Há uma tendência contemporânea de reinterpretação das fases da vida: os quarenta anos são frequentemente percebidos como a nova década dos trinta, e, por conseguinte, os cinquenta como os novos quarenta. E estes indivíduos, cada vez mais modernos e ativos, pertencentes à geração nascida até 1975, têm demonstrado um crescente interesse na utilização da Cannabis como alternativa terapêutica para diversas condições, especialmente no tratamento da dor crônica. E os resultados têm sido promissores.
Foi o que indicou recentemente a pesquisa Cannabis medicinal para pacientes com mais de 50 anos: um estudo prospectivo em vários locais de padrões de uso e resultados de saúde, realizado no Canadá. A pesquisa, explorou os padrões de uso e os efeitos na saúde de adultos com 50 anos ou mais que utilizam essa terapia.
Entenda o estudo realizado com pessoas 50+
A pesquisa teve como meta avaliar como a Cannabis pode auxiliar no tratamento de condições de saúde, principalmente aquelas relacionadas à dor, sono e qualidade de vida. O estudo também observou que é justamente este grupo etário que enfrenta normalmente fatores complicadores, como polifarmácia, alterações farmacocinéticas e perfis médicos complexos.
Na pesquisa, foram observados pacientes de clínicas em áreas com alta concentração de pacientes idosos. Ao todo, 299 participantes foram incluídos, com uma média de idade de 66,7 anos, e 66,2% eram mulheres. Durante seis meses, os pacientes usaram produtos de Cannabis sob supervisão médica, e dados sobre suas condições de saúde, uso de Cannabis e medicamentos concomitantes foram coletados.
90% dos participantes utilizaram Cannabis para tratar dores crônicas
Os resultados mostraram que aproximadamente 90% dos participantes utilizaram Cannabis para tratar dores crônicas, como artrite. A preferência por produtos orais, especialmente aqueles com alto teor de Canabidiol (CBD), foi ‘evidente’, ao passo que melhorias significativas em dor, qualidade do sono e qualidade de vida foram observadas.
Resultado para a dor
A gravidade da dor, conforme medida pela Brief Pain Inventory (BPI) que a pesquisa utilizou, diminuiu de 5,89 para 4,92 em três meses e manteve-se em 4,96 após seis meses.
Qualidade do sono
Já a pontuação média da qualidade do sono também apresentou uma melhora. E caiu no estudo de 10,86 para 8,55 em três meses.
Cannabis para reduzir a polifarmácia
Outro ponto de destaque é que quase 50% dos participantes que usavam medicamentos concomitantes antes do estudo reduziram sua dosagem após a introdução da Cannabis. Já falamos sobre a importância do uso racional de medicamentos.
Além disso, o estudo calculou que o custo incremental por ano de vida ajustado pela qualidade (QALY) da Cannabis medicinal estava em torno de CAD 25.357, valor consideravelmente abaixo do padrão para terapias tradicionais.
Cannabis é opção segura e viável para quem tem 50+
Por fim, o estudo indicou que a Cannabis medicinal é uma opção terapêutica segura e eficaz para pacientes mais velhos, proporcionando melhoras significativas em várias dimensões da saúde e reduzindo a necessidade de tratamentos tradicionais. A pesquisa conclui que a Cannabis pode ser uma alternativa valiosa que merece mais investigação e potencial ampla aceitação no tratamento de condições relacionadas à idade.
Igualmente, o estudo destacou a importância de continuar a explorar os fitocanabinoides como uma solução viável nas práticas de tratamento, principalmente, para pessoas mais velhas.
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𝗜𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲: O acesso legal à Cannabis medicinal no Brasil é permito mediante indicação e prescrição de um profissional de saúde habilitado. Caso você tenha interesse em iniciar um tratamento com canabinoides, consulte um profissional com experiência nessa abordagem terapêutica.