Testes em laboratório realizados por três universidades demonstraram que o CBD, associado com o antibiótico polimixina B, pode ser eficaz contra superbactérias resistentes a antibióticos. Além disso, o canabidiol sozinho se mostrou antibacteriano contra outras bactérias menos potentes.
O estudo foi feito em uma parceria das Faculdades de Ciências Farmacêuticas e Medicina da USP em Ribeirão Preto, da UNESP de Araraquara e do Instituto Ramón y Cajal de Pesquisa Sanitária, da Espanha. O coordenador do estudo, Leonardo Neves de Andrade, explicou como a descoberta pode trazer mais segurança para as equipes e pacientes em hospitais.
“Nossos achados demonstraram que a combinação do CBD ultrapuro com o antibiótico polimixina B teve atividade antibacteriana contra superbactérias, como Klebsiella pneumoniae extremamente resistente a antibióticos; bactéria que pode causar infecções graves em pessoas no hospital, como pneumonia, infecções no sangue e meningite. E, de modo surpreendente, os resultados foram promissores contra bactérias que também eram resistentes à polimixina B, ou seja, para aquelas que o antibiótico sozinho não tem atividade”
A superbactéria Klebsiella pneumoniae é classificada como um dos microorganismos mais perigosos para nós humanos pela sua resistência a antibióticos e proliferação em ambientes hospitalares.
CBD é antibiótico por si só
Ao mesmo tempo que o efeito antibacteriano do CBD foi analisado em conjunto com a polimixina B, o canabinoide também demonstrou eficácia sozinho contra outras bactérias como a Staphylococcus, causadora da faringite e endocardite; Enterococcus, que ataca o sistema digestivo e urinário; Streptococcus, que pode causar faringite, escarlatina, febre reumática e até pneumonia e meningite; Micrococcus, que desequilibra a microbiota da pele; Rhodococcus sp., que pode causar infecções respiratórias; Mycobacterium sp., Neisseria sp. e Moraxella sp., que estão ligadas a infecções nas vias aéreas e genitais.
Portanto, o canabidiol se destaca como uma ótima opção para tratar infecções por bactérias, já que os efeitos colaterais são muito mais leves do que dos antibióticos convencionais. As reações adversas dos antibióticos geralmente são diarreia, náuseas e manchas na pele, enquanto o CBD não apresenta efeitos colaterais além de sensação de relaxamento no corpo e sonolência. O coordenador do estudo, professor Andrade, recomenda que os profissionais vejam o canabidiol como um antibiótico.
“Sugerimos que os canabinóides sejam mais explorados pela ciência por meio de novas formulações farmacêuticas, ensaios pré-clínicos e testes clínicos em seres humanos, visando o reposicionamento do CBD como novo antibiótico”
Preocupação mundial com os microorganismos resistentes
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vê com preocupação os microorganismos ultrarresistentes, que podem comprometer o tratamento de diversas infecções e até mesmo o sucesso de cirurgias e quimioterapia. Dessa forma, a medicina canabinoide pode ser um poderoso aliado contra esse problema, que cresceu durante a pandemia de Covid-19. Estudos já analisavam o CBG contra superbactérias e os avanços devem continuar.
O canabidiol é um dos muitos canabinoides presentes na planta Cannabis sativa, e já é reconhecido por suas ações anti-inflamatórias, ansiolíticas, analgésicas e neuroprotetoras. O primeiro passo para iniciar um tratamento com CBD é agendar uma consulta com um profissional prescritor, na nossa plataforma de agendamentos há vários e de várias especialidades.