Ex-participante do Masterchef Canada, Travis Petersen fundou uma empresa que oferece experiências gastronômicas através do uso de CBD e THC em receitas culinárias. O portal Cannabis & Saúde conversou com ele e outros dois chefs brasileiros para entender porque essa gastronomia está fazendo tanto sucesso
O Canabidiol, ou CBD, é uma das propriedades derivadas da Cannabis mais estudada por pesquisadores pelo poder medicinal. A substância tem sido muito utilizada por sua ação anti-inflamatória, analgésica e anticonvulsivante no tratamento de diversas doenças.
Para pessoas saudáveis, o consumo do CBD pode estar associado a sensações de relaxamento, alivio de estresse e melhoras na qualidade do sono e tem sido consumido de diversas formas, inclusive na comida.
Com mais de 30 países ao redor do mundo apresentando leis flexíveis sobre o consumo medicinal e recreativo da planta, esse mercado tem crescido exponencialmente.
Segundo dados recentes da Euromonitor International, há uma estimativa de que a indústria da Cannabis movimente cerca de US$ 166 bilhões de dólares até 2025 em todo o mundo. Já o segmento de produtos comestíveis que utilizam a planta deve apresentar crescimento de mais de 25% até o ano de 2022, de acordo com outro estudo realizado pela empresa de pesquisa de mercado Technavio.
O ex– Masterchef que faz sucesso cozinhando com Cannabis
De olho nessa tendência para o mercado o chef de cozinha e ex-participante do Masterchef Canada, Travis Petersen fundou a Nomad Cook, uma empresa que oferece experiências gastronômicas através do uso de CBD e THC em receitas culinárias.
“Com a liberação da planta para fins recreativos no Canadá, em 2018, vi uma oportunidade de ser pioneiro nesse segmento e oferecer aos meus clientes experiências únicas utilizando a Cannabis como ingrediente nos meus pratos”, explica Petersen.
Através da Nomad Cook, o chef já serviu mais de 4 mil refeições à base da erva em eventos corporativos e jantares privados e afirma que o objetivo dos seus serviços é proporcionar bem estar através de boas refeições.
“O CBD não é uma substância psicoativa, ao contrário do THC, mas proporciona uma sensação de rejuvenescimento no corpo e estimula as pessoas a relaxarem criando uma atmosfera descontraída e acolhedora”, conclui o chef.
A Nomad Cook oferece menus que podem incluir CBD ou THC e a dosagem varia de acordo com a experiência que cada cliente tem com as substâncias.
A chef que combina Cannabis e cozinha brasileira nos EUA
Nascida no interior de São Paulo, a chef de cozinha canábica Olivia Risso aprendeu a cozinhar com sua mãe e foi se especializando em culinária até se mudar para Los Angeles, em 2009, onde experimentou, pela primeira vez, um cookie com infusão de Cannabis e decidiu se especializar no tema.
“Comecei a estudar a planta, pesquisar sobre os efeitos da Cannabis no corpo e a experimentar as diversas formas de infusão, principalmente em pratos típicos brasileiros”, conta a chef.
CEO de uma empresa de eventos canábicos, a Kuara, localizada no Colorado, nos EUA, a Chef Olivia Risso encontrou na culinária canábica uma forma de proporcionar melhor qualidade de vida para seus clientes e propagar informações sobre os benefícios da planta.
“Além de apresentar pratos brasileiros com infusão de THC e CBD, também compartilho meu conhecimento para derrubar os estigmas que a planta carrega”, diz.
Sobre a forma como utiliza a Cannabis como um ingrediente na cozinha, Risso explica que o processo envolve estudos frequentes sobre infusão e dosagem.
“Uma infusão, quando feita corretamente, não apresenta gosto nem cheiro da erva. Quanto ao meu método, sempre trabalho com o THC mais elevado que o CBD para regular o nosso sistema endocanabinoide, o que possibilita efeitos mais assertivos para aliviar sintomas de ansiedade, estresse e oferecer relaxamento aliado a sabor”, finaliza a chef.
A cozinha canábica no Brasil
Autor do canal do YouTube “Cozinha 4e20”, o cozinheiro Caio Cezar já passou por diversos restaurantes como Casa de Francisca, Blue Bistrô e La Frontera, mas foi ensinando receitas com Cannabis que o chef chegou a mais de 100 mil visualizações em vídeos na rede social.
“Sempre fui entusiasta da planta, mas há cerca de 6 anos, quando um amigo me presenteou com um livro de gastronomia canábica que ele adquiriu em uma viagem à Califórnia é que comecei a estudar, experimentar e testar as receitas”, conta o cozinheiro.
Com mais de 12 mil seguidores no Instagram, Caio oferece conteúdo informativo sobre os benefícios a planta para a gastronomia e também fins terapêuticos.
“Levando em consideração que já existem comidas psicotrópicas como o café e o chocolate, por exemplo, é preciso ponderar também as possibilidades terapêuticas da comida que usa a Cannabis como ingrediente”, explica.
Apesar de ilegal no Brasil, o cozinheiro se baseia em estudos realizados em países avançados no estudo da planta, tendo até oferecido um jantar no Uruguai, onde o uso é permitido.
“A Cannabis está abrindo uma possibilidade para que sejam estudados canabinoides presentes em outras plantas. Quem sabe as abordagens terapêuticas que damos à Cannabis poderemos, eventualmente, aplicar em outras ervas como alecrim ou tomilho”, acredita Caio.
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