O termo “antitumoral” se refere a como o corpo lida com células que crescem de forma desordenada, como o câncer.
Tumores podem ser tanto benignos quanto malignos. Os benignos são menos preocupantes, enquanto os malignos, também conhecidos como cânceres, são os que precisamos focar nossa atenção.
O câncer é um termo usado para descrever um grupo de doenças que têm em comum o crescimento desordenado das células.
Um dos principais problemas é que essas células se dividem muito mais rapidamente do que as células saudáveis do corpo, formando massas tumorais que podem se espalhar para outros tecidos e órgãos.
Devido a essa rápida divisão celular, os tratamentos antitumorais podem ter dificuldade em acompanhar o ritmo, especialmente porque algumas células tendem a se dividir de forma agressiva e incontrolável.
Por isso, novas terapias antitumorais estão constantemente sendo estudadas e resultados promissores estão sendo publicados.
Este é o caso, por exemplo, da Cannabis medicinal, que embora não seja um tratamento definitivo para o câncer, mostrou atividade antitumoral em modelos de câncer em estudos pré-clínicos.
Então, o que saber sobre as terapias antitumorais? A Cannabis pode ser considerada um agente antitumoral? Descubra tudo nas linhas a seguir, onde abordaremos sobre:
- O que é atividade antitumoral?
- Como ocorre a imunidade aos tumores?
- Quais são os tipos de tratamentos antitumorais mais comuns?
- Quais são os fatores de risco associados à resistência aos tratamentos antitumorais?
- A Cannabis medicinal como um potencial agente antitumoral
- Como iniciar um tratamento com a Cannabis medicinal?
- Existe uma dieta específica que pode ajudar no efeito antitumoral?
- Como os antioxidantes podem desempenhar um papel na ação antitumoral?
O que é atividade antitumoral?
A atividade antitumoral refere-se à capacidade de certas substâncias ou tratamentos de inibir o crescimento e a propagação de tumores cancerígenos no corpo.
Embora existam diferentes abordagens antitumorais, o objetivo é o mesmo: atacar as células cancerosas de forma a causar sua morte ou impedir seu crescimento.
Um dos principais mecanismos pelos quais ocorre a atividade antitumoral é a indução da apoptose nas células cancerosas.
A apoptose é um processo de morte celular programada que ocorre naturalmente no corpo para eliminar células danificadas ou indesejadas.
No câncer, as células cancerosas frequentemente adquirem a capacidade de evitar a apoptose, permitindo-lhes sobreviver e proliferar de forma descontrolada.
Os agentes antitumorais visam reverter esse processo, desencadeando a apoptose nas células cancerosas.
Então, eles agem diretamente nas células cancerosas, causando danos ao seu DNA ou interferindo em vias de sinalização celular essenciais para sua sobrevivência.
Assim, ocorre a ativação de proteínas pró-apoptóticas e a supressão de proteínas antiapoptóticas, resultando na morte das células cancerosas.
A maioria dos tratamentos antitumorais também direcionam o sistema imunológico do corpo para reconhecer e destruir as células cancerosas.
Outros agentes antitumorais interferem no suprimento de nutrientes e oxigênio às células cancerosas, privando-as dos recursos necessários para sobreviver e se proliferar.
Com isso, bloqueia-se a formação de novos vasos sanguíneos que alimentam o tumor, um processo conhecido como angiogênese.
De modo geral, a atividade antitumoral ocorre por uma variedade de mecanismos pelos quais o objetivo é o mesmo: induzir a morte das células cancerosas.
Esses tratamentos são fundamentais para o combate ao câncer e podem ser utilizados isoladamente ou em combinação, dependendo do tipo e estágio do tumor.
Como ocorre a imunidade aos tumores?
A imunidade aos tumores é um fenômeno complexo que envolve a interação entre as células do sistema imunológico e as células cancerígenas.
Nosso sistema imunológico é projetado para reconhecer e destruir organismos estranhos, incluindo células cancerígenas.
No entanto, os tumores desenvolvem estratégias para escapar do reconhecimento e da destruição pelo sistema imunológico.
Isso é chamado de resposta imunológica adaptativa, que envolve células como os linfócitos T e B.
Os linfócitos T são importantes na imunidade antitumoral, pois podem reconhecer antígenos específicos presentes nas células cancerígenas e desencadear uma resposta imune direcionada à eliminação do tumor.
Esse reconhecimento é mediado pelos receptores de células T, que detectam moléculas anormais expressas na superfície das células tumorais.
Além disso, as células apresentadoras de antígenos, como os macrófagos e as células dendríticas, ativam os linfócitos T.
Elas capturam antígenos derivados de células cancerígenas e os apresentam aos linfócitos T, iniciando assim uma resposta imune específica contra o tumor.
No entanto, os tumores têm a capacidade de evadir a resposta imune.
Eles desenvolvem mecanismos para suprimir a atividade dos linfócitos T, criar um ambiente imunossupressor ou expressar moléculas que induzem a exaustão das células T, limitando a eficácia da resposta imunológica antitumoral.
Apesar disso, avanços na imunoterapia têm revolucionado o tratamento do câncer, aproveitando o poder do sistema imunológico para combater os tumores.
Quais são os tipos de tratamentos antitumorais mais comuns?
Há uma variedade de opções de tratamentos antitumorais, e o tipo que uma pessoa receberá depende do tipo e estágio do câncer.
Alguns pacientes podem precisar apenas de um tipo de tratamento, enquanto outros necessitam de uma combinação, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Entre os tratamentos antitumorais mais conhecidos, estão:
Quimioterapia
A quimioterapia é uma opção comum de tratamento antitumoral para vários tipos de câncer.
Às vezes, é o único tratamento necessário, mas frequentemente é combinado com outras formas de terapia, dependendo do tipo e estágio do câncer, assim como das condições de saúde do paciente.
Quando usada em conjunto com outros tratamentos, a quimioterapia:
- Reduz o tamanho do tumor antes da cirurgia ou radioterapia (chamada quimioterapia neoadjuvante);
- Destroi células cancerígenas que permanecem após cirurgia ou radioterapia (chamada quimioterapia adjuvante);
- Potencializar a eficácia de outros tratamentos;
- Pode combater células cancerígenas que tenham se espalhado para outras partes do corpo.
No entanto, a quimioterapia não apenas ataca as células cancerígenas em rápido crescimento, também afeta células saudáveis que se dividem rapidamente, como as células da boca, intestinos e folículos capilares.
Isso causa efeitos colaterais como feridas na boca, náuseas e queda de cabelo.
Geralmente, esses efeitos colaterais diminuem após o término do tratamento.
Terapia hormonal
A terapia hormonal é um tipo de tratamento usado para combater cânceres de próstata e mama que se alimentam de hormônios para crescer. Geralmente, é combinada com outros tratamentos antitumorais.
Quando utilizada em conjunto com outros tratamentos, a terapia hormonal costuma ter os seguintes benefícios:
- Reduz o tamanho do tumor antes da cirurgia ou radioterapia;
- Diminui o risco de retorno do câncer após o tratamento principal;
- Destroi as células cancerígenas que podem ter retornado ou se espalhado para outras partes do corpo.
Entretanto, como a terapia hormonal interfere na produção ou no comportamento dos hormônios do corpo, provoca efeitos colaterais indesejados.
Imunoterapia
O sistema imunológico é importante na detecção e destruição de células anormais, o que ajuda a prevenir ou retardar o crescimento de muitos tipos de câncer.
Por exemplo, em alguns casos, células do sistema imunológico são encontradas dentro e ao redor dos tumores.
Essas células, chamadas linfócitos infiltrantes de tumor (TILs), indicam uma resposta do sistema imunológico ao tumor.
Geralmente, as pessoas cujos tumores têm TILs tendem a ter melhores resultados do que aquelas cujos tumores não têm.
No entanto, as células cancerosas desenvolvem estratégias para evitar a destruição pelo sistema imunológico.
Para impedir que estas células façam isso, existem diferentes tipos de imunoterapia, incluindo:
- Inibidores de pontos de controle imunológico: Estes medicamentos bloqueiam os pontos de controle do sistema imunológico, permitindo que as células imunológicas ataquem o câncer de forma mais eficaz.
- Terapia de transferência de células T: Este tratamento aumenta a capacidade natural das células T de combater o câncer. As células imunológicas são retiradas do tumor, modificadas em laboratório para melhor atacar as células cancerosas, e depois reintroduzidas no corpo.
- Anticorpos monoclonais: São proteínas criadas em laboratório que se ligam a alvos específicos nas células cancerosas. Alguns desses anticorpos marcam as células cancerosas para que sejam mais facilmente destruídas pelo sistema imunológico.
Radioterapia
A radioterapia, também conhecida como terapia de radiação antitumoral, é um tratamento contra o câncer que utiliza doses elevadas de radiação para eliminar células cancerosas e reduzir tumores.
A radiação, similar aos raios X usados, é aplicada em doses maiores para danificar o DNA das células cancerosas.
Quando o DNA é danificado irreparavelmente, as células cancerosas param de se multiplicar ou morrem. Essas células danificadas são então gradualmente eliminadas pelo corpo.
É importante ressaltar que a radioterapia não mata as células cancerosas instantaneamente.
São necessários dias ou semanas de tratamento para que o DNA seja danificado o suficiente, levando à morte das células cancerosas.
Além disso, mesmo após o término do tratamento, as células cancerosas podem continuar morrendo ao longo de meses.
Terapia antitumoral fotodinâmica
A terapia fotodinâmica é um tratamento antitumoral que usa um medicamento sensível à luz, chamado fotossensibilizador, para eliminar células cancerosas.
Esta técnica utiliza a luz de um laser ou outra fonte, como LEDs, para ativar o medicamento.
Quando as células cancerosas absorvem o fotossensibilizador e são expostas a uma luz específica, o medicamento produz uma forma de oxigênio que mata as células cancerosas.
A terapia fotodinâmica pode danificar os vasos sanguíneos do tumor, interrompendo seu suprimento de sangue e impedindo seu crescimento.
Esta terapia antitumoral também pode estimular o sistema imunológico a atacar as células tumorais em outras partes do corpo.
O processo de terapia fotodinâmica ocorre em duas etapas.
Primeiro, o paciente recebe o fotossensibilizador, que pode ser administrado por via oral, tópica ou intravenosa, dependendo da localização do tumor.
Após um período de 24 a 72 horas, a maior parte do medicamento deixa as células normais, permanecendo apenas nas células cancerosas. Então, o tumor é exposto à fonte de luz adequada.
A aplicação da luz varia conforme a localização do tumor. Por exemplo, para tumores de pele, a luz é direcionada diretamente para a área afetada.
Para tumores na garganta, vias aéreas e pulmões, um endoscópio é utilizado.
Quais são os fatores de risco associados à resistência aos tratamentos antitumorais?
A resistência aos tratamentos antitumorais é um desafio na oncologia, frequentemente complicando o curso do tratamento.
Vários fatores de risco estão associados a essa resistência, os quais podem ser tanto inerentes ao tumor quanto relacionados ao ambiente tumoral e às características do paciente.
Um dos principais fatores é a heterogeneidade genética das células tumorais, que permite a seleção de subpopulações celulares resistentes aos tratamentos.
Além disso, mutações genéticas adquiridas ao longo do tempo, com as relacionadas aos genes envolvidos na reparação do DNA e na regulação do ciclo celular, podem conferir resistência aos tratamentos antitumorais.
Essas mutações surgem espontaneamente ou como resultado da exposição a agentes mutagênicos, como radiação ou produtos químicos.
A plasticidade fenotípica das células tumorais é outro fator que contribui para a resistência aos tratamentos, permitindo que elas alternem entre diferentes estados celulares para sobreviver às terapias.
O microambiente tumoral também é importante, pois cria um nicho protetor para as células tumorais contra as terapias antitumorais.
A presença de células estromais, como fibroblastos e células imunes, juntamente com a matriz extracelular, pode criar uma barreira física e química que limita a penetração e a eficiência dos medicamentos.
Além dos aspectos biológicos, fatores relacionados ao paciente, como idade, estado de saúde geral e conformidade com o tratamento, também influenciam a resposta ao tratamento antitumoral.
A Cannabis Medicinal como um potencial agente antitumoral
O uso de compostos derivados da Cannabis, chamados canabinoides, como agente antitumoral tem despertado muito interesse.
Estudos recentes mostraram que os receptores canabinoides CB1 e CB2 são encontrados em muitos tipos de câncer, mesmo que não fossem detectados no tecido original antes da transformação cancerígena.
Por exemplo, o CB1 mostrou ter um papel de supressão do tumor em um modelo de câncer de cólon em camundongos geneticamente modificados.
Em contrapartida, o CB1 é identificado em menor quantidade em pessoas com certos tipos de câncer, como carcinoma hepatocelular e linfoma de Hodgkin.
Da mesma forma, o CB2 é superexpresso em cânceres específicos, como câncer de mama e gliomas.
Em muitos casos, a superexpressão ou deficiência de CB1 e CB2 está ligada a um prognóstico desfavorável em estágios avançados de certos tipos de câncer, como o carcinoma colorretal.
Em estudos desde 1976, foi descoberto que a administração de certos canabinoides, como THC e CBD, poderia inibir o crescimento de células cancerígenas em modelos animais de câncer de pulmão.
Isso porque tais compostos podem controlar a supressão ou superexpressão de tais receptores, inibindo-os quando estão presentes em grandes quantidades ou ativando-os quando estão em déficits.
Efeitos semelhantes foram observados em vários outros tipos de câncer, incluindo glioma, câncer de mama, pâncreas, próstata, câncer colorretal e linfoma.
Além destes, os canabinoides têm diversos mecanismos de ação propostos, como:
- Interromper o ciclo celular de células malignas;
- Induzir a morte celular programada (apoptose);
- Inibir processos que promovem o crescimento e disseminação do câncer, como neovascularização, migração, adesão, invasão e metástase.
Apesar dos resultados promissores, a Cannabis medicinal como agente antitumoral está em fase de estudos, se limitando apenas ao seu uso concomitante com a quimioterapia.
Quais componentes ativos da Cannabis atuam como agentes antitumorais?
A literatura científica mostra que o sistema endocanabinoide, principalmente os receptores CB1 e CB2 presentes neles, estão envolvidos na atividade antitumoral.
Em modelos animais, o canabidiol, um dos compostos da Cannabis, promoveu a morte celular de células cancerígenas ativando um canal iônico chamado TRPV2.
Outros estudos recentes mostraram que o CBD interage diretamente com esse canal, que está mais presente no adenocarcinoma do que em outros tipos de câncer.
Além disso, o tratamento com CBD mostrou ser capaz de diminuir o crescimento do tumor e a disseminação para outras partes do corpo, embora mais pesquisas em humanos sejam necessárias.
O canabigerol (CBG), outro composto encontrado na cannabis, tem propriedades antitumorais semelhantes ao CBD.
Em contrapartida, a forma ácida do CBG, o ácido canabigerólico (CBGA), foi associado à regulação da sinalização do cálcio e das vias inflamatórias em células do sistema imunológico envolvidas na inflamação renal.
Vale lembrar que a inflamação renal é um efeito colateral muito prevalente da quimioterapia.
Além dos canabinoides naturais da Cannabis, pesquisadores da Universidade de Sevilha, realizaram experimentos em células e em animais com câncer usando um composto sintético chamado WIN-55.
Este composto se conecta aos receptores canabinoides 1 (CB1) de forma similar ao THC, um dos principais componentes encontrados na cannabis.
Os resultados foram promissores, mostrando que o WIN-55 possui um forte efeito antitumoral contra a leucemia.
Tal efeito foi tão notável ao ponto de superar a eficácia da citarabina, um medicamento usado para tratar a leucemia mieloide aguda.
Os animais tratados com o composto mostraram melhoria na sobrevida em comparação com aqueles que receberam placebo ou citarabina.
Além do mais, o composto estimulou a morte das células cancerígenas através de um processo chamado Parthanatos, que é um tipo de morte celular programada.
Quais são as evidências científicas sobre a eficácia da Cannabis?
A Cannabis medicinal vem consistentemente sendo estudada por suas vantagens na saúde, como alívio da ansiedade, insônia e dor crônica.
Também mostrou potencial para reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia e até mesmo auxiliar no tratamento de certos tipos de câncer, embora isso ainda esteja sendo estudado.
Recentemente, um estudo examinou como o canabidiol, um dos compostos mais prevalentes da Cannabis, poderia ajudar pacientes com câncer que estão passando por quimioterapia.
Os pesquisadores estavam em busca de evidências que comprovassem que o canabidiol seria capaz de reduzir a resistência à cisplatina em células cancerígenas e minimizar danos nos rins causados pela cisplatina.
O estudo, intitulado “Cannabidiol Inhibits Tumorigenesis in Cisplatin-Resistant Non-Small Cell Lung Cancer via TRPV2” mostrou que o canabidiol CBD poderia ajudar a inibir o crescimento do câncer de pulmão de células resistentes à cisplatina.
Então, os pesquisadores realizaram testes em células cancerígenas em ratos com esse tipo de câncer para confirmar esses achados.
Em modelos animais, o CBD ajudou a induzir a morte das células cancerígenas, o que é ótimo para o tratamento do câncer.
Tais descobertas são promissoras, mas ainda há muito a aprender sobre como o CBD pode ser usado efetivamente no tratamento do câncer em humanos.
Descobriu-se que o CBD não só ajudou a causar a morte das células cancerígenas de pulmão, mas também diminuiu sua capacidade de sobrevivência e impediu a formação de novas células cancerígenas.
Além disso, o canabidiol não causou efeitos adversos notáveis, indicando uma maior segurança no seu uso.
Como a Cannabis Medicinal é administrada no tratamento antitumoral?
No tratamento antitumoral com Cannabis, as doses são uma parte crítica, pois variam de acordo com diversos fatores, incluindo o tipo e estágio do tumor, a resposta individual do paciente e a tolerância.
As dosagens geralmente começam baixas e são gradualmente aumentadas para encontrar o equilíbrio ideal para o paciente.
Quanto aos tipos de produtos, há uma variedade disponível, desde flores de Cannabis até extratos concentrados, como óleos e tinturas.
Cada tipo possui diferentes concentrações de compostos ativos, como THC e CBD, que influenciam os resultados do tratamento e produzem efeitos diferentes.
A escolha do produto depende das necessidades individuais do paciente e das orientações médicas.
As formas de administração também influenciam na eficácia do tratamento.
Por ser muito versátil, a Cannabis medicinal pode ser consumida de várias maneiras, incluindo ingestão oral, aplicação tópica e administração sublingual. Cada método tem suas próprias vantagens e desvantagens.
Por exemplo, a ingestão oral é conveniente e oferece efeitos de longa duração, enquanto a vaporização proporciona alívio imediato dos sintomas, mas com uma duração mais curta.
Para além destas considerações, a combinação de diferentes formas de administração e produtos pode ser recomendada para otimizar os resultados do tratamento.
Por exemplo, alguns pacientes podem se beneficiar de uma abordagem combinada de ingestão oral para efeitos de longa duração e uso tópico para alívio das dores locais.
Quais são os possíveis efeitos colaterais da terapia antitumoral com Cannabis?
A Cannabis, como a maioria dos medicamentos, pode apresentar alguns efeitos colaterais, embora sua incidência seja rara.
Os efeitos colaterais comuns podem incluir boca seca, fadiga, tontura e alterações no humor.
Algumas pessoas também relatam distúrbios gastrointestinais, como náuseas e vômitos.
Em casos mais raros, pode ocorrer taquicardia, especialmente em casos onde uma dosagem alta de canabinoides é recomendada.
É importante que os pacientes que estão considerando ou já estão em terapia antitumoral com Cannabis sejam monitorados de perto por profissionais de saúde.
Estes profissionais podem ajudar a gerenciar efeitos colaterais e ajustar o tratamento conforme necessário.
Pacientes que utilizaram a Cannabis medicinal como terapia antitumoral
Um estudo realizado em outubro de 2021 descobriu que 40% das pacientes com câncer de mama nos Estados Unidos usam Cannabis para aliviar sintomas e melhorar sua qualidade de vida durante o tratamento.
Este estudo foi conduzido por várias instituições, incluindo Breastcancer.org, Instituto Lankenau de Pesquisa Médica, Centro de Pesquisa em Saúde Populacional da Pensilvânia, e outros.
Um exemplo pessoal disso é Maria Inês Araújo de Aguiar, de 58 anos.
Em junho de 2021, ela começou a sentir dores abdominais, um sinal precoce de câncer de ovário. Mesmo após tratamento inicial, a dor persistiu.
Exames de sangue revelaram níveis elevados de uma proteína associada ao câncer de ovário.
No início de 2023, quando o câncer retornou, Maria considerou o uso de Cannabis para alívio dos sintomas.
Após orientação médica, começou a usar Cannabis antes das sessões de quimioterapia.
Ela notou uma melhora considerável em seus sintomas, incluindo dor, insônia e náusea.
Durante o tratamento, Maria teve uma redução dos efeitos colaterais da quimioterapia, como gases e constipação.
Após completar o ciclo de tratamento, os exames mostraram uma remissão do câncer, embora algumas células cancerígenas ainda estivessem presentes.
Apesar da necessidade de mais tratamento, o prognóstico de Maria é muito melhor do que o esperado, graças em parte ao uso da Cannabis para controlar os sintomas e melhorar sua vida durante o tratamento.
Confira o relato completo de Maria aqui!
Como iniciar um tratamento com a Cannabis medicinal?
Para iniciar um tratamento com Cannabis medicinal, o primeiro passo é consultar um médico experiente nessa área.
O portal Cannabis & Saúde facilita todo o processo na busca de uma consulta, pois criou uma plataforma de agendamentos que conecta médicos prescritores com pacientes interessados.
Durante a consulta, o médico irá avaliar a sua condição de saúde, histórico médico e necessidades para determinar se o tratamento com Cannabis é adequado para você.
Em caso positivo, eles vão ajudar a orientar sobre as diferentes cepas, dosagens e métodos de administração mais adequados para o seu caso.
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Existe uma dieta específica que pode ajudar no efeito antitumoral?
A relação entre dieta e câncer tem sido estudada há décadas.
Embora não haja uma “dieta mágica” que cure o câncer, pesquisas sugerem que certos padrões alimentares podem afetar o risco de desenvolvimento da doença e até mesmo auxiliar no tratamento.
Um exemplo disso é a dieta cetogênica, que ganhou destaque nas últimas décadas.
É uma dieta rica em gorduras, moderada em proteínas e muito baixa em carboidratos.
Seu objetivo principal é induzir o estado de cetose, onde o corpo utiliza gordura como fonte principal de energia em vez de carboidratos.
Essa mudança metabólica pode afetar o crescimento das células cancerosas, pois promove a autofagia celular.
As células cancerosas normalmente dependem de glicose para sobreviver e crescer.
Ao restringir a ingestão de carboidratos, a dieta cetogênica diminui os níveis de glicose no sangue, privando as células cancerosas desse combustível.
Estudos sugerem que a cetose também pode aumentar a produção de corpos cetônicos, substâncias que podem inibir o crescimento tumoral.
Apesar dos resultados promissores, a pesquisa sobre os efeitos da dieta cetogênica no câncer ainda está em estágio inicial e há debates.
Alguns estudos mostraram benefícios em modelos animais e em certos tipos de câncer, mas outros não encontraram benefícios significativos ou até sugeriram possíveis efeitos adversos, como deficiências nutricionais.
A dieta cetogênica também pode não ser adequada para todos os pacientes com câncer, especialmente aqueles que já estão com perda de peso ou têm condições médicas que podem ser afetadas pela dieta.
Portanto, antes de iniciar um plano alimentar, os pacientes devem consultar médicos e nutricionistas para desenvolver um plano alimentar seguro como complemento ao tratamento antitumoral convencional.
Como os antioxidantes podem desempenhar um papel na ação antitumoral?
Os antioxidantes são importantes na prevenção do câncer, pois neutralizam moléculas instáveis chamadas radicais livres, que danificam o DNA e contribuem para o desenvolvimento de células cancerígenas.
Quando o equilíbrio entre antioxidantes e radicais livres é perturbado, ocorre o estresse oxidativo, que está ligado ao crescimento de tumores.
Vitaminas como C e E, betacaroteno, selênio e flavonoides são exemplos de antioxidantes que combatem esse estresse, protegendo as células do dano oxidativo e reduzindo o risco de formação de tumores.
Eles também podem exercer um efeito antitumoral ao interferir em processos celulares relacionados à sobrevivência das células cancerígenas.
Pesquisas mostraram que dietas ricas em antioxidantes, como aquelas que incluem muitas frutas e vegetais, estão associadas a um menor risco de certos tipos de câncer, como os de pulmão, cólon, mama e próstata.
Muitos antioxidantes podem ajudar a induzir a morte programada das células cancerígenas e inibir a formação de novos vasos sanguíneos nos tumores, impedindo seu crescimento e disseminação.
Entretanto, o papel dos antioxidantes na prevenção do câncer ainda não é totalmente compreendido.
Algumas pesquisas sugerem que altas doses de suplementos antioxidantes podem, em alguns casos, ter efeito reverso.
Por isso, favoreça o consumo de antioxidantes através de uma dieta, evitando seu uso isolado por meio de suplementos.
Conclusão
A literatura científica atual sugere que os canabinoides têm potencial como agente antitumoral contra certos tipos de câncer.
No entanto, a maioria desses estudos precisa de mais pesquisas clínicas para validar seus resultados em humanos.
Apesar disso, os benefícios potenciais do CBD como agente antitumoral e para aliviar os efeitos colaterais da quimioterapia parecem superar os possíveis riscos.
Então, antes que o CBD possa ser considerado um tratamento verdadeiramente eficaz para o câncer, ainda podemos obter benefícios deste composto para aliviar os sintomas dessa condição debilitante.
Por isso, não deixe de se manter informado a respeito dos benefícios do canabidiol e de outros canabinoides através dos artigos publicados aqui no portal!