Com a missão de deixar a rotina de seus pacientes mais saudável, a médica Beatriz Lorenzetti encontrou na Cannabis uma valiosa ferramenta
A polifarmácia sempre incomodou a nutróloga Beatriz Lorenzetti. Formada em 2012, ela sempre reservou pelo menos um dia da semana para atender junto ao sistema público de saúde e ficava insatisfeita com a quantidade de medicamentos que prescrevia para seus pacientes, sem grandes benefícios na melhora da qualidade de vida.
“Os pacientes voltavam toda semana para tomar injeção para dor e eu vi que não melhoravam. Essa dependência sempre me incomodou muito. Vinham só para renovar a receita, com muito remédio de uma vez e sempre aumentando”, conta Lorenzetti.
“Não era uma solução. Eu ficava desconfortável, pensando que não estava ajudando. Estou falhando.”
Diante a insatisfação, há cinco anos um colega apresentou o que poderia ser uma alternativa. “Ele me falou do canabidiol e, a princípio, fui meio resistente. Eu acho que todo mundo é assim: com alguma coisa nova, você tem uma resistência. Mas aí ele começou a mostrar.”
Especialização em Cannabis
Para tirar qualquer dúvida sobre se a Cannabis poderia ou não beneficiar seus pacientes, decidiu se dedicar aos estudos. “Comecei a fazer uns cursos online. A princípio não tinha muita coisa aqui. Tinha que ir atrás de material, principalmente dos Estados Unidos. Conversar com profissionais que prescrevem, assistir palestras, e percebi que é um movimento que só crescia.”
Em suas pesquisas, percebeu que entre seus familiares e amigos havia diversos casos com indicação de tratamento com Cannabis medicinal. “Todo mundo chegava tomando um monte de coisa pesada e eu sempre na luta para tentar diminuir essa dependência de medicamentos e melhorar a qualidade de vida”, afirma.
“Tinha primos novos que usavam muito indutor de sono. Os pais usavam e achavam que os filhos tinham que usar também. Que era esse o caminho”, continua. “Tios com fibromialgia, que faziam uso daquelas fórmulas gigantescas, com vários medicamentos. Eu também tenho mania de testar em mim, então eu usei para insônia e dor muscular da prática esportiva. Percebi que realmente tinha um outro caminho. Opções complementares aos tratamentos e que, além de ajudar, poderiam agregar outros benefícios. Foi uma descoberta bem legal.”
Cannabis no esporte
Praticante de Kitesurf, foi justamente na prática esportiva que encontrou a melhor forma de aliar a nutrologia com o uso da Cannabis medicinal. “Aqui em São Paulo não tem como praticar. Então faz viagens e fica praticando dez dias, então o pessoal fica bem dolorido. Ficam no anti-inflamatório, e fazem um uso como se fosse recreativo do medicamento. Acabam usando muito”, explica.
Comecei a usar com esse público e tenho um resultado muito legal com a Cannabis. Consegue diminuir bastante os medicamentos. A diferença é que a Cannabis não dá dependência. Sem o efeito colateral de sobrecarga do fígado e do rim. Principalmente anti-inflamatório. Se abusa por muito tempo, começa a apresentar sequelas.”
Nutróloga prescritora de Cannabis
Lorenzetti conta que desde o início da pandemia, cresceu o número de pacientes que chegam em seu consultório em busca do tratamento com Cannabis medicinal. “Cada vez mais eu tenho usado. Eu achei muito legal essa busca ativa das pessoas por se cuidarem. Estão buscando mais qualidade de vida e é bom poder apresentar alternativas. Opções para entregar o que elas buscam.”
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Para a nutróloga, a tendência é que a Cannabis seja utilizado para cada vez mais condições no futuro. “Ainda é tudo muito novo. As pesquisas estão em andamento, mas em algumas coisas a confirmação científica é muito limitada, como na parte de emagrecimento. Sabe que tem potencial, mas não consigo fazer uma indicação específica”, revela.
“Mas no sentido de melhorar o estilo de vida, que é uma das minhas abordagens, a Cannabis consegue agregar. O paciente que dorme melhor, é menos ansioso, sente menos dor, tem uma qualidade de vida melhor.”
Cannabis como aliada
Na nutrologia, a alimentação é parte fundamental, mas ela explica que seu trabalho vai além. “Como que a gente pode fazer de mudança para você ter mais saúde? Não é só alimentação. Tem vários pilares que contribuem para você chegar nesse resultado.”
“A Cannabis consegue agregar em alguns desses pilares. No controle do estresse, por exemplo. Se pega em quadros iniciais, pode substituir um medicamento. O fator anti-inflamatório também ajuda. A gente mora em São Paulo, e respira esse ar todo poluído, às vezes o paciente chega todo inflamado”, finaliza.
“Não é que a Cannabis sirva para tudo, mas tem algumas coisinhas que podem ser trabalhadas para que as pessoas possam se beneficiar para que as pessoas tenham mais saúde.”