Cuidando de quem cuida: esse é um ponto a levarmos em consideração. Inicialmente, é importante lembrar: pacientes e cuidadores são humanos e suas vidas são impactadas, diária e positivamente, quando são apoiados para a superação de dificuldades em seu futuro, que toma um rumo diferente daquele inicialmente desenhado. Quando um familiar, amigo ou mesmo um estranho adoece, é possível que, de uma maneira ou de outra, nos tornemos cuidadores. Nesse sentido, essa passagem pela vida deles certamente oferece aprendizados surpreendentes que superam as expectativas iniciais.
Na bagagem que carregamos em nossa jornada pela vida, a maioria das pessoas leva muita alegria em viver, a gratidão pelas oportunidades diárias e a convicção que TUDO acontecerá em seu tempo. Ao longo dessa jornada, acumulamos capítulos que às vezes nos fortalecem com aprendizados e outros momentos que simplesmente passam. Contudo, é assim que construímos e conhecemos o que, de fato, viemos fazer.
Mas o que é o cuidar?
Talvez seja o despertar para o cuidar que definitivamente transforma nossas visões sobre o que é a vida. É esse momento que proporciona a oportunidade de se repensar cada capítulo vivido e criar expectativas para o futuro. O cuidar do outro sempre esteve presente em nossas vidas: fez parte da infância, formação profissional e maternidade. Foi determinante no cuidar de um filho que partiu antes de sua mãe, de outro que também quase se foi e daquele que merece mais a atenção dos pais. Também vivemos o cuidar do marido e do pai, na busca da saúde e, às vezes, da vida.
Para quem precisa desse cuidado, o cuidador é o responsável pela construção e manutenção do seu alicerce. Não apenas nos cuidados diários, mas na busca da energia interior, para superar o desgaste físico, emocional e material de quem precisa de suporte especial. A importância e essência dessa dimensão abstrata do cuidar, em geral, só são profundamente compreendidas por quem é cuidador.
O cuidar exige muita sabedoria, para pensar cotidianamente estratégias de cuidado e rapidamente refazer rotinas. Afinal, nenhum dia é igual ao outro. O cuidador necessita ter fé, resiliência, paciência e a capacidade de transmitir amor e dar amparo e acolhimento para quem está cuidando.
Diante de todas essas exigências diárias, naturalmente, o cuidador também pode adoecer, no que ficou conhecido como Síndrome do Estresse do Cuidador
Em diversas áreas de atuação, os profissionais da Saúde definem a Síndrome do Estresse do Cuidador como um estado de ansiedade, medo, tristeza e esgotamento físico e emocional permanente, uma vez que o estresse gerado pela responsabilidade diária de cuidar é contínuo. Mas é bom lembrar, por se tratar de uma doença, não são todos os cuidadores que passarão por esses agravos de saúde.
A questão mais importante que queremos destacar aqui é como lidar com os impactos na vida do cuidador. Para isso, indicamos algumas sugesttões, formuladas pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) para diminuir o impacto das demandas físicas e emocionais envolvidas com o cuidado e que podem exaurir até a pessoa mais resiliente.
Nesse sentido, é importante utilizar os muitos recursos e ferramentas disponíveis para ajudá-lo a se cuidar. Lembre-se, cuidador: se você não cuidar de si, não será capaz de cuidar de outra pessoa.
Aceite ajuda
Esteja preparado com uma lista de maneiras com que outras pessoas podem ajudá-lo e deixe o “ajudante” escolher o que gostaria de fazer. Por exemplo, outra pessoa pode se dispor a levar o paciente para uma caminhada duas vezes por semana ou alguém pode se oferecer para comprar alimentos ou cozinhar para você.
Concentre-se no que você é capaz de oferecer
É normal sentir-se culpado às vezes, mas entenda que ninguém é um cuidador “perfeito”. Acredite que você dá o seu melhor e toma as melhores decisões.
Estabeleça metas realistas
Desmembre grandes tarefas em pequenos passos. Priorize, faça listas e estabeleça uma rotina diária. Diga “não” aos pedidos que podem aumentar seu estresse, como ser o anfitrião na festa de Páscoa.
Fique conectado
Informe-se sobre os recursos de cuidado ao seu redor. Muitas comunidades têm aulas que tratam especificamente da doença que está enfrentando. Serviços de prestação de cuidados também podem estar disponíveis para auxiliar.
Participe de um grupo de apoio
Essa participação pode fornecer validação e incentivo, bem como auxiliar a formular estratégias para a resolução de problemas em situações difíceis. Você pode conviver com pessoas que vivem e entendem o que você está passando. Um grupo de apoio também pode ser um bom lugar para criar amizades significativas.
Procure apoio social
Faça um esforço para se conectar com a família e amigos, que podem oferecer apoio emocional, sem julgamento. Separe um tempo semanal para se relacionar com outras pessoas, mesmo que seja apenas uma caminhada com um amigo.
Estabeleça metas pessoais de saúde
Por exemplo, defina uma meta para estabelecer uma boa rotina de sono ou encontre tempo para exercícios físicos diários ou, pelo menos, quatro vezes na semana. É também crucial se ter uma alimentação saudável e beber água em abundância.
Consulte seu médico periodicamente
Faça os exames recomendados e certifique-se de comunicar seu médico que você é um cuidador. Não hesite em mencionar quaisquer preocupações ou seus sintomas.
A partir de nossa experiência, somamos uma última dica às recomendações da SBGG:
Use a Cannabis Medicinal
Com a prescrição do seu médico, utilize a Cannabis Medicinal para equilibrar seu Sistema Endocanabinoide.
Nesse caso apresentamos o relato do cuidado especial de Marcela Fagundes no atendimento de seu esposo, Eli Fagundes.
“Em janeiro de 2018, Eli foi diagnosticado com Lupos Discóide. Após muita pesquisa para melhora de qualidade de vida e minimizar as dores, a inflamação, a insônia, a ansiedade e outros sintomas do Lupos, buscamos o tratamento com a Cannabis. Sem dúvida alguma, houve melhora do quadro clínico e grande melhora na qualidade de vida do Eli.
Contudo, em janeiro de 2022, outro diagnóstico nos surpreendeu e o novo desafio era enfrentar um tratamento oncológico. Com base em informações médicas, mais uma vez, o uso da Cannabis contribuiu com a descoberta do tumor, quando parte deste necrosou e caiu na corrente sanguínea, dando início a um processo de infecção com leucócitos altíssimos.
A partir desse quadro, uma tomografia abdominal identificou os tumores que já se alastravam. Diante do avanço da Medicina, há dois anos estamos em tratamento oncológico e com Canabidiol, o que auxiliou os resultados positivos, registrados a cada exame”.
Aqui, deixo meu relato: esse genro tem uma força inimaginável na busca da vida
Ele está sempre alegre, pra cima e, com a certeza, logo tudo isso será passado. Tem a convicção de que tudo que está passando é uma oportunidade para o seu crescimento pessoal e espiritual.
Nas memórias e nos corações dos cuidadores, ficam inúmeras histórias sobre quem cuidam. São crianças, jovens, adultos e idosos que necessitam do próximo em uma fase tão sensível, quando estão vulneráveis, frágeis e, muitas vezes, solitários na luta para a saúde.
Esse artigo é uma forma de agradecermos a todos que participaram e continuam engajados nessa jornada do cuidado ao outro. Também é uma advertência de que o cuidador também precisa de cuidado. Se essa corrente do bem se fortalecer, esse cuidado seguirá avançando.
O cuidar é nosso legado e o seu?
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