Estudo mostra a eficácia do remédio composto por THC e CDB em pacientes com a doença neurológica
Pacientes com esclerose múltipla relatam alguns sintomas comuns, como a espasticidade. Em outras palavras, apresentam sinais de rigidez muscular, causadas pelas lesões em partes do sistema nervoso que controlam os movimentos voluntários. Há anos, a ciência comprova a eficácia da Cannabis na redução desses sintomas.
A novidade agora é outra: CBD e THC também podem melhorar outros problemas correlacionados, como o controle da bexiga, qualidade do sono, redução de dores e melhora do humor.
Para a pesquisa, comandada por neurologistas italianos, foram selecionados 1.615 pacientes. Os participantes eram elegíveis para tratamento com THC, tinham mais de 18 anos e apresentavam espasticidade moderada ou severa.
Os pesquisadores excluíram pessoas com doenças cardiovasculares graves, com histórico de doenças psiquiátricas, ou que faziam o uso da Cannabis ou de outras substâncias psicoativas de forma adulta. Todos os selecionados eram resistentes aos medicamentos disponíveis no mercado para tratar as manifestações da EM, que impactam fortemente a qualidade de vida.
Todos eles tomaram uma dose específica de Sativex, com THC e CBD – no Brasil, o medicamento é vendido sob o nome de Mevatyl. Ao final de um mês, 1.432 pacientes chegaram ao fim do experimento.
Resultados
Desses, 80% tiveram melhora em dois sintomas. Somente 13% amenizaram apenas um problema. “Nosso estudo confirmou que os benefícios terapêuticos dos canabinoides podem se estender além da espasticidade, melhorando os sintomas, mesmo em pacientes que não respondam a outros medicamentos” destaca o estudo.
Baseado nas descobertas, os pesquisadores salientaram que a melhora nos sintomas em pacientes não-responsivos dá pistas sobre o tratamento. Eles sugeriram que valeria a pena manter o tratamento por um período maior do que o de quatro semanas. De acordo com os neurologistas, a eficácia pode ser ainda maior. Dessa forma, a Cannabis garantiria uma vida normal para pessoas com Esclerose Múltipla.
Sobre a EM
Segundo dados da Federação Internacional de Esclerose Múltipla, cerca de 2,5 milhões de pessoas convivem com a doença no mundo. No Brasil, o número estimado de casos é de 35 mil. Doença autoimune, a EM atinge o sistema nervoso central e causa destruição da proteína mielina. Além da medula e nervo ótico, o que gera problemas de equilíbrio, visão e movimentos musculares. A prevalência é mais alta em mulheres jovens, de 20 a 40 anos.
A alteração do tônus muscular faz com que a pessoa fique com os músculos rígidos, dolorosos e difíceis de se mover. Além disso, a condição gera sequelas para o sistema nervoso, e leva o indivíduo a incapacidades motoras.
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