o futuro cada vez mais perto de nós!
E você, já sabia que a nanotecnologia também está presente nos remédios à base de Cannabis? Comenta aqui! Queremos conhecer a sua experiência!
O uso medicinal da Cannabis já é legal no Brasil
O uso medicinal da Cannabis no Brasil já tem regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio das RDC 660 e RDC 327. No entanto, para isso, é preciso prescrição médica.
Por isso, na nossa plataforma de agendamentos, você pode marcar uma consulta com um médico ou cirurgião-dentista que tem experiência na prescrição dos canabinoides. Mais de 30 patologias podem se beneficiar com as moléculas medicinais da planta.
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