O canabidiol (CBD) é um composto bioativo predominante na Cannabis sativa, assim como o THC, mas mais popular no contexto clínico que seu “irmão canabinoide” por causar menos efeitos adversos.
Devido ao alto perfil de segurança que possui, o CBD é o composto principal do primeiro medicamento com Cannabis aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) e pela Anvisa como tratamento para formas graves de epilepsia.
Além da epilepsia, o composto possui potencial como farmacoterapia para muitas outras condições, oferecendo novos mecanismos de ação para atender a necessidades clínicas ainda não satisfeitas.
No entanto, como a maioria dos medicamentos, o CBD também pode causar alguns efeitos negativos, os quais você conhecerá neste artigo!
Prossiga com a leitura e aprenda sobre:
- Canabidiol e efeitos negativos: O CBD pode fazer mal para saúde?
- O que os estudos mais recentes revelam sobre os efeitos adversos do canabidiol?
- Como a falta de informação contribui para a percepção negativa do canabidiol?
- Quais são os benefícios mais conhecidos do canabidiol como tratamento?
- Como o uso responsável do canabidiol pode minimizar quaisquer possíveis efeitos?
- O que é importante considerar ao avaliar relatos de efeitos negativos do canabidiol?
- Canabidiol efeitos negativos: Mitos mais comuns sobre o CBD
- Como começar um tratamento seguro com a Cannabis medicinal?
Canabidiol e efeitos negativos: O CBD pode fazer mal para saúde?
A investigação farmacológica sobre o CBD começou na década de 1970 e se intensificou recentemente com muitas descobertas sobre o sistema endocanabinoide.
É nesse sistema que o canabidiol exerce seus efeitos positivos, e também através dele que os efeitos negativos podem surgir.
O canabidiol por si só, quando utilizado de maneira correta, não causa efeitos negativos relevantes, a menos que você seja alérgico ou muito sensível ao composto.
Os efeitos negativos relatados por um número muito limitado de pacientes são resultados de interações medicamentosas ou uso inadequado do composto.
E é justamente graças a essa segurança que o uso do CBD está se expandindo globalmente para tratar doenças que ainda carecem de tratamentos plenamente efetivos e sem efeitos negativos.
A maioria dos estudos que avaliaram o CBD focou no tratamento de epilepsia e transtornos psicóticos, com os efeitos negativos mais comuns sendo cansaço, diarreia e alterações no apetite/peso.
Comparado com outros medicamentos usados para tratar essas mesmas condições, o CBD apresenta uma menor incidência de efeitos negativos, o que pode melhorar a adesão dos pacientes ao tratamento.
O que os estudos mais recentes revelam sobre os efeitos adversos do canabidiol?
Uma revisão abrangente de 132 estudos realizada em 2011 descreve o perfil de segurança do CBD, mencionando diversas propriedades.
De acordo com os pesquisadores envolvidos, o canabidiol não induz catalepsia e não altera parâmetros fisiológicos como frequência cardíaca, pressão arterial e temperatura corporal.
Além disso, as funções psicológicas e psicomotoras não são afetadas negativamente pelo uso do canabidiol.
O uso crônico e altas doses de até 1.500 mg por dia demonstraram repetidamente ser bem tolerados por humanos.
No entanto, alguns efeitos negativos do canabidiol foram relatados, principalmente em estudos in vitro ou com animais.
Eles incluem sedação e inibição do metabolismo hepático de medicamentos.
Em outro ensaio clínico randomizado e duplo-cego, comparando CBD e amisulprida (42 pacientes, recebendo 200 mg/dia de CBD ou amisulprida, aumentando para 800 mg/dia durante 28 dias), ambos os tratamentos demonstraram ser seguros e associados à melhora clínica.
No entanto, houve significativamente menos efeitos negativos com o uso de canabidiol do que com amisulprida, incluindo menos reações distônicas e tremores.
Pesquisadores de um estudo de 2017 também encontraram uma baixa incidência (≥4%) de efeitos adversos leves, como dor de cabeça, com uma frequência semelhante ao placebo em pacientes esquizofrênicos.
Como a falta de informação contribui para a percepção negativa do canabidiol?
Muitas pessoas não estão cientes dos benefícios do canabidiol, tampouco de seus possíveis efeitos adversos.
Embora haja evidências de que o CBD possa ser eficaz no tratamento de condições refratárias, a falta de divulgação impede que essas informações alcancem o público em geral.
Isso pode levar a uma visão negativa do CBD, especialmente quando as pessoas não têm acesso a dados confiáveis e já tem uma visão negativa enraizada a respeito da Cannabis.
O canabidiol é um dos mais de 500 compostos encontrados na planta de Cannabis.
Ainda assim, muitos ainda não sabem diferenciar a Cannabis do crime organizado, ou mesmo os efeitos produzidos por seus diferentes canabinoides.
É por isso que ainda existe uma grande confusão e estigma associado ao uso da planta no ambiente clínico.
Quando se fala em Cannabis, as pessoas tendem a associá-la a efeitos negativos e à ilegalidade.
Mas a verdade é que a Cannabis é uma ferramenta medicinal poderosa utilizada por muitos profissionais de saúde para melhorar a qualidade de vida de seus pacientes.
A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece sua utilidade clínica e baixo risco em comparação aos medicamentos convencionais, embora muitas vezes não os substituam.
Apesar disso, o canabidiol está se tornando cada vez mais presente no cenário da saúde humana e animal.
Então, é esperado que estas percepções negativas se dissipem conforme a informação verídica sobre os efeitos do canabidiol seja compartilhada.
Quais são os benefícios mais conhecidos do canabidiol como tratamento?
O maior sucesso do tratamento com CBD é a redução das convulsões em crianças com epilepsia refratária.
Em 1980, um estudo pioneiro realizado pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade Hebraica de Jerusalém encontrou benefícios do canabidiol no tratamento da epilepsia.
Neste ensaio clínico controlado por placebo, o CBD reduziu as convulsões em pacientes com síndrome de Lennox-Gastaut, que também recebiam clobazam, valproato, lamotrigina ou rufinamida.
Efeitos negativos do canabidiol ocorreram em 23% dos 86 pacientes no grupo CBD, sendo o mais frequente a apneia do sono.
Em dezembro de 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamentou a fabricação de produtos à base de Cannabis para o tratamento de diversas doenças graves, não apenas da epilepsia.
Em nível mundial, países como Reino Unido, Líbano e Coreia do Sul já haviam regulamentado o uso da Cannabis como matéria-prima para a produção de diferentes tipos de medicamentos.
Desde então, a segurança e efetividade do CBD a longo prazo foram avaliadas, e hoje o canabidiol tem espaço no tratamento de centenas de condições, como:
- Alzheimer
- Parkinson
- Esclerose Múltipla
- Estresse
- Dor e inflamação
- Sintomas de abstinência: fumantes e uso de drogas
- Epilepsia
- Esquizofrenia e transtornos psicóticos
- Câncer
- Autismo
- Transtornos de Ansiedade
- Ataques de pânico
- Depressão
- Diabetes
- Doença de Crohn
- Colite ulcerativa
- Doenças da pele
- Fibromialgia
No entanto, os benefícios do uso medicinal do canabidiol vão além do tratamento de doenças e da melhora de sintomas graves em pacientes.
Entre os ganhos adicionais estão:
- Maior autonomia para realizar atividades do dia a dia;
- Melhora no sono e combate à insônia;
- Melhora na qualidade de vida;
- Aumento da percepção de felicidade, inclusive entre idosos.
Como o uso responsável do canabidiol pode minimizar quaisquer possíveis efeitos?
A chave para minimizar os efeitos negativos do canabidiol está em seguir o acompanhamento médico e também reside na conscientização do usuário.
Por exemplo, é muito importante que os usuários entendam que devem seguir a dosagem correta.
Diferentes condições de saúde e estados fisiológicos exigem doses específicas, e a automedicação ou a crença de que “mais é melhor” leva a efeitos negativos do canabidiol.
Por isso, o acompanhamento por profissionais de saúde qualificados permite ajustes precisos e monitoramento contínuo, garantindo que o CBD funcione de maneira ideal, sem o risco de efeitos negativos.
Outro fator importante é a qualidade e a origem do produto de CBD utilizado.
Produtos contaminados com pesticidas, metais pesados ou outros compostos indesejados levam a efeitos negativos.
Em contrapartida, optar por produtos de fabricantes respeitáveis que forneçam certificados de análise (COAs) de laboratórios independentes garante que o consumidor esteja ingerindo o produto conforme descrito.
A educação contínua dos usuários sobre o CBD e suas interações com outros medicamentos também é uma estratégia para minimizar os efeitos negativos.
Como o composto pode influenciar a metabolização de outros medicamentos ao interagir com enzimas hepáticas, pessoas que tomam remédios que utilizam essa via metabólica precisam ser cautelosas.
Por fim, para eliminar o risco de efeitos negativos, o usuário deve integrar o uso do canabidiol a um estilo de vida saudável a fim de potencializar seus benefícios e minimizar quaisquer efeitos adversos.
O uso do canabidiol deve ser visto como parte de um conjunto de práticas saudáveis para que seja plenamente efetivo.
O que é importante considerar ao avaliar relatos de efeitos negativos do canabidiol?
Existem muitos fatores que influenciam na ocorrência dos efeitos negativos do canabidiol. Por isso, quando os efeitos negativos são relatados, você deve se atentar a eles.
Antes de mais nada, cabe ressaltar que não existem relatos documentados de efeitos negativos do canabidiol que sejam graves, seja a curto ou longo prazo.
Também não há casos de mortes registradas devido ao uso do composto.
A maioria dos efeitos negativos do canabidiol são de ocorrência leve ou passageira, exceto em casos onde o usuário é alérgico ao composto em si.
Quando olhamos para histórias de quem teve experiências negativas com o canabidiol (CBD), é importante não esquecer de considerar várias facetas que fazem parte do jogo do risco e benefício desse composto.
Portanto, é bom ver quão sérios e frequentes são esses efeitos negativos.
Vários estudos e revisões sérias têm mostrado que, no geral, o CBD é mais favorável em termos de segurança do que muitos remédios convencionais que os pacientes utilizam para problemas parecidos.
Os efeitos negativos mais comuns do CBD são cansaço e mudanças no apetite ou no peso, mas na maioria das vezes, são leves e só duram algumas horas ou dias.
Em contrapartida, muitos dos remédios receitados para ansiedade, dor crônica ou epilepsia, por exemplo, costumam ter efeitos colaterais pesados como dependência, problema no fígado e outras complicações.
Outra coisa para se atentar é de onde vem esses relatos. Histórias contadas casualmente ou estudos com poucos participantes não dão uma visão completa dos efeitos negativos do canabidiol.
O ideal é confiar mais em pesquisas clínicas sérias, como as que foram mencionadas anteriormente, que passaram pela revisão de especialistas e tiveram uma análise mais detalhada e controlada dos efeitos desse composto.
Também devemos levar em conta a dosagem e a pureza do produto utilizado pela pessoa.
Às vezes, os efeitos negativos são mais relacionados a doses erradas ou à presença de componentes ruins em produtos de CBD que não são regulamentados.
E por último, mas não menos importante, fique de olho na interação do CBD com outros remédios.
Se a pessoa utilizou o canabidiol em conjunto com outros remédios, é esperado que eles funcionem menos do que deveriam.
Por isso, é sempre bom ter um profissional de saúde acompanhando o uso de CBD, especialmente se a pessoa já está tomando outros medicamentos.
Canabidiol efeitos negativos: Mitos mais comuns sobre o CBD
Embora muitos considerem o canabidiol como uma alternativa segura aos medicamentos convencionais, uma série de equívocos têm contribuído para a perpetuação de mitos sobre seus efeitos negativos.
Desde associações errôneas com a Cannabis recreativa, até preocupações infundadas sobre dependência e psicoatividade, os mitos envolvendo o CBD limitam a aceitação geral dessa substância.
A falta de regulamentação também tem sua parcela de culpa, tornando imprescindível separar os fatos da ficção quando se trata dos potenciais efeitos negativos do CBD.
Veja alguns mitos que você deve deixar de acreditar hoje:
1. O CBD é viciante
O mito de que o CBD é viciante é fundamentalmente falso. Pelo contrário, o canabidiol não causa dependência física nem leva à síndrome de abstinência.
Estudos científicos extensivos não encontraram evidências de que o CBD tenha potencial de abuso.
Na verdade, muitos usuários relatam usar o CBD como uma ferramenta para ajudar na desintoxicação de substâncias viciantes, como opioides e cigarros.
O CBD interage com o sistema endocanabinoide de uma maneira que não afeta os sistemas de recompensa do cérebro.
Portanto, afirmar que o canabidiol é viciante é equivocado e não reflete a compreensão científica atual sobre essa substância.
2. O CBD causa intoxicação ou overdose
O canabidiol não tem propriedades psicoativas e não produz os efeitos típicos de intoxicação associados à Cannabis rica em THC.
Não há relatos de overdoses fatais causadas exclusivamente pelo CBD, mesmo em doses extremamente altas.
A OMS alega que o canabidiol é bem tolerado em doses moderadas e não tem impacto direto no sistema respiratório ou cardiovascular, o que reduz o risco de complicações graves.
Estudos clínicos e relatórios de toxicologia confirmam a segurança do CBD quando usado conforme as recomendações.
No entanto, ainda é preciso ter cuidado com as interações com outros medicamentos.
3. O CBD é perigoso para o fígado
Não existem evidências científicas de que o canabidiol é perigoso para o fígado.
A maioria dos estudos que relataram efeitos adversos ao fígado envolveram o uso de doses muito altas de CBD e em animais com problemas hepáticos prévios ou em condições não representativas da prática clínica.
Em estudos com humanos, os danos hepáticos relacionados ao CBD são extremamente raros e estão associados ao uso de produtos de baixa qualidade contaminados com substâncias tóxicas, como metais pesados.
Quando usado com responsabilidade e adquirido de fontes confiáveis, o composto é incapaz de danificar o fígado.
No entanto, como acontece com qualquer substância, a moderação e a supervisão médica ajudam a minimizar os riscos potenciais, especialmente em pacientes com condições hepáticas existentes.
Como começar um tratamento seguro com a Cannabis medicinal?
Iniciar um tratamento seguro com Cannabis medicinal requer atenção, conhecimento e acompanhamento médico especializado.
Como o uso terapêutico da Cannabis está cada vez mais em evidência, é muito importante que os pacientes possam contar com profissionais capacitados para guiá-los adequadamente.
O serviço de agendamento do portal Cannabis & Saúde visa facilitar muito esse processo.
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Ao escolher um profissional qualificado em nossa plataforma de agendamento, você poderá discutir os benefícios e riscos do tratamento com Cannabis e, se apropriado, receber uma prescrição personalizada.
O médico escolhido vai te orientar sobre a dosagem adequada, as diferentes formas de administração da Cannabis e acompanhar de perto os efeitos do tratamento ao longo do tempo.
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Conclusão
A grande aceitação e uso do canabidiol em diversas condições médicas destacam seus benefícios terapêuticos e baixo risco de efeitos negativos.
No entanto, apesar de os riscos associados ao CBD serem considerados baixos, ainda é preciso que os consumidores estejam informados sobre suas propriedades e efeitos negativos, bem como sobre possíveis interações com outros medicamentos.
Para aqueles interessados em explorar mais sobre os benefícios do CBD e desmistificar crenças erradas sobre o composto, não deixe de ler os artigos publicados aqui no portal Cannabis & Saúde.
Ajude a disseminar mais informações verídicas a respeito do potencial terapêutico do CBD e permitir que outras pessoas tomem decisões informadas sobre seu uso.