No dia 31 de maio, é comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco, data instituida pela OMS para destacar os riscos à saúde que o uso do tabaco traz e defender políticas públicas eficazes para redução do consumo da substância.
O uso do tabaco é a causa de morte mais evitável em todo o mundo e atualmente é responsável pela morte de um em cada 10 adultos. Nas últimas décadas, uma série de avanços no combate ao fumo foram conquistadas. Em boa parte dos países (puxados, principalmente, pela União Europeia), houve uma redução drástica dos incentivos ao uso do tabaco.
Entre esses estímulos a fumar estava a publicidade. A publicidade em televisão, equipes de Fórmula 1 e até mesmo em filmes de Hollywood fez com que o cigarro ganhasse uma popularização enorme. Essa popularização foi consistente sobretudo entre as décadas de 70 e 90, quando o ato de fumar era considerado uma forma de se colocar dentro de um grupo ou se sentir “descolado”.
Embora alguns avanços tenham sido feitos no final da década de 90 e na década de 2000, hoje o fumo voltou a preocupar. Algumas instituições apontam que o uso do tabaco cresceu em alguns países da Europa, que tem cerca de 25% da sua população como fumante ativa. Para se ter ideia, no Brasil esse número é de 12,8%, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2020.
Com o hábito de fumar, além de haver um prejuízo ao indivíduo, a sociedade também perde. De acordo com dados de uma publicação do Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (IECS), em 2020, a saúde pública brasileira gasta mais de 125 bilhões de reais todos os anos com doenças decorrentes do tabagismo. Esse valor é quase um quarto do que foi gasto, no mesmo ano, nas estratégias de combate à pandemia de Covid-19. Por isso, médicos, sociedade e os governos devem traçar estratégias relevantes para o combate ao fumo. Além de proibir a publicidade, educações e ações informativas se mostram eficazes.
Nesse artigo, nós do portal CANNABIS & SAÚDE trouxemos algumas informações relativas às ações de combate ao fumo. Continue a ler para saber mais!
Lista de conteúdos do artigo:
- Dados sobre o tabagismo no Brasil
- O que o tabagismo causa no corpo?
- Doenças e consequências causadas pelo tabagismo
- Passos essenciais para combater o fumo
- Como funciona o tratamento de combate ao fumo?
Dados sobre o tabagismo no Brasil
Atualmente, o tabagismo no Brasil está muito mais controlado do que em outros tempos. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, a porcentagem de pessoas que fumavam cigarros de tabaco ou derivados do tabaco era de 12,8%, em 2019. Esse percentual aponta uma redução de 2,1%, em comparação ao mesmo tipo de pesquisa realizada em 2013.
Por outro lado, a utilização dos cigarros de tabaco também é complementada por novos dispositivos, como os chamados “vapes”. Esses cigarros eletrônicos, embora não sejam aprovados pela ANVISA, têm trazido muitos jovens e adolescentes para a primeira experiência do fumo. Devido ao fato de não terem qualquer tipo de regulamentação, as consequências de seu uso podem ser ainda mais devastadoras. A produção dos cigarros, por exemplo, conta com rígidos controles de qualidade e concentração.
Por outro lado, os “vapes” normalmente são fabricados em outros países (principalmente na China). Por esses motivos, não há qualquer tipo de fiscalização e eles entram livremente no país, fazendo mais pessoas dependentes de nicotina. Uma pesquisa recente do relatório Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia) apontou que cerca de 20% dos jovens entre 18 a 24 anos usam cigarros eletrônicos com frequência no país.
Há ainda questões econômicas e sociais nesse aspecto. De acordo com dados coletados pela pesquisadora da Fiocruz Márcia Pinto, 8,04% dos gastos em saúde são causados pelo tabagismo. O estudo de 2015 aponta ainda que a arrecadação fiscal derivada da indústria do tabaco não cobre nem 33% dos custos diretos do sistema público de saúde e 23% dos custos gerais.
Sendo assim, o tabagismo traz prejuízos ao fumante e também aos cofres públicos. O uso de recursos destinados a esse fim poderia ser melhor aplicado em outros meios, mesmo na saúde.
Importância do combate ao fumo
O combate ao fumo é importante tanto para os indivíduos que utilizam o tabaco quanto para a sociedade. Sabe-se hoje que o ato de fumar cigarro causa uma série de problemas graves de saúde.
Dentro dessas doenças e condições relacionadas com o tabagismo, podemos citar:
- Doenças cardiovasculares;
- Câncer de Boca;
- Câncer de Pulmão;
- Disfunções e impotência sexual;
- Doenças do sistema respiratório em geral;
- Fadiga;
- Falta de ar;
- Tosse de fumante;
- Câncer de laringe;
- entre outras.
Em comum a todas essas doenças está o fato de que elas podem ser causadas por outros fatores, mas a prevalência é muito maior em indivíduos fumantes.
Quando não há ações eficazes capazes de agir contra o tabagismo, o número de fumantes pode aumentar e gerar um estrangulamento dos sistemas de saúde. No caso brasileiro, o Sistema Único de Saúde é responsável pela maior parte dos tratamentos e atendimentos clínicos de saúde. Quando o SUS precisa voltar todas as suas atenções para tratar algo evitável, como as consequências do ato de fumar, mais custos são gerados. Isso pode gerar não só deficiências no tratamento dessas doenças, como trazer condições piores para aqueles que não fumam.
Ou seja: combater o tabagismo deve ser uma estratégia de saúde pública, com o envolvimento de vários setores da sociedade. Com isso, a tendência é conquistarmos um nível melhor de gestão de recursos e também tornar os atendimentos melhores, tanto para quem fuma quanto para quem não faz uso do cigarro.
O que o tabagismo causa no corpo?
Além das doenças já citadas, o uso frequente de cigarros traz mudanças relevantes na estrutura corporal, na pele e em alguns órgãos dos seres humanos.
Uma pessoa que fumou por “poucos” anos – 5 ou menos – pode desenvolver determinadas especificidades comuns aos fumantes. Um exemplo disso é a pele, que pode ficar mais ressecada e enrugada, com um envelhecimento mais cedo que o normal. Outro ponto que chama bastante a atenção nos fumantes é a voz. A voz dos fumantes costuma ser mais rouca, o que durante anos foi visto como um “charme”.
Nenhum desses sintomas ou fatores é por acaso. O cigarro tem mais de 4700 substâncias, sendo algumas delas tóxicas para o nosso corpo. Quando uma pessoa fuma e inala essas substâncias, elas entrarão dentro do nosso corpo e irão interagir com os tecidos, órgãos e células.
Ao fumar de forma prolongada, o indivíduo pode ficar doente mais facilmente, além do que falamos anteriormente. É importante lembrar que, mesmo o fumante passivo (ou seja, quem não fuma de fato, mas inala indiretamente a fumaça do cigarro) também tem mais chances de desenvolver características e doenças de fumantes. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, crianças que estão expostas passivamente ao fumo tem 30% mais riscos de desenvolverem câncer de pulmão e 24% de terem infartos quando adultos.
Ou seja: fumar não é bom nem para quem pratica o ato, tampouco para as pessoas próximas. E como você já viu, tudo isso forma uma bola de neve, capaz de prejudicar um número muito maior de pessoas do que o fumante pode pensar.
O efeito da nicotina
A nicotina é a principal substância encontrada nos cigarros de tabaco. Seus efeitos representam um grande risco para o fumante desde o primeiro momento: é ela que provoca a sensação de prazer e por consequência torna a pessoa dependente do tabaco. A sensação de prazer causada pela nicotina ocorre menos de 20 segundos após a primeira tragada.
Essa sensação acontece devido ao fato de que a nicotina libera algumas substâncias químicas (normalmente, hormônios) que são responsáveis por trazerem bem-estar e prazer aos fumantes. O mecanismo é muito similar ao de boa parte das drogas ilícitas, pois a sensação positiva dura pouco e para repeti-la, você precisa fumar novamente.
Além desse efeito, outros malefícios podem ser sentidos. Esses efeitos incluem:
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- Irritação e estresse acima do normal, para as condições em que a pessoa se encontra;
- Crises fortes de ansiedade;
- Problemas para se concentrar em uma coisa só, sejam tarefas do dia a dia, trabalho ou até mesmo outras coisas prazerosas;
- Perda de peso – os fumantes normalmente perdem peso, conforme aumentam o uso do cigarro;
- Dificuldade para dormir – as substâncias do cigarro fazem alterações nos mecanismos que o corpo humano usa para descansar, inclusive o ato de dormir;
- Depressão – a depressão é uma característica comum a muitos fumantes, o que pode ser consequência de não conseguir parar com um vício ou usá-lo como uma forma de fugir de parte dos problemas.
Diferenças para a saúde entre fumar tabaco e maconha
Embora muitas vezes sejam jogados num mesmo “balaio”, fumar maconha e cigarros convencionais não causam os mesmos problemas. Enquanto o cigarro traz alterações cardíacas, pulmonares e neurológicas às pessoas que o consomem, a maconha traz alguns efeitos adversos diferentes.
Um estudo publicado no “The New England Journal of Medicine” apontou que os efeitos adversos da maconha incluem:
- Dependência: A dependência da maconha é causada pelo THC. O nível de dependência dessa substância é menor que o causado pela nicotina. De acordo com a pesquisa, 9% das pessoas que experimentam a Cannabis sativa tornam-se dependentes com o passar do tempo.
- Problemas na formação cerebral em pessoas com menos de 21 anos: Já há um consenso científico de que fumar maconha não deve ocorre de nenhuma forma entre crianças e adolescentes. Isso ocorre devido ao fato de que, nessa época, o cérebro não está formado completamente, sobretudo nas funções neuronais.
Porém, o cigarro também traz efeitos nesse aspecto, aumentando o risco de morbidade e mortalidade por doenças crônicas. O cérebro também fica prejudicado, podendo desencadear processos de depressão, transtornos de humor e esquizofrenia.
- “Porta de Entrada”: Existe um senso comum de que a Cannabis age como porta de entrada para outras drogas mais pesadas.
No entanto, de acordo com o estudo, outras substâncias “viciantes” podem servir igualmente (ou trazer maiores riscos) nesse aspecto. Entre elas, destacam-se a nicotina e o álcool.
- Problemas mentais: Há algum nível de prevalência maior de depressão e psicose em pessoas que consomem a maconha. Esse fator está relacionado a um alto índice de concentração do THC.
Um cigarro de maconha contém entre 20 e 30% de THC, mas o uso medicinal limita esse valor a cerca de 0,03%. Essa quantidade não acarreta nesse tipo de efeito. No entanto, a relação de causa-efeito não está bem clara – inclusive, algumas substâncias canabinoides são utilizadas no tratamento de algumas doenças mentais como a ansiedade e a depressão.
- Aumenta o risco de acidentes: De forma similar à drogas lícitas, como o álcool e determinados tipos de medicamentos, a maconha pode gerar riscos de acidentes, devido aos ativos decorrentes do THC.
Nesse sentido, os usuários de maconha devem evitar operar cargas e máquinas pesadas e dirigir carros algumas horas após o consumo.
- Substâncias cancerígenas: De acordo com os estudos, as substâncias cancerígenas presentes no cigarro são muito maiores do que as encontradas na maconha. Isso ajuda a explicar a maior prevalência do câncer em tabagistas do que em pessoas que fumam maconha.
Esse estudo corrobora esse ponto, ao dizer que a Cannabis e a fumaça do tabaco não são igualmente cancerígenos.
Doenças e consequências causadas pelo tabagismo
Os efeitos e consequências do cigarro são inúmeros.
Abaixo, a lista de doenças causadas ou com maior prevalência em pessoas atingidas pelo tabagismo, pelo fumo passivo ou pelo consumo de nicotina:
- Doença de Alzheimer;
- Aneurismas da aorta e/ou cerebrais;
- Artrite reumatoide;
- Asma;
- Acidente vascular cerebral (AVC)
- Câncer de bexiga;
- Câncer de boca;
- Câncer de colo de útero;
- Câncer colorretal;
- Câncer de esôfago;
- Câncer de estômago;
- Câncer de laringe;
- Câncer de língua;
- Câncer de pâncreas;
- Câncer de próstata;
- Câncer de Pulmão;
- Degeneração macular;
- Doença de Crohn;
- Doenças do sistema respiratório, como bronquite e enfisema pulmonar.
- Envelhecimento precoce;
- Amputações;
- Hipertensão arterial;
- Impotência sexual;
- Incontinência urinária;
- Infarto do miocárdio;
- Infarto fulminante;
- Infertilidade;
- Insuficiência renal.
- Insuficiência venosa e varizes nos pés e nas pernas;
- Laringite;
- Lesões odontológicas;
- Mau hálito.
- Pneumotórax;
- Pneumonia;
- Redução das capacidades olfativas e do paladar;
- Trombose venosa profunda;
- Úlceras no estômago;
- Úlceras na pele.
Passos essenciais para combater o fumo
Mas, calma! Se você é um fumante ativo ou passivo, nem tudo está perdido. Há algumas formas de tirar esse vício da sua vida. Detalhamos algumas das principais estratégias abaixo:
Beba água quando tiver com vontade de fumar
Um dos passos para parar de fumar é beber água sempre que a vontade de fumar chegar. Ela auxilia no combate ao fumo pois, além de realizar suas funções já conhecidas, ela também desintoxica boa parte do organismo. Outro fator é que a água piora o gosto do cigarro, fazendo com que a sensação se torne menos prazerosa. Por causa disso, beber água antes de fumar tornará a sensação não tão boa, fazendo com que você tenha cada vez menos vontade de repeti-la.
Faça exercícios regularmente
Os exercícios físicos são responsáveis por boa parte dos benefícios que as substâncias químicas presentes na nicotina trazem ao nosso corpo. As sensações de prazer e bem estar, por exemplo, podem ser ativadas através da atividade física, que libera substâncias como a endorfina. Uma vantagem disso é que essa liberação das substâncias ocorre de forma muito mais prolongada do que com o cigarro.
Outro ponto é que, com essa liberação de endorfina, é possível que o seu corpo e o seu organismo comecem a se enjoar do cigarro. Não é que você não irá gostar, mas ele começará a rejeitar, pois não precisa tanto dessa sensação como antes.
Algo similar acontece quando uma pessoa é viciada em doces ou tem algum tipo de compulsão alimentar. Quando ela começa a fazer exercícios físicos com regularidade, o corpo começa a se modificar e rejeitar certos hábitos. O doce traz a liberação de algumas das substâncias do prazer, mas quando ocorre um excesso dessas substâncias, há uma rejeição.
Além desses pontos, os exercícios também ajudam você a manter o condicionamento físico, que pode estar prejudicado pelo cigarro. Afinal, ninguém quer ficar sem fôlego cada vez que dá uma caminhadinha, não é?
Reconsidere sua rotina
Alguns pontos importantes para a mudança de hábitos envolvem a rotina que você leva. Se você quer realmente parar de fumar, um dos primeiros passos é rever as suas amizades, os locais que você frequenta e quais são os gatilhos que passam pela sua cabeça quando você passa por certas situações.
Há casos de fumantes que também têm vício na bebida alcoólica, por exemplo. Quando essas pessoas bebem, sentem uma necessidade quase instantânea de fumar e esse é um tipo de gatilho que você deve evitar.
Outro ponto relevante da rotina é entender quais são as atividades que você exerce e são prioritárias. Algumas coisas podem ser deixadas de lado em prol da sua saúde e bem-estar. Quando você percebe o que te faz bem e o que não faz, você consegue focar no que realmente importa. E isso é fundamental para ter de volta hábitos saudáveis.
Pratique relaxamento e exercícios de respiração
Pode parecer um contrassenso, mas, ao mesmo tempo que fumar gera comportamentos ansiosos numa pessoa, também traz relaxamento. O relaxamento, no entanto, dura apenas enquanto você está fumando e nas primeiras tragadas. Depois, há sempre a necessidade de buscar algum “ponto de fuga” e muitas vezes quem fuma acaba apelando para o cigarro, como uma forma de relaxar seu corpo e sua mente.
Para ter esse tipo de sensação de forma prolongada, uma das formas é descobrir o que faz você obter relaxamento. Algumas práticas, como a yoga, acupuntura, pilates e massagem, podem ser capazes de melhorar o seu nível de relaxamento. Além de te relaxar, essas atividades são bastante úteis para levar você a um nível de limpeza da mente. Isso faz com que pensamentos negativos – e que são gatilhos para fumar – sejam substituídos por outros pensamentos.
Outra prática bastante indicada para quem quer parar de fumar são as técnicas de respiração. Você pode começar essas técnicas em casa, mesmo sem ajuda de um profissional. Em plataformas como o Youtube, Instagram e TikTok você pode encontrar muito conteúdo a respeito desse tipo de exercício. Se você sentir a necessidade de ajuda ou evoluir as suas técnicas, você pode procurar uma clínica ou centro que disponibilize esse tipo de tratamento.
Escove os dentes logo após as refeições
Escovar os dentes logo após as refeições não serve apenas como uma prática de higiene. No combate ao fumo, as escovas e pastas de dentes são aliadas. Muitos fumantes têm o hábito de fumar logo após se alimentarem, mas ao escovar os dentes isso vira uma barreira de certa forma.
O gosto do cigarro fica muito ruim quando fumamos logo após escovar os dentes. Algo similar a quando comemos um doce após escová-los – você deve conhecer a sensação.
Além disso, a boca e os dentes são algumas das partes mais prejudicadas pelo cigarro no corpo humano. Ao escovar os dentes, usar fio dental e enxaguantes bucais, você terá menor dificuldade para combater o fumo e também manterá a saúde bucal em ordem. Inclusive, esse é um ponto importante para as pessoas à sua volta. O mau hálito é uma das características de pessoas fumantes, mas que pode ser evitada (ou amenizada) através da higiene correta da sua boca.
Busque ter em mente que o cigarro é um inimigo da saúde
Ninguém consegue parar de fumar se o cigarro não é visto como um grande vilão. Afinal, não faz sentido largar nada prazeroso se não houver grandes problemas envolvidos na questão.
Então, um dos pontos que você deve ter em mente antes de tomar uma decisão para parar de fumar é exatamente esse: o que o cigarro pode causar à sua saúde? Você deve buscar informações que corroboram esse ponto. Estudos de caso, relatos de pacientes que tinham uma vida e hábitos de fumar similares aos seus podem ser duros, mas ajudar nesse momento.
É importante frisar que esse ponto pode partir da sua família e dos seus amigos, mas só você tem a chance de mudar. Ninguém pode querer que você pare de fumar e agir com relação a isso. Pelo contrário, parar de fumar é um ato de amor próprio e que você mesmo deve tomar. O apoio da sua família e dos seus amigos será fundamental para que não haja recaídas.
Eles provavelmente ficarão muito felizes com a sua atitude. Afinal, pessoas que te amam querem te ver bem e com um bom nível de saúde sempre. Fumar pode trazer problemas com relação a isso. Se não for agora, a conta pode chegar nos próximos anos e trazer péssimas experiências e histórias para você e quem você ama.
Procure ajuda especializada
A ajuda especializada também é muito importante. E nisso podemos incluir uma série de profissionais e grupos. O psiquiatra, por exemplo, pode auxiliar no tratamento da dependência da nicotina. É esse tipo de profissional que conhece os efeitos das substâncias do cigarro dentro do corpo humano. Com seus conhecimentos, ele pode fornecer ou prescrever alguns tratamentos necessários para o seu caso.
Outro apoio importante é o do psicólogo. Psicólogos são responsáveis por te levar ao entendimento de quais são os motivos de você não conseguir parar de fumar. Quando você consegue um auto conhecimento a respeito dos seus gatilhos e a forma com que lida com o cigarro, o processo torna-se menos doloroso.
Para fumantes crônicos, consultar-se com um médico pneumologista também pode ser importante. Esse médico poderá fazer exames mais detalhados a respeito de como está o seu sistema respiratório em geral. Através disso, determinados métodos e tratamentos sugeridos por ele podem ser relevantes para você parar de fumar.
Por fim, grupos de apoio, como os “Fumantes Anônimos”, são importantes para que você tenha consciência dos desafios que parar de fumar podem trazer à sua mente. Além disso, conversar com pessoas que já conseguiram se livrar do vício poderá ajudar você a formar suas opiniões a respeito. Assim, você mesmo saberá quais são as melhores formas de lidar com gatilhos e questões internas.
Pratique atividades que distraiam a mente
Uma das formas mais eficazes de lutar contra qualquer vício é substituí-lo com distrações. Pessoas que têm vícios e compulsões normalmente o fazem em momentos de tédio ou solidão – o tabagismo não é diferente. Manter a mente sempre ocupada é uma das defesas que você pode criar internamente. Isso evita alguns pontos que levam você a fumar – pensar em frustrações, problemas, gatilhos e até mesmo no cigarro.
Se quando você está sozinho sem fazer nada, a única coisa que você pensa é o cigarro, você precisa de outras distrações. Essas distrações podem ser hobbies que você adquire com o tempo. Tocar um instrumento musical, começar um curso de artesanato ou participar de grupos comunitários em prol de algo que você goste ajuda bastante.
Os novos hábitos e distrações devem ser saudáveis e não envolver ambientes com pessoas que fumam. Do contrário, a situação pode piorar ainda mais e trazer problemas no seu combate ao fumo.
Como funciona o tratamento de combate ao fumo?
O tratamento que leva uma pessoa a parar de fumar segue alguns ritos. Esses ritos envolvem a mudança psicológica, com a adoção de algumas crenças afirmativas. O paciente deve primeiro entender os porquês de ser necessário parar de fumar. Trazer a ideia de que fumar é algo que foi aprendido e mantido devido a gatilhos, más companhias e emoções problemáticas é um dos pontos abordados.
Isso está de acordo com o Programa Nacional de Controle do Tabagismo, que promove intervenções nesse sentido. Inicialmente, o mais importante é entender que o comportamento de um fumante só irá mudar, se certas convenções e hábitos internos forem alterados.
Após o início do tratamento para parar de fumar, segue-se com alguns pontos:
- Apoio Medicamentoso: Boa parte das pessoas que buscam auxílio para parar de fumar precisam usar algum tipo de medicamento. Sua utilização serve para reduzir os efeitos da dependência de nicotina na cabeça e no corpo do indivíduo. O remédio por si só não resolve o tabagismo, mas complementa o auxílio psicológico e outras terapias.
- Abstinência: Parte do processo do combate ao fumo envolve algumas crises de abstinência de nicotina. Sintomas como tonturas, tosse e dores de cabeça costumam aparecer no primeiro mês e as pessoas em tratamento devem ser informadas disso.
O apoio familiar é fundamental nesse momento, ainda mais que uma das consequências dessa abstinência é a vontade de fumar. A esse fenômeno, dá-se o nome de “fissura”, que se mantém por cerca de 5 minutos de forma intensa, mas se esvai com o tempo. O autocontrole e apoio nessa hora é fundamental.
- Recaída: O tabagista em tratamento deve ter consciência dos riscos de uma recaída. Isso acontece devido ao fato de que, em boa parte das vezes, o ato de fumar está relacionado a determinadas lembranças, situações e gatilhos. Evitar que essas situações desencadeiem a vontade e o ato de fumar é muito importante no processo de combate ao fumo.
- Aumento de peso: É normal (e esperado) que muitas pessoas que estão parando de fumar ganhem peso repentinamente.
Isso acontece pois as capacidades do paladar melhoram. Isso faz com que certos gostos e temperos fiquem muito melhores do que eram durante o período como fumante. Esse é um dos fatores que leva muitas pessoas (sobretudo mulheres) a terem medo de parar de fumar. No entanto, é necessário que a pessoa saiba que esse aumento de peso é temporário e cessa com alguns meses de tratamento.
Por isso, deve-se conversar com a pessoa para entender seus receios desde o início do tratamento. Se ganhar peso for uma questão para ela, pode ser necessário contar com o auxílio de um nutricionista.
- Benefícios: A todo momento deve ficar claro para o paciente que fumar é um ato solitário e maléfico para si. Nesse sentido, ainda que o paciente já tenha tido muitos prejuízos por fumar, ele deve entender que há benefícios em parar.
Os primeiros benefícios, inclusive, já podem ser sentidos desde o primeiro dia. Outro ponto relevante é demonstrar ao paciente os custos envolvidos no fumo. Muitas pessoas perdem a noção do quanto gastam comprando cigarros diariamente. Ao colocar na ponta do lápis os valores e quantidades de cigarros comprados ao longo de 30 anos, certamente a pessoa irá valorizar ainda mais o processo.
Para mais informações sobre o Programa Nacional de Controle do Tabagismo e como ele funciona, clique aqui!
Conheça o relato de paciente que deixou o tabagismo com a ajuda da Cannabis Medicinal!
O jornalista Marcus Bruno contou em artigo exclusivo para o Portal Cannabis & Saúde sobre como a Cannabis medicinal foi capaz de ajudá-lo no combate ao fumo e trouxe estímulos na luta contra o cigarro e seus efeitos, como ansiedade, insônia e abstinência. Ele aponta os benefícios do uso da Cannabis e os motivos que o fizeram querer parar de fumar, além dos desafios enfrentados. Confira o relato completo clicando aqui!
A Cannabis medicinal ajuda no tratamento contra o tabagismo?
Sim. A Cannabis medicinal é capaz de ajudar no tratamento contra o tabagismo e há evidências científicas disso. De acordo com um estudo de pesquisadores da Universe College of London, o canabidiol (CBD) pode ser um tratamento promissor no combate ao fumo. Os pesquisadores destacaram que entre as vantagens do CBD estão as propriedades ansiolíticas e reduzidos efeitos colaterais no tratamento de diversas doenças já conhecidas.
Para a avaliação, 30 fumantes dependentes de nicotina e que nunca tinham procurado tratamento para parar de fumar foram analisados. Para compará-los, um teste duplo-cego foi aplicado. Em parte dos voluntários, aplicou-se 800mg de CBD por via oral e em outra parte forneceu-se placebo combinado. Essa aplicação aconteceu apenas uma vez e, para todos os pacientes, houve a indicação de que eles deveriam passar uma noite inteira sem o tabaco.
Entre as pessoas que receberam o placebo, houve abstinência do tabaco, enquanto o CBD foi capaz de reverter esse efeito. O prazer que vem do tabaco no ato de fumar também entrou na avaliação e a principal conclusão nesse sentido é de que houve uma redução nesse efeito entre as pessoas que consumiram o CBD.
Dessa forma, os autores concluíram que há uma utilidade potencial no uso do CBD como tratamento para componentes neurocognitivos prejudicados pelo tabagismo. Por isso, o CBD pode agir de forma importante no combate ao fumo. Pesquisas com o uso mais prolongado de substâncias canabinoides nesse sentido precisam ser feitas para comprovar sua utilização.
Conclusão sobre combate ao fumo
Como vimos ao longo deste artigo, o combate ao fumo é essencial, tanto para as pessoas que fumam, quanto para quem as rodeia e para toda a sociedade.
Fumar é um ato solitário e que deve ser desencorajado, sempre que possível.
Os tratamentos de combate ao fumo estão disponíveis no Sistema Único de Saúde e também em clínicas particulares. Esses tratamentos envolvem profissionais de diferentes áreas e especialidades. O tratamento envolve o uso de medicações e estratégias que tragam redução na dependência de nicotina.
Trouxemos alguns pontos importantes, como estudos a respeito do uso da Cannabis medicinal no combate ao fumo. O uso de substâncias canábicas pode auxiliar no controle da dependência por nicotina.
Para se consultar com um médico experiente em tratamento à base de Cannabis para parar de fumar, agende já a sua consulta clicando aqui!