A saúde bucal desempenha um papel fundamental na qualidade de vida, e o biofilme dental é um elemento crucial nesse contexto. Por isso, neste texto abordaremos as características do biofilme dental, sua formação em diferentes estágios e as estratégias eficazes de tratamento e prevenção.
Compreender a formação dessa placa bacteriana nos dentes é essencial para manter um sorriso saudável e prevenir uma série de problemas bucais.
Por aqui, você vai encontrar:
- O que é biofilme dental?;
- Como se forma o biofilme dental?;
- Como verificar se o paciente tem biofilme?;
- Quais são os riscos associados ao biofilme dental?;
- Formas de tratar o biofilme dental no consultório odontológico;
- Odontologia Canabinoide: como a Cannabis pode ser usada nos tratamentos odontológicos?;
- Como os pacientes podem evitar o biofilme dental?.
Confira!
O que é biofilme dental?
O biofilme dental é uma película incolor e pegajosa que se acumula ao redor dos dentes, especialmente nas áreas mais difíceis de se escovar. Ele é formado por bactérias e restos de alimentos e pode aparecer em pessoas de todas as idades.
Também conhecido como placa bacteriana, o biofilme dental se forma quando a higiene bucal não é bem realizada e, quando não é removido, pode endurecer formando o tártaro.
Quais as características do biofilme?
Como comentamos anteriormente, o biofilme dental é causado pelo acúmulo de bactérias e restos de alimento que aderem à superfície dental. Uma característica marcante dessa placa é a textura pegajosa, que dá a sensação de dentes sujos.
Além disso, quando a pessoa apresenta esse problema, ela tende a apresentar gengivas inchadas, com sensibilidade, vermelhidão e sangramento.
O biofilme dental também pode ser responsável pelo surgimento de cáries, doença periodontal, mau hálito e, se não for tratado, pode calcificar e se tornar tártaro.
Como se forma o biofilme dental?
Em primeiro lugar precisamos dizer que as bactérias que formam o biofilme dental já se encontram, naturalmente, na cavidade bucal. No entanto, o biofilme começa a se formar quando há um aumento dessas bactérias e, então, elas começam a se interligar, formando microcolônias.
Dessa forma, essas bactérias atuam cooperando umas com as outras para se ligarem à superfície dos dentes e formar uma placa.Veja a seguir quais são os estágios da formação do biofilme nos dentes.
Quais os estágios do biofilme nos dentes?
Os microrganismos se movem de forma livre pela nossa cavidade bucal, onde eles formam colônias de forma natural. No entanto, quando a higiene bucal não é bem realizada, a tendência é que essas bactérias se multipliquem, formando placas que aderem aos dentes e podem causar diversos problemas para a saúde bucal.
Os estágios do biofilme nos dentes são:
- Adesão: os microrganismos atingem a superfície dos dentes e se fixam a ela de forma que a película cubra todas as estruturas orais, protegendo e hidratando os tecidos;
- Colonização: os microrganismos se organizam em colônias, de acordo com sua espécie e começam a formar o biofilme com substâncias produzidos por eles próprios;
- Crescimento: a quantidade e as espécies de microrganismos aumenta e eles formam colônias, se organizando para que haja passagem de água e nutrientes;
- Dispersão: nesta etapa a estrutura já está bem estabelecida e, então, se desprende e começa a aderir a outras superfícies.
À medida que as colônias bacterianas se desenvolvem, elas secretam uma matriz extracelular composta principalmente de polissacarídeos. Essa matriz pegajosa ajuda a manter as bactérias unidas e aderidas à superfície dental.
Com o tempo, o biofilme dental se torna mais complexo e espesso, à medida que mais bactérias aderem a ele e a matriz extracelular se desenvolve. Diversas espécies bacterianas podem coexistir no biofilme.
Se o biofilme não for controlado por meio da higiene bucal adequada, as bactérias metabolizam os açúcares da dieta, produzindo ácidos que podem erodir o esmalte dental e causar cáries dentárias. Além disso, o biofilme não removido pode calcificar e se transformar em tártaro, que, então, só poderá ser removido por um profissional de saúde bucal.
Como verificar se o paciente tem biofilme?
Para verificar se o paciente tem biofilme, o profissional pode examinar a superfície dentária em busca de sinais visíveis do biofilme, como uma película ou manchas esbranquiçadas, amareladas ou, até mesmo, avermelhadas.
O dentista também pode utilizar uma sonda exploradora em busca desses sinais. Ela ajuda a verificar a presença de áreas ásperas ou irregulares. Outra forma de avaliar é com o uso do corante revelador, que é aplicado nos dentes para destacar áreas onde o biofilme está presente.
É importante observar que o biofilme dental pode estar presente mesmo que não seja visível a olho nu. Portanto, a avaliação profissional é fundamental para determinar sua presença e extensão.
Quais são os riscos associados ao biofilme dental?
Como comentamos ao longo do texto, o biofilme dental, quando não tratado adequadamente, pode trazer diversos riscos à saúde bucal do paciente. Um dos principais riscos associados a ele são as cáries, já que as bactérias presentes no biofilme podem produzir ácidos que corroem o esmalte dos dentes.
Outro problema frequente é a doença periodontal, já que o acúmulo de placa pode ocasionar o desenvolvimento da gengivite que, se não for tratada, pode evoluir para a periodontite e, até mesmo, chegar à perda dos dentes.
O tártaro também é uma consequência do biofilme não tratado. Neste caso, a placa bacteriana se calcifica e, então, só pode ser removida por um profissional de odontologia. Por fim, o biofilme dental pode causar também mau hálito e descoloração dos dentes.
Formas de tratar o biofilme dental no consultório odontológico
O tratamento do biofilme dental no consultório odontológico envolve uma série de procedimentos destinados a remover efetivamente essa placa e prevenir possíveis problemas bucais relacionados a ela.
O procedimento mais comumente realizado é a limpeza profissional dos dentes, no qual o dentista usa instrumentos para remover o biofilme e o tártaro da superfície dentária, especialmente em áreas de difícil acesso.
Após essa remoção, o profissional pode realizar o polimento dos dentes, buscando suavizar a superfície e remover manchas. Isso também ajuda a tornar mais difícil uma nova fixação do biofilme.
Se o biofilme já tiver evoluído para doença periodontal ou outros problemas graves, também é recomendado que se faça um tratamento antimicrobiano para controle das bactérias.
No entanto, para que não haja necessidade de tantos procedimentos, o recomendado é que se faça a higiene bucal adequada diariamente, além de consultar-se regularmente com seu dentista para acompanhamento.
Odontologia Canabinoide: como a Cannabis pode ser usada nos tratamentos odontológicos?
Atualmente, a Cannabis vem ganhando cada vez mais espaço na área da saúde. Há cada vez mais comprovações científicas dos benefícios da erva contra uma série de doenças, e isso também inclui a área odontológica.
Profissionais de odontologia têm descoberto que a Cannabis pode ter efeitos positivos para seus pacientes, desde o controle de dores até tratamentos antimicrobianos.
O uso da Cannabis na Odontologia é legalizado?
O uso da Cannabis para fins medicinais foi regulamentado pela Anvisa no ano de 2015. Nesta data, foram estabelecidas as regras para importação de produtos canabinoides pelos pacientes. No entanto, essa regulamentação não incluía a Odontologia, o que trazia muitas dúvidas.
Em 2022, porém, a Anvisa atualizou sua plataforma de importação de produtos com Cannabis, agora incluindo a Odontologia. Isso significa que, a partir de então, os pacientes podem importar medicamentos com Cannabis com a prescrição direta do dentista, ou seja, as receitas fornecidas por profissionais da Odontologia passaram a ser aceitas na plataforma da agência.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis nos tratamentos odontológicos?
Um dos benefícios mais conhecidos da Cannabis é sua ação analgésica, promovida pela interação dos canabinoides com os receptores CB1 e CB2. Essa propriedade é aplicada em diversas áreas da Medicina, inclusive na Odontologia.
Uma outra característica muito importante para a área odontológica é a ação anti-microorganismos dos canabinoides, o que pode ser muito eficaz, inclusive, para o tratamento do biofilme dental e suas consequências. Há, inclusive, um estudo que mostra que enxaguantes bucais infundidos com canabinoides podem ser mais eficazes que os comuns.
Por fim, a Cannabis também apresenta benefícios contra a ansiedade, o estresse e a depressão, que podem ser causadores de problemas que atingem os dentes, como o bruxismo. Nesse aspecto, medicamentos canabinoides podem agir como aliados no tratamento dos pacientes.
Como ser um dentista prescritor de Cannabis medicinal nos tratamentos odontológicos?
Para se tornar um dentista prescritor de Cannabis medicinal, é preciso seguir algumas recomendações importantes. O primeiro passo é claro, é estar cadastrado no Conselho Regional de Odontologia (CRO). É muito recomendável que o profissional busque se capacitar em medicina canabinoide para obter o conhecimento necessário para entender como os princípios ativos da planta se aplicam aos seus pacientes.
Dessa maneira, o dentista estará preparado para fornecer a prescrição especial para que as pessoas atendidas por ele possam dar entrada com o pedido de compra ou importação na Anvisa.
Se você quer saber tudo sobre a odontologia canabinoide, baixe nosso e-book “Cannabis na Odontologia” e entenda os benefícios do uso da planta nos tratamentos da área, além de conhecer melhor a regulamentação brasileira e ter acesso a entrevistas e matérias com especialistas.
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Como os pacientes podem evitar o biofilme dental?
Para evitar o biofilme dental, os pacientes podem adotar diversas medidas que devem ser aplicadas à sua rotina diária para promover a saúde bucal.
A primeira delas é a escovação regular e correta, que deve ser feita ao menos duas vezes ao dia, especialmente após as refeições, para retirar os restos de alimentos, e antes de dormir. Lembre-se de trocar sua escova a cada três ou quatro meses.
O uso do fio dental também é fundamental, pois ele é capaz de chegar a lugares que apenas a escovação não alcança, fazendo, portanto, uma limpeza mais completa e eficiente.
Manter hábitos saudáveis como uma boa alimentação, beber a quantidade recomendada de água e o não uso de tabaco, também pode ajudar.
Em resumo, seguir as práticas de higiene bucal e manter um estilo de vida saudável ajudará a prevenir o acúmulo de biofilme dental, reduzindo o risco de cáries, doença periodontal e outros problemas bucais. Além disso, lembramos que as consultas regulares ao dentista são cruciais para monitorar a saúde bucal e receber orientações personalizadas.
O uso de antissépticos bucais é eficaz na redução do biofilme dental?
O uso de antissépticos bucais pode ser eficaz na redução do biofilme dental, já que eles possuem ingredientes ativos como clorexidina, peróxido de hidrogênio, cloreto de cetilpiridínio e álcool, que têm a capacidade de matar ou inibir o crescimento de bactérias na boca.
No entanto, é muito importante reforçar que os antissépticos bucais não devem ser usados como substitutos da escovação e do uso do fio dental, mas sim como um complemento a essas práticas.
Outro ponto de atenção é que existem muitos tipos diferentes de antissépticos bucais no mercado, e a eficácia varia entre eles. Alguns são mais eficazes na redução das bactérias associadas ao biofilme dental do que outros. É importante escolher um produto, de preferência, recomendado pelo seu dentista.
Conclusão
O biofilme dental é uma realidade inevitável em nossa boca, mas que pode ser gerenciada de forma eficaz por meio de cuidados adequados com a higiene bucal e visitas regulares ao dentista.
Compreender as características e os estágios de formação do biofilme é o primeiro passo para tomar medidas preventivas e corretivas. Através da escovação regular, do uso do fio dental, da escolha adequada de antissépticos bucais e do acompanhamento profissional, é possível manter o biofilme sob controle, prevenir problemas bucais e desfrutar de um sorriso saudável e radiante.
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