A sepse é uma condição de saúde grave e que requer tratamento médico imediato, por isso os cientistas estão em uma busca constante por novas abordagens. Também chamada de septicemia ou sépsis, ela é uma resposta do corpo a uma infecção que às vezes pode ser exagerada e perigosa.
Geralmente, o gatilho para uma sepse é uma infecção causada por bactérias ou outros microorganismos invasores, que causa uma reação inflamatória sistêmica. Em alguns casos, para combater a infecção, o sistema imunológico ataca também os próprios tecidos e órgãos, causando danos e podendo levar à morte.
No cérebro, a liberação de substâncias químicas de uma sepse pode causar danos que deixam consequências graves, como encefalopatia, problemas de memória e dificuldades para realizar tarefas que antes eram comuns. Esses riscos levaram um grupo de pesquisadores brasileiros a investigar a ação do canabidiol (CBD) para proteger o órgão e quais os mecanismos fisiológicos envolvidos.
CBD para indivíduos com sepse
Em um estudo pré-clínico, cientistas vinculados à Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) avaliaram quais são os efeitos do CBD no cérebro de animais com sepse. O objetivo era checar se as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes do canabinoide conseguiriam reduzir os déficits de memória, assim como aumentar a sobrevida desses indivíduos.
Durante um período de 10 dias, os animais sépticos receberam uma dose de 10 mg/kg de canabidiol. Depois disso, os indivíduos passaram por testes para avaliar a função cerebral e a memória. Também foram feitas análises nos cérebros desses participantes.
Mediação dos receptores PPARγ
De acordo com os resultados do estudo Cannabidiol effect on long-term brain alterations in septic rats: Involvement of PPARγ activation, publicado na revista científica Brain Research, o tratamento com CBD sozinho foi capaz de melhorar os problemas de memória nos animais com sepse.
As análises mostraram que o canabidiol reduziu a neuroinflamação e o estresse oxidativo, especialmente no hipocampo, parte do cérebro envolvida na formação de novas memórias, ao aprendizado e às emoções. Ainda segundo os autores do estudo, “esse efeito foi relacionado à restauração das neurotrofinas, atenuação da neuroinflamação e do estresse oxidativo, principalmente no hipocampo”.
Nesse sentido, esses efeitos foram mediados através da ativação do receptor PPARγ. Além de interagir com o sistema endocanabinoide, o CBD tem a capacidade de ativar esse receptor para desencadear efeitos anti-inflamatórios.
O PPARγ, abreviatura para receptores ativados por proliferadores de peroxissoma tipo gama, é uma proteína que funciona como uma espécie de sensor em algumas das nossas células. Ele ativa ou desativa genes importantes para vários processos do corpo. Desse modo, estimulando efeitos anti-inflamatórios e influenciando no metabolismo.
No hipocampo, a ativação dos receptores PPARγ pelo CBD provocou efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes que protegeram o cérebro dos indivíduos. Esse efeito neuroprotetor restaurou algumas funções cognitivas afetadas pela sepse, principalmente a memória.
Propriedades medicinais da Cannabis
Os resultados desse estudo indicam como a Cannabis, particularmente um dos seus compostos, o CBD, ajuda o cérebro a restabelecer suas funções. Esses efeitos foram mediados pela ativação dos receptores PPARγ, protegendo o órgão contra o estresse oxidativo e revertendo alguns danos cognitivos causados pela sepse.
Em um futuro próximo, a planta pode complementar tratamentos para a sepse e suas complicações, visando proteger o paciente, sobretudo o sistema nervoso central.
Apesar disso, já existem diversas condições de saúde que a Cannabis e os seus derivados podem contribuir no tratamento. Desde transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade e insônia, até doenças metabólicas, como o diabetes tipo 2, têm alguns sintomas controlados após a inclusão de produtos com canabinoides.
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