A percepção pública sobre o uso medicinal da Cannabis se transforma a cada dia. E essa mudança é amparada por números bastante expressivos que refletem uma adesão cada vez maior à terapia Canabinoide em todo País.
No primeiro semestre de 2024, a Anvisa autorizou 75.852 importações de produtos de Cannabis, um grande avanço em relação às 2.885 autorizações de 2018. Além disso, de acordo com a Kaya Mind, hoje, 672 mil brasileiros utilizam a Cannabis medicinal.
Apesar desses números, os pacientes ainda enfrentam dúvidas e receios ao iniciar o tratamento com Canabinoides. Nesse contexto, o acolhimento se torna fundamental. Ele não só facilita a adesão ao tratamento, mas também promove confiança, conforto e humanização, aspectos essenciais para o sucesso da terapia.
“A história da Cannabis medicinal no Brasil se mistura com a luta de mães que buscavam alternativas para seus filhos, desafiando o sistema de saúde tradicional. Essa trajetória mostrou a importância de uma abordagem centrada no acolhimento, que vai além da simples prescrição e oferece suporte completo ao paciente”, afirma Ana Gabriela Baptista, CEO da TegraPharma.
Com vasta experiência na área de saúde e inovação, Ana Gabriela observa que muitos pacientes que usam fitocanabinoides são resistentes a tratamentos convencionais, o que causa grande desgaste emocional. Por isso, o acolhimento humanizado é crucial para garantir que esses pacientes sigam o tratamento. Ela também enfatiza que, com o aumento da demanda, o suporte emocional deve se estender às famílias, criando uma rede de apoio sólida.
“É essencial adotar estratégias de apoio emocional e informativo, para aliviar o peso dos pacientes e familiares. Isso fortalece a confiança no tratamento e assegura uma jornada mais segura, principalmente em momentos críticos, quando a qualidade de vida está em jogo”, complementa.
Jornada de Vida, Conexão e Cuidado
Como parte dessa iniciativa, A TegraPharma promoveu o evento “Jornada de Vida, Conexão e Cuidado” em São Paulo, reunindo mães de pacientes que utilizam Cannabis medicinal. A ação foi um espaço de acolhimento, onde as mães puderam compartilhar experiências e aprender mais sobre os benefícios da Cannabis.
Para Ana Gabriela, o tratamento exige cuidado e atenção contínuos. “É fundamental acompanhar as famílias e entender todo o contexto do paciente. Só assim podemos garantir resultados eficazes e satisfatórios.”
O acolhimento é especialmente necessário para famílias de crianças com condições neurodiversas. De acordo com uma pesquisa da UFMG, o burnout parental tem aumentado, principalmente entre pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e TDAH. As dificuldades de acesso a tratamentos adequados agravam ainda mais essa situação.
Neste contexto, a Cannabis medicinal desponta como uma alternativa terapêutica que pode melhorar a condição clínica dos pacientes, mas exige um atendimento acolhedor e personalizado.
“A Cannabis medicinal é uma revolução na medicina, não apenas pelos seus efeitos terapêuticos, mas pela sua abordagem centrada no paciente. Essa jornada de acolhimento mostra como o tratamento pode ser conduzido com respeito, empatia e conhecimento, demonstrando um compromisso genuíno com a saúde das pessoas”, diz Ana Gabriela.
Michela A. Godas, mãe de Lorenzo, diagnosticado com síndrome de Dravet, uma forma grave de epilepsia, é um exemplo da importância dessa proximidade e destaca a relevância do acompanhamento contínuo no tratamento.
“É como um jogo de xadrez. Os resultados não são imediatos e exigem paciência constante. É preciso um profissional experiente, que entenda as particularidades do tratamento, pois cada organismo reage de forma única”, observa Michela.
Ela destaca a importância de uma comunicação constante com a equipe médica. “Eu buscava mais do que um novo medicamento para o Lorenzo. Queria um tratamento alinhado ao bem-estar e à qualidade de vida dele. Sabia que seria necessário paciência e um entendimento profundo sobre os benefícios da Cannabis em comparação com os efeitos colaterais dos tratamentos tradicionais.”
Leia o depoimento completo neste link:
Ana Gabriela reforça que esse acolhimento não deve ser visto como um benefício adicional, mas como uma parte essencial do tratamento. “Ele é crucial para reduzir o estresse das famílias e aumentar a confiança no tratamento, criando um ambiente estável para o paciente. Além disso, é necessário investir em educação contínua para os profissionais de saúde, para preencher as lacunas na prática clínica relacionada à Cannabis”, conclui.