A planta foi muito utilizada em festivais, rodas de amigos, escolas e universidades. Naquela época predominavam os mitos de que a maconha “matava” neurônios e que era uma droga com efeitos deletérios para a saúde. Hoje sabemos do vasto arsenal terapêutico da Cannabis e da sua segurança.
No entanto, é importante destacar que seu uso por jovens não é recomendado. Mas por que não?
Durante a infância e a adolescência o cérebro está passando por uma extensa maturação e esse processo está intimamente associado ao amadurecimento, tanto do sistema nervoso central, quanto do sistema endocanabinoide. Neste estágio do desenvolvimento, nosso corpo está produzindo endocanabinoides ativamente e mantendo a homeostase, buscando o equilíbrio.
O sistema nervoso central continua a se desenvolver até o início da vida adulta e, durante esse período, é particularmente sensível aos efeitos de substâncias como a maconha. Existem diversos estudos demonstrando que o contato precoce com os fitocanabinoides (canabinoides produzidos pela planta) pode predispor à alterações de cognição, neurodesenvolvimento e doenças mentais.
Desta forma, em pacientes pediátricos e adolescentes, o consumo de canabinoides exógenos só está indicado quando existe uma patologia que justifique o seu uso, como também os benefícios deverão superar os riscos
Para praticarmos uma medicina segura e baseada em evidências, esse tratamento só deve ser indicado por um médico com expertise na área, avaliando individualmente as particularidades de cada paciente.
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Confira a live “Cannabis no tratamento da dor”, que contou com a participação da médica anestesiologista, Dra. Renata Coutinho Areosa, CRM 173385 e RQE 117713.