Desde outubro de 2024, quando Donald Trump foi reeleito presidente dos Estados Unidos, surgiram dúvidas e expectativas sobre como o governo republicano lidará com a Cannabis no país.
No dia 20 de janeiro, o ultra-conservador assumiu a presidência em uma cerimônia em Washington, D.C., e já assinou várias ordens executivas. No entanto, até agora, nenhuma delas trata diretamente da Cannabis. Durante a campanha, ele se mostrou a favor da descriminalização da posse de pequenas quantidades de produtos à base de canabinoides. Além disso, afirmou que apoiaria a regulamentação do uso adulto da Cannabis no estado da Flórida, onde está registrado como eleitor.
Com a promessa do “início de uma era de ouro da América”, o que podemos esperar para a Cannabis no novo mandato de Donald Trump e como isso impacta no Brasil?
Trump e a Cannabis no primeiro mandato
Apesar de muitos republicanos serem contra o uso medicinal e adulto da Cannabis, Donald Trump teve um papel importante para o desenvolvimento do setor nos EUA.
O republicano sancionou a Lei Agrícola de 2018 no seu primeiro mandato. Essa lei permitiu o cultivo de cânhamo, uma variedade de Cannabis com baixa concentração de delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), em todo o país. Essa decisão impulsionou o mercado de produtos à base de canabidiol (CBD) e outros canabinoides nos EUA.
Aqui no Brasil, essa medida teve impacto direto no tratamento de milhares de pacientes. Com a disponibilidade de produtos com CBD nos EUA, a importação de medicamentos à base de canabinoides se tornou uma opção viável para mais de 600 mil pessoas. Nesse sentido, não há indícios de mudanças que afetem o preço ou a qualidade dos produtos.
Reclassificação da Cannabis: da lista I para a lista III
Em maio de 2024, o ex-presidente Joe Biden anunciou planos para retirar a Cannabis da lista de substâncias perigosas (Lista I) e incluí-la na lista de substâncias com potencial terapêutico (Lista III). Essa mudança facilitaria o acesso à Cannabis com prescrição médica.
No entanto, desde janeiro de 2025, o processo para a reclassificação está parado. Advogados de empresas do setor da Cannabis argumentam que a DEA (Agência de Combate às Drogas dos EUA) tem atuado ativamente contra a mudança proposta pelo presidente, pelo Departamento de Justiça e pelo Departamento de Saúde.
A DEA teria conduzido mal os debates, ignorando evidências científicas e ouvindo apenas grupos anti-Cannabis. O órgão teria excluído pesquisadores e organizações da sociedade civil, principalmente de veteranos de guerra com transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), dos debates.
Se o governo Trump concluir o processo de reclassificação, pode beneficiar consumidores e abrir novas oportunidades de negócio, dando mais segurança jurídica ao setor.
Novo secretário de saúde favorável à Cannabis
A escolha de Trump para comandar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), a principal agência de saúde do país, pode contribuir para a regulamentação da Cannabis a nível federal nos EUA. Robert F. Kennedy, o favorito do presidente para o cargo, disse anteriormente ser favorável à regulamentação da planta e de algumas substâncias psicodélicas como opções de tratamento para condições ligadas à saúde mental.
Kennedy, que foi candidato à presidência, afirmou que legalizaria a Cannabis e utilizaria os impostos arrecadados com o setor para financiar programas de reabilitação de dependentes químicos. Assim, o foco da política antidrogas deve se voltar para o combate ao uso problemático de opioides, como o fentanil.
Nesse sentido, há estudos que indicam que o CBD pode ser um poderoso aliado, ajudando as pessoas a largarem os opioides ou até mesmo revertendo overdoses.
Importação de medicamentos com Cannabis continuará sendo opção
Para os brasileiros que usam medicamentos à base de Cannabis, a mudança de governo nos EUA não deve afetar o preço ou a qualidade dos produtos. A importação continuará sendo uma alternativa para quem precisa de medicamentos que não podem ser encontrados nas farmácias brasileiras.
Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) só permite a venda de óleos e sprays com canabinoides para uso oral e nasal nas drogarias em território nacional. Assim, quem precisa de outros formatos, como comprimidos, cápsulas ou cremes para uso tópico, geralmente recorre à importação.
Se você deseja iniciar um tratamento com produtos à base de Cannabis, é fundamental seguir as regras da Anvisa para adquirir os medicamentos. A agência exige a prescrição de um médico ou dentista especificando a dose, concentração e fabricante. Para se consultar com um profissional da saúde experiente nessa abordagem terapêutica, acesse a nossa plataforma de agendamento. Lá, você pode marcar uma consulta com um entre mais de 300 especialistas, todos preparados para avaliar o seu caso e recomendar o melhor caminho. Acesse já e dê o primeiro passo rumo a uma vida com mais qualidade e bem-estar.