O canabidiol (CBD) é um princípio ativo da Cannabis.
Nos últimos anos, ele ganhou espaço em aplicações medicinais devido ao alto potencial terapêutico que possui.
Então, novos medicamentos foram desenvolvidos utilizando o canabidiol como princípio ativo e a prescrição deste composto se popularizou.
O CBD não tem efeitos psicoativos como o tetrahidrocanabinol (THC), outro princípio ativo da Cannabis, o que o torna interessante para vários grupos de pacientes, mesmo os mais sensíveis.
Medicamentos que utilizam o canabidiol como princípio ativo agem no sistema endocanabinoide do corpo, uma rede de sinalização celular que controla várias funções, como sono, apetite, dor e resposta imunológica.
Essa interação resulta nos benefícios do canabidiol que já conhecemos, como alívio da dor, redução da inflamação, controle da ansiedade e estresse, melhora do sono e muito mais!
Então, a seguir, vamos compreender tudo sobre o canabidiol como princípio ativo, seus benefícios e para quais condições ele é indicado.
Prossiga com a leitura e aprenda sobre:
- Como o canabidiol, princípio ativo, interage com o organismo humano?
- Qual é a diferença entre canabidiol e THC como princípios ativos?
- Benefícios do canabidiol como princípio ativo para a saúde
- Evidências científicas por trás do uso terapêutico do canabidiol como princípio ativo
- Como o canabidiol é extraído da planta Cannabis para uso como princípio ativo?
- Quais são as aplicações terapêuticas mais promissoras do canabidiol como princípio ativo?
- Quais medicamentos são à base de canabidiol?
- O uso do canabidiol como princípio ativo é legal no Brasil?
- Existem efeitos colaterais no uso do CBD como princípio ativo?
- Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Como o canabidiol, princípio ativo, interage com o organismo humano?
Princípio ativo é a substância química responsável pelos efeitos farmacológicos de um medicamento.
Em outras palavras, é a substância que possui propriedades terapêuticas e que promove a ação desejada no organismo para tratar uma doença ou aliviar sintomas.
Até aproximadamente o século XX, as vias canabinoides no corpo humano não eram compreendidas. A identificação do sistema endocanabinoide levou à identificação dessas vias de sinalização.
Essa descoberta possibilitou o isolamento de um receptor conhecido como receptor canabinoide tipo 1 (CB1), que é acoplado a uma proteína chamada G.
Posteriormente, foi isolado outro receptor, o receptor canabinoide tipo 2 (CB2), a partir de células de leucemia humana.
Foi demonstrado que o canabidiol exerce sua atividade indiretamente no receptor CB2 e influencia indiretamente o receptor CB1.
A identificação desses receptores levou à ideia de que o corpo humano também poderia produzir suas próprias substâncias semelhantes aos canabinoides, conhecidas como endocanabinoides.
Os primeiros endocanabinoides foram chamados de anandamida e 2-araquidonoilglicerol (2-AG), sendo os principais ativadores dos receptores CB com diferentes afinidades.
O CBD, que é um princípio ativo da Cannabis, poderia também influenciar outros tipos de receptores e canais, além dos CB1 e CB2, como os receptores GPR, e os canais TRPV.
Existem evidências de que a disfunção endocanabinoide está implicada no desenvolvimento de condições médicas, como enxaquecas, fibromialgia, esclerose múltipla, neuropatia diabética e doença de Parkinson.
A ciência sugere que essas deficiências podem surgir por razões genéticas, congênitas ou adquiridas devido a lesões ou doenças, resultando em sintomas específicos.
Os fitocanabinoides, como o THC e o canabidiol, possuem ações semelhantes aos endocanabinoides, e possuem potencial terapêutico nessas condições médicas.
O que contém no canabidiol?
O CBD é um dos mais de 100 canabinoides encontrados na Cannabis, e é o princípio ativo de muitos medicamentos à base dessa planta.
Os produtos que utilizam o canabidiol como princípio ativo também podem conter outros compostos, como terpenos, flavonoides e outros canabinoides.
Embora também possam ter benefícios, produtos cujo o canabidiol é o princípio ativo são formulados para conter predominantemente CBD, mantendo os outros compostos em níveis mais baixos.
Além disso, dependendo do formato, é provável que os produtos de CBD contenham excipientes e óleos utilizados como veículos para sua produção.
Esses ingredientes são importantes para a estabilidade e para administração do canabidiol como princípio ativo, garantindo sua absorção eficiente pelo organismo.
Qual é a diferença entre canabidiol e THC como princípios ativos?
O THC e o CBD são ambos princípios ativos da Cannabis, mas se conectam aos receptores canabinoides, encontrados no cérebro e em vários órgãos do corpo, de forma diferente.
Por conta disso, a maior diferença entre o canabidiol e THC como princípio ativo é que o CBD não produz efeitos psicoativos.
Em termos de benefícios, ambos são excepcionais e têm seu espaço em diferentes contextos médicos.
Enquanto o canabidiol tem efeitos anti-inflamatórios, ansiolíticos e anticonvulsivantes, o THC, por sua vez, é antiemético, ajuda a estimular o apetite e é um analgésico poderoso.
A diferença entre estes compostos como princípio ativo também está na forma como são metabolizados pelo corpo.
Quando inalado, o THC atinge seus níveis máximos em cerca de 6 a 10 minutos, afetando o cérebro e outros órgãos.
Se for absorvido por via oral, parte do THC vai para o fígado, onde é metabolizado.
A absorção do THC por via oral é de apenas 4% a 12%. Em usuários ocasionais, o THC tem uma meia-vida plasmática de 1 a 3 dias, enquanto em usuários crônicos, pode ser de 5 a 13 dias.
Por outro lado, a biodisponibilidade do CBD pela inalação varia entre 11% e 45%, enquanto a via oral é de aproximadamente 6%.
O CBD é lipossolúvel, sendo rapidamente distribuído pelo cérebro, tecido adiposo e outros órgãos.
No fígado, o CBD é metabolizado por enzimas do citocromo, e é excretado principalmente pelas fezes, com uma quantidade menor na urina. Sua meia-vida plasmática é de 18 a 32 horas.
Benefícios do canabidiol como princípio ativo para a saúde
O canabidiol é o princípio ativo de diversos medicamentos usados no tratamento de muitas condições de saúde.
Isso, em especial, no caso da síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut (SLG), que geralmente não respondem bem aos medicamentos convencionais.
Em estudos, o CBD demonstrou a capacidade de reduzir o número de convulsões e, em alguns casos, até mesmo interrompê-las por completo.
O Epidiolex, um composto que utiliza canabidiol como princípio ativo, foi o primeiro medicamento derivado da Cannabis a ser aprovado pela FDA para tratar essas condições.
Para além destas condições, estudos clínicos e relatos de indivíduos sugerem que o CBD é um grande aliado no tratamento de ansiedade, insônia, dor crônica e dependência de substâncias.
Quanto aos benefícios específicos, o CBD auxilia na redução dos sintomas associados a doenças inflamatórias crônicas, possuindo propriedades anti-inflamatórias para a pele e articulações.
Ele também atua como um antidepressivo natural, aumentando os níveis de anandamida em nosso corpo.
Por ser altamente antioxidante, combate problemas de pele e retarda o envelhecimento, regula o sono e fortalece o sistema imunológico.
O destaque deve ser dado às suas propriedades analgésicas e vasodilatadoras, além de contribuir para a redução da pressão sanguínea e estimular a produção de hormônios benéficos, como a serotonina.
Diante de tais benefícios, o canabidiol como princípio ativo vem sendo recomendado para pacientes que sofrem de diversas condições, incluindo:
- Epilepsia: ajuda a reduzir a frequência e duração das crises convulsivas;
- Estresse pós-traumático: suas propriedades aliviam os sintomas de ansiedade;
- Insônia: auxiliam na regulação neuronal e na liberação de neurotransmissores, melhorando a qualidade do sono;
- Dores crônicas: possui potente ação analgésica, proporcionando alívio das dores;
- Glaucoma: reduz a pressão intraocular;
- Síndrome do intestino irritável (SII): auxilia na redução de cólicas e diarreias;
- Acne: promove a hidratação da pele e regula a produção de lipídeos sebáceos.
Evidências científicas por trás do uso terapêutico do canabidiol como princípio ativo
Nos últimos 10 anos, houve um aumento no uso, aceitação e legalidade de medicamentos contendo canabinoides, especialmente o canabidiol (CBD).
Em alguns países, o canabidiol ocupa uma posição única, disponível tanto como suplemento de saúde quanto como medicamento licenciado.
Pesquisas e relatos anedóticos sugerem que as pessoas utilizam CBD para uma variedade de problemas, como ansiedade, estresse, depressão, distúrbios do sono, questões gastrointestinais e dor.
Para avaliar o benefício terapêutico do CBD em várias condições, foi realizada pesquisa que revisou a literatura publicada de estudos clínicos.
Esta pesquisa (The therapeutic potential of purified cannabidiol) analisou 99 estudos clínicos que testaram o CBD como princípio ativo, sendo 29 estudos observacionais e 70 ensaios clínicos randomizados.
As áreas com mais evidências clínicas que apoiam o uso do CBD incluem tratamento da ansiedade, psicose e esquizofrenia, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) e abuso de substâncias.
O uso do princípio ativo do canabidiol também se mostrou promissor para melhorar a qualidade do sono em ensaios clínicos randomizados.
As evidências para outras condições, como Parkinson, autismo e câncer, são limitadas, com alguns estudos mostrando resultados positivos, mas mais pesquisas são necessárias para corroborar esses achados.
Como o canabidiol é extraído da planta Cannabis para uso como princípio ativo?
A extração do canabidiol como princípio ativo da Cannabis é um processo que envolve várias etapas.
Para a produção de medicamentos, começa com a seleção da variedade da planta, que é importante quando buscamos um produto com maior teor de canabidiol.
Variedades de cânhamo com baixos níveis de THC são ideais para produzir óleos naturalmente ricos em CBD.
Em seguida, é feita a seleção de um entre os vários métodos de extração de CBD disponíveis para uso industrial, podendo ser a extração por solvente, extração com CO2, extração com óleo de oliva ou outro.
Com diferentes métodos de extração e filtragem, obtemos variados tipos de produtos.
A depender do método escolhido, o produto final pode ser full spectrum, broad spectrum ou isolado.
O CBD full spectrum mantém uma gama completa de compostos naturais da planta de Cannabis, incluindo pequenas quantidades de THC.
Este tipo de produto é ideal para quem busca o chamado “efeito entourage”.
O canabidiol broad spectrum, por outro lado, apresenta uma forma diferente de extração em relação ao full spectrum, normalmente mantendo todos os fitoquímicos, porém removendo o componente THC.
Os produtos broad spectrum também produzem o “efeito entourage” e têm sido utilizados, por exemplo, por atletas que não podem fazer o uso do THC em virtude de questões relacionadas ao exame de doping.
Por fim, também podemos obter o CBD isolado, que é a forma mais pura de canabidiol, contendo até 99,9% do composto.
Sua pureza se dá pela remoção de todos os outros compostos encontrados na planta, incluindo terpenos, flavonoides, partes de plantas e outros canabinoides.
Cada um desses produtos tem suas particularidades e usos específicos. Por isso, normalmente quem decide qual tipo de produto é mais adequado a um paciente é o próprio médico.
Quais são as aplicações terapêuticas mais promissoras do canabidiol como princípio ativo?
Há mais de 100 canabinoides diferentes, cada um com benefícios que continuam a ser explorados.
Além das aplicações que já são conhecidas, como no tratamento da dor, medicamentos que têm o canabidiol como princípio ativo também são usados no manejo da epilepsia, transtornos psicóticos, ansiedade e distúrbios do sono.
Inúmeros estudos mostraram que o CBD pode reduzir a ansiedade em humanos saudáveis quando administrado agudamente.
Além do mais, o CBD foi aprovado pela FDA como o medicamento para tratar formas específicas de epilepsia refratária, como a síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut, especialmente em crianças.
Mecanicamente, o CBD bloqueia a sinalização do lisofosfatidilinositol (LPI) através do GPR55, que está associado a convulsões.
Estudos também demonstraram que o CBD ameniza o acúmulo de proteínas no cérebro, mostrando seu potencial como agente neuroprotetor.
De maneira geral, os canabinoides modulam respostas sistêmicas inadequadas, o que explica seus efeitos vantajosos para fins terapêuticos.
Veja em mais detalhes os benefícios do canabidiol como princípio ativo para diferentes contextos de saúde…
1. Epilepsia
Uma condição grave de convulsões recorrentes, muitas vezes iniciada na infância, é resultado de um desequilíbrio anormal na atividade dos neurônios no cérebro.
Os canabinoides possuem forte potencial como agentes neuroprotetores e são capazes de reduzir as respostas inflamatórias em pacientes com epilepsia.
Clinicamente, o canabidiol é um dos canabinoides mais eficazes quando se trata de controlar crises epilépticas.
Se tratando de CBD, estudos recentes nos quais pacientes com epilepsia resistente ao tratamento receberam doses de CBD oral como terapia adjuvante por três meses, mostraram resultados promissores.
Cerca de 50% dos pacientes responderam ao tratamento, com uma redução de quase 60% na frequência semanal das crises.
Esses resultados foram consistentes em pacientes com diferentes causas subjacentes para suas convulsões, como a síndrome de Dravet e o complexo de esclerose tuberosa.
2. Dores crônicas
Atualmente, os opiáceos são os medicamentos mais utilizados para tratar a dor crônica, apesar dos efeitos adversos associados ao seu uso.
No entanto, há evidências suficientes para considerar os medicamentos que têm o canabidiol como princípio ativo como uma alternativa viável.
O cérebro possui uma abundância de receptores CB1, especialmente no hipocampo, que ajudam na modulação dos sinais cerebrais internos e compartilham semelhanças estruturais com os receptores opioides.
Além disso, os receptores CB2 estão localizados em regiões-chave relacionadas à integração da dor, como o gânglio da raiz dorsal e a medula espinhal.
Como o canabidiol pode influenciar estes receptores, ele ajuda na regulação da dor.
Os receptores CB1 no hipocampo também indicam um potencial para o CBD influenciar aspectos cognitivos e emocionais da percepção da dor, além de apenas ajudar no alívio direto da dor, como os opiáceos fazem.
Da mesma forma, a presença de receptores CB2 nas vias neurais associadas à dor sugere que este canabinoide afeta tanto o processamento quanto a percepção da dor em um nível maior.
3. Ansiedade e transtornos relacionados
Muitos pacientes recorrem ao canabidiol como princípio ativo para tratar a ansiedade, o que é suportado por pesquisas recentes que mostram o papel do sistema endocanabinoide na regulação do humor.
Modelos pré-clínicos demonstraram que certos agonistas canabinoides têm o potencial de reduzir respostas ansiosas.
Eles também aumentam os níveis de anandamida, um neurotransmissor associado ao bem-estar emocional.
Resultados de um estudo controlado por placebo, com pacientes com transtorno de ansiedade social, mostraram que o CBD, em uma dose de 600 mg administrada 1,5 horas antes de falar em público, reduziu a ansiedade em comparação com o grupo controle.
4. Distúrbios do sono
O princípio ativo do canabidiol é muito utilizado por pessoas em busca de melhorias no sono, independente da causa.
Estudos sugerem uma relação entre a dose de CBD e um aumento na qualidade do sono, além de indicarem que a exposição crônica ao CBD reduz o tempo para adormecer durante a noite.
Relatos de pessoas que utilizam o CBD para melhorar o sono têm sido altamente positivos, o que pode ser atribuído à capacidade do canabidiol em controlar diferentes fatores que influenciam os distúrbios do sono.
Do mesmo modo, o uso agudo de THC, outro composto presente na Cannabis, é associado a um aumento no tempo total de sono, conforme relatado por estudos.
5. Transtornos neurológicos
O envelhecimento é um processo natural em que ocorrem mudanças no nosso corpo ao longo do tempo, tornando-nos mais suscetíveis a doenças e, eventualmente, levando-nos à morte.
Uma parte importante desse processo é o sistema endocanabinoide (SEC), que tem função reguladora em nosso corpo.
Sua disfunção está associada a condições como a doença de Alzheimer e seu equilíbrio influencia importantes do nosso ritmo biológico, que é importante para entendermos o envelhecimento.
À medida que envelhecemos, nosso corpo enfrenta desafios, como o aumento do estresse oxidativo, problemas na regulação das proteínas e inflamação no cérebro. Aqui é onde o canabidiol entra em cena.
Ele possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, além de sua capacidade de ajudar na correta regulação das proteínas.
Isso faz com que ele seja promissor no tratamento de distúrbios neurológicos, como a doença de Alzheimer.
Estudos mostraram que o CBD ajudou a melhorar a memória e reduziu fatores associados à doença, como a acumulação de certas proteínas no cérebro e a inflamação neural.
Esses resultados sugerem que o CBD pode ser uma opção terapêutica útil no tratamento de distúrbios neurológicos, principalmente aqueles associados ao envelhecimento.
6. Tratamento de distúrbios psicóticos
Os transtornos psicóticos, como a esquizofrenia, são condições complexas e debilitantes.
Embora os antipsicóticos que atuam como antagonistas dos receptores de dopamina tenham revolucionado o tratamento desses transtornos, muitos pacientes ainda sofrem com efeitos colaterais e não alcançam uma remissão completa dos sintomas.
Portanto, há uma necessidade urgente de intervenções alternativas, especialmente aquelas com mecanismos de ação diferentes dos antagonistas de D2.
O canabidiol como princípio ativo surge como uma nova classe promissora de antipsicóticos, com um mecanismo de ação único.
Conforme os pesquisadores observaram, ele é capaz de reduzir a hiperlocomoção induzida por agonistas da dopamina e cetamina, sugerindo benefícios semelhantes aos dos antipsicóticos tradicionais, mas sem os efeitos colaterais associados.
Seu perfil de ação se assemelha ao da clozapina, um antipsicótico atípico muito utilizado por sua eficiência, mas com efeitos colaterais significativos.
Como o CBD atua por vias moleculares diferentes dos antipsicóticos convencionais, ele pode ser utilizado como monoterapia, bem como um complemento aos tratamentos existentes, melhorando sua eficácia.
Este poderia ser um novo caminho para o tratamento dos transtornos psicóticos, embora mais pesquisas sejam necessárias para entender completamente seu potencial terapêutico e sua segurança a longo prazo.
Quais medicamentos são à base de canabidiol?
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regula e autoriza a comercialização de mais de 25 medicamentos diferentes contendo canabidiol como princípio ativo.
Esses medicamentos se dividem em duas categorias principais: extratos e fitofármacos.
Os extratos de Cannabis são soluções líquidas concentradas que têm a planta como matéria-prima.
Já os fitofármacos são compostos purificados e isolados em laboratórios, mantendo sua estrutura química original e sua atividade farmacológica mais concentrada.
Dentro dessas categorias, existem vários medicamentos aprovados pela Anvisa que têm o canabidiol como ingrediente ativo, os quais podem ser obtidos em farmácias brasileiras.
O uso do canabidiol como princípio ativo é legal no Brasil?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem o poder de autorizar a importação de produtos feitos a partir da Cannabis para tratamento pessoal, contanto que haja uma prescrição médica válida.
Essa autorização permite que indivíduos ou seus representantes legais importem esses produtos por até dois anos, seguindo os critérios definidos na RDC nº 660/2022.
A legalidade do uso terapêutico do canabidiol já está estabelecida na legislação brasileira, independente de questões políticas.
Em alguns estados, como São Paulo, Paraná e Alagoas, a distribuição de produtos contendo canabidiol como princípio ativo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é autorizada de acordo com as leis locais.
Alagoas foi o primeiro estado a promulgar essa legislação.
Em seguida, o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sancionou a Lei nº 17.618/2023 em janeiro, citando o caso de seu sobrinho que teve melhorias com o tratamento à base de CBD para a síndrome de Dravet.
No Paraná, a legislação foi aprovada em fevereiro pela Assembleia Legislativa é conhecida como Lei Pétala, nomeada em homenagem a uma jovem com uma condição neurológica rara.
Existem efeitos colaterais no uso do CBD como princípio ativo?
Sim, como todo medicamento, existem efeitos colaterais associados ao uso do canabidiol como princípio ativo.
Embora muitos o considerem seguro e bem tolerado, pacientes mais sensíveis ou que não seguem corretamente os protocolos prescritos pelo médico podem experimentar sintomas adversos.
Os efeitos colaterais mais comuns incluem fadiga, boca seca, diarreia e alterações no apetite ou peso corporal.
Também é importante salientar que o CBD interage com certos medicamentos, especialmente aqueles metabolizados pelo fígado, podendo aumentar ou diminuir seus efeitos.
Em casos raros, o CBD causa tontura, náusea, irritabilidade e mudanças de humor, mas estes são efeitos individuais que costumam variar em incidência e gravidade.
Os efeitos colaterais do canabidiol como princípio ativo são passageiros e muito leves, sendo completamente suspensos com o ajuste da dosagem.
Em todo caso, consulte um profissional de saúde durante todo o tratamento com CBD, especialmente se estiver tomando outros medicamentos ou tiver condições médicas pré-existentes.
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Com a flexibilização das barreiras legais, hoje em dia, encontrar médicos dispostos a prescrever esse tratamento é mais acessível do que nunca.
Devido ao crescente interesse e pesquisa em torno dos benefícios medicinais da Cannabis, os profissionais de saúde estão mais abertos a considerar essa opção para seus pacientes.
Para facilitar o acesso a esses tratamentos inovadores, o portal Cannabis & Saúde desenvolveu uma plataforma de agendamento pioneira.
Esta plataforma conecta pacientes a médicos prescritores qualificados, simplificando o processo de busca por orientação e tratamento com Cannabis medicinal.
Com uma interface intuitiva e informativa, nossa plataforma de agendamento torna mais fácil para os pacientes encontrarem profissionais de saúde que possam orientá-los sobre o uso do canabidiol.
Então, se você está considerando iniciar com medicamentos que utilizem o canabidiol como princípio ativo, não hesite em agendar uma consulta através do portal Cannabis & Saúde hoje mesmo.
Nossos médicos e especialistas parceiros estão prontos para fornecer orientação personalizada e ajudá-lo a explorar todas as opções disponíveis para melhorar sua saúde e bem-estar.
Marque sua consulta hoje mesmo e dê o primeiro passo rumo a uma abordagem terapêutica promissora!
Conclusão
O crescente corpo de evidências científicas está cada vez mais apoiando o uso do canabidiol como um princípio ativo na prática médica.
Sua capacidade de interagir com o sistema endocanabinoide do corpo sem causar os efeitos psicoativos o torna uma opção atraente tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde.
Incorporar o CBD como parte das opções terapêuticas pode abrir novos caminhos para pacientes enfrentando desafios médicos complexos.
Contudo, ainda se faz necessário continuar pesquisando e explorando o potencial completo do canabidiol como princípio ativo.
Por isso, convidamos você a aprender mais sobre os benefícios do CBD para diferentes condições médicas através dos artigos disponíveis aqui no portal Cannabis & Saúde.
Ao se educar, você contribui com a disseminação de informações sobre as opções terapêuticas disponíveis com a Cannabis, ajudando a promover a saúde e o bem-estar para outras pessoas!