Escassez de créditos de carbono certificados é oportunidade para o cânhamo, diz novo relatório
Um relatório recém-publicado pela empresa HempConnect, um provedor de serviços de contabilidade de carbono, com sede em Hamburgo (Alemanha), revela que o cultivo de cânhamo pode ser uma oportunidade sustentável e rentável de negócio frente à escassez de créditos de carbono certificados.
Muita gente desconhece, mas o plantio do cânhamo ou hemp – uma cepa da Cannabis – possui multiusos, que vão desde a produção de sementes proteicas para alimentação, a fibras têxteis, plásticos e papel biodegradáveis, madeira e até material para construção civil.
Aliado às inúmeras funções, o hemp ainda possui baixo impacto ambiental, por exigir pouco fertilizante, ser resistente à seca e ainda promover o melhoramento do solo, através do acúmulo do carbono orgânico.
Além disso, as raízes profundas da planta também absorvem as impurezas e os metais pesados do solo. Uma outra solução sustentável para oxigenar a terra, entre cultivos de culturas variadas.
Cânhamo e o mercado de carbono
Esse potencial agroecológico da Cannabis é destaque no relatório da HempConnect. De acordo com a levantamento, o cultivo do cânhamo industrial pode ajudar as empresas a descarbonizarem as cadeias de produção, tornando o processo mais sustentável e limpo.
“O setor de CDR (remoção de dióxido de carbono) precisa crescer em um ritmo sem precedentes e o cânhamo pode ser um aliado poderoso nesse desafio, permitindo benefícios complementares, cruciais para o desenvolvimento sustentável”, observa o relatório.
Mas, afinal, o que é crédito de carbono?
Crédito de carbono é uma forma de quantificar uma certa quantidade de CO2, que deixou de ser emitida para a atmosfera. Essa redução da emissão do gás responsável pelo efeito estufa gera um crédito.
Esse crédito de carbono nada mais é do que uma moeda utilizada no mercado de CO2.
Nesse setor, países industrializados – que poluem muito – podem comprar créditos de carbono de outras nações, que conseguem reduzir a emissão de poluentes. E é aí que o cânhamo pode revolucionar a agricultura verde.
40 mil créditos de carbono
O levantamento mostra que o cultivo de 1.300 hectares de cânhamo pode prover simultaneamente – por ano – 350 toneladas de proteína vegetal, 4.750 megawatts de energia térmica, quase 40 mil créditos de carbono e outras 660 toneladas de carvão vegetal.
Como conclusão, o estudo afirma que há uma clara oportunidade para que o cânhamo ganhe destaque no mercado de remoção de dióxido de carbono ainda emergente, porque, segundo o levantamento, ainda há uma escassez no setor de créditos de carbono certificados.
Cânhamo como alternativa à escassez de crédito de carbono
Entretanto, para que o cânhamo penetre nesse mercado, a HempConnect afirma que é preciso implementar programas de certificação rigorosos, para comprovar a remoção de CO2 e a efetiva absorção do carbono negativo através do cultivo da Cannabis.
A expectativa é de que indústria de CO2 negativo cresça de forma exponencial nos próximos anos. “Os certificados CDR são vendidos a um mínimo de cerca de US$ 100 por tonelada de CO2”, explica com Nando Knodel, co-CEO da HempConnect.
100 bilhões de dólares até 2050
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), o mercado global de venda de CO2 negativo deve atingir US$ 100 bilhões até 2050. Desde a década de 90, os países se mobilizam, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que provocam diversos problemas ambientais, associados às mudanças climáticas.
O Protocolo de Kyoto (1997) objetivava a implementação de práticas mais sustentáveis, como a redução do desmatamento, a utilização de energia renovável, a redução de materiais descartáveis e a correta destinação dos resíduos, entre outras políticas de preservação ambiental, para controle das emissões dos gases de efeito estufa.
Entretanto, muito países, até hojem ainda patinam para implementar práticas sustentáveis para a redução da emissão de gases poluentes. Eles são produzidos, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis (gasolina e óleo diesel), a degradação de resíduos orgânicos (lixos) e o desmatamento da vegetação florestal.
No Brasil, a meta é reduzir em 43% as emissões até 2025
Em 2021, o Senado aprovou o projeto (PL 1539/2021), que estabelece nova meta para redução da emissão de gases de efeito estufa pelo Brasil, antecipando para 2025 a redução de 43% das emissões, tomando por base o ano de 2005.
Por outro lado, no Brasil, o cultivo de cânhamo ainda é ilegal. A planta, que não possui THC (tetrahidrocanabinol) – molécula psicoativa da Cannabis -, é incapaz de produzir entorpecente. Atualmente, todas as ações a respeito desse tipo de cultivo no Brasil estão suspensas, até que o Superior Tribunal de Justiça decida sobre essa questão.
Se interessou pelo conteúdo? Leia o relatório completo:
Acesso o relatório completo
https://docsend.com/view/tf4gjw5mffexc27z
Precisa de tratamento com a Cannabis?
O uso medicinal da Cannabis já é legal no Brasil (RDC 660 e RDC 327, da Anvisa). São mais de 30 patologias que podem ser tratadas com os canabinoides da planta. Na plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, você acha mais de 250 profissionais prescritores (inclusive, de Planos de Saúde). São médicos e dentistas, de diversas especialidades, todos com experiência no uso de Cannabis para fins terapêuticos.
Acesse agora, encontre o profissional que melhor atenda a suas necessidades e agende sua consulta!