“Se realizada com critério e responsabilidade, a Cannabis vai revolucionar a medicina”, afirmou a médica Dra. Beatriz Jalbut Jacob Milani. A profissional compartilhou na live de ontem do portal Cannabis & Saúde suas experiências como mulher, como paciente e pesquisadora sobre a terapia canabinoide, especialmente em condições como a endometriose e a adenomiose.
Durante a live, a Dra. Beatriz compartilhou como os tratamentos com fitocanabinoides mudaram a sua vida. E explicou que a Cannabis medicinal pode ser uma opção, e uma aliada, para o tratamento destas doenças que impactam muitas mulheres.
No Brasil, a endometriose atinge entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva
“A Cannabis atua nas lesões de endometriose mas também no processamento da dor, é um potente anti-inflamatório. E atua também na percepção da dor. E as moléculas presentes na cannabis atuam no nosso sistema desde a periferia. Com a Cannabis você lida melhor com a dor”, pontuou a médica sobre a doença que impacta frequentemente mulheres que nunca engravidaram.
Experiência pessoal da Dra. Beatriz com a endometriose e a adenomiose
A Dra. Beatriz compartilhou sua trajetória pessoal com endometriose e a adenomiose. E o impacto positivo do uso da Cannabis, que a ajudou a melhorar sua qualidade de vida e lidar com a dor crônica.
Segundo a médica, a endometriose pode ser assintomática, levando a diagnósticos tardios que podem demorar entre 5 a 8 anos. Entre 57% a 60% das pacientes com endometriose enfrentam dores crônicas, e mais de 30% dos casos de endometriose resultam em infertilidade. “Essas pacientes devem ser acolhidas. Somos muitas”, salienta.
Já a adenomiose é um problema ainda pouco diagnosticado e que pode afetar de 10% a 30% das mulheres em idade fértil. De acordo com dados do SUS, foram realizados 11.463 procedimentos ambulatoriais e 3.791 hospitalares relacionados à condição em 2021.
Em seu caso, Dra. Beatriz teve o diagnóstico da adenomiose em 2017, após um procedimento cirúrgico. E encontrou na terapia canabinoide uma aliada. Desde então, estudar sobre o potencial da Cannabis para a saúde tornou-se um propósito.
“Já tinha pacientes que me questionavam sobre Cannabis mas eu ainda não prescrevia. Foi quando o médico me disse que não tinha muito o que fazer no meu caso, e aquela frase foi impactante. Pensei quantas mulheres escutam isso. E não é assim. Minha mãe viajou para fora do Brasil e uma médica, que é referência na terapia canabinoide, indicou que eu utilizasse óleos. Desde então minha vida mudou. E mudou rápido. Consegui engravidar e passei a ter qualidade de vida”, relatou.
Além disso, Dra. Beatriz enfatizou a importância de uma abordagem individualizada no tratamento.
“Não existe um produto ideal ou um fitocanabinoide para todos. Precisamos pensar na pessoa e não apenas na síndrome ou na doença”. Essa personalização é fundamental na terapia canabinoide. Pois cada paciente pode reagir de maneira diferente aos canabinoides.
Efeitos da Cannabis no corpo
A Dra. Beatriz explicou que a cannabis atua no sistema endocanabinoide, que desempenha um papel fundamental na regulação da dor e da inflamação.
“A paciente de endometriose tem estresse pós-traumático. Tem questões que no dia dia impactam a vida da mulher e com as moléculas da Cannabis você reduz a inflamação, modula a dor e ajuda a saúde intestinal. A Cannabis por si é uma planta multimodal”.
Ela também mencionou que a planta inteira, com seus terpenos, pode trazer benefícios significativos, especialmente para pacientes com fibromialgia, que frequentemente apresentam contraturas musculares.
Considerações sobre quimioterapia
Mais além da atuação na saúde da mulher, outro ponto abordado foi o uso de Cannabis em pacientes em tratamento quimioterápico. A Dra. Beatriz afirmou que produtos que contenham proporções equilibradas de CBD e THC são os mais favoráveis para o controle de náuseas e vômitos.
“Estudos estão em andamento para validar o uso de fitocanabinoides em tratamentos oncológicos, e os resultados têm mostrado melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes”, comentou.
Mudanças no estilo de vida: associe Cannabis, exercícios, yoga e meditação
Além do uso de Cannabis, a Dra. Beatriz enfatizou a importância de mudanças no estilo de vida. “A alimentação saudável e a prática de exercícios físicos são essenciais para o manejo da dor crônica. A Organização Mundial da Saúde recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física por semana para pacientes com doenças crônicas”, disse.
Segundo a profissional, já se sabe que a obesidade e a inflamação estão interligadas, e a perda de peso pode ter um impacto positivo na saúde das pacientes. Por fim, destacou o potencial da yoga e da meditação como chaves para uma qualidade de vida satisfatória.
Atuação da Cannabis na saúde da mulher
Para a Dra. Beatriz, com a crescente aceitação na medicina e pesquisas sobre o uso de fitocanabinoides, espera-se que mais mulheres possam encontrar alívio para suas condições. “Mas a personalização do tratamento e a adoção de um estilo de vida saudável são fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pacientes”.
Por fim, a médica deixou claro que nós mulheres somos muito além de guerreiras, buscamos, e merecemos, alternativas para o nosso bem-estar. E este caminho pode ser pavimentado pelos produtos à base de Cannabis.
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