Quando falamos de Cannabis medicinal, estamos nos referindo ao uso da planta Cannabis e seus derivados para fins terapêuticos.
Sim, aquela mesma planta que algumas pessoas associam ao uso adulto. Mas aqui é um pouco diferente. A Cannabis medicinal ajuda a gerenciar várias condições médicas.
Essa planta tem uma longa história de uso na medicina. Há séculos, ela é utilizada para aliviar dores, melhorar o apetite e até ajudar com náuseas.
Hoje, cientistas e médicos estão descobrindo os mecanismos por trás de seus benefícios. Parte de seus efeitos derivam da ação dos canabinoides, que interagem com certos receptores em nosso corpo.
Na prática, o uso medicinal da Cannabis pode ocorrer de várias formas: óleos, cápsulas ou até mesmo produtos tópicos. A ideia é utilizá-los para melhorar a qualidade de vida e aliviar sintomas que não são bem controlados por outros tratamentos.
E o melhor de tudo? É uma alternativa completamente natural! Por conta disso, cada vez mais profissionais estão implementando o uso da Cannabis medicinal em seu arsenal terapêutico.
Se você está curioso sobre como esta planta também pode ajudar você, prossiga com a leitura e obtenha informações sobre:
- O que é a Cannabis medicinal?
- História da Cannabis medicinal
- Propriedades medicinais da Cannabis
- Sistema endocanabinoide e os canabinoides
- Aplicações clínicas
- Segurança e efeitos colaterais da Cannabis medicinal
- Regulamentação e legalidade da Cannabis medicinal no Brasil
- Métodos de consumo da Cannabis medicinal
- Depoimentos e estudos de caso
- Como acessar a Cannabis medicinal no Brasil
O que é a Cannabis medicinal?
O termo “Cannabis medicinal” se refere ao uso da planta com finalidade terapêutica. A Cannabis é, por natureza, uma das plantas mais ricas em substâncias curativas que existem.
Infelizmente, ela não desfruta da mesma reputação de ervas como a camomila, o boldo e a carqueja, ainda que seja muito mais poderosa.
Isso sem contar que as plantas dessa família são cultivadas para uso medicinal há milhares de anos, desde que as primeiras mudas foram identificadas na região onde estão hoje a Mongólia e parte da China.
O primeiro registro escrito sobre a Cannabis é datado em 1.500 a.C., encontrado na farmacopeia chinesa da época. Mas uma lenda chinesa vai além e diz que, lá em 2.700 a.C., o imperador Shen Nung já conhecia as propriedades medicinais da Cannabis, tornando ela um dos pilares da medicina chinesa.
No entanto, foi somente no século XIX, graças à O’Shaughnessy, que a Cannabis chegou à Europa e começou a ser usada por lá com fins medicinais.
Usar a Cannabis para tratar doenças vai muito além de apenas consumir a erva em sua forma bruta. Envolve extrair com precisão compostos chamados canabinoides que são manipulados para criar medicamentos.
Estes compostos interagem com o sistema endocanabinoide do nosso corpo, uma rede complexa que ajuda a regular funções vitais como dor, humor e sono.
Para esta finalidade, as plantas são cultivadas de forma controlada, com a temperatura, umidade e luz ajustadas com cuidado para garantir que os níveis de canabinoides estejam perfeitos.
Isso resulta em produtos como óleos, cápsulas, sprays, cremes e até adesivos transdérmicos, cada um feito com o objetivo de atender necessidades diferentes.
O uso terapêutico da Cannabis desmonta a ideia de que a planta serve só para recreação. Trata-se de um campo que opera sob rigor científico, legislação e uma visão moderna da medicina.
Diferença entre Cannabis para uso medicinal e recreativo
A Cannabis medicinal e recreativa tem propósitos diferentes e, portanto, seus efeitos e composições também se diferem.
O uso adulto da Cannabis é feito apenas para a diversão, sem foco em benefícios à saúde. Neste caso, os produtos têm um maior teor de THC.
A erva destinada a esse tipo de uso normalmente advém de fontes ilegais, já que é estritamente proibida no Brasil para fins que não sejam terapêuticos, e sua composição é quase sempre desconhecida.
Já a Cannabis medicinal é um termo usado para se referir ao uso controlado de medicamentos e derivados da planta. Portanto, a situação muda bastante de figura, tendo em vista que a finalidade é unicamente buscar benefícios à saúde.
Esses medicamentos normalmente não contém, ou contêm níveis baixos e controlados de THC, sendo, em sua maioria, mais concentrados em canabidiol.
Outra diferença importante, é que a Cannabis medicinal tem sua origem e composição bem definida, pois os produtos vendidos para este propósito são regulamentados pela Anvisa, o que traz maior segurança para o consumidor.
História da Cannabis medicinal
As plantas do gênero Cannabis – incluindo Cannabis sativa, indica e ruderalis – estão por aí há milhares de anos. Elas são nativas da Ásia, surgindo na região que hoje inclui a China, Mongólia e o sudeste da Sibéria.
Há indícios de que o ser humano usava a Cannabis medicinal há mais de 10 mil anos, e cerca de 6 mil anos atrás, começou a cultivá-la deliberadamente, plantando suas sementes para garantir novas colheitas.
No século 19, o médico irlandês William O’Shaughnessy estudou os remédios usados em culturas orientais e ajudou a divulgar o uso medicinal da Cannabis no Ocidente.
Porém, a falta de métodos adequados para padronizar os extratos da planta impediu que a Cannabis acompanhasse o avanço da ciência farmacêutica e se tornasse um remédio consolidado na medicina moderna.
Hoje, a situação evoluiu bastante, e muitos componentes da Cannabis são utilizados em vários produtos, como medicamentos e cosméticos.
Isso só foi possível graças ao trabalho do químico búlgaro Raphael Mechoulam, que, nos anos 1960, abriu caminho para que a ciência estudasse o sistema endocanabinoide e os verdadeiros benefícios da Cannabis medicinal.
No Brasil, até o começo do século 20, era comum encontrar a Cannabis sendo vendida em farmácias, na forma de cigarros e xaropes, com indicação de uso contra dores, tosse, insônia, asma e outros sintomas.
Foi algo que originou um grande problema: a concorrência com diferentes tipos de remédios, melhor aceitos em classes sociais mais elevadas, o que aumentou a pressão para a proibição da planta.
Por outro lado, de lá para cá, a ciência evoluiu bastante no Brasil. O mundo se globalizou e tivemos acesso às pesquisas científicas sobre o sistema endocanabinoide e a Cannabis medicinal, além de termos começado a produzir nossos próprios estudos
Aplicações clínicas
Como você viu, as plantas do gênero Cannabis têm um enorme potencial terapêutico graças aos seus compostos, que incluem canabinoides, flavonoides e terpenos.
O THC é o canabinoide mais conhecido, mas o canabidiol, ou CBD, é o que realmente brilha quando se fala em efeitos terapêuticos.
Esses e outros canabinoides menores interagem com receptores no nosso corpo, influenciando diversas funções fisiológicas.
E é justamente isso que faz a Cannabis ser tão eficaz no tratamento de doenças, uma vez que essa interação resulta em propriedades anticonvulsivantes, anti-inflamatórias, ansiolíticas, antipsicóticas e neuroprotetoras.
Além disso, o CBD é um ótimo aliado no alívio de sintomas como dores e náuseas, graças ao seu efeito analgésico.
Vale destacar que o uso da Cannabis para tratar doenças não tem nada a ver com o uso recreativo da planta.
Muitos produtos à base de Cannabis, como os óleos de CBD de espectro completo, incluem uma pequena quantidade de THC, geralmente limitada a 0,3%, o que não é suficiente para causar qualquer efeito psicoativo.
Propriedades medicinais da Cannabis
A Cannabis, mais do que uma planta, é uma verdadeira ferramenta medicinal. Em cada folha e flor, ela guarda substâncias que têm o poder de transformar a saúde e o bem-estar de pacientes. Veja algumas delas:
- Analgésica: Uma das propriedades mais conhecidas é o seu impacto no alívio de dores crônicas. A Cannabis pode controlar dores persistentes, oferecendo uma alternativa natural aos opiáceos e sem efeitos colaterais devastadores.
- Ansiolítica: Para aqueles que enfrentam a ansiedade no dia a dia, a Cannabis funciona como um calmante natural. Seus compostos ajudam a regular a resposta do corpo ao estresse, promovendo uma sensação de tranquilidade e bem-estar.
- Anticonvulsivante: Pacientes com epilepsia, especialmente casos refratários, têm encontrado na planta um alívio para convulsões. Isso ocorre graças à ação dos canabinoides, que modulam a excitabilidade neuronal, reduzindo a frequência e a intensidade das crises.
- Anti-inflamatória: A Cannabis atua nos processos inflamatórios do corpo, sendo útil em condições como artrite e outras doenças autoimunes.
- Estimulante do apetite: Para aqueles que convivem com HIV e condições relacionadas, a Cannabis ajuda no controle de sintomas debilitantes, como perda de apetite e peso.
- Antiemética: E, para pacientes em tratamento de câncer, a planta oferece alívio para as náuseas e vômitos decorrentes da quimioterapia, além de melhorar a qualidade de vida geral.
Sistema endocanabinoide e os canabinoides
O sistema endocanabinoide é uma rede de sinalização celular composta por receptores e enzimas que, em sua maioria, se concentram no cérebro e controlam a atividade dos neurotransmissores.
Além disso, os receptores canabinoides influenciam diferentes funções do corpo, como humor, apetite, sono, memória e resposta imune.
A principal função do sistema endocanabinoide é manter o organismo equilibrado de acordo com suas necessidades naquele determinado momento, permitindo que ele entre em um estado conhecido como homeostase.
O sistema endocanabinoide tem sido alvo de muitos estudos, pois apresenta um grande potencial para a prevenção e tratamento de diversas doenças, como ansiedade, fibromialgia, esquizofrenia, dentre outras.
Os compostos da Cannabis medicinal possuem uma grande semelhança estrutural com os endocanabinoides que nosso próprio corpo produz, portanto, eles podem interagir com receptores neste sistema.
É por isso que os tratamentos com Cannabis medicinal não causam efeitos colaterais como outros fármacos. É uma relação muito mais natural entre as substâncias ingeridas e o funcionamento do nosso organismo.
Ademais, os receptores canabinoides também estão presentes no sistema nervoso, e isso explica os motivos pelos quais a Cannabis tem efeito sobre o humor e o comportamento humano.
Principais canabinoides
Atualmente, já foram identificados mais de 140 canabinoides dentre os cerca de 500 compostos presentes nas folhas, flores e caule da Cannabis. Os mais conhecidos são o canabidiol (CBD), que tem propriedades anticonvulsivantes, ansiolíticas e antipsicóticas, e o THC, que tem propriedades analgésicas e antieméticas.
Além deles, existem outros canabinoides menores que também possuem grandes benefícios, a citar:
- Canabinol (CBN): é um grande auxiliador do sono, além de estimular o crescimento ósseo, tornando-o útil no tratamento da osteoporose, por exemplo;
- Tetrahidrocanabivarina (THCV): sua estrutura é semelhante a do THC, mas, ao invés de estimular o apetite, este canabinoide o inibe. Ele também é eficaz no tratamento do vício em nicotina e no tratamento da diabetes, além de ser anticonvulsivante, tornando-se parte do manejo da epilepsia;
- Canabigerol (CBG): é outro composto analgésico. Tem eficácia no tratamento da síndrome do intestino irritável e ajuda a reduzir a pressão intraocular;
- Canabicromeno (CBC): é um canabinoide menor com propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, antifúngicas e antidepressivas.
Aplicações clínicas
Por ser um remédio, a Cannabis pode ajudar a tratar algumas condições e aliviar muitos sintomas.
Na Medicina brasileira, estamos vendo uma abertura gradual em relação às aplicações clínicas da Cannabis medicinal, mas a planta ainda é vista como uma alternativa.
A própria Anvisa diz que os “produtos de Cannabis devem ser prescritos quando as outras opções terapêuticas disponíveis no mercado brasileiro já foram esgotadas”.
Por isso, muitos pesquisadores e médicos ainda são cautelosos, recomendando esse tipo de medicamento apenas quando o tratamento convencional não funciona.
Mas, no futuro, com mais ensaios clínicos e menos preconceito, é bem provável que a Cannabis medicinal seja utilizada como primeira linha terapêutica.
Isso não só pelos seus resultados surpreendentes que promove, como também porque é muito raro que a terapia canabinoide cause efeitos colaterais severos, os quais estamos acostumados a ver nos medicamentos convencionais.
No caso do CBD, são comprovadas suas propriedades anticonvulsivantes, que justificam sua aplicação no tratamento da epilepsia.
Ele auxilia no manejo da adicção em ópio, tabaco, cocaína e outras substâncias, ajuda no controle de dores e inflamações causadas pela artrite e traz benefícios comportamentais em pacientes com autismo e TDAH.
Já o THC reduz os efeitos colaterais causados pelo tratamento do câncer, como no caso da quimioterapia, estimula o apetite e controla a perda de peso.
Além disso, ele também atenua a pressão intraocular em pacientes de glaucoma e traz alívio a dores decorrentes de enxaquecas.
Em outras palavras, a aplicação clínica da Cannabis medicinal vai além de tratar a causa da doença, uma vez que ela também oferece mais qualidade de vida para o paciente.
Doenças tratáveis com Cannabis medicinal
Os canabinoides interagem com receptores do nosso organismo, e por aí influenciam mecanismos que previnem o desenvolvimento de várias condições médicas.
Desse modo, a Cannabis é capaz de tratar um grande número de doenças com suas propriedades anticonvulsivantes, anti-inflamatórias, ansiolíticas, antipsicóticas e neuroprotetoras.
Confira alguns exemplos:
- Ansiedade
- Artrite reumatoide
- Artrose
- Autismo
- Câncer
- Dependência química
- Depressão
- Dermatites, acne e psoríase
- Diabetes
- Doença de Alzheimer
- Doenças gastrointestinais
- Dor neuropática
- Dores de cabeça
- Endometriose
- Enxaqueca
- Epilepsia
- Esclerose múltipla
- Fibromialgia
- Glaucoma
- Insônia
- HIV
- Lesões musculares
- Obesidade
- Osteoporose
- Paralisia cerebral
- Síndrome de Tourette
- Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
- Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT)
- Doenças veterinárias.
Comparação com medicamentos convencionais
A maior vantagem da Cannabis medicinal sobre os medicamentos convencionais é a menor incidência de efeitos colaterais.
Por exemplo, muitos ansiolíticos (remédios receitados para tratar ansiedade) são conhecidos por causarem reações adversas incômodas e, na maioria dos casos, vício.
Estudos mostram que a Cannabis medicinal traz resultados tão eficazes quanto os ansiolíticos convencionais, mas sem causar dependência e efeitos colaterais indesejados.
Outra vantagem é a personalização do tratamento. Isso faz com que muitos pacientes tenham uma adesão melhor, uma vez que a prescrição da terapia é feita sob medida para suas particularidades.
Além disso, a planta ajuda a gerenciar outras comorbidades que acompanham a condição do paciente. Ela também melhora a qualidade de vida, eleva o humor, diminui a agitação e traz mais disposição, diferente das opções convencionais, que apenas abordam a causa da condição.
Segurança e efeitos colaterais da Cannabis medicinal
A baixa ocorrência de reações adversas em pacientes que usam Cannabis medicinal é um dos principais motivos para o aumento de sua popularidade.
Esse benefício é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde. Em seu relatório Critical Review Report, a entidade afirmou que o “CBD é bem tolerado e tem um bom perfil de segurança, sendo incapaz de causar dependência”.
A organização ainda esclareceu que, quando ocorrem reações adversas, elas costumam resultar de interações medicamentosas ou do mau uso dos produtos.
No entanto, como qualquer outro medicamento, a Cannabis também possui alguns efeitos adversos, embora sejam raros, leves e passageiros, incluindo principalmente:
- Queda de pressão;
- Sonolência;
- Tontura;
- Secura na boca.
Regulamentação e legalidade da Cannabis medicinal no Brasil
O órgão que regulamenta as substâncias e remédios que podem ou não ser produzidos e comercializados no Brasil é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.
Apenas em 2015, ela passou a admitir o uso de medicamento à base de canabidiol, “em associação com outros canabinoides”. Mas isso só é possível com prescrição médica.
Em dezembro de 2019, outra resolução da Anvisa trouxe aos pacientes brasileiros uma nova possibilidade: comprar os produtos em farmácias e drogarias do próprio país.
A RDC Nº 327/2019 estabeleceu os procedimentos para a concessão da Autorização Sanitária para a fabricação, importação, comercialização, prescrição, dispensação, monitoramento e fiscalização de produtos à base de Cannabis para fins medicinais.
Segundo a norma, os produtos devem conter predominantemente canabidiol, e não mais do que 0,3% de tetrahidrocanabinol.
Existe uma exceção para pacientes que estão em situações bem complicadas, como aqueles sem outra opção de tratamento ou em estado terminal. Nesses casos, produtos com mais de 0,3% de THC podem ser prescritos.
Por enquanto, mesmo com algumas opções de medicamentos canábicos no mercado brasileiro, o custo ainda é alto. Mas a expectativa é que, com a flexibilização das leis, o tratamento fique mais em conta.
Métodos de consumo da Cannabis medicinal
Agora você já sabe que a Cannabis medicinal possui diversas aplicações clínicas úteis no manejo de doenças e sintomas graves. Mas, afinal, como é que o paciente a consome?
A forma mais comum de uso é por meio da ingestão de óleos ricos em canabinoides, mas hoje em dia você encontra de tudo um pouco.
Vale lembrar que a Anvisa permite que os produtos vendidos em farmácias e drogarias sejam apenas para uso oral ou nasal. Mas, se você estiver pensando em importar, terá muito mais opções de escolha.
Dito isto, veja como é feito o uso da Cannabis de diferentes formas:
- Óleos e tinturas: Os óleos e tinturas de Cannabis são receitados para administração sublingual: com a ajuda de um dosador ou conta-gotas, o paciente toma a quantidade receitada pelo médico.
- Cápsulas: Também compostas por extratos de Cannabis. A diferença aqui é que cada cápsula já vem com a dose certa, facilitando a ingestão.
- Comestíveis: Em muitos lugares, é possível encontrar comestíveis feitos com Cannabis. Tem balas, pirulitos, chocolates, brownies e outras delícias que você come como qualquer guloseima.
- Bebidas: Alguns fabricantes também estão investindo em bebidas com Cannabis, como energéticos, pós solúveis, chás e outras opções que contêm canabinoides.
- Produtos de uso tópico: Esses são aplicados direto na pele, já que temos receptores endocanabinoides em nossa barreira cutânea. Incluem pomadas, cremes, adesivos transdérmicos e óleos de massagem. A ideia é aliviar dores musculares, irritações, alergias e até pode ajudar em fins estéticos.
- Vaporizadores: Outra forma é inalar o vapor de extratos canábicos. Aqui, o extrato é colocado em um vaper, que esquenta o óleo até virar vapor.
- Supositórios: Com os supositórios – dispositivos inseridos via retal –, os compostos são liberados de forma gradual, proporcionando um efeito mais duradouro. Esse formato é indicado para quem possui problemas que dificultam a absorção dos canabinoides pelo sistema digestivo.
- Cosméticos: Além dos produtos medicinais, muitos países possibilitam a venda de linhas estéticas completas de produtos à base de Cannabis. Dá para encontrar xampus, sabonetes, cremes hidratantes, máscaras e vários produtos de beleza feitos com a planta.
Depoimentos e estudos de caso
A experiência científica não teria validade se, na prática, ela não pudesse ter uma comprovação.
Nesse aspecto, a Cannabis medicinal vai muito bem, a julgar pelos diversos casos de pacientes que se recuperaram de condições gravíssimas, com a ajuda desta planta.
Uma das pessoas que tiveram suas necessidades médicas atendidas foi o carioca Otto Soares. Com uma grave compressão medular, ele correu um sério risco de perder a vida por conta de sua condição.
Porém, tudo mudou depois que ele aderiu à Cannabis como forma de tratamento, que, de forma altamente satisfatória, reduziu suas dores a níveis toleráveis.
Outro caso impactante é o da pequena Rafaela, portadora de epilepsia e autismo, que chegou a sofrer com insuportáveis 120 convulsões diárias.
Por meio do uso de medicamentos à base de canabidiol, ela passou a ter uma vida normal e as terríveis convulsões, hoje, fazem parte do passado.
Também ficaram no passado as dores da gaúcha Fabiana Rocha. Diagnosticada com fibromialgia, uma doença que causa dores musculares e cansaço crônico, ela ainda sofria com outros problemas de saúde graves, como endometriose e câncer.
Apesar disso, depois de administrar o óleo de Cannabis, sua vida passou a ser diferente e, como ela mesma descreve, “parecia que eu estava dormindo numa nuvem, estava bem, estava neutra”.
Como acessar a Cannabis medicinal no Brasil
A Cannabis medicinal está sendo prescrita por um número crescente de médicos, mas o mercado brasileiro ainda é bem limitado, com poucas opções disponíveis nas farmácias.
Como a oferta de produtos canábicos no país ainda é restrita, a maioria dos pacientes que deseja iniciar este tratamento precisa importar os produtos, seguindo os procedimentos estabelecidos pela Anvisa.
No entanto, para que você possa comprar ou importar os medicamentos à base de Cannabis, é necessário ter uma receita médica que justifique a necessidade deste tratamento.
Portanto, a primeira coisa que você deve fazer caso queira desfrutar dos benefícios medicinais da Cannabis é encontrar um médico prescritor que possa te avaliar.
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Além de esclarecer todas as suas dúvidas, eles irão avaliar o seu caso com cuidado, levando em conta suas necessidades específicas e a melhor forma de integrar a Cannabis medicinal como um tratamento para sua condição.
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Conclusão
A aplicação da Cannabis medicinal como remédio já acontece há milhares de anos. Só nas últimas décadas que o uso foi proibido e criminalizado.
Claro, muita gente ao redor do mundo fuma a planta em forma de cigarro por causa do efeito psicoativo do THC.
Mas a Cannabis vai muito além de seu uso recreativo: ela tem centenas de outros canabinoides além do THC, como o CBD, CBG, THCV, e outros, os quais possuem um poderoso efeito terapêutico.
Por isso, ajude a espalhar a verdade sobre a Cannabis medicinal, uma alternativa de tratamento que previne doenças e alivia sintomas sem os efeitos colaterais que outros remédios trazem.
E, caso queira mais informações, continue acompanhando os artigos do portal Cannabis & Saúde para ficar por dentro das novidades a respeito desta planta, tanto na legislação, quanto no mercado e na ciência.