Na família da Cannabis, existem três tipos de plantas: Cannabis sativa, Cannabis indica e Cannabis ruderalis.
Elas diferem em suas formas, crescimento e componentes. Portanto, os seus efeitos também são diferentes.
A Cannabis sativa é uma planta de grande valor para a medicina, com destaque para suas propriedades terapêuticas.
Além de ser reconhecida pelo uso recreativo, seu real potencial está nas substâncias ativas que podem ser extraídas dela.
Desde a descoberta do sistema endocanabinoide nos anos 1960, a Cannabis tem sido amplamente estudada, e cada vez mais surgem evidências de sua eficácia em diversos tratamentos médicos.
A espécie sativa é uma das fontes do canabidiol, um composto usado como matéria-prima para fabricar uma ampla variedade de medicamentos, utilizados no tratamento de inúmeras doenças.
Conheça mais sobre essa planta versátil e repleta de possibilidades para a área da saúde lendo este artigo. A seguir, você vai aprender sobre:
- O que é Cannabis sativa?
- Normas legais em relação ao uso de Cannabis sativa
- Quais são os tipos de Cannabis sativa?
- Quais são os efeitos da Cannabis sativa?
- Quais estudos apontam benefícios da Cannabis sativa para fins medicinais?
- Qual é o uso medicinal da Cannabis sativa?
- Qual é a melhor: sativa ou indica?
- Onde e como iniciar um tratamento com a Cannabis sativa?
O que é Cannabis sativa?
Cannabis sativa é a mais conhecida espécie da Cannabis, e é cultivada principalmente em lugares com clima quente e seco e longos dias de sol, como algumas regiões da África, da América Central e da Ásia Ocidental e Sudeste.
O nome sativa vem do latim e significa que algo é cultivado. Este tipo se desenvolveu mais nas regiões próximas à linha do Equador e foi classificado em 1753 pelo naturalista sueco Carl von Linnaeus.
As folhas dessa espécie têm um formato peculiar, recortadas em segmentos longilíneos e serrilhadas.
Já as flores nos espécimes femininos têm um tipo de penugem e segregam uma resina.
Mas não são apenas das folhas e flores que se extraem produtos e medicamentos.
O caule da Cannabis sativa também é aproveitado para a produção de fibras conhecidas como cânhamo, largamente utilizadas pela indústria.
Qual é a origem da sativa?
As plantas do gênero Cannabis estão entre as culturas mais antigas já conhecidas.
Acredita-se que ela seja nativa da Ásia, em algum lugar entre as regiões em que ficam hoje a China, a Mongólia e o Sudeste da Sibéria.
Estima-se que seja utilizada para diversos fins há pelo menos 10 mil anos e cultivada há cerca de 6 mil anos.
Hoje, o cultivo da Cannabis se faz notar no mundo todo, embora uma parte dele seja orientado para o mercado ilegal de uso recreativo.
No entanto, na maior parte da sua história, a planta foi consumida com propósitos medicinais e também cosméticos.
Com a identificação e o isolamento do canabidiol (CBD) em 1963 pelo químico Raphael Mechoulam, inaugurou-se uma nova era de estudos sobre a Cannabis medicinal, quando então a ciência descobriu o sistema endocanabinoide.
Hoje, o que não faltam são pesquisas que indicam os benefícios do canabidiol para a saúde humana.
Para que serve a Cannabis sativa?
A Cannabis sativa é comumente referida como maconha e tem sido usada há muito tempo na medicina popular. É usada para o tratamento da dor, depressão, insônia e perda de apetite.
As sementes desta planta são usadas principalmente para fazer óleo de semente de cânhamo e usadas para cozinhar, combustível de lâmpada e tintura.
Elas também são comestíveis, cozidas ou cruas. Óleo altamente nutritivo pode ser obtido a partir das sementes. As folhas são usadas na preparação de sopas.
É também uma fonte de fibra têxtil. Os tecidos do caule podem ser usados para fazer bioplásticos.
O cultivo e comercialização é legalizado?
No Brasil, o cultivo de Cannabis é proibido atualmente, mas há pesquisadores e empresas que argumentam que o clima tropical do país seria propício para o cultivo dessa planta, o que poderia torná-lo um importante fornecedor mundial.
Os defensores do cultivo afirmam que isso poderia reduzir o custo dos medicamentos à base de Cannabis, diminuindo a necessidade de importações caras e, assim, tornando os produtos mais acessíveis para os consumidores.
A obtenção de produtos à base de Cannabis sativa só pode ser feito mediante a um receituário médico.
No entanto, em 2021, a comissão especial da Câmara dos Deputados revisou um Projeto de Lei 399/15, e emitiu um parecer favorável à regulamentação do cultivo da Cannabis sativa no Brasil, mas somente para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais.
De acordo com o PL, o plantio poderá ser feito apenas por pessoas jurídicas (empresas, associações de pacientes ou organizações não-governamentais).
Não há previsão de liberação para o cultivo individual. Até então, são proibidos o uso, plantio e comercialização de cigarros, chás e outros itens derivados da planta.
Normas legais em relação ao uso de Cannabis sativa
As normas legais em relação ao uso de Cannabis sativa variam significativamente em todo o mundo.
Em muitos países, a Cannabis sativa é ilegal em todas as suas formas, seja para uso recreativo ou medicinal.
Essas nações impõem penalidades rigorosas para a posse, cultivo ou distribuição da planta.
Contudo, ao longo dos últimos anos, tem havido uma crescente tendência global para a legalização e regulamentação da maconha, tanto para uso medicinal quanto recreativo.
No Brasil, o uso medicinal da Cannabis sativa é permitido sob certas condições. Isso geralmente envolve a obtenção de uma prescrição médica.
Com ela, os pacientes podem ter acesso a produtos de Cannabis farmacêuticos específicos, como óleos, extratos e medicamentos à base de maconha. Quanto ao uso recreativo, ainda não é permitido.
Por outro lado, em alguns lugares, como Uruguai, Canadá, alguns estados dos Estados Unidos e outros, o uso recreativo de Cannabis é legalizado para adultos acima de uma certa idade.
No entanto, mesmo nesses locais, existem restrições quanto à posse e à quantidade que uma pessoa pode carregar.
É importante observar que as normas podem variar em relação a locais públicos e privados, bem como a regulamentações comerciais relacionadas ao cultivo, venda e distribuição.
Resoluções e portarias vigentes sobre a Cannabis sativa
Ao longo dos anos, a legislação passou por diferentes atualizações e restrições, proibindo gradualmente o uso da planta, incluindo compostos ativos como o THC.
Em 1998, a Portaria n° 344 SVS/MS estabeleceu que medicamentos que continham THC precisavam de autorização especial da Secretaria de Vigilância Sanitária do Brasil.
Já em 2015, a RDC n° 03 atualizou a lista de substâncias controladas, incluindo o CBD na Lista C1, mas mantendo o THC na Lista F2, dificultando a importação de medicamentos à base da Cannabis que contivessem ambos os canabinoides.
Com a RDC n° 17, em 2015, definiu-se procedimentos para a importação de medicamentos com canabidiol, mas o THC precisava ser retirado da lista de substâncias proscritas para possibilitar a importação de medicamentos que contivessem esse composto.
O Ministério Público Federal atualizou uma Ação Civil Pública, exigindo que a Anvisa retirasse o THC da lista proscrita e o incluísse na lista de substâncias psicotrópicas sujeitas a uso sob notificação.
Após implementação dessa decisão judicial, a Anvisa emitiu a Resolução RDC n° 66, permitindo de forma interina a importação de medicamentos derivados da planta mediante a receita médica.
O uso da Cannabis sativa no Brasil
Atualmente, o uso da Cannabis sativa no Brasil continua sendo regulado de forma restritiva, mas algumas mudanças significativas ocorreram, especialmente no âmbito do uso medicinal.
No contexto recreativo, a posse, consumo e venda da Cannabis ainda são considerados crimes.
A legislação do país mantém uma abordagem proibitiva em relação às drogas ilícitas, incluindo a Cannabis.
No entanto, a discussão sobre o uso medicinal da Cannabis ganhou força no país.
Pacientes com condições médicas específicas, como epilepsia refratária, doenças neurológicas e condições crônicas de dor, têm buscado tratamentos à base de produtos contendo canabidiol (CBD) e, em alguns casos, tetrahidrocanabinol (THC).
Para atender às necessidades desses pacientes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu resoluções que permitem a importação de medicamentos à base de canabidiol e tetrahidrocanabinol sob prescrição médica.
Ademais, houve uma atualização para permitir o cultivo controlado da planta em território nacional para fins medicinais, o que facilitou o acesso a produtos derivados da Cannabis.
Essas mudanças representam um avanço significativo no campo do uso medicinal da Cannabis no Brasil.
Isso proporcionou opções terapêuticas adicionais para pacientes com condições específicas, respeitando os protocolos regulatórios necessários para garantir a segurança e a qualidade dos tratamentos.
É importante lembrar que as políticas e regulamentações podem continuar a evoluir.
Portanto, para obter informações atualizadas sobre o uso da Cannabis sativa no Brasil, acompanhe os artigos aqui do Portal Cannabis & Saúde.
Quais são os tipos de Cannabis sativa?
A indústria da Cannabis utiliza as diferentes espécies da planta de variadas formas, afinal, cada uma apresenta concentrações distintas de canabinoides.
Por isso, vale prestar atenção às características não só da Cannabis sativa como das suas variedades.
As diferenças entre uma planta e outros tipos geralmente estão relacionadas a características morfológicas, composição química e uso específico.
Embora todas pertençam ao mesmo gênero, cada uma possui características distintas.
Uma diferença significativa está na composição química das plantas. Diferentes tipos de Cannabis sativa tendem a conter níveis variados de THC (tetrahidrocanabinol), o principal composto psicoativo da planta.
Além disso, os diferentes tipos podem ser cultivados para usos específicos.
Enquanto um tipo é frequentemente cultivado para a produção de fibras, sementes e óleos ricos em CBD, outro pode ser utilizado para fins medicinais.
Conheça os tipos:
Sativa
Na variedade sativa, a planta apresenta caules cultiváveis, usados na produção de sementes ou de fibras.
Estas, por sua vez, são geralmente longas, com sementes menores que as de outras espécies de Cannabis, podendo ser ramificadas ou não.
Nela, há também alguns exemplares monoicos (com órgãos reprodutores de ambos os gêneros).
Spontanea
Mais conhecida como Cannabis ruderalis, é a subespécie menos abundante entre todas do gênero.
Um dos seus traços característicos é não crescer muito, o que a torna a mais baixa entre todas as variedades de sativa.
Contudo, ela se adapta bem a regiões com climas mais rigorosos, sendo encontrada na Europa Oriental, no Himalaia e na Sibéria.
Indica
Subespécie nativa da Ásia Central e do subcontinente indiano, tem como origem provável a região que cobre o Afeganistão, o Paquistão e a Índia.
Sendo assim, se trata de uma variedade adaptada ao clima desses países, classificado como ventoso e tropical.
A Cannabis indica é a subespécie mais larga e baixa, com crescimento mais rápido que a Cannabis sativa.
Afegânica
A variedade afegânica é conhecida por apresentar grande parte das características desejáveis ao produtor de Cannabis para uso comercial.
São plantas baixas, com folhas verde-escuras e de amadurecimento precoce.
A variedade afegância também se caracteriza por produzir uma quantidade abundante de resina, além de gerar uma Cannabis com cheiro peculiar.
Quais são os efeitos da Cannabis sativa?
A ciência já documentou vários dos efeitos medicinais dos canabinoides extraídos da Cannabis sativa.
Essas reações só são possíveis graças à interação dessas substâncias com o sistema endocanabinoide do corpo humano.
Portanto, é do “reforço” trazido pelo CBD e THC que se podem tirar os muitos benefícios terapêuticos, ao interagirem nesse sistema.
A gama de tratamentos em que a Cannabis tem sido empregada é bastante extensa, graças, especialmente, às suas propriedades medicinais e aos seus efeitos terapêuticos.
Veja, então, quais são os principais deles.
Analgésico
Muitos dos terpenos (substâncias responsáveis pelo aroma) presentes na Cannabis sativa exercem ação analgésica no corpo humano.
Um deles é o óxido de cariofileno, um dos derivativos do beta-cariofileno.
Ele também é encontrado em produtos como canela, orégano, goiaba, eucalipto, cravo e erva-cidreira, sendo conhecido por suas propriedades anticancerígenas e analgésicas.
Além disso, ele ainda tem efeito antioxidante e bactericida.
Não bastassem as propriedades analgésicas, há evidências de que ele ajuda a controlar o diabetes tipo 1 e 2, doenças cardiovasculares e renais, hipertensão, Parkinson e Alzheimer.
Relaxante muscular
A eficácia da Cannabis sativa já é bem conhecida no tratamento de doenças que afetam o sistema musculoesquelético, como a fibromialgia e a esclerose múltipla.
Para esses casos, o canabidiol vem sendo indicado para aliviar a rigidez muscular associada a essas doenças, com resultados amplamente positivos.
Sobre isso, vale citar um estudo feito no Reino Unido, em que se compararam os resultados de tratamento com extrato de Cannabis oral e placebo.
O estudo (Multiple Sclerosis and Extract of Cannabis: results of the MUSEC trial, publicado no Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry.), teve como objetivo principal demonstrar a superioridade da Cannabis frente ao placebo no tratamento da rigidez muscular na esclerose múltipla.
Os pesquisadores administraram, por 2 semanas, de 5 mg a um máximo de 25 mg de tetrahidrocanabinol por dia em pacientes com esclerose múltipla.
Ao final do estudo, a taxa de alívio na rigidez muscular depois de 12 semanas foi quase duas vezes maior com o extrato de Cannabis do que com o placebo (29,4% vs 15,7%).
Antiemético
Pacientes com câncer submetidos à quimioterapia são, via de regra, obrigados a lidar com efeitos colaterais como vômitos e náuseas.
Para eliminar estes efeitos, a Cannabis também é indicada, já que atua como antiemética, aliviando o grande desconforto causado pelo tratamento contra o câncer.
Anticonvulsivo
Em pessoas acometidas com epilepsia, os compostos da Cannabis sativa são eficazes para evitar e controlar convulsões – e provas não faltam para atestar esse efeito.
Uma delas é o estudo Effect of Cannabidiol on Drop Seizures in the Lennox-Gastaut Syndrome.
Publicado no The New England Journal of Medicine, envolveu 226 pacientes com a Síndrome de Lennox-Gastaut (SLG), uma condição epiléptica pediátrica grave.
Neste estudo, os pesquisadores observaram que a adição de Cannabis ao tratamento farmacológico antiepiléptico convencional reduziu bastante a frequência das convulsões.
Ansiolítico
No artigo Canabidiol, um componente da Cannabis sativa, como um ansiolítico, publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, pesquisadores revisaram a literatura sobre o assunto e concluíram o potencial do canabidiol para ansiedade.
Confira um trecho do estudo:
“Os resultados de estudos em animais de laboratório, voluntários saudáveis e pacientes com transtornos de ansiedade sustentam a proposta do CBD como uma nova droga com propriedades ansiolíticas(…)“.
Anti-inflamatório
Nem só de THC e CBD vive a medicina à base de Cannabis.
Uma das suas muitas substâncias, o canabicromeno (CBC) destaca-se por ser amplamente estudado.
Isso porque ele apresenta um potencial terapêutico que nenhum dos outros compostos têm, como propriedades fungicidas e bactericidas.
Além disso, apresenta efeito sedativo, hipotensor e é um potente anti-inflamatório.
Efeito entourage
Efeito entourage é o nome usado para descrever o mecanismo pelo qual os compostos da Cannabis produzem mais benefícios quando atuam de maneira conjunta.
Isto é, as reações terapêuticas são potencializadas quando um composto ativo interage com outras substâncias presentes na Cannabis sativa.
Isso resulta do conceito de sinergia botânica, segundo o qual compostos ativos têm sua ação otimizada quando interagem com outros da mesma categoria.
No caso da Cannabis, em 1998, os professores Raphael Mechoulam, o mesmo que isolou o canabidiol pela primeira vez, e Shimon Ben-Shabat, observaram esse efeito no sistema endocanabinoide.
Eles encontraram metabólitos inativos e moléculas estreitamente relacionadas que aumentaram significativamente a atividade dos endocanabinoides.
Ou seja, ainda que outros compostos não atuem ativamente para produzir determinada reação causada pelo CBD, de alguma maneira, eles ajudam a potencializar os resultados.
Esse é o efeito entourage, que ajuda a entender por que drogas botânicas são, em alguns casos, mais eficazes que os seus compostos isolados.
Além disso, já foi demonstrado que, no uso medicinal do canabidiol, as reações adversas são maiores quando o composto é administrado na forma purificada.
Na comparação com o extrato com alta concentração de CBD, que preserva os demais fitoquímicos, os resultados obtidos em tratamentos são, em geral, superiores.
Efeitos adversos
Há poucos dados sobre reações adversas causadas pelos produtos terapêuticos feitos à base de Cannabis.
Inclusive, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já declarou que o canabidiol é seguro, conforme relatado no Critical Review Report em 2018:
“CBD é geralmente bem tolerado e tem um bom perfil de segurança. Os efeitos adversos relatados podem ser o resultado de interações entre o CBD e os medicamentos que os pacientes estão tomando.”
O risco é ainda menor com o uso de extratos de CBD que contêm outros canabinoides e fitoquímicos, graças ao efeito entourage, como agora você já sabe.
Quais estudos apontam benefícios da Cannabis sativa para fins medicinais?
Além dos estudos mencionados anteriormente, estudos mais gerais também apontam os benefícios da Cannabis.
Um deles é o Therapeutic Benefits of Cannabis: A Patient Survey.
Neste estudo, pesquisadores entregaram questionários manualmente a cem pacientes no Havaí.
A taxa de resposta foi alta, com 94% dos pacientes respondendo aos questionários. Noventa e sete por cento dos entrevistados utilizavam Cannabis principalmente para aliviar dor crônica.
A média da melhora da dor, em uma escala de 0 a 10, foi de 6, o que representa uma redução relativa de 64% na dor média.
Metade dos entrevistados também relatou alívio do estresse/ansiedade, enquanto 45% relataram alívio da insônia.
A maioria dos pacientes (71%) não relatou efeitos adversos, embora 6% tenham mencionado tosse ou irritação na garganta e 5% manifestaram preocupação com questões legais, apesar do uso de Cannabis medicinal ser legal no Havaí.
Não foram relatados efeitos adversos graves no estudo.
Qual é o uso medicinal da sativa?
A lista de doenças que podem ser tratadas com os extratos obtidos da Cannabis sativa é bastante extensa.
Ainda que a medicina precise avançar nas pesquisas, já existe muito material em que se chegam a conclusões incontestáveis sobre os efeitos positivos do CBD em tratamentos.
Conheça algumas das várias enfermidades e condições que podem ser tratadas com os canabinoides extraídos dessa planta.
Autismo
Casos de sucesso não faltam para ilustrar a eficácia do CBD no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A relação entre a Cannabis e o autismo ainda é objeto de pesquisa e debate na comunidade científica.
A Cannabis interage com o sistema endocanabinoide do corpo, que desempenha um papel importante na regulação de diversas funções fisiológicas, incluindo o desenvolvimento e a comunicação neuronal.
Sobre essa doença, também existem diversos estudos conclusivos, como o Current state of evidence of Cannabis utilization for treatment of autism spectrum disorders, publicado no jornal de Psiquiatria da Springer Nature.
O estudo diz que a Cannabis pode ajudar a modular os neurotransmissores no cérebro, o que poderia influenciar positivamente a regulação emocional, comportamental e a sensibilidade sensorial em indivíduos autistas.
Além disso, a Cannabis tem propriedades anti-inflamatórias e neuroprotetoras, que podem ser benéficas para pessoas com autismo, visto que a inflamação e o estresse oxidativo têm sido associados à condição.
Alzheimer
Igualmente bem documentado é o uso bem-sucedido de Cannabis em pacientes com Alzheimer.
Todo esse sucesso também vem sendo confirmado em estudos e pesquisas como A Review on Studies of Marijuana for Alzheimer’s Disease – Focusing on CBD, THC, publicado na revista da Journal of Pharmacopuncture.
De acordo com este estudo, um apanhado de evidências sugerem que o componente CBD da Cannabis pode ser útel para tratar e prevenir o Alzheimer, porque os componentes da Cannabis poderiam suprimir os principais fatores causais da doença.
Ademais, foi sugerido que o uso de CBD e THC juntos poderia ser mais útil do que usar CBD ou THC sozinho.
Parkinson
Outra doença cujo avanço pode ser contido com tratamento à base de Cannabis é o Parkinson.
A Cannabis contém propriedades neuroprotetoras e anti-inflamatórias, o que pode ajudar a proteger as células nervosas afetadas pela doença de Parkinson.
Além disso, o CBD pode ajudar a reduzir a rigidez muscular e o tremor, sintomas comuns da doença.
Já o THC, por sua vez, pode ajudar a aliviar a dor, melhorar o sono e reduzir a ansiedade em pacientes com Parkinson.
Em suma, a Cannabis pode melhorar a qualidade de vida e o bem-estar geral em pessoas com a doença.
Que o diga o advogado Evaldo Lopes Jr. que teve problemas com a medicação convencional e teve uma melhora na sua qualidade de vida com o uso da Cannabis. Confira esta história!
Para conferir outras doenças que se beneficiam da Cannabis medicinal, clique nos links abaixo:
- Ansiedade
- Artrite reumatoide
- Artrose
- Câncer
- Dependência química
- Depressão
- Dermatites, acne e psoríase
- Diabetes
- Doenças gastrointestinais
- Dor neuropática
- Dores de cabeça
- Endometriose
- Enxaqueca
- Epilepsia
- Esclerose múltipla
- Fibromialgia
- Glaucoma
- Insônia
- HIV
- Lesões musculares
- Obesidade
- Osteoporose
- Paralisia cerebral
- Síndrome de Tourette
- Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
- Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT)
- Doenças veterinárias.
Qual é a melhor: sativa ou indica?
Não há uma resposta definitiva para qual é a melhor variedade de Cannabis – sativa ou indica – pois isso depende das preferências individuais e das necessidades de cada pessoa.
Cada uma dessas variedades possui características distintas, e a escolha pode variar de acordo com o efeito desejado e o objetivo do uso.
As variedades sativa são conhecidas por proporcionar efeitos mais estimulantes e energéticos, sendo associadas a um aumento da criatividade, foco e humor.
Por outro lado, as variedades indica tendem a produzir efeitos mais relaxantes e sedativos, podendo aliviar dores, reduzir ansiedade e ajudar a melhorar o sono.
Além disso, muitas variedades híbridas combinam características tanto de sativa quanto de indica, oferecendo uma variedade de efeitos.
O importante é entender as diferenças entre as variedades e experimentá-las para encontrar a que melhor atende às suas preferências e necessidades individuais.
Onde e como iniciar um tratamento com a Cannabis sativa?
Para iniciar um tratamento com a Cannabis sativa, é essencial buscar orientação médica adequada.
O primeiro passo é consultar um médico experiente em medicina canabinoide, que esteja familiarizado com o uso terapêutico da Cannabis.
O Portal Cannabis & Saúde é uma excelente fonte para encontrar profissionais capacitados e atualizados nessa área.
Clique aqui para ter acesso à mais de 250 profissionais prescritores.
Ao buscar ajuda médica, é importante ser transparente sobre suas condições de saúde, histórico médico e expectativas em relação ao tratamento. O médico avaliará cuidadosamente suas necessidades individuais e determinará se o uso da Cannabis é adequado para você.
Cada paciente é único, e o tratamento com a Cannabis deve ser personalizado para atender às suas necessidades específicas.
Um médico experiente ajudará a guiar o paciente por esse processo, garantindo que o tratamento seja seguro, legal e eficaz.
A parceria com profissionais qualificados é fundamental para maximizar os benefícios terapêuticos da Cannabis sativa.
Portanto, marque sua consulta com um dos profissionais do Portal Cannabis & Saúde hoje mesmo!
Conclusão
Ao longo deste artigo, discutimos diversos aspectos relacionados à Cannabis sativa, incluindo suas normas legais, seu uso no Brasil e suas potenciais aplicações medicinais.
Foi destacado que as normas legais em relação à Cannabis variam significativamente em todo o mundo, com alguns países adotando políticas mais flexíveis em relação ao uso medicinal e recreativo.
No Brasil, o uso medicinal da Cannabis é permitido sob certas condições, mas o uso recreativo ainda não é legalizado.
No entanto, é fundamental destacar que a pesquisa sobre a Cannabis continua em desenvolvimento e a indicação para o tratamento de condições específicas deve ser feita por profissionais de saúde qualificados.
Para saber mais do universo dos remédios fabricados com Cannabis sativa, continue sempre ligado no portal Cannabis & Saúde.