Cannabis como medicamento? Isso já é realidade em muitos lugares do Brasil! Por muito tempo cercada por preconceitos e desinformação, a planta agora ocupa espaço de destaque nos avanços científicos, que revelam um potencial para o tratamento de condições que desafiam a medicina convencional.
Substâncias como o Canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), atuam diretamente no sistema endocanabinoide, modulando respostas biológicas e gerando alívio para sintomas que antes pareciam insuperáveis.
No Brasil, marcos regulatórios, como a recente implementação da Lei 17.618 no Estado de São Paulo, sinalizam uma mudança no acesso a medicamentos à base de Cannabis.
Essa medida histórica passou a permitir que o Sistema Único de Saúde (SUS) distribuísse a Cannabis como medicamento para pacientes diagnosticados com síndromes como Dravet e Lennox-Gastaut, além da esclerose tuberosa.
Por trás dessas decisões, há um esforço contínuo de especialistas em saúde e farmacologia, que têm destacado a eficácia desses produtos quando produzidos e administrados com rigor.
Mas o potencial da Cannabis como medicamento não se limita apenas a estas condições. Ficou curioso? Então, prossiga com a leitura e aprenda sobre:
- Cannabis como medicamento: Como age no corpo?
- Em quais condições é possível utilizar a Cannabis como medicamento?
- Usar medicamento à base de Cannabis é seguro?
- Estudos que apontam a Cannabis como medicamento
- A regularização da Cannabis como medicamento no Brasil
- Quais são os medicamentos à base de Cannabis disponíveis no mercado?
- Como saber se a Cannabis é indicada para mim?
- Como iniciar o uso da Cannabis para fins medicinais?
- Quais cuidados devo ter ao usar Cannabis como medicamento?
- Cannabis como medicamento causa efeitos colaterais?
Cannabis como medicamento: Como age no corpo?
A Cannabis como medicamento interage com o corpo humano através do sistema endocanabinoide, um conjunto de receptores, enzimas e endocanabinoides que auxiliam na regulação de funções biológicas.
Esse sistema está presente em diversas partes do organismo, incluindo cérebro, sistema nervoso, órgãos e tecidos periféricos, funcionando como uma rede que ajuda a manter o equilíbrio interno, ou homeostase.
Quando a Cannabis é utilizada, seus compostos ativos, como os canabinoides, flavonoides e terpenos, se ligam a esses receptores e influenciam diretamente suas funções.
Os receptores mais conhecidos do sistema endocanabinoide são o CB1 e o CB2. Os primeiros estão concentrados no sistema nervoso central e estão associados a processos como controle de dor, memória, apetite e humor.
Quando o THC se liga a esses receptores, pode influenciar diretamente o alívio da dor ou relaxamento.
Já o Canabidiol, embora não atue diretamente nesses receptores, modula sua atividade e interfere em outras vias biológicas, potencializando efeitos terapêuticos sem causar a sensação de euforia.
Os receptores CB2, por sua vez, são encontrados com maior frequência em células do sistema imunológico e tecidos periféricos.
A interação da Cannabis com esses receptores têm um impacto na regulação de inflamações e respostas imunológicas.
Isso explica por que o uso da Cannabis como medicamento se mostra tão eficaz em condições como artrite reumatoide, doenças autoimunes e processos inflamatórios crônicos.
Além dos receptores específicos, os compostos da Cannabis também influenciam outros sistemas. O Canabidiol, por exemplo, inibe a degradação da anandamida, conhecida como a “molécula da felicidade”.
Com níveis mais altos dessa substância no organismo, o corpo experimenta maior sensação de bem-estar e melhora em condições de ansiedade e depressão.
A sinergia entre todos os elementos da Cannabis potencializa os benefícios, algo conhecido como efeito entourage. Esse mecanismo garante que sua aplicação clínica seja ampla e adaptável.
Em quais condições é possível utilizar a Cannabis como medicamento?
A Cannabis era usada como medicamento há milhares de anos na Ásia, principalmente na Índia.
A introdução da Cannabis na medicina ocidental ocorreu em meados do século XIX, com a disponibilidade e uso de extratos ou tinturas canábicas.
Na Índia, o uso médico e religioso da Cannabis provavelmente começou junto por volta de 1000 anos a.C. A planta era usada para inúmeras funções:
- Analgésica (neuralgia, dor de cabeça, dor de dente);
- Anticonvulsivante (epilepsia, tétano, raiva);
- Hipnótica, tranquilizante (ansiedade, insônia);
- Anestésica, anti-inflamatória (reumatismo e outras doenças inflamatórias);
- Antibiótica (uso tópico em infecções de pele, erisipela, tuberculose);
- Antiparasitária (vermes internos e externos);
- Antiespasmódica (cólica, diarreia);
- Digestiva;
- Estimulante do apetite;
- Diurética;
- Afrodisíaca ou anafrodisíaca;
- Antitussígeno e expectorante (bronquite, asma).
No budismo, a Cannabis era usada para facilitar a meditação, revelando seu potencial no relaxamento.
As evidências sugerem que os assírios usavam a planta externamente para inchaços e hematomas, e internamente para depressão, impotência, artrite, pedras nos rins e doenças ginecológicas.
Hoje, com o avanço de inúmeras pesquisas, uma série de condições podem ser contempladas com os benefícios da Cannabis, entre as quais:
- Alzheimer
- Parkinson
- Esclerose múltipla
- Estresse
- Dor e inflamação
- Sintomas de abstinência: tabaco e outras drogas
- Epilepsia
- Esquizofrenia e transtornos psicóticos
- Câncer
- Autismo
- Transtornos de ansiedade
- Ataques de pânico
- Depressão
- Diabetes
- Doença de Crohn
- Colite ulcerativa
- Doenças da pele
- Fibromialgia.
Usar medicamentos à base de Cannabis é seguro?
Iniciar o uso de Cannabis como medicamento por conta própria para tratar alguma condição ou sintoma é arriscado, mas os riscos são quase nulos quando isso é feito sob acompanhamento médico.
A orientação profissional garante que cada aspecto da abordagem, desde a escolha do produto até a dosagem ideal, seja ajustado às necessidades de cada paciente.
Sem isso, há o risco de piora dos sintomas e, em alguns casos, de provocar reações indesejadas.
O mais importante é que os produtos utilizados sejam regulamentados e aprovados por órgãos competentes.
No Brasil, por exemplo, a Anvisa estabelece normas rígidas que asseguram a qualidade e a pureza dos produtos disponíveis. Isso protege os pacientes de substâncias adulteradas ou contaminadas, que colocam a saúde em risco.
Além disso, deve-se ter um cuidado especial com a interação entre a Cannabis medicinal e outros fármacos. Ou seja, quando seguidas as orientações corretas, o uso de Cannabis como medicamento não apresenta grandes riscos.
Estudos que apontam a Cannabis como medicamento
Desde a identificação do sistema endocanabinoide, não param de surgir estudos e ensaios clínicos evidenciando o potencial da Cannabis como medicamento.
Um exemplo é um estudo retrospectivo de 2023, que investigou se o tratamento com Cannabis medicinal estava associado a melhorias na qualidade de vida relacionada à saúde.
Realizado com 3.148 pacientes de clínicas especializadas na Austrália, o estudo focou em pacientes tratados com Cannabis entre 2018 e 2022.
A qualidade de vida foi medida usando o questionário que avalia 8 domínios de saúde, como dor, função física, vitalidade e saúde mental.
Os resultados mostraram melhorias em todos os domínios da escala após o início do tratamento com Cannabis medicinal. Essas melhorias foram mantidas ao longo do tempo, com aumentos nas pontuações.
O estudo observou que a dor crônica não oncológica foi a principal indicação para o uso de Cannabis como medicamento (68,6% dos pacientes), seguida por dor oncológica, insônia e ansiedade.
Embora o tratamento tenha levado a melhorias, o estudo também relatou 2.919 eventos adversos, sendo apenas 2 considerados graves.
Os pesquisadores concluíram que os pacientes que usaram Cannabis como medicamento experimentaram melhorias sustentadas na qualidade de vida relacionada à saúde, com um impacto positivo em vários aspectos.
A regularização da Cannabis como medicamento no Brasil
O caminho para a regularização da Cannabis medicinal começou a se consolidar em 2015, quando a Anvisa autorizou a prescrição de Canabidiol para tratamentos específicos.
Esse foi um divisor de águas para pacientes que, até então, enfrentavam barreiras legais e burocráticas para acessar os benefícios desse tipo de terapia.
Com o tempo, o país avançou na criação de regulamentações mais claras. Em 2019, a RDC 327 estabeleceu diretrizes que permitiram a produção e a comercialização de Cannabis como medicamento por empresas nacionais.
Isso abriu espaço para o desenvolvimento de um mercado interno, ainda que limitado, e trouxe mais alternativas para os pacientes, que antes dependiam quase exclusivamente da importação.
Outro marco relevante, porém, recente, foi a ampliação do acesso a esses medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Hoje, alguns locais, como São Paulo, já disponibilizam Canabidiol gratuitamente para condições como epilepsia refratária e esclerose tuberosa. Logo, outros estados devem seguir o mesmo caminho.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios. O custo elevado dos medicamentos e a necessidade de autorização da Anvisa para importações são barreiras significativas para muitos.
No entanto, a RDC 660/2022 trouxe melhorias ao simplificar o processo de importação, agilizando o acesso para quem depende de produtos estrangeiros.
O futuro da Cannabis medicinal no Brasil é promissor, com debates crescentes sobre o cultivo controlado para fins medicinais. Essa medida poderia reduzir custos, facilitar o acesso e fortalecer a produção nacional.
O país, embora ainda em fase de adaptação, tem dado passos importantes rumo à inclusão dessa terapia no cotidiano de quem precisa.
Quais são os medicamentos à base de Cannabis disponíveis no mercado?
O mercado global de medicamentos à base de Cannabis é vasto e diversificado.
Existem produtos adaptados para inúmeras necessidades, como soluções líquidas, cápsulas de liberação prolongada, adesivos transdérmicos, supositórios e até cremes tópicos.
Nos Estados Unidos, Canadá e Israel, por exemplo, fármacos como Sativex e Epidiolex já fazem parte do arsenal de tratamento convencional de muitas condições de saúde.
O Sativex, um spray bucal, é indicado para aliviar espasmos musculares em pacientes com esclerose múltipla. Já o Epidiolex é reconhecido pelo tratamento eficaz da epilepsia refratária, com aprovação tanto pela FDA quanto pela EMA.
Produtos como gomas mastigáveis e cápsulas de microdosagem, estão transformando a maneira como os pacientes interagem com seus tratamentos.
No Brasil, o cenário é mais restrito. Atualmente, poucos produtos à base de Cannabis estão disponíveis no mercado, sendo a maioria extratos e fitofármacos.
Esses medicamentos exigem prescrição médica e variam em concentrações de Canabidiol e THC. Apesar dessas opções, muitos pacientes ainda dependem de importação para acessar formulações não encontradas no país.
Com uma maior aceitação da Cannabis como medicamento, combinada com avanços na regulamentação, espera-se que a produção nacional e o acesso a esses produtos cresçam exponencialmente.
Como saber se a Cannabis é indicada para mim?
A única forma de saber se a Cannabis como medicamento é para você é passando por uma anamnese detalhada conduzida por um médico.
Durante a avaliação, o profissional examina seu histórico clínico completo, levando em conta condições pré-existentes, medicamentos em uso e características individuais, como idade e peso
Essa análise também permite que o médico entenda os objetivos terapêuticos do paciente.
Algumas condições, como dores crônicas, transtornos neurológicos ou inflamações, têm sido tratadas com Cannabis medicinal com resultados positivos.
No entanto, nem todas as pessoas respondem da mesma forma, e a avaliação médica ajuda a identificar se os benefícios superam os riscos.
O médico também considera possíveis contraindicações. Pessoas com histórico de doenças cardíacas, problemas psiquiátricos graves ou gravidez podem enfrentar limitações no uso desse tratamento.
Essas restrições não significam necessariamente uma exclusão, mas exigem um acompanhamento mais rigoroso e ajustes no planejamento terapêutico.
Os efeitos esperados também fazem parte dessa balança. O médico explica de forma detalhada como o medicamento atua no organismo, quais alterações são previstas e o que deve ser relatado durante o acompanhamento.
Um paciente por si próprio não poderia determinar com precisão todos esses fatores e se automedicar com Cannabis.
O fator legal também pesa aqui, já que não é possível obter medicamentos à base de Cannabis de fontes confiáveis sem que haja uma prescrição indicando a necessidade do uso.
Assim, o uso da Cannabis como medicamento deixa de ser uma tentativa aleatória e se torna um tratamento fundamentado, seguro e direcionado às necessidades de cada pessoa.
Como iniciar o uso da Cannabis para fins medicinais?
Agora que você já sabe a importância de se consultar com um médico antes de iniciar seu tratamento, deve estar se perguntando: “como encontrar esses profissionais?”.
Esta etapa é bastante simples, uma vez que existem ferramentas como o portal Cannabis & Saúde que facilitam o acesso a prescritores de Cannabis.
O portal disponibiliza o acesso a mais de 300 especialistas experientes na prescrição de canabinoides. Basta clicar aqui e escolher o que melhor se encaixa ao que você procura e marcar sua avaliação.
Como você já sabe, cada organismo é único, com demandas específicas, e os medicamentos à base de Cannabis não seguem aquela lógica de que uma abordagem serve para todos.
Por isso, durante a consulta, o profissional escolhido analisa seu histórico de saúde, entende seus objetivos e indica, se necessário, a melhor maneira de integrar a Cannabis como medicamento à sua rotina.
Isso também permite que o produto seja adquirido de forma segura e dentro das regulamentações. O mercado oferece muitas opções, mas nem todas estão em conformidade com os padrões exigidos.
Optar por fornecedores confiáveis e produtos devidamente registrados faz toda a diferença para sua saúde e para o sucesso do tratamento.
Seja para ajustar a dosagem ou esclarecer dúvidas, contar com um profissional experiente é indispensável. E a plataforma Cannabis & Saúde é uma excelente alternativa para encontrar especialistas que dominem o assunto.
Por isso, marque agora sua consulta com um profissional na plataforma Cannabis & Saúde e inicie essa jornada com segurança!
Quais cuidados devo ter ao usar Cannabis como medicamento?
O uso da Cannabis medicinal como medicamento exige responsabilidade. É essencial entender que, mesmo sendo uma alternativa terapêutica com grande potencial, trata-se de uma substância controlada cujo uso deve ser acompanhado com cautela.
A segurança deste tipo de tratamento depende de fatores como dosagem correta, armazenamento apropriado e o respeito às orientações médicas. Ignorar esses aspectos pode comprometer os benefícios esperados.
Cada etapa do processo – desde a prescrição até o uso contínuo – demanda cuidados para garantir que o paciente alcance os resultados desejados sem se expor a riscos desnecessários.
Abaixo, explore os pontos mais relevantes para uma utilização responsável da Cannabis como medicamento…
1. Evitar a automedicação
Buscar orientação médica é indispensável ao considerar a Cannabis como medicamento. A automedicação coloca a saúde em risco, principalmente pela dificuldade em identificar a quantidade adequada para cada caso.
O uso indevido gera efeitos colaterais ou até mesmo anula os benefícios terapêuticos.
Em contrapartida, a prescrição médica garante que o tratamento seja personalizado, considerando fatores como idade, peso, condição clínica e histórico de saúde.
Durante o uso da Cannabis medicinal, o organismo passa por mudanças, e apenas um profissional pode ajustar a dosagem ou alterar o tratamento.
Por isso, é importante que você resista à tentação de seguir conselhos ou replicar tratamentos de terceiros. Cada organismo reage de forma diferente, e o que funciona para uma pessoa pode não ser seguro para outra.
Colocar a saúde nas mãos de um especialista é a melhor forma de garantir um uso eficiente da Cannabis medicinal como medicamento.
2. Armazenamento adequado
A estabilidade do produto depende de condições que preservam seus compostos ativos e evitam a contaminação. Não seguir essas recomendações pode comprometer tanto a qualidade quanto a segurança do medicamento.
Por isso, mantenha o frasco ou recipiente em local seco e protegido da luz direta para evitar a degradação dos componentes.
O calor excessivo ou a exposição ao sol altera as propriedades terapêuticas dos canabinoides, reduzindo sua eficácia. Ambientes úmidos também devem ser evitados, pois aumentam o risco de proliferação de fungos e bactérias.
Garanta que o produto esteja fora do alcance de crianças e animais. Para isso, utilizar recipientes com tampa de segurança ajuda a prevenir acidentes domésticos.
Durante o manuseio, higienize as mãos e utilize utensílios esterilizados, especialmente para produtos em forma de óleo ou extrato.
Em caso de dúvidas, siga rigorosamente as instruções fornecidas pelo fabricante. Alguns produtos exigem refrigeração, enquanto outros devem ser armazenados em temperatura ambiente.
Por fim, verifique regularmente a data de validade do produto. O uso de medicamentos vencidos não só é ineficaz como pode trazer riscos à saúde.
3. Evitar o uso junto com álcool ou outras substâncias
Combinar o uso de Cannabis medicinal com álcool ou outras substâncias representa um risco real à saúde.
A interação entre essas substâncias pode alterar o metabolismo do medicamento e potencializar efeitos indesejados, como sonolência excessiva, confusão mental ou alterações no sistema nervoso central.
O álcool, por exemplo, tem um efeito depressor no sistema nervoso que, combinado com a Cannabis, intensifica sensações de sedação. Isso afeta a capacidade de realizar tarefas que exigem concentração, como dirigir.
Do mesmo modo, o consumo simultâneo dificulta o monitoramento do tratamento, já que as reações adversas podem ser atribuídas ao uso da Cannabis.
Substâncias como sedativos, ansiolíticos ou até mesmo analgésicos também apresentam riscos quando combinados com Cannabis.
A soma desses efeitos pode levar a complicações cardiovasculares ou respiratórias, além de mascarar sintomas importantes que precisam ser avaliados por um médico.
O organismo precisa processar cada substância de forma isolada para que os benefícios terapêuticos sejam plenamente alcançados.
Ao introduzir outras substâncias no organismo, o metabolismo se sobrecarrega, reduzindo a eficiência da medicação e ampliando os efeitos colaterais.
A Cannabis medicinal é prescrita de maneira controlada, e seu uso deve estar alinhado aos objetivos terapêuticos. Associá-la a outras formas de consumo desvirtua seu propósito e pode causar prejuízos à saúde mental e física.
Em todo caso, respeite os limites impostos pela prescrição médica e evite misturas indevidas.
4. Respeitar o tempo de adaptação
O tratamento com Cannabis medicinal envolve um período de adaptação, durante o qual o organismo começa a responder aos compostos presentes no medicamento.
É comum que o corpo leve algum tempo para demonstrar os efeitos terapêuticos desejados.
Durante esse período, respeite as orientações médicas e evite interrupções ou alterações na dose por conta própria. A paciência é importante nesse processo, pois cada organismo possui um ritmo próprio de adaptação.
Os profissionais de saúde frequentemente recomendam o início com doses baixas, seguidas de aumentos graduais. Essa abordagem permite que o corpo se ajuste ao novo tratamento.
Qualquer desconforto ou reação inesperada deve ser reportado imediatamente ao médico, que fará os ajustes necessários.
Os ajustes na dosagem e a análise dos resultados são parte do processo, e qualquer modificação deve ser feita exclusivamente por um profissional qualificado.
O tempo de adaptação também inclui a observação de como o medicamento impacta a rotina diária. Algumas pessoas relatam mudanças no sono, no apetite ou no humor durante as primeiras semanas.
5. Não realizar o compartilhamento do medicamento
A Cannabis medicinal é um tratamento personalizado, ou seja, feito sob medida para o paciente e sua condição.
Cada prescrição é baseada em fatores individuais, como peso, idade, histórico médico e a condição a ser tratada. É por isso que você não pode compartilhar o tratamento com outra pessoa.
O uso inadequado por terceiros pode resultar em efeitos adversos, agravamento dos sintomas ou até mesmo reações alérgicas.
Essa prática ainda dificulta o acompanhamento pelo médico. Quando o paciente compartilha o medicamento, perde-se o controle sobre a quantidade utilizada, gerando o desabastecimento antes do período previsto.
O compartilhamento também reflete uma falta de conscientização sobre a importância da individualidade. Cada organismo responde de maneira diferente à Cannabis, e o que funciona para um não é garantia de eficácia para outro.
As dosagens variam significativamente entre prescrições, o que torna o uso de terceiros uma atitude irresponsável.
Cannabis como medicamento causa efeitos colaterais?
Embora a Cannabis medicinal seja considerada segura quando utilizada corretamente, há efeitos colaterais que podem surgir, especialmente no início do tratamento ou em casos de doses inadequadas.
Esses efeitos variam de pessoa para pessoa e dependem de fatores como a concentração dos compostos ativos, a forma de administração e a resposta individual do organismo.
Algumas pessoas relatam sensação de cansaço ou dificuldade de concentração durante as primeiras semanas de uso. Essa reação, porém, tende a diminuir à medida que o organismo se adapta ao medicamento.
Outro possível efeito envolve alterações no apetite. Essa variação depende do sistema endocanabinoide de cada indivíduo e pode ser monitorada durante o acompanhamento médico.
Além disso, há relatos de boca seca, que pode ser facilmente manejada com a ingestão de líquidos ao longo do dia. Pacientes também mencionam leves tonturas, especialmente ao se levantar rapidamente.
Esses sintomas geralmente estão relacionados a quedas temporárias na pressão arterial e devem ser relatados ao médico caso persistam.
Nos casos em que há sensibilidade aos compostos ativos, como o THC, podem ocorrer episódios de ansiedade ou alteração no humor.
Essa situação é evitada ao optar por formulações com baixa concentração ou predominantemente baseadas em Canabidiol, que atenua alguns dos efeitos colaterais do THC.
Lembre-se de que o acompanhamento profissional reduz significativamente os riscos de efeitos adversos. Assim, o paciente se beneficia de um tratamento seguro, com riscos minimizados e efeitos colaterais controlados.
Posso usar a Cannabis com outros medicamentos?
É possível, desde que se tenha supervisão médica rigorosa. Isso porque muitos medicamentos interagem com os compostos presentes na Cannabis, o que pode alterar sua eficácia ou provocar reações inesperadas.
Uma das principais preocupações envolve medicamentos que afetam o sistema nervoso central, como antidepressivos, sedativos e anticonvulsivantes.
A combinação pode amplificar os efeitos de relaxamento ou sedação, exigindo ajustes na dosagem de ambos os tratamentos. Essas adaptações evitam complicações, permitindo que o paciente continue recebendo os benefícios.
A Cannabis, especialmente o Canabidiol de uso oral, interfere em enzimas hepáticas que processam medicamentos como anticoagulantes e analgésicos, por isso há um risco de interação com estes fármacos também.
Quando existe a necessidade de usar Cannabis e outro medicamento para a mesma condição, o médico considera o horário de administração. Normalmente, será preciso espaçar a ingestão para evitar interações.
Se o paciente perceber alterações no ritmo cardíaco, sonolência excessiva ou outros sintomas incomuns, deve relatar imediatamente para que o médico ajuste o tratamento.
Por fim, nunca se deve iniciar, interromper ou alterar a dosagem de nenhum medicamento sem orientação médica.
Conclusão
A Cannabis medicinal está, pouco a pouco, deixando de ser um tema polêmico para se tornar uma ferramenta indispensável no cuidado à saúde.
O mais fascinante nesse movimento é a possibilidade de oferecer esperança a milhares de pessoas que convivem com condições crônicas e debilitantes.
E você pode contribuir nesse objetivo compartilhando informações úteis e verídicas a respeito dos benefícios da Cannabis como medicamento. Aqui no portal Cannabis & Saúde, há uma série de artigos detalhados sobre este tema.
Não deixe de conferir!