Celebra-se hoje o Dia Mundial do Autismo. A data tem como objetivo aumentar a conscientização sobre a condição e promover a inclusão de pessoas com TEA na sociedade. Além disso, é o início das atividades do Abril Azul, o mês foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas, ONU, como uma forma de conscientizar as pessoas sobre o autismo.
O aumento no número de diagnósticos de TEA no mundo
De certa maneira parece haver um aumento na prevalência do autismo em todo o mundo nas últimas décadas. No entanto, parte desse aumento pode ser atribuído a uma melhor detecção e diagnóstico, bem como a uma maior conscientização sobre o transtorno.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, houve um aumento significativo na prevalência do autismo nas últimas décadas. Em 2000, os Estados Unidos registraram um caso de autismo a cada 150 crianças observadas. Em 2020 um caso do transtorno a cada 36 crianças. Esses números podem variar de país para país e também podem ser influenciados por fatores como mudanças nos critérios de diagnóstico, acesso a serviços de saúde e sensibilização da comunidade.
Porém, é notório que com uma maior conscientização o número de diagnósticos é crescente. Inclusive, de diagnósticos tardíos, ou seja, pessoas mais velhas que descobrem a condição. Como é o caso deste juiz de Santa Catarina que descobriu autismo aos 47 anos e participa de sessões com cordão de identificação.
TEA em adultos
“Geralmente adultos com TEA são pessoas que já tem alguns prejuízos na vida, muitas vezes têm muita dificuldade em socializar e interagir com outras pessoas. Algumas vezes têm dificuldades de uma conversa e cansam quando precisam interagir e muitas vezes já fizeram um tratamento psiquiátrico prévio. Tem alguma questão de prejuízo sim. Mas do ponto de vista cognitivo geralmente são pessoas que não tiveram dificuldade de aprendizado, ou se tiveram, algum nível de dificuldade foi muito leve, coisas que podem acontecer com pessoas neurotípicas também”, explica a médica Dra. Rachel Rodrigues Cavalcante, CRM 52853690.
O diagnóstico do TEA é baseado na observação dos sintomas e no histórico de desenvolvimento do indivíduo. É essencial que o diagnóstico seja realizado por profissionais de saúde qualificados, como psiquiatras ou neurologistas.
O tratamento e o apoio para pessoas com TEA podem incluir terapias comportamentais, intervenções educacionais especializadas, apoio psicológico e, em alguns casos, medicamentos para tratar sintomas específicos, como ansiedade ou hiperatividade.
Este ano, o evento das Nações Unidas, chamado “Passando da sobrevivência para a prosperidade: Indivíduos autistas partilham perspectivas regionais” irá, pela primeira vez, fornecer uma visão global do TEA a partir da perspectiva das próprias pessoas autistas.
O evento contará com uma lista de participantes autistas representando África, Ásia e Pacífico, Europa, América Latina, América do Norte e Oceânia.
Cannabis e TEA: entenda a relação da planta no tratamento do autismo
O potencial das moléculas encontradas na Cannabis, especialmente o Canabidiol (CBD) e THC, podem oferecer benefícios no tratamento de sintomas associados ao autismo. Alguns estudos e relatos de médicos e pacientes sugerem que o CBD pode ajudar a reduzir a ansiedade, agressão, hiperatividade e dificuldades de sono em pessoas com autismo.
Estudos recentes destacam a Cannabis medicinal como uma alternativa segura e eficaz no manejo terapêutico do Transtorno do Espectro Autista, conhecido como TEA. Os resultados com o Canabidiol, CBD, especificamente são animadores. Pois não existe um medicamento capaz de melhorar a qualidade de vida, habilidades sociais e desenvolvimento cognitivo dos pacientes autistas
“A Cannabis é muito especial no tratamento do autismo. Outro ponto muito interessante é que pessoas que estão dentro do espectro autista têm problemas de doenças auto-imunes, doenças inflamatórias, elas são muito mais seletivas e com intolerâncias alimentares. E muitas vezes, com o tratamento com Cannabis, a gente vê melhora dessas questões, o que traz um ganho ainda maior”, aponta Dra. Rachel.
Igualmente, segundo a Dra. Amanda Medeiros Dias, CRM 32447, o principal benefício do tratamento é o cognitivo.
“É a neurogênese, e a ativação do cérebro em áreas inativadas como área da fala, por exemplo. Também a área do sono, trazendo um sono reparador para o autista. E tem também a seletividade alimentar, que com óleos full spectrum tendem a melhorar. O comportamento ansioso também tende a diminuir. É uma junção de vários efeitos”, explicou a médica.
Efeitos colaterais da Cannabis são diminutos se comparados com remédios alopáticos tradicionais
“Independente da gente usar alguma medicação à base de Cannabis ou não, nós temos um sistema endocanabinoide. É um tratamento que realmente faz diferença na vida dos pacientes. E com a Cannabis é uma oportunidade de tratamento com diversos ganhos, e sem efeitos colaterais fortes”, avalia Dra. Rachel.
Neste sentido, sabe-se que o tratamento médico convencional para o TEA normalmente pode incluir o uso de vários medicamentos psicotrópicos, como antipsicóticos atípicos, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, estimulantes e ansiolíticos.
Estes medicamentos são direcionados para eliminar comportamentos inadequados, como agitação psicomotora, agressividade e sintomas obsessivo-compulsivos.
Portanto, diferentemente dos produtos à base de Cannabis que interagem no sistema endocanabinoide, esses medicamentos podem causar efeitos colaterais graves, como nefropatia, hepatopatia e síndromes metabólicas, entre outros.
Estudos científicos sobre Cannabis e TEA
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Melhorias na integração social
O CBD apresenta propriedades que facilitam a integração do indivíduo ao seu meio social, conforme indica o estudo Canabidiol como candidato sugerido para o tratamento do transtorno do espectro do autismo, publicado na revista Science Direct.
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Epilepsia em autistas
Sabe-se que o autismo também pode se apresentar como um sintoma em pessoas acometidas por epilepsia, aproximadamente 30% dos pacientes com autismo têm algum tipo de epilepsia. É o que sugere o estudo Traços autistas em modelos de epilepsia: por que, quando e como?. Nesse caso, o CBD pode apresentar dupla função, considerando que ele também é eficaz para evitar e controlar a epilepsia.
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Influência no sistema endocanabinoide
O CBD interage com o sistema endocanabinoide do corpo, que desempenha um papel crucial na regulação de vários processos fisiológicos, incluindo o humor, o sono e o apetite. Algumas pesquisas sugerem que distúrbios no sistema endocanabinoide podem estar relacionados a condições neuropsiquiátricas, como o autismo. É o que aponta a pesquisa Lower circulating endocannabinoid levels in children with autism spectrum disorder.
Nele, o grupo de pesquisadores envolvidos comprova que, em crianças autistas, os níveis de endocanabinoides são menores do que nas consideradas “neurotípicas”. Trata-se de uma importante contribuição, pois sugere que níveis baixos dessas substâncias endógenas têm relação direta com as alterações comportamentais causadas pelo TEA.
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O crescimento dos direitos de pessoas autistas
Aqui no Brasil, os direitos das pessoas com autismo são protegidos por legislações e políticas públicas. Alguns dos principais direitos e garantias incluem:
- Direito à Educação Inclusiva: A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) assegura o direito à educação inclusiva. Em um ano, 200 mil alunos com autismo foram matriculados em escolas comuns; mas a falta de apoio a professores ainda é obstáculo.
- Acesso à Saúde: O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento gratuito e integral para as pessoas com autismo, incluindo diagnóstico, tratamento, terapias e medicamentos.
- Direito à Atenção Especializada: A política de saúde mental brasileira prevê o atendimento especializado para pessoas com autismo por meio de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Centros de Referência em Saúde Mental (CERSAM) e outros serviços especializados.
- Acesso à Assistência Social: Pessoas com autismo podem ter direito a benefícios sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é um auxílio financeiro concedido a pessoas com deficiência que não têm condições de prover o próprio sustento.
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