Desde o começo de setembro, pacientes com esclerose múltipla – doença autoimune que afeta o sistema nervoso central -, podem solicitar o remédio nas 22 farmácias das regionais de saúde do estado. De acordo com a Secretária do Estado de Saúde do Paraná, os pacientes que se enquadrarem nos critérios estabelecidos pelo governo, poderão receber a medicação em até dois meses.
Quais são os critérios? Entenda!
O tratamento é destinado a pacientes maiores de idade com diagnóstico de espasticidade moderada a grave, classificada como grau 2 ou 3 na Escala de Ashworth. Ele é indicado para aqueles que não apresentaram melhora com outros tratamentos, ou que possuem contraindicações ou intolerância a opções como baclofeno, dantroleno, Diazepam, gabapentina, tizanidina e toxina botulínica.
Além disso, a disponibilização da medicação não se aplica a pacientes que atendam a qualquer um dos seguintes critérios:
- Histórico familiar ou suspeita de esquizofrenia ou outras psicoses;
- Transtorno de personalidade grave ou outros transtornos psiquiátricos importantes, exceto depressão associada à condição subjacente;
- Histórico de epilepsia ou convulsões frequentes;
- Histórico de dependência química;
- Gravidez ou amamentação;
- Idosos com risco elevado de quedas;
- Espasticidade com graus 0, 1, 1+ ou 4 na Escala de Ashworth modificada.
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, o paciente deve comparecer à farmácia da regional para solicitar o medicamento. A partir daí, a solicitação será registrada e passará por avaliação médica, que pode levar até 30 dias. Caso o pedido seja aprovado, o medicamento será disponibilizado em mais 30 dias.
Como solicitar? Confira!
Para fazer o requerimento, o paciente deve apresentar uma lista de documentação que deverá incluir um relatório médico detalhado feito por um neurologista.
- Documentos pessoais (RG, comprovante de residência e cartão nacional de saúde);
- Prescrição médica e relatório preenchido por um neurologista;
- Laudos de avaliação, como a Escala de Ashworth e EDSS, se não constarem no relatório médico;
- Cópia do laudo de ressonância magnética (se aplicável);
- Termo de esclarecimento e responsabilidade assinado.
A lista completa também está disponível online neste link.
A Secretaria de Saúde informa também que o paciente será acompanhado durante seis semanas de tratamento. A continuidade será garantida para aqueles que apresentarem pelo menos 20% de melhora nas escalas de Ashworth e na escala visual numérica de espasticidade. Após esse período, o acompanhamento será repetido a cada seis meses para verificar se os resultados iniciais foram mantidos.
Mevatyl: entenda as indicações
O Mevatyl, que também é conhecido internacionalmente como Sativex, é um medicamento indicado para o tratamento da rigidez muscular e espasmos em pacientes com esclerose múltipla que não responderam a outras opções de tratamento.
Ele combina dois ingredientes ativos derivados da Cannabis: Delta-9-Tetrahidrocanabinol (THC) e Canabidiol (CBD) e foi aprovado e registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em julho de 2022 no Brasil.
É importante destacar que o Mevatyl não cura a esclerose múltipla nem impede sua progressão, mas atua no alívio dos sintomas, contribuindo para uma melhor qualidade de vida dos pacientes.
Entenda melhor neste link!
Canabidiol para o tratamento de esclerose múltipla e a melhora na qualidade de vida dos pacientes
A esclerose múltipla é a doença que mais afeta jovens adultos no mundo, com cerca de 35 mil casos registrados no Brasil. A Cannabis medicinal, além de possui propriedades que podem aliviar sintomas como rigidez e espasmos como já mencionado, também pode auxiliar no tratamento de condições relacionadas à condição, como insônia, ansiedade e depressão.
Em uma conversa de uma hora, discutimos com o neurologista Dr. Thiago Junqueira, um dos principais especialistas no Brasil sobre o tema. Ele abordou os benefícios da Cannabis no tratamento da esclerose múltipla, explorando seu uso tanto para o alívio dos espasmos e dores quanto para o controle de outras condições desencadeadas pela doença. Confira!
Dr. Junqueira possui doutorado em Ciências pela USP e é Professor Adjunto do Curso de Medicina na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Além disso, é pós-graduado em Neuroimunologia Clínica pela USP e em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia. Seu trabalho foca na prevenção e tratamento de doenças neurológicas, incluindo esclerose múltipla, enxaqueca, acidente vascular cerebral (AVC) e demências, como a Doença de Alzheimer e a demência vascular.
Atenção!
Para começar um tratamento com Cannabis de maneira segura, é fundamental contar com a orientação de um médico especialista em prescrição de Canabinoides que fará uma avaliação do seu caso. Se você deseja conversar com um profissional de saúde qualificado para esse tipo de prescrição, acesse nossa plataforma de agendamentos.