Para celebrar os seis anos do início das vendas de Cannabis nas farmácias assim como os cultivos domésticos e clubes canábicos no Uruguai, o IRCCA (Instituto de Regulação e Controle de Cannabis, na tradução livre) divulgou algumas informações sobre essa indústria no país.
No dia 19 de julho de 2017, o Uruguai se tornou o primeiro país no mundo a colocar em prática uma regulamentação para o uso adulto da Cannabis. Desde então, muitas plantas cresceram, uma nova variedade chegou ao mercado e o país se tornou uma referência em eventos sobre o tema.
Depois dos nossos vizinhos sul-americanos, outros países, como Canadá e Luxemburgo, e estados dos EUA adotaram políticas similares para garantir o acesso legal à planta.
A regulamentação da Cannabis no Uruguai em números
Apesar de a legislação sobre a Cannabis para uso adulto ter sido aprovada em 2013 no Uruguai, as vendas nas farmácias, o cultivo doméstico e os clubes para cultivo coletivo só começaram anos mais tarde, em 2017. De acordo com a publicação do IRCCA, nesse período, foram vendidos mais de 10 toneladas de flores secas in natura de Cannabis.
Além disso, 61,5 mil pessoas estão cadastradas para adquirir a Cannabis nas farmácias. Esse número se torna mais impactante se levarmos em conta que significa que 2% da população uruguaia tem acesso à Cannabis pelo programa do governo. Se trouxermos essa proporção para a população brasileira, significariam mais de 4 milhões de jardineiros.
No Uruguai, as pessoas registradas podem ter até 6 plantas e a colheita não deve superar os 480 gramas por ano. 14,5 mil pessoas estão cadastradas para o cultivo doméstico. Por outro lado, existem 306 clubes canábicos funcionando legalmente e estes possuem mais de 10 mil sócios.
Outras informações divulgadas pelo IRCCA são:
- 37 farmácias vendem Cannabis em 10 dos 19 departamentos uruguaios, uma subdivisão parecida com os estados brasileiros;
- 3 empresas produzem as variedades canábicas disponíveis legalmente no país;
- 3 variedades de Cannabis estão disponíveis para os consumidores nas farmácias: alfa (predominantemente indica com 9% de THC e 3% de CBD), beta (predominantemente sativa com 9% de THC e 3% de CBD) e gamma (híbrida com 15% de THC e 1% de CBD).
Questões de segurança
Outras informações importantes que o IRCCA divulgou são a respeito dos procedimentos de segurança com os consumidores. No comunicado, o órgão destacou os procedimentos que garantem a qualidade dos produtos em oferta no mercado.
- “Os processos de produção da Cannabis que é vendida em farmácias são realizados sob rígidos controles e possuem rastreabilidade em cada uma de suas etapas.“
- “Cada lote comercial antes de sua liberação para o mercado é analisado em laboratórios especializados tanto em termos de parâmetros microbiológicos (contagem e ausência de patógenos) quanto de parâmetros físico-químicos (metais pesados, pesticidas, etc.).”
- “Do IRCCA e cumprindo as baixas atribuições do regulamento, procura-se que os consumidores não recorram ao mercado ilegal com os riscos que isso implica, sobretudo em termos de saúde, uma vez que o produto ali dispensados não cumprem com os controles de qualidade mencionados acima.”
Hace exactamente seis años se terminó de implementar el acceso al cannabis de uso adulto con la incorporación de tercera vía, la de venta en farmacias que se sumó a la de cultivos domésticos y clubes de membresía. pic.twitter.com/ajDfwrXRv7
— IRCCAuruguay (@IRCCAuruguay) July 19, 2023
Uso medicinal da Cannabis no Brasil
A legislação do Uruguai sobre Cannabis para uso adulto está prestes a completar 10 anos e é um exemplo estudado e observado por países de todo o mundo que desejam mudar sua política sobre a planta, sobre tudo dos impactos de um mercado legalizado. Aqui no Brasil, o uso adulto é ilegal, porém o uso medicinal é legal. Se você quer começar um tratamento para a saúde usando a planta, é necessário obter a recomendação de um médico.
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