“Poderemos criar estratégias para a desconstrução de preconceitos e mitos, além de apoiar a criação de uma legislação sobre o uso”, deseja um dos idealizadores do estudo
Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estão produzindo uma pesquisa nacional para avaliar o conhecimento dos brasileiros sobre os principais componentes da maconha, tetrahidrocanabidiol e canabidiol, e desmistificar o senso comum a respeito da utilização da planta em animais.
Intitulado “Análise do conhecimento dos brasileiros acerca da Cannabis sp. (Maconha) e seu uso terapêutico na Medicina Veterinária”, o projeto busca ampliar o suporte teórico e, com questionário disponível até 22 de julho, obter respostas sobre o tema.
“O resultado da pesquisa contribuirá para o assunto. Entendendo o conhecimento da população sobre o tema, poderemos criar estratégias para a desconstrução de preconceitos e mitos. Além de apoiar a criação de uma legislação sobre o uso”, almeja Helder Pereira, estudante de Medicina Veterinária e um dos idealizadores da pesquisa.
O estado da Paraíba é referência no Brasil em relação ao uso de maconha para fins medicinais.
“No estado, estão as instituições Liga Paraibana em Defesa da Cannabis Medicinal (Liga Canábica) e a Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace). Além disso, a UFPB possui grupo de estudo e a disciplina “Sistema Endococanabinóide e Perspectivas Terapêuticas da Cannabis Sativa e seus derivados” sobre o assunto”, destaca o estudante.
Uma pesquisa divulgada no início deste ano pela Universidade do Colorado (EUA), analisou 26 cachorros com epilepsia por 12 semanas e revelou queda significativa nas crises entre os animais que fizeram uso do óleo de canabidiol.
Especialistas pelo mundo acreditam ainda que há expectativa de que o uso da substância possa agir em casos de câncer, dor crônica e questões neurológicas de animais como cães e gatos.
Conforme Helder, a ideia de pesquisar o tema surgiu no ano passado, em um evento na UFPB e o compartilhamento das informações é fundamental para o conhecimento da população sobre dados mais fiéis a respeito da planta.
“Em 2019, no Centro de Ciências Agrárias da UFPB, em Areia, no Brejo paraibano, houve uma série de palestras sobre o uso de drogas. Um dos palestrantes chamou atenção pela forma que abordou o uso da maconha em humanos. A informação se faz extremamente necessária para chegarmos à boa parte da população e obter dados fiéis acerca do uso em animais”, ressalta o estudante.
Além de Helder, a equipe de pesquisadores da UFPB é composta pelos professores Ricardo Guerra e Abraão Barbosa, pela enfermeira e técnica do laboratório biomolecular Clara Vasconcelos, pelo doutorando em fisiologia Lucas Rannier e pela mestranda em jornalismo Maryane Paulino.
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As informações são da UFPB