Pesquisadores analisaram dados relacionados à saúde dos cidadãos dos EUA e buscaram uma relação entre o uso da Cannabis e o aparecimento de pedra nos rins. Segundo os resultados, os homens que utilizam a planta com frequência, de uma a seis vezes por semana, teriam menor risco de desenvolver o cálculo renal. Essa relação não foi encontrada em usuárias mulheres.
Uma das explicações possíveis para esse fenômeno seria o fato de que os canabinoides poderiam aumentar a produção de urina, sem afetar a excreção de substâncias como o cloreto e o potássio, reduzindo a concentração desses minerais nos rins. Isso, por sua vez, reduziria o risco de formação de pedras.
Além disso, os canabinoides também possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes e estudos anteriores mostraram que a inflamação desempenha um papel fundamental no processo de formação das pedras nos rins. Acredita-se que essa característica anti-inflamatória da Cannabis também pode contribuir para a redução do risco de pedra nos rins.
Cannabis e pedra nos rins: uma associação inesperada
Para realizar esse estudo, os pesquisadores analisaram dados da Pesquisa Nacional de Exames de Saúde e Nutrição dos EUA (NHANES, na sigla em inglês), entre os anos de 2009 e 2018. Essa é uma pesquisa feita pelo CDC (órgão governamental que atua na prevenção de doenças) a cada dois anos. No total, os dados de mais de 14 mil pessoas entre 20 e 59 anos atendiam aos critérios para participar do artigo.
Após as triagens, os resultados da análise indicaram uma relação inversamente proporcional entre usuários de Cannabis homens e o desenvolvimento de pedra nos rins. Não foi possível diferenciar se a Cannabis em questão seria mais rica em canabidiol (CBD) ou em delta-9-tetrahidrocanabinol (THC). Mesmo que saibamos que a atuação desses dois canabinoides, em conjunto, pode ser mais intensa do que deles separados.
Assim, os autores do estudo concluíram:
“Até onde sabemos, este estudo é o primeiro estudo transversal a explorar a associação entre o uso de Cannabis e o risco de pedra nos rins do conjunto de dados NHANES de base populacional. Incluímos de forma abrangente o histórico de uso da planta e a frequência do uso na população dos EUA, e registramos os fatores de confusão mais cruciais em nossas análises logísticas. Confirmamos ainda nossas descobertas com diversas análises de sensibilidade, incluindo análises de casos completos e de imputação múltipla.
Em conjunto, nossas descobertas sugeriram que os usuários regulares de Cannabis do sexo masculino estavam relacionados a um menor risco de pedra nos rins. O uso de Cannabis de uma a seis vezes por semana foi inversamente associado ao risco de cálculos renais em homens. Mais estudos são necessários para investigar a dose e o tipo de associação da Cannabis com pedras nos rins.”
Falta associação com mulheres
Curiosamente, o estudo não encontrou associação relevante entre o uso de Cannabis e pedra nos rins em mulheres, mesmo após as análises detalhadas. Mais pesquisas são necessárias, mas é possível que alguns hormônios femininos desempenhem papel importante nessa dinâmica.
As pedras nos rins são pequenas formações sólidas que se desenvolvem nos rins, a partir de sais e minerais presentes na urina. Também chamadas de cálculos renais, elas podem causar dor intensa, dependendo do tamanho.
Geralmente, o tratamento envolve medicamentos ou até mesmo remoção por cirurgia. A melhor forma de prevenir o surgimento do cálculo renal é manter-se hidratado e com alimentação balanceada, apesar de outros fatores também estarem envolvidos, como condições médicas. Por enquanto, o uso da Cannabis não é uma medida para prevenir o surgimento de pedra nos rins. Ainda precisamos compreender com mais precisão esse mecanismo de ação dos canabinoides no órgão e como o sistema endocanabinoide está relacionado a um envelhecimento saudável.
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