Hoje é o Dia Mundial da Saúde Mental. A data tem como objetivo aumentar a conscientização sobre os problemas de saúde mental e mobilizar esforços para apoiar essa causa globalmente. Sabemos que a saúde mental é um dos pilares fundamentais para o bem-estar geral, afetando como pensamos, sentimos e lidamos com os desafios diários. O cuidado com a saúde mental não apenas melhora a qualidade de vida, mas também contribui para a produtividade, os relacionamentos e a capacidade de enfrentar o estresse.
Em 2024, a ênfase continua na importância de garantir acesso a cuidados de saúde mental adequados, além de eliminar estigmas e promover o bem-estar emocional.
Hormônios da felicidade
No contexto de saúde mental, os chamados hormônios da felicidade têm papel fundamental na regulação do humor e no bem-estar psicológico. Eles são substâncias químicas que o cérebro libera e que influenciam diretamente nosso estado emocional.
Segundo o psiquiatra Dr. Daniel Munhoz, estes neurotransmissores são responsáveis por várias ligações à nível cerebral que estimulam regiões que estão relacionadas com as nossas emoções.
“São neurotransmissores que realizam ligações, e com essas ligações eles se comunicam e fazem com que a gente se sinta bem, que a gente se sinta com plenitude”.
Entre os principais estão:
- Serotonina: Conhecida como o “hormônio do bem-estar”, está associada ao humor, ao sono e ao apetite. Níveis adequados de serotonina promovem uma sensação de calma e estabilidade emocional. Exercícios físicos, exposição ao sol e uma alimentação equilibrada podem aumentar a produção desse hormônio.
- Dopamina: Relacionada à motivação e ao prazer, a dopamina é liberada em situações de recompensa. Está associada a comportamentos de busca de prazer e pode ser estimulada através de atividades como a realização de metas e desafios, além de uma boa noite de sono.
- Endorfina: Esse hormônio é um analgésico natural, reduzindo a percepção de dor e promovendo uma sensação de euforia. Ele é liberado, por exemplo, durante exercícios intensos (como a famosa “euforia do corredor”) e momentos de riso.
- Ocitocina: Conhecida como o “hormônio do amor”, a ocitocina está envolvida na criação de laços sociais e emocionais. É liberada em momentos de contato físico, como abraços e gestos de carinho, promovendo sentimentos de conexão e confiança.
Cannabis e os hormônios da felicidade
“Na experiência clínica já se observa bastante pacientes respondendo bem ao uso dos canabinoides para o tratamento de regulação emocional, de cansaço e de insônia. Então vem sendo muito bacana presenciar clinicamente essa resposta à medicina canabinoide que com certeza influencia nesses neurotransmissores ou como a gente está falando nos hormônios da felicidade”.
Segundo o Dr. Daniel, manter hábitos que os estimulem, como praticar exercícios regularmente, ter uma alimentação balanceada, cuidar do sono e cultivar boas relações sociais, contribui significativamente para a saúde mental e o bem-estar geral.
“As pesquisas estão cada vez caminhando nesse sentido de mostrar essa regulação dos outros hormônios, dos outros neurotransmissores. Acredito que daqui a pouco tempo a gente vai conseguir alguns estudos mais robustos nesta ação da Cannabis em aumentar níveis de hormônios bons que ajudam a manter um bom equilíbrio emocional e bem-estar físico e emocional”, pontua o médico.
O papel do sistema endocanabinoide para a saúde mental
Sendo assim, o sistema endocanabinoide também está presente neste grande quebra-cabeça da nossa saúde. O sistema endocanabinoide (SEC) é um dos sistemas reguladores mais importantes do corpo humano, responsável por manter o equilíbrio de várias funções fisiológicas, incluindo o humor, o sono, o apetite, a dor e o estresse. Esse sistema tem atraído grande atenção na área da saúde mental, pois sua modulação pode influenciar diretamente condições como depressão, ansiedade e transtornos de humor.
“Quando a gente pensa na medicina canabinoide sabemos que ela tem uma influência muito grande a nível do sistema nervoso central, que é o nosso sistema endocanabinoide. E ele justamente responde nos nossos neurônios essa liberação de dopamina, noradrenalina, serotonina. É através de uma regulação, que é muito interessante, e diferente de qualquer outra, por isso que ele traz essa regulação e modulação”.
Na busca por um cuidado com a saúde mental, encontram-se os tratamentos com Cannabis
“A Cannabis tem indicações para condições que são muito prevalentes no mundo, em especial no Brasil, que é o país de ansiosos. Traz benefícios para ansiedade, insônia e, dependendo das associações, para quadros depressivos também. Mas, principalmente, os benefícios vão além de apenas tratar doenças. Um produto à base da planta tem o perfil de trazer qualidade de vida, ser um produto anti-inflamatório, trazer uma melhora das inflamações do corpo e do cérebro, ter um papel no nosso intestino”, explicou o médico psiquiatra, Dr. Daniel Munhoz Moreira (CRM 184.340 – RQE 85.386).
Estudos e relatos clínicos têm demonstrado que compostos como o CBD e o THC, presentes na planta da Cannabis, possuem propriedades que podem ajudar a aliviar os sintomas de ansiedade.
O CBD é conhecido por sua capacidade de promover um estado de calma, relaxamento e proporcionar um sono de qualidade. Muitas pessoas que sofrem de transtornos de ansiedade generalizada, fobias sociais ou estresse crônico têm encontrado alívio em produtos como óleos à base de CBD. Igualmente, o THC pode ser útil em diferentes tratamentos na seara da saúde mental.
“A Cannabis é uma medicação que busca equilíbrio, diferente de outras, que atuam nos sintomas, mas não trazem equilíbrio da pessoa, não a ajudam a continuar se sentindo pertencente a si própria. A Medicina canabinoide traz a possibilidade de se sentir bem”, pontua Dr. Daniel.
Porém, é imprescindível que o uso desses produtos seja feito sob a orientação de um profissional de saúde qualificado.
𝗜𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲: O acesso legal à Cannabis medicinal no Brasil é permito mediante indicação e prescrição de um profissional de saúde habilitado. Caso você tenha interesse em iniciar um tratamento com canabinoides, consulte um profissional com experiência nessa abordagem terapêutica.
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