Uma remessa de 80 medicamentos derivados de Cannabis está barrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde o dia 1º de março no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Os remédios vêm dos Estados Unidos e são fabricados pela norte-americana HempMeds, primeira empresa autorizada a importar produtos com canabidiol ao Brasil.
Os medicamentos são de pacientes que importaram individualmente através de uma resolução da própria Anvisa que permite essa operação, a RDC 335/20, ou então fruto de decisões judiciais que obrigam planos de saúde ou o SUS a fornecerem a medicação. Segundo a HempMeds, atrasar a entrega destes produtos de Cannabis para fins medicinais irá agravar o tratamento complementar de 80 pacientes com patologias graves. Em março de 2020, esses pacientes enfrentaram o mesmo problema.
Em nota encaminhada ao Portal Cannabis & Saúde, a HempMeds destacou que reconhece as melhorias implementadas pela Anvisa no processo de liberação do canabidiol e outros canabinoides.
“Contudo, as famílias impactadas esperam um posicionamento do órgão ou um aviso antecedente, para que possamos orientar previamente nossos clientes a anteciparem seus pedidos, minimizando o impacto causado pelos atrasos”.
Em resposta à HempMeds, a Anvisa informou que irá esclarecer a situação no prazo de 15 dias úteis. Já em comunicado encaminhado ao Cannabis & Saúde, a agência alegou que o atraso se deve aos esforços dos agentes no combate à pandemia do coronavírus.
“A Anvisa esclarece que a liberação de medicamentos à base de cannabis não está paralisada no Aeroporto de Campinas. As importações por remessa expressa estão aguardando análise, que está sendo realizada em uma média de sete a dez dias úteis. Devido ao cenário epidemiológico atual, a unidade da Agência que atua no Aeroporto de Campinas tem focado suas atividades na intensificação de medidas sanitárias de enfrentamento à Covid-19”.
No entanto, após o impasse vir à público, a HempMeds informou ao Cannabis & Saúde que a Anvisa já iniciou a liberação dos medicamentos.