A Comissão Atlética do Kansas vai passar a exigir testes da saúde do cérebro das equipes de esportes de combate que competirem no estado. A partir da data do comunicado, dia 13 de maio, para participar dos eventos, os lutadores precisarão apresentar exames de saúde cerebral e as equipes também precisarão demonstrar conhecimentos sobre concussão, encefalopatia traumática crônica e outros riscos ocupacionais dos praticantes.
A medida pretende proteger os lutadores de lesões cerebrais e é inédita por também responsabilizar as equipes de apoio para promover a segurança no esporte. A Comissão Atlética do Kansas elaborou a medida em parceria com a Fighting Foundation, que é presidida pela brasileira Rose Gracie. Rose é da família Gracie, neta do grão-mestre Helio e filha do criador do UFC, Rorion, além de ser defensora do uso de Cannabis pelos lutadores. Ela também atua como diretora na Concussion Legacy Foundation, instituição que defende atletas e ex-atletas de diversos esportes afetados pela encefalopatia traumática crônica, doença neurodegenerativa que não tem cura.
Leia a nota da Comissão Atlética do Kansas na íntegra:
A Comissão Atlética do Kansas (USA) é a primeira do país a adotar
protocolos de licenciamento de segurança de lutadores e corners.Conselho vota por unanimidade para a reforma de licenciamento abrangente.
TOPEKA, KANSAS , EUA (10 de maio de 2022) — A Comissão Atlética do Kansas,
liderada pelo diretor executivo Adam Roorbach e pela diretora interina Alejandra Prieto, aprovou por unanimidade uma medida na terça-feira, 10 de maio, para implementar protocolos de licenciamento de segurança de lutadores e corners que potencialmente salvarão vida através da educação para lutadores profissionais e equipes que competem no estado do Kansas.“A Comissão Atlética do Kansas aprovou por unanimidade o desenvolvimento de questões relacionadas a concussões a serem adicionadas ao nosso processo de licenciamento”, disse Roorbach “educar lutadores sobre concussões e encefalopatia traumática crônica é primordial para o centro da nossa missão de segurança aos lutadores e aplaudimos a Fighting Foundation pelo trabalho deles nessa área e estamos ansiosos para fazer mais parcerias no futuro.”
A Comissão Atlética do Kansas se juntou a Fighting Foundation no desenvolvimento da iniciativa que visa educar e testar o conhecimento dos praticantes de esportes de combate sobre os riscos ocupacionais para fins de licenciamento no estado. “Não há cura para a encefalopatia traumática crônica”, disse a presidente da Fighting Foundation, Rose Gracie, “no entanto, há uma cura para a ignorância e começa com nossos aliados no Kansas”.
A Fighting Foundation está trabalhando com várias comissões atléticas estaduais e promoções de luta de todo o mundo em uma reforma semelhante. Gracie diz: “Todo mundo tem um papel a desempenhar na eliminação da desinformação sobre a saúde do cérebro dos esportes de combate. Estamos orgulhosos de que o Kansas esteja fazendo sua parte”.
Conhecido por sua postura progressista na reforma dos esportes de combate, a Comissão Atlética do Kansas é novamente a primeira no país a instituir uma política que vai além do lutador, incluindo a equipe de apoio para proteger a saúde e a segurança dos participantes dos esportes de
combate.
A Comissão Atlética do Kansas é uma instituição que regula esportes de combate no estado, como jiu-jitsu, boxe e MMA, e também incentiva que a segurança dos competidores seja prioridade. A Fighting Foundation é uma organização não-governamental que dá acesso a cursos, tratamentos e recursos para pesquisas em todo o mundo na área dos esportes de combate. A ONG foi fundada por Rose Gracie, Carla Duran em parceria com Erik Magraken e o neurologista Renato Anghinah.
Canabidiol como prevenção e tratamento
Não apenas os lutadores, como atletas de outras modalidades, sofrem com lesões cerebrais em consequência de impactos na cabeça. Jogadores de futebol, futebol americano e rugby estão sujeitos a adquirirem a encefalopatia traumática crônica. Um estudo identificou a eficácia que os benefícios neuroprotetores do canabidiol (CBD) têm para prevenir e também para tratar essas lesões cerebrais, inclusive a encefalopatia traumática crônica, que também é conhecida como a síndrome do pugilista.
O ex-peso pesado Maguila é um dos que já faz tratamento com CBD para controlar a doença degenerativa no cérebro, resultado de quase 20 anos dedicados ao esporte. Um outro caso marcante é o do ex-lutador Renato Babalu, que revelou as consequências que enfrenta em entrevista ao Portal do Vale Tudo em 2019.
“Encefalopatia traumática eu já tenho. Eu não consigo mais hoje em dia andar em linha reta, eu perdi minha vista esquerda, e isso é um grande preço. Eu não tenho mais equilíbrio, meu equilíbrio é quase zero.”
Já o lutador de MMA e jiu-jitsu Ralph Gracie opta por usar o canabidiol como forma de prevenir a doença, não apenas em época de competição, como nos períodos de treinamento.
“Eu tomo CBD todos os dias e ele não te deixa fora do ar. Passo no joelho operado, ajuda a dormir, tenho sono mais tranquilo. Aqui (nos EUA) democratizou, vende em qualquer lugar, usam criança, velho, não tem porque não usar. A nossa preparação tem acompanhamento médico, testes antes das lutas. Mas o treino é que é o problema, treinando, temos um Vale Tudo toda semana.”
CBD nos esportes
A Cannabis já está presente no universo do MMA, desde 2021 a Comissão Atlética de Nevada não testa mais CBD nem THC em seus exames antidoping, abrindo caminho para os atletas que lutam pelo UFC utilizarem os benefícios da planta. A NFL, liga de futebol americano, está investindo cerca de U$1 milhão para pesquisas de canabinoides para neuroproteção e no manejo da dor.
De acordo com a nova exigência da Comissão Atlética do Kansas, todos os eventos de combate no estado precisam se adequar a essas regras, incluindo UFC, WWE e outros eventos de MMA. Nesse estado, o uso medicinal da Cannabis é regulamentado para produtos com alto teor de CBD.
Aqui no Brasil, o uso do canabidiol é permitido sob prescrição médica. Na plataforma de agendamento de consultas do Portal Cannabis & Saúde você pode se consultar com um especialista na medicina do esporte para encontrar o melhor tratamento.