A síndrome de Leigh é uma doença genética rara que afeta a produção de energia pelas células. Esse transtorno prejudica a capacidade das células de produzir a energia necessária para funcionar corretamente, causando problemas no cérebro, músculos e outras partes do corpo.
A doença afeta as mitocôndrias, as organelas responsáveis por transformar nutrientes em energia. Quando elas não funcionam bem, as células não conseguem a energia suficiente para funcionar, principalmente aquelas que exigem mais energia, como as células do cérebro.
Não existe cura conhecida para a síndrome de Leigh, e os tratamentos atuais focam no alívio dos sintomas, como convulsões, fadiga muscular e perda de habilidades motoras.
Pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona observaram que doses diárias de canabidiol (CBD) podem aumentar a expectativa de vida e aliviar alguns sintomas relacionados à síndrome.
CBD: uma nova esperança no tratamento da síndrome de Leigh
É comum que os sintomas da síndrome de Leigh surjam nos primeiros anos de vida, e as crianças com essa condição podem ter dificuldades respiratórias e alimentares, além de perderem habilidades que já tinham aprendido, como falar ou andar.
Estudos anteriores já haviam sugerido o potencial terapêutico do CBD para tratar doenças neurodegenerativas e epilepsia. Nesse sentido, os pesquisadores espanhois analisaram como o canabinoide impacta a progressão da síndrome em animais no laboratório.
Controlar as convulsões na síndrome de Leigh é particularmente desafiador, já que medicamentos convencionais, como o valproato de sódio, são tóxicos para as mitocôndrias. Além disso, outros tratamentos para epilepsia, como a carbamazepina, não proporcionam alívio suficiente para as crises.
Assim, os cientistas utilizaram dois modelos da síndrome de Leigh para avaliar como o canabidiol afeta a evolução da doença.
Interrompendo o ciclo de crises
No estudo, os pesquisadores deram doses diárias de CBD (100 mg/kg) e compararam com um grupo que não recebeu o canabinoide.
O tratamento com CBD foi capaz de:
- Aumentar a expectativa de vida dos indivíduos;
- Retardar o declínio motor e cognitivo característico da doença;
- Reduzir a frequência das convulsões e
- Diminuir os níveis de inflamação cerebral.
Este seria o primeiro estudo a explorar os efeitos do CBD na síndrome de Leigh. Na conclusão do estudo, os autores destacaram que o componente da Cannabis tem potencial para transformar os tratamentos para a doença.
“Aqui, relatamos que a administração diária de CBD estende significativamente a expectativa de vida e melhora os sinais clínicos em modelos de camundongos de duas apresentações fenotípicas distintas da síndrome de Leigh, identificando alvos posteriores para os efeitos benéficos do CBD e abrindo caminho para novas vias terapêuticas para a síndrome de Leigh.”
Como o CBD atua na síndrome de Leigh
No estudo, os pesquisadores observaram que o CBD atua por diversos mecanismos diferentes, e não somente pelo sistema endocanabinoide.
No caso da síndrome de Leigh, o receptor PPARγ (receptor ativado por proliferador de peroxissoma gama) não funciona corretamente e o canabidiol tem a capacidade de ativá-lo. Esse receptor regula diversos processos importantes no corpo, como metabolismo, função mitocondrial, sistema imune e resposta ao estresse oxidativo.
Portanto, os resultados do estudo destacam o PPARγ como um alvo promissor no tratamento de doenças mitocondriais, assim como de epilepsias resistentes a medicamentos.
Como obter tratamento com medicamentos à base de Cannabis
Para o tratamento de doenças crônicas graves, o CBD tem ganhado cada vez mais atenção dos pesquisadores e profissionais da saúde. O canabinoide tem mostrado que é eficaz e seguro, inclusive para condições resistentes aos medicamentos convencionais.
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