Ainda que existam muitas fórmulas e alternativas para a alimentação de bebês no mercado atualmente, nenhuma estratégia substitui o aleitamento materno. A amamentação ajuda na maturação do sistema imunológico da criança e previne o surgimento de alterações gastrointestinais e respiratórias, além de reduzir a mortalidade infantil e muito mais.
No entanto, por meio da amamentação são passadas muitas substâncias que estão no corpo da mãe para o corpo do bebê. Por isso, é muito importante ter cuidado com medicações que estejam sendo utilizadas naquele momento, já que elas podem prejudicar a criança de forma indireta.
E então, será que é possível combinar amamentação e Cannabis? Ou talvez a substância não seja tão benéfica para as crianças? Essa é uma dúvida muito frequente entre as mamães que fazem (ou precisam fazer) tratamento com os compostos canabinóides e estão em processo de aleitamento materno.
Descubra a resposta ao longo do conteúdo a seguir!
Amamentação e Cannabis: afinal, a combinação é prejudicial?
Com o avanço das pesquisas sobre o óleo de canabidiol (CBD) para uso medicinal — um composto que é extraído da Cannabis sativa, uma planta que também é capaz de oferecer substâncias potencialmente prejudiciais, como o THC —, surgiu uma dúvida entre os especialistas e os pacientes: será que há algum risco para os bebês que estão em fase de aleitamento?
Como acontece em muitos casos, as substâncias que são extraídas da Cannabis são, também, excretadas pelo leite materno e, consequentemente, ingerida pelos pequenos durante a alimentação.
No entanto, os estudos mostram que não há fortes indícios de que essas substâncias sejam prejudiciais para os bebês, especialmente o CBD.
As pesquisas avaliaram crianças recém-nascidas em um hospital e as separaram em grupos, ou seja, o grupo dos bebês com mães que tinham os compostos no sangue e aqueles cujas mães não entraram em contato com a Cannabis.
Ao final do estudo sobre Cannabis e amamentação, não existia uma diferença significativa entre a saúde dos bebês avaliados, independentemente de qual fosse o seu grupo. No entanto, é importante salientar que não há uma pesquisa a longo prazo para essa hipótese.
Estudos que apontam recomendações de uso
Ainda não há estudos que recomendem o uso do óleo de canabidiol durante a amamentação ou a gestação.
O uso medicinal da Cannabis ainda é relativamente “jovem” na história da Medicina. Por isso, provavelmente ainda teremos alguns anos até que pesquisas a longo prazo surjam para avaliar os efeitos do CBD em bebês.
Para as crianças, no entanto, o composto tem sido utilizado com sucesso para o tratamento de questões neurológicas (como convulsões) e comportamentais.
A dose, no entanto, não é a mesma que para os adultos. Então, isso é algo para ser levado em consideração pelos profissionais na hora de fazer a prescrição para as lactantes.
Estudos que contraindicam o uso
Há estudos que contraindicam completamente o uso da Cannabis durante a gestação e, claro, a amamentação. No entanto, estes se referem ao uso recreativo da planta, que está diretamente relacionado ao composto conhecido como THC (tetra-hidrocarbinol).
Há evidências de que o THC pode atrapalhar o desenvolvimento neurológico das crianças que são constantemente expostas. Apesar disso, as pessoas que fazem uso da Cannabis medicinal não precisam se preocupar.
Essa substância não está presente no óleo de canabidiol (CBD), um composto seguro e com evidências científicas sobre a sua eficácia no tratamento de diversas disfunções, tanto em seres humanos como em outros animais.
Por isso, ainda não há um consenso da sociedade médica e científica sobre o caso. A dica é sempre conversar com um profissional experiente (e atualizado!) que possa orientá-la da melhor forma possível para que, juntos, vocês cheguem em uma conclusão sobre os prós e contras do uso do CBD durante a amamentação.
Quais os motivos levam as mães a usarem Cannabis durante a amamentação?
Confira, a seguir, algumas das razões pelas quais as mães podem se beneficiar do uso do óleo de CBD durante a amamentação.
Insônia
A palavra insônia vem do latim e significa “falta de sono”. Ou seja: esse é um problema relacionado ao ato de dormir, algo tão simples para algumas pessoas, mas tão complicado para outras. É uma alteração que envolve problemas para pegar no sono ou se manter dormindo, com o famoso “sono leve”.
No caso das mães, essa é uma questão ainda mais gritante. Seja pelas preocupações com o bebê durante a noite ou pelo próprio padrão de sono da criança, a maioria esmagadora das mulheres relata ter dificuldades para dormir.
Como consequência, temos pessoas cada vez mais cansadas, o que pode trazer grandes prejuízos para a qualidade de vida. Então, o óleo de CBD pode ser de grande ajuda para equilibrar a insônia, permitindo que as mamães durmam melhor e se sintam mais felizes e descansadas.
Apetite
Ser mãe é, muitas vezes, “esquecer” de si mesma. Mas isso é algo que não deveria acontecer! Por mais que as preocupações e obrigações sejam cansativas, é preciso ter em mente que cuidar da própria saúde também é essencial para que as necessidades do bebê sejam atendidas.
Uma das queixas mais frequentes entre as mães lactantes é a falta de apetite. O cansaço e a correria do dia a dia, muitas vezes, pode trazer prejuízos para a fome, fazendo com que as refeições sejam deixadas de lado.
Os compostos canabinoides, como o cânhamo e o canabidiol, são ótimas alternativas para melhorar o apetite de uma maneira progressiva e saudável. Assim, a mãe fica mais bem nutrida e evita problemas de saúde diversos, advindos da ausência de alimentação.
Modulação do humor
O humor também é um dos fatores de queixa entre as mães. E não é para menos, certo? Elas levam uma rotina quase caótica, com muitas obrigações (que, muitas vezes, se dividem entre os cuidados com a criança e o trabalho, entre outros detalhes).
Toda essa correria impacta negativamente no humor, fazendo com que ele oscile muito ao longo do dia e gerando problemas emocionais que podem se tornar crônicos.
Novamente, a Cannabis pode ser de grande ajuda. Pacientes que fazem tratamento com esses compostos apresentam grande melhora no humor a longo prazo, o que pode contribuir para que as mães fiquem mais tranquilas e interajam melhor com os filhos e o ambiente à sua volta.
Ansiedade
A ansiedade pode se manifestar de duas maneiras. A primeira é como uma sensação, comum a todas as pessoas, que aparece em momentos de maior tensão ou nervosismo. A outra, no entanto, é uma manifestação mais séria e que exige cuidados.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) pode acometer pessoas de todas as faixas etárias, inclusive crianças e idosos. Por isso, as mamães não estão imunes a esse problema, que é caracterizado por uma sensação constante de inquietação, além de outros sintomas muitas vezes incapacitantes.
O uso da Cannabis medicinal pode ajudar bastante no tratamento da ansiedade e de suas consequências, como é o caso da insônia e até mesmo da depressão.
Estresse
O estresse é um processo natural do corpo. Ele se manifesta quando nos vemos em uma situação de perigo, quando o organismo libera uma série de substâncias que potencializam a reação de “luta e fuga”. É uma estratégia evolutiva completamente normal.
No entanto, não devemos estar em alerta o tempo todo. Infelizmente, a rotina corrida que vivemos nos deixa mais suscetíveis a viver em constante estresse, o que estimula o corpo para que ele libere, frequentemente, tais compostos na corrente sanguínea.
A longo prazo, isso é extremamente prejudicial. Imagine, então, para uma mãe? Por isso, é possível utilizar os canabinóides como uma forma de amenizar essa sensação, equilibrando o emocional e, consequentemente, melhorando a saúde física dessas mulheres.
Diminuição da dor
Estresse, ansiedade, insônia, longas jornadas sem descanso. A maternidade é um grande desafio, que deve ser celebrado, mas não romantizado. A mulher passa por pressões que, infelizmente, acabam impactando a sua saúde física.
Um bom exemplo é a presença de dores, especialmente as de origem muscular. Muitas vezes, esse tipo de sintoma pode ser tratado com exercícios físicos e outras estratégias, mas há casos em que o uso de medicações de torna necessário.
Infelizmente, muitos tipos de medicamentos são incompatíveis com a amamentação, o que faz com que a Cannabis possa ser uma alternativa viável. Doses baixas são capazes de controlar desconfortos e tornar a rotina das mulheres mais tranquila.
Depressão pós-parto
Muitas mulheres têm medo ou vergonha de falar sobre a depressão pós-parto, mas isso não faz com que o problema desapareça. Na verdade, estima-se que cerca de 25% das mães são acometidas por esse transtorno. Ou seja: ele é bem mais comum do que imaginamos.
Para minimizar os sinais do problema, a Cannabis pode ser uma boa aliada. Os benefícios se dão por conta da ação dos canabinóides em nosso sistema endocanabinoide, no qual neurotransmissores são ativados e diminuem sinais como a tristeza e a inquietação emocional.
No entanto, o acompanhamento psicológico é essencial para as mães que lidam com a depressão pós-parto. Essa é uma situação séria, que deve ter uma abordagem multifatorial.
Como funciona o uso da Cannabis medicinal no período de amamentação?
Como vimos, o uso do óleo de CBD pode ser uma ótima alternativa para que as mulheres se sintam mais equilibradas durante esse período tão importante das suas vidas. No entanto, é comum que surjam muitas dúvidas sobre a segurança dos compostos e o seu uso nessa fase tão delicada.
Continue a leitura e veja a resposta para alguns questionamentos bem comuns!
Fazer uso da Cannabis medicinal na amamentação prejudica o bebê?
Como mencionado ao longo do texto, não há um consenso da ciência sobre esse fato. No entanto, há estudos recentes que analisaram recém-nascidos de mães que faziam uso de Cannabis e das que não utilizavam qualquer composto relacionado com a planta.
O resultado foi que os bebês de ambos os grupos se desenvolveram tranquilamente ao longo de suas internações hospitalares, já que eles eram prematuros. No momento da alta, não foram observadas diferenças substanciais entre os grupos.
Esse é um bom indicativo de que os compostos oriundos da Cannabis, que são passados para os bebês por meio da amamentação, não são nocivos para o desenvolvimento das crianças. No entanto, a ciência não para e em breve, teremos respostas mais concretas sobre o assunto.
A cannabis medicinal faz o leite da mãe secar?
Não há qualquer tipo de evidência de que o uso de Cannabis durante a amamentação faça o leite da mãe secar. Esse é um processo que pode ser mediado pelos seguintes fatores:
- estresse;
- alimentação inadequada;
- hidratação inadequada;
- cansaço excessivo;
- ansiedade;
- alguns tipos de medicação, etc.
Como a Cannabis ajuda no tratamento de questões emocionais e melhora o apetite das mães que fazem tratamento com esses compostos, não é possível estabelecer qualquer relação entre o seu uso e a secagem do leite materno.
Existem efeitos colaterais para a lactante?
Como todas as substâncias, o canabidiol e outros compostos oriundos da Cannabis, em sua forma medicinal, podem trazer alguns efeitos adversos. Alguns exemplos são:
- tontura;
- sonolência;
- enjoos, entre outros.
No entanto, esse é um composto considerado seguro. Esses efeitos são dose-dependentes, ou seja, somem assim que a dose é ajustada pelo profissional responsável. Além disso, muitas vezes eles são também transitórios e presentes apenas durante alguns dias, na fase de adaptação do organismo à substância.
É imprescindível que você relate qualquer tipo de ocorrência ao médico que acompanha o seu caso, além de tirar as suas dúvidas sobre as possíveis ocorrências. Esse diálogo aberto é crucial para bons resultados no tratamento!
Como deve ser avaliado o uso de Cannabis durante a amamentação?
Agora, é hora de conferir algumas recomendações extras sobre o uso de CBD durante a amamentação. Vamos lá?
Quais são as alternativas viáveis para esse uso?
O uso dos compostos canabinóides pode ser feito de diversas formas. Alguns exemplos são:
- uso tópico (aplicado na pele, por exemplo);
- em forma de óleo (com gotinhas que são pingadas abaixo da língua);
- cápsulas;
- vaporizadores (em uma espécie de inalação), entre outros.
A melhor forma será a que funcionar melhor para você! Por isso, converse com o seu médico sobre as suas preferências e, juntos, cheguem em um consenso sobre qual será a estratégia utilizada para o seu tratamento.
Como deve ser a dosagem da Cannabis na amamentação?
Não há uma “receita de bolo” para a prescrição dos compostos da Cannabis. A dose ideal dependerá de uma série de fatores, como:
- a sua idade;
- o seu peso;
- a sua principal queixa;
- as particularidades do seu bebê, entre outros.
Além disso, essas substâncias só podem ser compradas com a devida prescrição médica. Isso evita a automedicação e garante a segurança do tratamento, que também é obtida a partir de um acompanhamento frequente, com consultas e avaliações periódicas.
Lembrando que a automedicação nunca é o caminho, independentemente de qual seja o remédio utilizado. Durante a gestação e a amamentação, esse problema se torna ainda mais perigoso, já que os compostos ingeridos podem chegar até o bebê por meio do aleitamento. Então, fique de olho!
Quais são os cuidados que se deve ter com a Cannabis na amamentação em casos de uso?
Estamos chegando ao final da nossa conversa. No entanto, antes de nos despedirmos, precisamos alinhar mais dois pontos. Um deles diz respeito aos cuidados envolvidos no processo de uso da Cannabis durante a amamentação. Confira algumas dicas a seguir!
Faça exames frequentes
Durante a amamentação, é preciso estar em dia com a saúde. Na verdade, isso é algo válido para qualquer momento das nossas vidas, não é mesmo?
Por isso, tenha em mente a importância da realização de exames frequentes. Bons check-ups nos ajudam a identificar qualquer tipo de alteração logo no início, fazendo com que os tratamentos sejam mais rápidos, eficazes e menos invasivos.
Vá a consultas periódicas
Outro ponto importantíssimo do acompanhamento das lactantes está na realização de consultas periódicas. Isso também é muito importante para as mamães que fazem uso de compostos da Cannabis.
As consultas frequentes são essenciais para o acompanhamento da paciente e, indiretamente, do bebê. Nelas, são relatados possíveis efeitos colaterais e a dose pode ser ajustada, garantindo a segurança de todos os envolvidos.
Fique atenta ao bebê
Como foi mencionado ao longo do texto, a ciência ainda não bateu o martelo sobre os efeitos da Cannabis para os bebês. E, na verdade, nada é 100% garantido quando o assunto é o meio científico. Esse universo está sempre passando por mudanças, tendo novas descobertas e avançando cada vez mais.
Por conta disso, é importante estar sempre atento a qualquer alteração vivenciada pelo seu bebê. É bem provável que elas não tenham qualquer relação com o uso de canabinóides, mas uma consulta é sempre válida para eliminar qualquer causa e deixá-la mais tranquila, não é mesmo?
Tome apenas as doses prescritas
Os canabinóides são medicamentos seguros, porém controlados. Você poderá comprar uma certa quantidade do composto, mas cuidado: não exceda as doses prescritas pelo seu médico.
É fundamental que você siga o tratamento à risca, para evitar que o excesso de substâncias seja passado para o bebê por meio da alimentação.
Converse com o profissional e tire as suas dúvidas sobre o que deve ser feito caso uma dose extra seja tomada ou você acabe esquecendo a hora de se medicar, entre outros imprevistos que podem surgir.
Tire as suas dúvidas com o profissional
Já que o assunto é, novamente, o diálogo com o médico, é importante ressaltar toda a importância desse assunto para a saúde das pessoas que fazem o tratamento com a Cannabis.
Qualquer dúvida deve ser sempre tirada com o seu médico. Tenha o contato dele sempre por perto e combinem sobre os meios de comunicação que poderão ser utilizados.
Essa é uma parceria, que exige que os dois participem a fim de que o tratamento venha a ter os efeitos desejados e possa ser devidamente seguro para todos os envolvidos.
E então, usar ou não usar o CBD durante a amamentação?
Agora, é hora de alinharmos toda a nossa conversa!
Em resumo: ainda que o uso de compostos canabinóides não seja completamente suportado pela comunidade médica — devido à ausência de estudos e pesquisas sobre o tema —, o tratamento com óleo de CBD pode ser vantajoso para muitas mães que estão amamentando.
Muitos fatores devem ser levados em consideração, como:
- questões físicas e psicológicas pelas quais a mãe está passando;
- saúde do bebê;
- histórico de enfermidades na família;
- estilo de vida da família;
- possibilidade de utilização de fórmulas para a alimentação do bebê, entre outros.
Muitas vezes, os prejuízos da ausência de tratamento para as mães é muito grande e deve ser considerado. A conversa precisa avaliar o custo-benefício do tratamento com o óleo de CBD e avaliar como a sua não-utilização impactará na qualidade de vida da mãe e do bebê.
Entenda como o Cannabis & Saúde pode te auxiliar
O Portal Cannabis & Saúde é uma iniciativa que tem como objetivo aproximar você de profissionais que têm longa experiência com a prescrição de canabinóides. São médicos atualizados e habilitados para fazer esse tipo de indicação aos seus pacientes.
Além disso, o nosso foco está na informação dos pacientes sobre os compostos oriundos da Cannabis. Em nosso site, você poderá encontrar dezenas de artigos sobre as mais variadas indicações para o tratamento com essas substâncias, além de referências a estudos e novidades sobre o tema.
Ou seja, você pode contar com a gente! Estamos à disposição para tirar qualquer tipo de dúvida e ajudá-lo no que for necessário. Acesse o site oficial da Cannabis & Saúde e saiba mais sobre o projeto!
Como podemos ver, é possível fazer a combinação entre Cannabis e amamentação, desde que a gestante seja constantemente avaliada por um médico com experiência em terapias canabinóides.
Uma gestação saudável, assim como o equilíbrio físico e mental ao longo do aleitamento materno, são fundamentais para a saúde da mãe e do bebê!
Agora, é hora de agir! Se você tem interesse em saber mais, agende uma consulta com um profissional habilitado e com experiência em tratamento com Cannabis. Assim, poderá tirar as suas dúvidas diretamente e terá o seu caso avaliado de maneira individual.