Qualquer brasileiro ou brasileira que viaje para Argentina irá escutar em algum momento uma piada sobre futebol durante a estadia no país. “Maradona mejor que Pelé”. “Messi mejor que Neymar”. Temos com os argentinos uma grande rivalidade quando o assunto é futebol. Na minha opinião, ainda somos os melhores com a bola. Mas apenas neste quesito.
Nos avanços de políticas públicas de saúde em relação à Cannabis, los hermanos estão muito bem. Fato é que recentemente a Ministra de Saúde do país Carla Vizzotti, entregou no Hospital Posadas, localizado no bairro El Palomar, em Buenos Aires, o primeiro lote de óleos à base de Cannabis para tratar pacientes com epilepsia.
21 pacientes com epilepsia na Argentina irão fazer o tratamento
“Este é mais um passo para promover o acesso aos direitos e medicamentos de qualidade para epilepsia refratária para aqueles que têm cobertura pública exclusiva na Argentina”, explicou Vizzotti. A Ministra também destacou que este produto à base de Cannabis está igualmente disponível em outras quatro províncias argentinas.
Frascos de óleo de Cannabis garantidos para os próximos meses
Os frascos de 35 mililitros com óleo de Cannabis irão garantir aos 21 pacientes do Hospital Posadas o tratamento com canabinóides. As autoridades argentinas entregaram o medicamento à família de um paciente em especial: um menino de 6 anos com epilepsia refratária que encontrou na Cannabis o tratamento para sua condição.
Esta é a primeira vez que o Ministério da Saúde da Argentina garantiu o acesso ao óleo de Cannabis grau farmacêutico, purificado e altamente concentrado, para o tratamento de pacientes com epilepsia resistente a medicamentos, com convulsões associadas a Síndrome de Lennox-Gastaut, Síndrome de Dravet e na epilepsia relacionada à Esclerose Tuberosa.
Epilepsia Refratária e o tratamento com Cannabis
A epilepsia refratária é uma doença que pode se agravar bastante quando os tratamentos convencionais não surtem efeito. Tal condição indica uma maior resistência aos medicamentos, o que é especialmente preocupante por estarmos falando sobre uma das doenças neurológicas mais comuns mundialmente.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ela atinge cerca de 50 milhões de pessoas. Outro dado importante levantado pelo órgão é que o risco de morte para quem tem essa enfermidade é três vezes maior do que o da população em geral. Portanto, é um mal bastante grave e que precisa de um tratamento eficaz.
Considerando os riscos e potenciais prejuízos que essas opções podem causar (principalmente a cirurgia), o canabidiol vem ganhando força como recurso terapêutico.
Veja a seguir como essa substância atua no organismo, as suas funções e de que maneira ela pode ajudar no combate à refratariedade ao tratamento da epilepsia.
O que é o CBD
Canabidiol, ou CBD, é um dos mais de 100 canabinoides presentes na Cannabis. E apresenta uma série de propriedades e efeitos terapêuticos. Por essa e outras razões, o CBD vem sendo cada vez mais indicado por médicos no tratamento de diversas doenças, como é o caso da epilepsia.
Como age no organismo?
O CBD age como uma “chave” que pode desencadear ou inibir reações no nível celular por meio do sistema endocanabinoide e dos seus receptores CB1 e CB2. Descoberto por Raphael Mechoulam, esse sistema é responsável por restabelecer a homeostase, ou seja, o equilíbrio orgânico. Por isso, trata-se de uma substância que age naturalmente, ao interagir com as células do corpo pelos receptores presentes nelas.
Como o CBD age no tratamento da epilepsia?
A partir da década de 1970, os primeiros estudos direcionados a apontar a eficácia do CBD no tratamento da epilepsia começaram a surgir. Foi naquela época que o pesquisador brasileiro Elisaldo Carlini, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificou que o CBD reprimia convulsões. Dos oito pacientes adultos analisados, houve suspensão das crises em quatro e redução delas em outros três a partir do uso do canabidiol.
De forma geral, outros estudos também apuraram que pacientes obtinham melhora significativa no quadro de convulsões e crises tônicas, além de apresentarem poucos efeitos colaterais. Desde então, o CBD vem sendo prescrito como um anticonvulsivo, agindo por intermédio do sistema endocanabinoide ao inibir a atividade neuronal anômala em casos de epilepsia.
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