O autismo é um distúrbio do desenvolvimento que se manifesta nos primeiros anos da infância e persiste ao longo da vida, com características distintas em diferentes fases, desde a infância até a idade adulta.
Envolve dificuldades na comunicação, interação social e padrões de comportamento repetitivos, refletindo uma percepção única do mundo.
Não há cura conhecida para o autismo, e há uma tendência crescente de encará-lo não como uma doença, mas como uma parte da personalidade do indivíduo neurodiverso.
Apesar disso, um aspecto característico do autismo é a variação nos sintomas, que podem incluir comportamentos repetitivos, interesses intensos e dificuldades na comunicação e interação social.
Esses sintomas são frequentemente categorizados como comportamentais, cognitivos, de desenvolvimento, psicológicos e de fala.
Diversas abordagens terapêuticas, como terapia comportamental, terapia familiar, intervenção no processamento sensorial e terapia assistida por animais, podem ser empregadas para esse fim.
Em alguns casos, antipsicóticos são prescritos para tratar sintomas específicos.
No entanto, estes medicamentos acarretam efeitos colaterais graves e não abordam diretamente as dificuldades de interação e comunicação que são características transtorno do espectro autista (TEA).
Diante desses desafios, os profissionais de saúde têm explorado alternativas terapêuticas, incluindo o canabidiol (CBD), um dos componentes não psicoativos da Cannabis, para o autismo.
Se você ficou interessado no assunto, prossiga com a leitura deste artigo, onde você aprenderá sobre:
- Os potenciais benefícios do canabidiol para autismo
- O que difere o uso de canabidiol para outras terapias de tratamento?
- Como o CBD auxilia no transtorno do espectro autista?
- Quais são os possíveis efeitos colaterais do uso de canabidiol para autismo?
- Qual óleo de CBD usar para tratar o autismo?
- O canabidiol para autismo é seguro para crianças e adolescentes?
- Dicas para administrar canabidiol a crianças com autismo
- Segurança do uso da Cannabis medicinal
- Como iniciar um tratamento com canabidiol para autismo?
Os potenciais benefícios do canabidiol para autismo
A cada ano, os pesquisadores estão ampliando seu conhecimento sobre tratamentos eficazes para o transtorno do espectro autista (TEA), que afeta 1 em cada 36 crianças.
Atualmente, não existe uma cura ou tratamento padrão para o TEA, mas a maioria das intervenções está direcionada a reduzir os sintomas e potencializar as habilidades dos indivíduos afetados.
O autismo apresenta grandes desafios para os pacientes e suas famílias.
Por essa razão, os médicos têm estudado extensivamente o canabidiol para autismo e suas propriedades.
O CBD representa apenas uma das numerosas substâncias com efeitos medicinais encontradas na Cannabis.
Há também uma série relatos de famílias que afirmam que esse composto ajuda a reduzir o estresse em pessoas neurodiversas, além de diminuir a agressividade, comportamentos autolesivos e a ansiedade relacionada às interações sociais.
Um exemplo disso é a história de Júnior, um homem de 40 anos que estava passando por uma fase agressiva em sua vida.
Ele enfrentava dificuldades para comer, tinha problemas para dormir e demonstrava comportamento agitado.
Sua mãe, Marina de Carvalho Rodrigues, estava sobrecarregada tentando lidar com as necessidades do filho, que foi diagnosticado com autismo severo.
Júnior faz parte dos mais de dois milhões de brasileiros que foram diagnosticados com autismo, embora esse número seja apenas uma estimativa, já que não existem dados oficiais sobre o assunto no Brasil.
Depois de iniciar um tratamento com canabidiol para autismo, os resultados foram positivos.
Ele melhorou sua alimentação e agora se tornou mais independente, além de dormir a noite toda.
Isso trouxe uma melhoria grandiosa na qualidade de vida de Júnior e de toda sua família.
O que difere o uso de canabidiol para outras terapias de tratamento?
O tratamento médico convencional para o autismo inclui o uso de vários medicamentos psicotrópicos, como antipsicóticos atípicos, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, estimulantes e ansiolíticos.
Estes medicamentos não visam tratar o TEA em si, mas são direcionados para eliminar comportamentos inadequados, como agitação psicomotora, agressividade e sintomas obsessivo-compulsivos.
Ainda assim, esses medicamentos podem causar efeitos colaterais graves, como nefropatia, hepatopatia e síndromes metabólicas, entre outros.
Infelizmente, cerca de 40% das crianças com autismo e comportamentos perturbadores não respondem bem ao tratamento médico e comportamental convencional.
Isso contribui para uma redução na expectativa de vida em até 20 anos em pacientes com autismo em comparação com a média da população.
Paralelamente, evidências preliminares sugerem que o CBD pode proporcionar alívio para a espasticidade, dor e distúrbios do sono.
Também pode melhorar a mobilidade em condições como esclerose múltipla, e também pode ajudar a aliviar sintomas de ansiedade e fobia social.
Os medicamentos atuais, especialmente os antipsicóticos, tendem a abordar apenas sintomas específicos e estão frequentemente associados a efeitos colaterais graves.
Nenhum desses medicamentos, no entanto, parece melhorar a falta de habilidades de interação e comunicação que são características do TEA.
Por outro lado, o canabidiol para autismo pode modular diferentes aspectos relacionados à cognição, respostas socioemocionais, suscetibilidade a convulsões e plasticidade neuronal, frequentemente alterados no autismo.
Como o CBD auxilia no transtorno do espectro autista?
Os efeitos do canabidiol para autismo se devem especialmente por conta de sua interação com o sistema endocanabinoide do corpo humano.
Nos mamíferos, o sistema endocanabinoide é composto principalmente por dois tipos de receptores, CB1 e CB2, juntamente com endocanabinoides, que são substâncias endógenas que ativam esses receptores.
Os receptores CB1 são amplamente expressos no sistema nervoso central e periférico, com sua maior concentração em neurônios GABAérgicos e glutamatérgicos.
Devido à função do sistema endocanabinoide na regulação das respostas emocionais, humor, comportamento e interação social, os pesquisadores observaram que alterações nesse sistema poderiam estar envolvidas no autismo.
Por exemplo, o CBD tem o potencial de afetar os níveis de metabólitos como glutamato e GABA, que estão associados com a regulação da neurotransmissão excitatória e inibitória.
Dessa forma, ele pode ajudar a aliviar uma variedade de sintomas, incluindo:
- Crises de automutilação e raiva;
- Hiperatividade;
- Distúrbios do sono;
- Ansiedade, inquietação;
- Agitação psicomotora;
- Irritabilidade e agressividade.
Além disso, também pode melhorar a sensibilidade sensorial, cognição, atenção, interação social, linguagem, perseverança e depressão associadas ao TEA.
O Sistema Endocanabinoide e o autismo
O sistema endocanabinoide (SEC) é um complexo sistema de sinalização celular encontrado em mamíferos, incluindo seres humanos.
Ele atua na regulação de uma variedade de processos fisiológicos, como o humor, o apetite, a memória e a sensação de dor.
Composto por receptores, endocanabinoides e enzimas responsáveis pela sua síntese e degradação, o SEC é responsável por manter o equilíbrio interno do organismo.
Pesquisas recentes sugerem que o SEC está associado com a fisiopatologia do autismo e, portanto, pode representar uma área promissora para intervenções terapêuticas.
Estudos em modelos animais e em seres humanos demonstraram que o SEC participa de processos neurobiológicos que são afetados pelo autismo.
Estes incluem, por exemplo, a plasticidade sináptica, a modulação da neurotransmissão e a regulação da resposta imunológica.
Além disso, foi observado que muitas crianças com autismo têm níveis anormais de endocanabinoides circulantes em comparação com indivíduos neurotípicos, sugerindo uma disfunção do SEC nessa população.
Portanto, a hipótese de que moduladores do sistema endocanabinoides, como os canabinoides da Cannabis, possam auxiliar no tratamento do autismo.
Estudos científicos sobre canabidiol para autismo: O que dizem?
Para verificar a eficácia do canabidiol para autismo, um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Brasília examinou o impacto do composto em pacientes da Ama-me.
Durante um período de nove meses, pacientes com idades entre 6 e 17 anos foram submetidos a um tratamento com um extrato contendo alta concentração de canabidiol, sendo a proporção de THC 75 vezes menor.
Dentre os 18 participantes, três enfrentavam crises epilépticas.
Quinze pacientes, com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seguiram o tratamento com o extrato de CBD por nove meses, com exceção de um que interrompeu no sexto mês.
Os responsáveis pelos pacientes preencheram mensalmente um formulário, registrando a percepção de melhora em relação a sintomas típicos do autismo:
- Hiperatividade e déficit de atenção;
- Transtornos comportamentais;
- Déficit motor;
- Déficit de autonomia;
- Problemas de comunicação e interação social;
- Problemas cognitivos;
- Distúrbio do sono e convulsões.
Dos pacientes tratados, catorze apresentaram uma melhora de, no mínimo, 30% em pelo menos um dos sintomas.
Sete deles experimentaram essa melhora em quatro ou mais dos sintomas avaliados.
A maior melhora foi observada entre os pacientes com epilepsia, com uma redução de mais de 60% nas crises.
Também foram registradas melhorias consideráveis nos distúrbios do sono e nos episódios de comportamento problemático.
Os resultados da pesquisa foram divulgados na revista Frontiers in Neuroscience.
Benefícios do canabidiol na ansiedade de pacientes autistas
Outra pesquisa realizada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto demonstrou que o CBD ajuda eficazmente nos sintomas de ansiedade em pessoas com autismo.
Este aspecto é particularmente relevante, pois a ansiedade é um dos sintomas mais comuns em pacientes com autismo, associada a comportamentos repetitivos.
O estudo envolveu 24 pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista (TEA), divididas em dois grupos.
Cada participante foi instruído a realizar um discurso para ser gravado em vídeo.
Metade recebeu CBD, enquanto a outra metade recebeu um comprimido placebo sem efeito químico.
Os resultados revelaram que o grupo que recebeu o placebo apresentou níveis mais altos de ansiedade e maior comprometimento cognitivo, sintomas comuns em indivíduos com TEA.
Os resultados preliminares indicam que uma única dose de CBD pode reduzir os níveis de ansiedade induzidos pelo teste de fala em público em pacientes com TEA.
No entanto, os pesquisadores ressaltam a necessidade de realizar estudos mais abrangentes para validar esses achados.
Quais são os possíveis efeitos colaterais do uso de canabidiol para autismo?
O canabidiol para autismo é uma substância comprovadamente segura.
No entanto, apesar de sua segurança, quando tomado em doses inapropriadas, alguns efeitos colaterais podem ocorrer.
Os possíveis efeitos colaterais do CBD podem incluir:
- Fadiga;
- Mudanças no apetite;
- Diarreia;
- Mudanças de peso;
- Tontura;
- Boca seca;
- Náusea.
Tais efeitos podem variar e dependem de fatores como a dose, a forma de administração e a sensibilidade individual.
O também CBD pode interagir com outros medicamentos.
Portanto, se você ou o paciente que estiver considerando o CBD tomar outros medicamentos, é necessário informar ao médico antes de iniciar o tratamento.
Qual óleo de CBD usar para tratar o autismo?
Existem duas opções viáveis de óleo de canabidiol para autismo.
A primeira é a utilização de um isolado de CBD e a segunda é um óleo de espectro completo, que engloba todos os demais canabinoides e terpenos encontrados na planta de Cannabis.
O extrato de espectro completo também pode conter substâncias coadjuvantes que potencializam a absorção do CBD, o que é conhecido como “efeito entourage”.
Qual dosagem para tratar sintomas do Autismo?
Não existe uma dosagem padrão que seja apropriada para todos os pacientes.
Portanto, é recomendável iniciar com uma dose mínima.
Normalmente, os profissionais de saúde sugerem começar com cerca de 1 mg de CBD por cada 4,5 kg de peso corporal do paciente.
É importante notar que essa medida se refere ao CBD puro, então é necessário verificar a concentração de CBD indicada no produto selecionado.
À medida que o tratamento progride, o médico pode orientar o aumento gradual da dose até que os efeitos positivos sejam observados.
Esse método é preferível devido às variações individuais no funcionamento do sistema endocanabinoide.
O canabidiol para autismo é seguro para crianças e adolescentes?
O canabidiol tem sido cada vez mais considerado como uma opção de tratamento seguro para crianças e adolescentes com autismo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que o canabidiol para autismo é geralmente bem tolerado e possui um perfil de segurança favorável, sem evidências de potencial de abuso.
Muitas famílias relataram melhorias grandiosas na qualidade de vida de seus filhos após o uso de canabidiol para autismo desde os primeiros anos de vida, incluindo redução da ansiedade, melhoria do sono e maior interação social.
A falta de efeitos colaterais graves observados em estudos e relatos anedóticos reforça a confiança das famílias no uso do CBD para ajudar no manejo dos sintomas do autismo em crianças e adolescentes.
Dicas para administrar canabidiol a crianças com autismo
Administrar canabidiol a crianças com autismo pode ser trabalhoso, especialmente devido à possibilidade de seletividade alimentar comum nessa população.
Crianças autistas podem ter sensibilidades sensoriais que afetam suas preferências alimentares, texturas e até mesmo cores dos alimentos.
Essas sensibilidades podem dificultar a aceitação de novos alimentos ou a adesão ao tratamento, incluindo o CBD.
No entanto, existem algumas estratégias que você pode usar para facilitar esse processo. Veja:
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Respeite as preferências individuais
O primeiro passo, é entender as preferências alimentares específicas da criança.
Algumas crianças podem preferir alimentos de determinadas texturas, cores ou sabores.
Então, ao administrar o CBD, tente incorporá-lo em alimentos ou bebidas que a criança já gosta, respeitando suas preferências individuais sempre que possível.
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Introdução gradual
Introduzir o CBD de forma gradual pode ajudar a criança a se acostumar com seu sabor ou textura.
Portanto, comece com doses pequenas e aumente gradualmente ao longo do tempo, permitindo que a criança se acostume com o novo elemento em sua dieta.
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Escolha de produtos adequados
Opte por formas de CBD que sejam menos intrusivas em relação às sensibilidades alimentares da criança.
Por exemplo, se a criança tem sensibilidade a texturas, evite formas de CBD que possam ser perceptíveis, como óleos espessos.
Em vez disso, escolha cápsulas, gomas ou alimentos infundidos com CBD, que possam ser mais discretos.
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Envolva a criança no processo
Fazer com que a criança participe do processo de administração do CBD pode aumentar sua aceitação.
Para isso, permita que ela escolha entre algumas opções de alimentos ou bebidas que contenham CBD, dando-lhe uma sensação de controle sobre a situação.
Também ofereça recompensas ou incentivos para motivar a criança a experimentar o CBD.
Isso pode incluir elogios, estímulos sensoriais positivos ou pequenas recompensas após a administração bem-sucedida do CBD.
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Busque apoio profissional
Não subestime os benefícios de trabalhar em conjunto com profissionais de saúde, como nutricionistas e terapeutas ocupacionais.
Estes profissionais possuem experiência em lidar com seletividade alimentar em crianças autistas.
Assim, podem fornecer orientações específicas e estratégias para ajudar a superar esses desafios.
Segurança do uso da Cannabis medicinal
Como você viu, o canabidiol para autismo é bastante seguro, induzindo raramente apenas efeitos secundários leves e temporários.
Geralmente, os usuários relatam sonolência e irritabilidade de intensidade moderada.
Pode ocorrer também diarreia, aumento do apetite, olhos avermelhados, e elevação da temperatura corporal.
Contudo, optar pelo uso terapêutico de canabidiol para autismo ainda representa uma escolha de tratamento com baixo risco de efeitos adversos em relação aos medicamentos convencionais.
Como iniciar um tratamento com canabidiol para autismo?
Embora não haja cura definitiva para o autismo, muitos indivíduos e suas famílias têm encontrado alívio dos sintomas através de terapias com CBD.
Se você deseja iniciar um tratamento com canabidiol para autismo, o primeiro passo é consultar um profissional de saúde experiente no uso terapêutico do CBD.
No entanto, encontrar um profissional com essa experiência pode ser desafiador para muitas pessoas.
É aqui que serviços como o portal Cannabis & Saúde entram em cena como uma valiosa ferramenta.
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Esses profissionais são capacitados e especializados no uso de Cannabis medicinal, incluindo o CBD, para uma variedade de condições, incluindo o autismo.
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Uma vez conectados a um profissional de saúde, o próximo passo é discutir em detalhes o histórico, os sintomas específicos do autismo que estão sendo alvo do tratamento e quaisquer preocupações adicionais.
O profissional prescritor poderá então recomendar um plano de tratamento personalizado, incluindo a dosagem apropriada de CBD e quaisquer outras medidas de suporte necessárias.
Conclusão
Os estudos em curso sobre os efeitos benéficos do canabidiol para autismo oferecem perspectivas promissoras.
No futuro, é possível que se torne a terapia de primeira linha para aliviar os sintomas desta condição.
Conforme mais estudos respaldam o uso do canabidiol no tratamento de transtornos de humor, ansiedade e outras questões comportamentais, também é necessário considerá-lo na abordagem dos sintomas do autismo.
Sinta-se à vontade para compartilhar este recurso com indivíduos em sua rede que possam estar interessados no assunto.
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