Pego no doping por uso de THC, atleta catarinense fala sobre os benefícios da planta contra as dores e lesões. Pedrinho inclusive deixou medicamentos controlados após iniciar o uso terapêutico.
O catarinense Pedro Barros, de 25 anos, é hoje certamente o maior nome do skate brasileiro. Primeiro skatista a ser campeão mundial reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional, o manezinho, criado na comunidade do Rio Tavares, em Florianópolis, acumula, 10 medalhas no X Games, sendo seis de ouro. Ele deverá ser o representante brasileiro na estreia do skate nos jogos olímpicos de Tókio. Porém, todo esse talento e currículo quase foi ofuscado por um episódio de doping.
- Desde que começou a ser regido pelo Comitê Olímpico Brasileiro, os skatistas passaram a ser submetidos aos testes antidoping. Em 2018, no festival (SC), Pedrinho, campeão daquela edição, foi pego por uso de THC – substância psicoativa da maconha. Recebeu suspensão de seis meses, mas se tivesse pego pena máxima, 2 anos, não iria para o Japão.
“Foi um momento muito triste”, lembra Pedrinho, em entrevista ao portal Cananbis&Saúde: “fomos pego de surpresa, sem nenhuma educação ou orientação do que estava por vir!”.
Pedro Barros revela que depois que passou a usar Cannabis para o controle das lesões provocadas pelo esporte, deixou remédios químicos, como o Clonazepam (Rivrotril), um tarja-preta altamente viciante, e o Torsilax, que afeta o trato digestivo.
“Sempre usei o Cannabis de forma medicinal. Deixei de usar rivotril que era um medicamento que eu usava muito pra viajar e conseguir chegar nos meus destinos mais descansados, pois meu tempo de recuperação pré-evento era muito curto. Também usava Torcilax para dores musculares”.
Um estudo do Public Health Reports, publicado no American Journal of Public Health, alerta que os benzodiazepínicos, como o Rivotril, estão associados a um maior risco de morte do que as drogas como heroína e cocaína. O composto, que reduz a capacidade do corpo para respirar, é usado para tratar a ansiedade, distúrbios do sono e convulsões entre outras condições. Os pesquisadores descobriram que a taxa de mortalidade foi 1,86 vezes maior entre os usuários de drogas que usaram benzodiazepínicos, em comparação com aqueles que não usavam.
Livre do Rivotril, Pedro Barros hoje luta pelo uso de derivados da Cannabis no esporte e comemora que, a partir de 2021, a Wada não irá mais penalizar atletas por uso de maconha fora do período de competição.
“Não tem razão nenhuma ela estar lá já que não traz nenhuma melhora de performance para o competidor”.
Bob Burnquist em campanha pela Cannabis no Skate
Maior referência no skate brasileiro e um dos principais nomes do esporte de todos os tempos, Bob Burnquist foi presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk) entre 2017 e 2019. O ex-atleta está liderando um movimento pela legalização da maconha dentro do esporte. Nas redes sociais, Bob é voz ativa pela bandeira. O brasileiro, que já quebrei 37 ossos e articulações durante a carreira, destaca as propriedades analgésicas da planta contra dores crônicas e lesões, como uma alternativa saudável e não viciente aos opioides.
“Nos EUA, tenho visto cada vez mais atletas utilizando opioides para tratar suas dores, o que é muito preocupante, devido aos inúmeros prejuízos para a saúde, afastamento do esporte por causa do vício, sem falar das mortes… todo dia mais de 100 óbitos de overdose são registrados no país em consequência do abuso de opioides”, escreveu no Instagram.
“Por outro lado, segundo estudo da Universidade da Pensilvânia, 13 Estados que liberaram o uso medicinal da maconha tiveram redução de 24,8% nessa taxa de mortalidade. Por essas e outras razões, defendo a regulamentação do uso da Cannabis medicinal. Só eu sei as dores que passei e o quanto o óleo do canabidiol por exemplo me ajudou nessas horas, mesmo antes de as pesquisas científicas comprovarem a sua eficácia para o tratamento da dor, entre outras enfermidades”.
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