O uso medicinal da Cannabis é pré-histórico, e os primeiros estudos científicos sobre a planta iniciaram ainda no século XIX. Após um longo período de proibicionismo, a ciência redescobriu a Cannabis na década de 1960, com o Dr. Raphael Mechoulam. O Brasil também teria papel fundamental nessa história com o cientista Dr. Elisaldo Carlini. Saiba quais foram as pesquisas mais importantes sobre a Cannabis medicinal nos últimos 200 anos.
* As referências estão no final da lista.
A Europa descobre a Cannabis indica (1843)
Após uma um temporada em Calcutá, na Índia, o médico irlandês Willian O’Shaughnessy publicou artigo sobre as aplicações terapêuticas da Cannabis indica, remédio tradicional nas culturas orientais. O documento listava as experiências com extrato das plantas a partir das recomendações dos nativos. O médico passou a indicar o produto contra cólera, reumatismo, tétano, raiva, dores e convulsões. O estudo difundiu o uso da planta na Europa e depois nas Américas.
2. Cannabis e opioides (Inglaterra – 1889)
O artigo do PhD. EA Birch na The Lancet, uma das principais revistas médicas do mundo, delineou a aplicação da Cannabis Sativa L. para o tratamento de dependência ao ópio. A erva reduziu o desejo da droga e agiu como um antiemético. Nos anos seguintes a maconha consolidou-se como medicamento nos EUA e na Europa.
3. A descoberta do THC (ISRAEL – 1964)
Dr. Raphael Mechoulam e seu equipe da Universidade Hebraica de Jerusalém isolam e sintetizam o Tetrahidrocanabinol, principal psicoativo da Cannabis. A descoberta foi um marco, pois abriu caminho para que a ciência começasse a entender como a planta se comporta no organismo humano.
4. Relatório Shafer (EUA – 1972)
Este estudo, controlado pelo governo Nixon, pedia remoção imediata de todas as penalidades criminais por uso de Cannabis e até mesmo “distribuições pontuais de pequenas quantidades” da planta. O relatório dos cientistas sustentava que a maconha não causava danos que justificassem a guerra contra a planta. Apesar das recomendações científicas, Nixon se mostrou enfurecido com o conteúdo do relatório e endureceu ainda mais as proibições relacionadas ao uso da erva.
5. Cannabis combate câncer (EUA – 1974)
Cientistas da Medical College of Virginia tentavam provar que a planta piorava casos de câncer. Eles trataram ratos cancerosos com THC. Mas os resultados mostraram o oposto: roedores tratados com a planta apresentaram redução no tamanho do tumor.
6. Cannabis trata náuseas causada por quimioterapia (EUA – 1975)
O Departamento de oncologia do Hospital Infantil de Boston publicou artigo mostrando que o THC era atenuante eficaz de efeitos colaterais em pacientes que enfrentaram quimioterapia, sobretudo em sintomas como náuseas e vômitos. A pesquisa foi liderada pelo renovado Dr. Lester Grinspoon, professor da Escola de Medicina de Harvard.
7. CBD no controle de convulsões (BRASIL – 1981)
Grupo do Dr. Elisaldo Carlini (UNIFESP) publica em respeitado periódico científico internacional um estudo duplo cego, randomizado, incluindo uma pequena amostra de oito pacientes, comparados com sete controles, o efeito benéfico do CBD para controle de crises convulsivas.
8. Descoberta do Sistema Endocanabinoide (ISRAEL e EUA – 1988/92)
Dra Allyn Howlett descobre que o cérebro humano possui receptores que reagem ao THC. A equipe de Raphael Mechoulam, então, mapeia este conjunto de receptores, dando o nome de Sistema Endocanabinoide (SEC). A descoberta revolucionou os estudos da Cannabis.
9. Cannabis e AIDS (EUA – 1997)
Dr. Donald Abrams, chefe de oncologia do San Francisco General Hospital, descobre que a planta não agravava o quadro clínico dos pacientes com HIV, mas ajudava no ganho de peso, recuperação do apetite e atenuação do mal-estar
10. Cannabis reduz mortes por opioides (EUA – 2014)
Pesquisa de Marcus Bachhuber, professor de Medicina no Montefiore Medical Center, conclui que entre 1999 e 2010, o número de mortes por overdose de opioides foi 25% menor nos estados americanos que forneciam acesso legal a Cannabis medicinal.
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