A Cannabis, aos poucos, começa ganhar espaço no Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), com estande de farmacêuticas, palestra e lançamento de cursos e produtos.
Mas será que os cerca de 60 mil cirurgiões-dentistas e estudantes que devem frequentar o maior congresso odontológico do mundo já conhecem as aplicações da Cannabis medicinal na área?
É isso que o portal Cannabis & Saúde buscou saber. Em uma pesquisa informal, entrevistamos dez participantes do CIOSP escolhidos de maneira aleatória nos dois primeiros dias do evento (25 e 26) para investigar o nível de conhecimento e interesse sobre as propriedades medicinais dos fitocanabinoides e as aplicações clínicas na odontologia.
Vale lembrar que, assim como os médicos, cirurgiões-dentistas também estão habilitados a prescrever medicamentos à base de Cannabis.
A Cannabis no CIOSP
Na pequena amostragem dos participantes do CIOSP, nenhum prescreveu Cannabis em algum momento da vida. Dos dez participantes, apenas uma afirmou ter planos para estudar mais sobre o assunto.
“Me inscrevi em um curso na minha cidade (Sorocaba) de Cannabis na odontologia que vai abordar os benefícios que pode fazer. Eu acho uma coisa bacana pois gosto de trabalhar com essa parte mais natural”, disse Jennyfer Cusinato Vieira, de 26 anos.
De todos os entrevistados, apenas um, o estudante de odontologia Kaio Gimenes, de 21 anos, afirmou não saber nada sobre as propriedades medicinais da Cannabis.
No entanto, a metade desconhecia a aplicação dos fitocanabinoides na odontologia. “Já ouvi falar sobre o uso em aspectos psicológicos, como no controle da ansiedade e da depressão, mas na odontologia, especificamente, não”, afirmou Carolina Brito, de 35 anos.
“Eu não conheço nada sobre. Já vi médicos amigos estudando sobre, mas não na odontologia”, disse Fabiana Dantas, de 29 anos. “Acho que é um assunto que tem que ser abordado mesmo, porque a gente vê em outras áreas que tem vários benefícios.”
1º contato no CIOSP
Outras duas pessoas tiveram o primeiro contato com as aplicações da Cannabis medicinal na odontologia no próprio CIOSP, embora de maneira indireta.
“Fiquei sabendo ontem disso. Um amigo meu viu uma palestra, mas eu não li ainda nada a respeito na odontologia. Em outras áreas, eu já vi que tem benefício, como para o Alzheimer”, revela Regina Spessotto, de 60 anos.
“Meus filhos viram em um estande e comentaram sobre isso. Não sei se eles já até entraram em contato. Eles viram odontologia canabinoide e acharam interessante. Achei legal. É bom saber”, contou Carlos Luis Martins Soares, de 61 anos.
Espaço para crescer
Este levantamento informal realizado nos dois primeiros dias do CIOSP demonstrou que, apesar do nível de conhecimento ser pequeno, a maioria demonstram interesse em saber mais.
Apenas dois dentistas entrevistados responderam que não tem qualquer interesse em conhecer mais sobre a aplicação dos fitocanabinoides.
“Não tenho receio nenhum. Tem drogas que viciam e são utilizadas. Se tem uma base científica e vai ajudar aos pacientes, seria muita ignorância, por preconceito, ser contra”, comentou Regina Spessotto.
“Não tive muito contato com os estudos, por hora, mas tenho interesse. Depende do que disserem os estudos”, disse Carolina Callegari, de 29 anos. “Em me trazendo resultados, não tem problema, afinal, é só uma plantinha.”
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