O canabidiol para HIV é uma esperança a mais para quem sofre de uma doença que, segundo a OMS, ainda é pandêmica.
Estamos falando sobre a AIDS, que tem nesse vírus a sua origem.
Ainda que os tratamentos com fármacos convencionais tenham evoluído bastante ao longo das últimas décadas, o vírus HIV segue sendo, de certa forma, “indestrutível”.
Esse motivo é mais que suficiente não só para se prevenir da doença como para tomar conhecimento sobre o seu modo de agir e os recursos terapêuticos disponíveis.
É isso que você vai saber neste artigo, no qual vamos trazer detalhes sobre o HIV, de que maneira ele age e como pode ser contido.
Siga acompanhando as informações até o final.
O que é HIV?
O vírus da imunodeficiência humana, conhecido no Brasil pela sigla em inglês HIV, é o responsável pela síndrome da imunodeficiência adquirida, a SIDA, ou AIDS, em inglês.
É necessário distinguir o vírus da doença, porque, em alguns casos, pessoas portadoras do HIV não manifestam os sintomas da AIDS.
Ou seja, para alguns, a infecção não provoca nenhum problema de saúde, enquanto para a maioria, ela é fatal se não for tratada.
A AIDS atinge o corpo humano atacando os linfócitos T CD4, que têm o seu DNA modificado.
Com isso, o HIV passa a usá-los para se reproduzir, quando então migra para outras células.
Como o HIV debilita o organismo humano?
O vírus causador da AIDS é um retrovírus.
Essa classe viral age como uma espécie de parasita, aderindo à célula hospedeira, que tem o RNA do vírus inoculado.
No caso do HIV, esse processo consiste na chamada retrotranscrição, quando a enzima transcriptase reversa faz com que a célula atacada passe a sintetizar RNA viral.
Dessa forma, os linfócitos atingidos perdem a sua função de defesa do organismo contra vírus e agentes cancerígenos, levando o indivíduo acometido a ficar exposto a diversos problemas de saúde.
Segundo a UNAIDS, existem hoje cerca de 38 milhões de pessoas em todo o mundo portadoras do HIV.
O que o HIV pode causar?
Se não tiver a sua reprodução controlada, o HIV, na maioria dos casos, é fatal.
Embora, segundo o governo federal, o número de mortes por AIDS no Brasil tenha diminuído, essa continua a ser uma doença incurável.
Acontece que a infecção por HIV se manifesta de maneira peculiar.
Ela faz com que a pessoa apresente sintomas logo no início para depois permanecer incubada por algum tempo, quando então passa a atacar de forma mais agressiva.
Nessa etapa mais aguda, ela pode causar enfermidades graves, como o câncer cervical e o sarcoma de Kaposi, um tipo raro de câncer de pele.
Canabidiol HIV: em quanto tempo o HIV se manifesta?
De acordo com o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Governo Federal, o primeiro estágio da infecção por HIV acontece entre três e seis semanas.
Conhecida como fase de infecção aguda, nela, a pessoa contaminada passa a sofrer com sintomas parecidos com os da gripe.
Por isso, muitas vezes, o doente não procura ajuda, pois acredita estar apenas com um resfriado passageiro.
Caso o vírus passe despercebido, dentro de alguns meses (ou anos), ele começa a se reproduzir e a usar mais intensamente as células de defesa.
No entanto, ainda existe um equilíbrio entre vírus ativos e mortos, o que faz com que a doença seja assintomática.
É depois desse período que a quantidade de linfócitos cai drasticamente, quando então começam os sintomas do estágio mais avançado da infecção por HIV.
6 sintomas para suspeitar de AIDS
Os sinais que o HIV dá logo nas primeiras semanas depois que invade o organismo são, de certa forma, sutis.
Como você agora já sabe, os sintomas da fase aguda da infecção são similares aos de uma gripe.
O que fazer, então, para detectar o vírus logo depois que ele é contraído?
A única maneira de se certificar é realizar testes em clínicas especializadas ou na rede pública de saúde.
O ideal é que eles sejam feitos regularmente, a cada seis meses, ou se a pessoa tiver comportamento de risco, como fazer sexo sem camisinha ou usar seringas compartilhadas.
Conheça os principais sintomas que podem indicar a presença do HIV na fase inicial da infecção.
1. Aftas
Pessoas com problemas em seu sistema imunológico podem vir a sofrer com aftas, que consistem em feridas no interior da boca, especialmente nas bochechas.
Em doentes com HIV, elas se apresentam em forma arredondada, são úmidas e de coloração esbranquiçada em toda a região que cobre a boca.
Nesse caso, as aftas são causadas por um processo inflamatório em resposta ao vírus HIV.
Essas feridas provocam uma sensação de ardência e têm mais sensibilidade a alimentos ácidos, como frutas cítricas e molhos como ketchup e vinagre.
De qualquer modo, as aftas podem ser originadas por diversos outros fatores, o que pede uma investigação clínica mais aprofundada para um diagnóstico preciso.
2. Suor noturno
Quando o organismo começa a detectar uma concentração de toxinas além do normal, ele faz uso de alguns mecanismos para liberá-las.
Um deles é o suor noturno, que consiste na secreção de grandes quantidades de líquido pelo corpo durante a noite, a ponto de formar poças.
No entanto, como todos os sintomas da fase aguda de infecção por HIV, esse pode ser um sinal de outras doenças ou de processos naturais, como a menopausa.
Seja como for, o suor noturno também pode indicar outras enfermidades graves, como câncer, mononucleose e até leucemia.
Por isso, é importante procurar ajuda médica imediatamente após as suas primeiras manifestações.
3. Meningite
O HIV se espalha pelo corpo não só pelos linfócitos, como pelo sistema nervoso central (SNC).
Por meio dele, o vírus pode levar a pessoa doente a contrair meningite viral, um processo inflamatório em que a membrana que protege o cérebro incha.
Quando isso acontece, o indivíduo sente febre, náusea e vômitos, letargia e irritabilidade.
Há, ainda, a possibilidade de contrair em fases mais avançadas a chamada meningite criptocócica, geralmente associada ao contágio por HIV.
Ela é causada pelo fungo cryptococcus, que age principalmente quando as defesas do organismo estão baixas, tal como diversas outras doenças oportunistas ligadas à AIDS.
4. Inchaço nos gânglios
Talvez um dos poucos sinais que não deixam muitas dúvidas sobre a infecção por HIV seja o inchaço dos gânglios linfáticos.
Eles estão localizados nas axilas, no pescoço e na virilha e sua função é fabricar células para combater infecções.
Com o “ataque” por HIV, esses gânglios passam a trabalhar bem mais, o que leva ao aumento de tamanho na tentativa de dar conta da produção de anticorpos.
Estima-se que pelo menos uma em cada três pessoas com HIV apresente esse sintoma específico.
5. Cansaço e diarreia
A luta do organismo contra o HIV tem um preço bastante alto.
Com a máxima exigência do sistema imunológico, o corpo começa a queimar todas as suas reservas de energia, levando ao esgotamento rapidamente.
Pessoas portadoras do vírus da AIDS podem se sentir cansadas com extrema facilidade e tarefas antes realizadas sem esforço passam a causar fadiga extrema.
O sistema gástrico também responde a esse esforço, já que, com a quantidade elevada de vírus no sangue, ele deixa de funcionar corretamente, levando não só aos vômitos como à diarreia.
6. Manchas na pele
Um sintoma que também é bem característico em pacientes na fase aguda da infecção por HIV é o rash, que consiste no surgimento de manchas vermelhas na pele.
Elas podem aparecer cerca de dois a três dias após o início da febre, permanecendo entre cinco e oito dias.
Trata-se de lesões arredondadas, como picadas de mosquito, de cerca de 1cm e com coloração avermelhada.
Elas se distribuem por todo o corpo, concentrando-se mais no pescoço, no tórax e no rosto, mas, em alguns casos, podem aparecer nas palmas das mãos e nas solas dos pés.
Canabidiol HIV: os sintomas da doença na terceira fase
Depois da segunda etapa assintomática, o vírus HIV começa a causar estragos mais severos ao sistema imunológico.
Assim, ele abre caminho para uma série de sintomas surgirem, bem como outros vírus, infecções e neoplasias oportunistas.
Essa é a terceira fase da evolução do HIV no organismo, mais conhecida como sintomática inicial.
Ela se caracteriza quando os linfócitos T CD4 ficam abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue.
Em pessoas saudáveis, essa concentração fica entre 800 e 1.200 unidades.
Confira, a seguir, quais são os sintomas que vêm como consequência dessa quebra do sistema imunológico e como eles se manifestam.
Tosse que não passa
Como a febre, a tosse é um dos muitos indícios inespecíficos do HIV, portanto, ela precisa ser observada criteriosamente junto aos outros sinais da doença.
No caso do vírus da AIDS, deve-se ter atenção à forma como a tosse se apresenta, bem como às características da secreção que ela gera e ao tempo de duração.
Em portadores de HIV, ela em geral é persistente, seca e acompanhada de sensação de garganta arranhada, além de inflamação na traqueia.
Doenças oportunistas
Uma vez que o vírus HIV se consolide na terceira fase, diversas doenças oportunistas passam a acometer a pessoa infectada.
Nessa etapa, a carga viral é bastante elevada, enquanto os níveis de linfócitos T CD4 ficam abaixo da contagem mínima.
Cabe ressaltar que a AIDS, em si, não mata, mas sim as enfermidades que o indivíduo desenvolve em virtude do colapso do sistema imunológico.
Conheça, a seguir, algumas das doenças mais recorrentes em portadores de HIV em estágio avançado e como elas se manifestam.
Sarcoma de Kaposi
O sarcoma de Kaposi é um tipo de câncer raro e que costuma se desenvolver em pessoas com AIDS.
O aumento no número de ocorrências dessa neoplasia na década de 80 foi o que fez com que a comunidade médica avançasse na descoberta do então novo vírus HIV.
Ele se caracteriza por nódulos roxos ou amarronzados na pele, que fica quase totalmente coberta pelo tecido canceroso.
Embora seja uma neoplasia, ela é causada por um vírus, o HHV 8, que, em pessoas saudáveis, seria facilmente detido pelo sistema imunológico.
Encefalopatia do HIV
Como você agora sabe, a AIDS se propaga não só pelos linfócitos, mas também pelo sistema nervoso central.
É pelo SNC que o vírus ataca o cérebro, causando perda de funções e a chamada encefalopatia do HIV.
Em pessoas mais jovens, esse problema pode evoluir de forma dramática, levando ao quadro de demência.
Nesse caso, os primeiros sintomas são lentidão no raciocínio, apatia, dificuldade em se concentrar ou psicose.
Eles são progressivos, ou seja, se a infecção não for tratada, evoluem até que a pessoa perca totalmente a capacidade cognitiva e as funções motoras.
Candidíase de esôfago
Além dos vírus e das neoplasias oportunistas, algumas infecções por fungos também encontram espaço para proliferarem em indivíduos com HIV.
Uma delas é a candidíase do esôfago, um sintoma bastante característico da AIDS.
Trata-se de uma doença mucocutânea comum em pacientes infectados pelo HIV e que se espalha pela corrente sanguínea, o que não é comum em pessoas sem o vírus.
Ela se apresenta como manchas esbranquiçadas por toda a extensão do esôfago, podendo comprometer também as amígdalas.
Outras doenças oportunistas
A lista de doenças que encontram espaço para atacar quando uma pessoa contrai HIV é relativamente extensa.
As mais conhecidas são:
- Sepse pela bactéria salmonella
- Síndrome consumptiva do HIV
- Toxoplasmose cerebral
- Candidíase pulmonar ou traqueal
- Coccidioidomicose disseminada
- Câncer de colo uterino invasivo
- Criptococose extrapulmonar
- Citomegalovírus
- Criptosporidiose intestinal
- Histoplasmose disseminada
- Herpes simples crônica
- Isosporíase intestinal crônica
- Linfoma do sistema nervoso central
- Linfoma de Burkitt
- Tuberculose disseminada
- Pneumonia pelo fungo Pneumocystis carinii
- Pneumonia recorrente
- Leucoencefalopatia multifocal recorrente.
O que acontece se não tratar o HIV?
Embora os tratamentos com antirretrovirais praticamente tenham eliminado a ocorrência de grande parte das doenças oportunistas que acompanham a terceira fase da AIDS, ela ainda é uma condição incurável.
Afinal, os casos de pessoas que tiveram o vírus HIV completamente eliminado são muito raros.
Portanto, para a maioria, ele é fatal quando deixa de ser tratado.
O que fazer quando se descobre que é soropositivo?
O HIV pode ser um retrovírus letal, mas, hoje, ele já não é mais uma sentença de morte.
Com tratamento e acompanhamento profissional, pessoas soropositivas podem levar uma vida totalmente normal e praticar todas as atividades de alguém sem o vírus.
Por isso, uma vez diagnosticado com HIV, o melhor a se fazer é seguir à risca o que o médico prescreve, ter uma atitude positiva e se informar a respeito da doença.
Como diagnosticar HIV?
A infecção por HIV, via de regra, está associada ao chamado comportamento de risco.
Isso significa que pessoas que compartilham seringas ou fazem sexo sem preservativos são as mais expostas e têm chances muito mais altas de contrair a doença, que passa por fluidos genitais, sangue ou leite materno contaminado.
Por isso, se você for exposto a um desses fatores, não deixe de buscar apoio médico.
No SUS, é oferecido sem custos um coquetel de medicamentos que, se tomado até 48 horas após a situação de risco, pode impedir o vírus de se instalar.
Antes disso, é feito um teste anti-HIV para detectar a sua presença, cujo resultado sai em menos de 30 minutos.
Qual é o exame mais indicado para descobrir se uma pessoa é soropositiva?
Os exames para detecção do HIV têm como objetivo identificar a presença de:
- Anticorpos anti-HIV
- Ácido ribonucleico (RNA) ou ácido desoxirribonucleico (DNA) proviral
- Proteína p24.
No entanto, na chamada janela clínica, o vírus pode não ser detectado, porque a pessoa ainda não passou pela soroconversão, ou seja, o HIV não se alojou nos seus linfócitos.
Tratamentos disponíveis para HIV
A AIDS tem o seu avanço impedido pela administração de um coquetel de medicamentos antirretrovirais.
No Brasil, esses fármacos são distribuídos gratuitamente pelo SUS, que disponibiliza um total de 21 remédios.
Contudo, em alguns casos, a doença pode ser resistente a certos medicamentos ou, para alguns sintomas, o tratamento pode não trazer respostas satisfatórias.
Canabidiol HIV: benefícios do tratamento de HIV com CBD
O vírus da AIDS atua de forma “sofisticada”, se comparado com outros tipos de retrovírus.
Isso pode dificultar a prescrição de uma medicação eficaz, especialmente em casos mais complexos em que o doente apresenta desordens neurocerebrais.
Nesse aspecto, a Cannabis medicinal pode ser uma poderosa aliada, já que ela age via sistema endocanabinoide, reduzindo os danos ao cérebro causados pelo HIV.
Canabidiol HIV: estudos científicos sobre a eficácia
A ciência tem avançado bastante no sentido de descobrir novas aplicações para o canabidiol (CBD) em tratamentos contra o vírus HIV.
Alguns dos estudos que merecem ser destacados são:
- Oral cannabinoids in people living with HIV on effective antiretroviral therapy
- Cannabis Use in HIV for Pain and Other Medical Symptoms
- Effect of Cannabis and Endocannabinoids on HIV Neuropathic Pain
- Targeting Cannabinoid Receptor 2 on Peripheral Leukocytes to Attenuate Inflammatory Mechanisms Implicated in HIV-Associated Neurocognitive Disorder.
Como conseguir tratamento com canabidiol para HIV?
O tratamento para HIV com canabidiol dependerá do respaldo médico.
Portanto, o primeiro passo para ter acesso aos medicamentos à base de CBD é encontrar um especialista que possa prescrevê-lo.
Se você não sabe como fazer isso, acompanhe a dica a seguir.
Canabidiol HIV: onde encontrar médicos que receitam CBD?
Considerando que o mercado de Cannabis medicinal é restrito no Brasil, o portal Cannabis & Saúde disponibiliza online uma lista com os principais médicos que indicam o CBD.
Encontre o profissional prescritor de canabidiol mais perto de você dentro da especialidade desejada e marque a sua consulta com rapidez e comodidade.
Conclusão
O canabidiol para HIV é uma alternativa promissora no tratamento de uma doença que ainda desafia a comunidade médica e científica.
Isso porque o vírus nem sempre se comporta da mesma maneira de uma pessoa para outra, o que demanda soluções mais específicas em alguns casos.Para se manter bem informado, continue acompanhando as publicações do portal Cannabis & Saúde e receba as últimas notícias sobre maconha medicinal