O cânhamo pode ser uma alternativa positiva e viável para o setor agrícola no Brasil? Você certamente se recorda daquela campanha publicitária que destaca as múltiplas facetas do agro brasileiro. Agora, essa mensagem pode ganhar um novo enfoque: o agro é, também, Cannabis. Tudo porque especialistas do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), e outras autoridades, estão finalizando uma nota que reúne informações sobre os benefícios econômicos e sociais da exploração do cânhamo industrial.
O documento pode impulsionar um projeto de lei no Senado, de autoria da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) que trata do tema.
“O Brasil tem um grande potencial para o uso do cânhamo na indústria e no agronegócio. Essa espécie da Cannabis sativa não tem efeitos entorpecentes e pode ser aproveitada em muitos setores da economia. E sem a regulamentação do uso não podemos avançar em um mercado que contribui também para a geração de emprego e renda para milhares de brasileiros”, afirmou a senadora.
Segundo informação oficial do Mapa, que tivemos através da assessoria de imprensa, a nota técnica será divulgada após a solicitação formal do relator do Projeto de Lei.
Porém, o texto está na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, presidida pelo senador Alan Rick (União-AC), que ainda não apontou relator.
Conforme afirmou Gabrilli, com exclusividade ao portal Cannabis & Saúde, a senadora tem conversado com a senadora Professora Dorinha para ser a relatora. Mas, de fato, a relatoria depende do presidente da Comissão, senador Alan Rick (União-AC).
Além disso, a nota também inclui documentos de organizações ligadas à ONU e de locais onde a exploração já ocorre.
O agro é Cannabis
A nota reúne consensos favoráveis de diversos departamentos do ministério e de instituições como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Recentemente, a própria Embrapa solicitou autorização à Anvisa para plantio de Cannabis.
No Ministério da Agricultura, a análise sobre a exploração do cânhamo industrial está sob a responsabilidade de Ana Paula Porfírio, chefe da assessoria de Participação Social e Diversidade. Para a Folha, Porfírio defendeu as vantagens da planta, afirmando:
“O projeto de lei vem como uma provocação sobre o tema, e o ministério relata tecnicamente o assunto, que é importante no momento atual. Estamos deixando tudo muito didático para mostrar que é uma planta com a qual dá para fazer muitas coisas e que, pela facilidade de manuseio, exige pouco defensivo, o que ainda ajuda na sustentabilidade0.”
Ela enfatiza ainda que a fibra pode ser utilizada em diversas aplicações, como na produção de tijolos e materiais de isolamento.
É possível utilizar o cânhamo na safrinha no Brasil?
Ademais, é possível utilizar o cânhamo na safrinha no Brasil. A safrinha é uma prática estratégica na agricultura brasileira, que permite a maximização da produção em um curto espaço de tempo. O cânhamo emerge como uma opção viável para esse sistema, trazendo benefícios tanto agronômicos quanto econômicos.
À medida que o mercado para produtos de cânhamo continua a se expandir, o seu cultivo na safrinha pode se tornar uma alternativa atraente para os agricultores brasileiros, desde que respeitadas as regulações necessárias.
Já que a planta do cânhamo (Cannabis sativa) tem se mostrado uma alternativa viável e promissora para a agricultura, e seu cultivo no contexto da safrinha apresenta vantagens como o ciclo de crescimento curto, que varia de 90 a 120 dias, o que se encaixa bem na janela de cultivo da safrinha.
Igualmente, o cânhamo é conhecido por suas propriedades de melhoria do solo e impacto positivo ao meio ambiente. Seu sistema radicular pode ajudar na aeração do solo e na retenção de umidade, além de contribuir para o controle de ervas daninhas.
Por fim, a demanda por produtos derivados do cânhamo, como fibras, sementes e óleos, tem crescido nos últimos anos, abrindo novas oportunidades de mercado para os agricultores.
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