“Recebi uma paciente que não encontrava solução para psoríase há mais de uma década, convivendo com a condição que impacta muito a vida. Começamos a utilizar as moléculas da Cannabis e em um mês os resultados apareceram”.
A história da paciente da Dra. Viviane Ccampos foi um caso marcante da médica dermatologista. “A psoríase para esta mulher era um fardo que ia além das lesões visíveis na pele. E pela rapidez dos resultados foi marcante que tratamentos com Cannabis oferecem uma perspectiva inovadora”, pontua.
Portanto, em alguns casos e com o devido acompanhamento médico, os fitocanabinoides, como CBD, THC e CBG, podem ser as peças que faltavam para um tratamento assertivo em casos de psoríase.
Mas de que maneira a Cannabis atua na psoríase? Quais são as principais vias de uso?
Neste Dia Mundial da Psoríase, data de conscientização e combate ao preconceito contra a doença entenda como os fitocanabinoides têm a capacidade de interagir com o sistema endocanabinoide do corpo, que regula várias funções, incluindo a resposta inflamatória e a homeostase da pele.
“Na psoríase acontece uma alteração de maturação celular que não regula bem. O CBD faz a homeostase, atuando então na regulação. Portanto, o CBD oral é bem-vindo mas o CBD tópico é bem-vindo também. Pois é anti-inflamatório e ajuda nesse processo de maturação celular. E quando tem uma hiperproliferação de queratina é muito bem-vindo o THC oral e tópico e o CBG tópico. Então se o paciente utilizar um full spectrum oral e um creme que tenha CBG, e tenha CBD , em alguns casos até mesmo o THC, vão ajudar muito no processo de cicatrização”, explica Dra. Viviane.
Portanto, o CBD atua diminuindo a inflamação e a vermelhidão, enquanto o THC pode auxiliar na redução da hiperproliferação celular, levando a uma recuperação mais rápida da pele. Por sua vez, o CBG traz um efeito adicional de calmaria e regeneração, criando um efeito sinérgico que potencializa os benefícios.
O que é a psoríase?
A psoríase é uma doença autoimune crônica que afeta cerca de 125 milhões de pessoas globalmente, causando lesões cutâneas, coceira intensa e impactos significativos na qualidade de vida dos pacientes.
A psoríase é relativamente comum, crônica e não contagiosa. É cíclica, ou seja, apresenta sintomas que podem desaparecer e reaparecer periodicamente. É uma doença autoinflamatória da pele que causa o aparecimento de lesões avermelhadas e que descamam na pele.
Evidências científicas sobre o uso da Cannabis na psoríase
Estudos indicam que os canabinóides, especialmente o THC e o CBD, têm propriedades anti-inflamatórias significativas. Um dos mecanismos propostos é a interação desses compostos com os receptores canabinóides (CB1 e CB2) presentes no sistema imunológico, que podem ajudar a reduzir a inflamação e a hiperproliferação celular.
“Há muitos trabalhos científicos publicados e nesta linha: o CBD auxiliando na homeostase e diminuindo o processo inflamatório e o THC e o CBG atuando na diminuição de hiperproliferação dessa camada córnea”, pontua a médica.
Nesse sentido, o artigo Cannabidiol Mediates In Vitro Attenuation of Proinflammatory Cytokine Responses in Psoriatic Disease examinou os efeitos do CBD em células imunológicas isoladas de pacientes com psoríase. De acordo com os resultados da análise, o CBD reduziu a produção de citocinas pró-inflamatórias em algumas células envolvidas no desenvolvimento da psoríase. Além disso, o canabinoide atuou na regulação das células T do sistema imune, controlando a produção desregulada de células da pele. Os cientistas destacaram essa atividade do canabinoide no artigo.
“O CBD diminuiu a produção de IL-17 nos compartimentos de células CD3, Th e NKT e a produção de IFNγ no compartimento CD3 em células isoladas de pacientes com psoríase. Curiosamente, a suplementação com CBD não inibiu a produção de citocinas pró-inflamatórias em células isoladas de indivíduos saudáveis. Pelo contrário, as células Th, Tc e NK produtoras de IFNγ aumentaram após a suplementação com CBD.”
Surpreendentemente, o canabidiol não teve o mesmo efeito nas células de indivíduos saudáveis, sugerindo uma interação mais complexa entre CBD e o sistema imunológico dependendo da saúde do paciente. Assim, os autores do estudo concluíram.
“O CBD proporciona efeitos anti-inflamatórios em células T isoladas de pacientes com psoríase. Nossos resultados podem ser o ímpeto para futuras investigações sobre as propriedades imunomoduladoras do CBD e sua utilização para o desenvolvimento de agentes antipsoriáticos contendo CBD.”
A próxima relação entre estresse e psoríase
Além disso, Dra. Viviane aponta a estreita, e ‘matemática’, relação entre estresse e psoríase. “Aumenta o estresse e aumenta psoríase”. Esse vínculo é complexo e envolve múltiplos fatores, incluindo os aspectos fisiológicos, psicológicos e ambientais.
Desta forma, a médica destaca que o CBD pode trazer também efeitos ansiolíticos (redução da ansiedade), ajudando a aliviar sintomas relacionados ao estresse. E igualmente pode influenciar neurotrasmissores como a serotonina, que está associada à regulação do humor e da ansiedade.
Embora os avanços na pesquisa sobre Cannabis no tratamento da psoríase sejam animadores, é fundamental que pacientes e profissionais de saúde continuem a dialogar sobre as melhores práticas e abordagens. A Cannabis pode representar uma nova fronteira no tratamento da psoríase, oferecendo esperança a muitos que buscam alternativas para amenizar sua condição. A conscientização e a educação são vitais para garantir que a terapia seja utilizada de maneira segura e eficaz, sempre com a orientação adequada. Envie este conteúdo se você conhece alguém que sofre com a condição.
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