Em estudo realizado em universidade tailandesa, pacientes com um agressivo câncer hepático apresentaram maior taxa de sobrevida quando em tratamento com Cannabis
O hepatocelular-colangiocarcinoma é um tipo de câncer extremamente raro e agressivo que ataca o fígado. Em média, atinge uma a cada dois milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, na província de Khon Kaen, no nordeste da Tailândia, esse número cresce assustadoramente.
Por lá, a cada cem mil pessoas, 118 sofrem com esse tipo de câncer. A alta ocorrência, mais de cem vezes maior que a média global, fez da província o lugar ideal para observar o impacto da Cannabis medicinal na sobrevida dos pacientes.
Desde fevereiro de 2019, o tratamento com fitocanabinoides é legalizado na Tailândia, sendo o primeiro país do sudeste asiático a regulamentar o uso medicinal da Cannabis.
Pacientes com câncer, como o hepatocelular-colangiocarcinoma, contam, além dos procedimentos tradicionais, com o acesso aos benefícios dos canabinoides, mas nenhum estudo havia analisado o impacto na taxa de sobrevivência dos pacientes.
Cannabis para tratamento de câncer
Com esse objetivo, pesquisadores da Universidade Mahasarakham analisaram o prontuário de 491 pacientes diagnosticados com esse tipo de câncer de fígado, sendo 404 sob tratamento convencional e outros 87 submetidos ao tratamento com a Cannabis. Os pacientes foram recrutados de quatro hospitais terciários e dois secundários em cinco províncias no nordeste da Tailândia.
Aqueles submetidos ao tratamento convencional, com cirurgia e quimioterapia, apresentaram uma taxa de sobrevivência de menos de um mês (0,83). Um número bem inferior ao de outros estudos, que apresentaram uma taxa de sobrevivência de 4,3 meses após o diagnóstico.
Mesmo quando comparado a esses outros estudos, os resultados apresentados pelos pacientes em tratamento com a Cannabis medicinal foi animador: sobreviveram, em média, 5,66 meses.
Conclusão
“O grupo de Cannabis medicinal teve um aumento na taxa de sobrevivência pós-diagnóstico de hepatocelular-colangiocarcinoma”, escreveram os pesquisadores. “Nossos achados apoiam a importância do acesso precoce à clínica de Cannabis paliativa antes da terminalidade do câncer e acelerando na fase próxima à morte.”