Uma ano depois de dizer que estava reconsiderando a proibição da Cannabis, a Agência Mundial Antidoping (WADA) manterá em vigor as normas que proíbem o THC nas competições esportivas. A entidade cogitou retirar o banimento do canabinoide após o caso da velocista Sha’Carri Richardson nas Olimpíadas de Tóquio 2020, mas as mudanças não devem acontecer para o próximo ano.
Mesmo com o uso medicinal da planta sendo permitido em diversos lugares do mundo, os atletas permanecem impedidos de desfrutarem dos benefícios de todos os benefícios da planta. O CBD, outro canabinoide presente na Cannabis, já está fora da lista de substâncias proibidas da entidade desde 2021. No entanto, o THC permanecia banido e a WADA se comprometera a revisar essa regra. A lista oficial da WADA será divulgada no primeiro dia do mês de outubro e entrará em vigor já no dia primeiro de janeiro de 2023. No entanto, em uma reportagem do Wall Street Journal, afirmou que nada mudará.
Pedidos de outras agências antidoping
A comissão antidoping da Holanda era uma das que estava incentivando que a Cannabis fosse totalmente permitida pela WADA. Porém, receberam uma resposta da agência mundial que pode ter sido um banho de água fria nos planos dos integrantes. “Os canabinoides provavelmente têm impacto negativo no desempenho atlético.”
Envolvida diretamente no caso Sha’Carri Richardson, a Agência Antidoping dos EUA (USADA) divulgou comunicado do diretor Travis Tygart nas redes sociais dizendo: “Por quase uma década, a USADA defendeu que a WADA mudasse sua abordagem à Cannabis para que um teste positivo não seja uma violação, a menos que tenha sido usado intencionalmente para melhorar o desempenho ou colocar em risco a saúde ou a segurança dos competidores.”
Relembre o caso Sha’Carri Richardson
A atleta foi punida pelo Comitê Olímpico dos EUA por testar positivo para THC e ficou de fora dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. O caso Sha’Carri Richardson foi tema de debate em instituições antidoping de todo o mundo porque a atleta consumiu Cannabis rica em THC em um momento de luto pela perda da mãe biológica e não para melhorar seu desempenho na competição. Além disso, o torneio acontecia em um estado dos EUA onde a planta é regulamentada e pode ser adquirida em dispensários autorizados pelo governo, o estado do Oregon.
Um ano após esse episódio, a entidade máxima do atletismo mundial declarou, pelo seu presidente, que as políticas de Cannabis devem ser reconsideradas. Porém, as declarações não foram colocadas em prática e a proibição parece que vai permanecer por, pelo menos, mais um ano. A velocista era uma das melhores atletas da delegação estadunidense de atletismo, com potencial para conquistar o pódio nas provas dos 100m livre e revezamento 4x100m.
Já temos modalidades esportivas que permitem o uso de Cannabis, inclusive com THC, pelos seus atletas. É o caso da liga norte-americana de basquete, a NBA; a liga de futebol americano, a NFL; a liga norte-americana de hóquei no gelo, a NHL e a maior competição de MMA do mundo, o UFC.
Cannabis no esporte
A Cannabis tem sido utilizada por atletas para diversos fins. Mais do que combater alguma patologia específica, ela é uma ferramenta para melhorar o bem-estar dos atletas nos períodos de treinamento e competição. Seja para reduzir a ansiedade ou as dores, a planta é uma alternativa a outros medicamentos que frequentemente são prescritos para esses pacientes, como opioides e ansiolíticos.
No ano de 2023, teremos competições a nível mundial e regional que vão nos mostrar o potencial, por enquanto, do CBD no esporte. Em julho, no Mundial de Esportes Aquáticos; em agosto, no Mundial de Basquete; e nas competições continentais que vão acontecer nas Américas, Ásia e África.
O uso de Cannabis por atletas profissionais ou amadores está ganhando destaque com o passar do tempo, aqui você pode ler mais sobre o assunto na nossa sessão dedicada ao CBD no esporte. Lá, você pode baixar gratuitamente alguns e-books sobre o tema.
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