A automedicação no Brasil é uma prática comum e preocupante, que tem gerado consequências graves. De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), cerca de 20 mil mortes por ano estão relacionadas ao uso indiscriminado de medicamentos.
Para os médicos Dr. Gabriel Kraus e Dr. Hugo Alvarez, ambos especialistas em medicina integrativa, os fatores que levam a esse número alarmante incluem o fácil acesso a medicamentos e a falta de orientação adequada.
Acesso facilitado e o impacto do estresse
Segundo o Dr. Hugo Alvarez, o fácil acesso aos medicamentos é um dos principais fatores que contribuem para a automedicação.
“A automedicação é um problema complexo, influenciado por diversos fatores. Um deles é a facilidade de acesso a uma grande quantidade de fármacos, o que encoraja o uso de medicamentos sem orientação médica, aumentando o risco de uso inadequado”, afirma.
Ele também aponta o estilo de vida moderno como um agravante.
“O estresse excessivo no trabalho e a rotina acelerada levam as pessoas a buscar alívio imediato para dores, cansaço ou insônia. O que corrobora para um uso abusivo de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares.”
Dr. Gabriel Kraus complementa, destacando que a cultura de automedicação no Brasil está profundamente enraizada. “As pessoas estão acostumadas a tomar remédios ao menor sinal de desconforto, sem considerar os riscos”, observa.
Ele também destaca que, apesar de a venda de antibióticos ser regulamentada, ainda há quem consiga adquiri-los sem prescrição, agravando o problema da resistência bacteriana no país.
Causa x Sintomas
“A medicina tradicional está muito focada em tratar sintomas em vez de enxergar o ser humano como um todo. As pessoas tomam remédios para dores de cabeça ou no corpo sem investigar a causa subjacente. No entanto, estamos observando uma mudança, com mais pacientes buscando alternativas naturais, como fitoterápicos. Essa é uma tendência que deve crescer”, afirma Dr. Hugo.
Ele também alerta que, além do uso indiscriminado de anti-inflamatórios e analgésicos, muitos cosméticos e energéticos contêm substâncias tóxicas que podem afetar a pele, rins e intestinos.
“O uso excessivo de medicamentos estimulantes para aumentar a energia, assim como aqueles que desaceleram o pensamento para melhorar o sono, também tem impactos significativos na saúde”, alerta.
Automedicação no Brasil e o papel dos profissionais de saúde
Para os dois especialistas, o papel dos profissionais de saúde na conscientização dos pacientes é fundamental. Dr. Hugo Alvarez ressalta que, além de educar, é preciso dedicar mais tempo às consultas, adotando uma abordagem integral e holística.
“Você não muda a mentalidade de um paciente em cinco minutos. É necessário estabelecer uma relação contínua de confiança e acompanhamento, algo essencial na atenção primária”, afirma.
Dr. Gabriel Kraus reforça essa ideia, destacando que é responsabilidade dos médicos educar os pacientes sobre os riscos da automedicação. “Os profissionais de saúde devem alertar sobre os perigos do uso indiscriminado de medicamentos e incentivar os pacientes a retornarem às consultas para ajustes”, sugere.
Ele aponta que iniciativas como palestras educativas em unidades de saúde têm mostrado bons resultados, mas que ainda há muito a ser feito em termos de campanhas de conscientização em nível nacional.
Dr. Hugo acrescenta: “A conscientização começa com os próprios profissionais, revisando o conceito de polifarmácia, o que sobrecarrega o metabolismo do corpo. Também é preciso educar os pacientes de forma gradual, com consultas mais longas e atenciosas, especialmente na atenção primária.”
Cannabis medicinal como alternativa
Tanto Dr. Gabriel Kraus quanto Dr. Hugo Alvarez apontam a Cannabis medicinal como uma alternativa promissora nesse sentido.
“A Cannabis contém centenas de moléculas com propriedades terapêuticas que podem auxiliar no controle da dor, inflamação, insônia e estresse”, explica Dr. Hugo.
No entanto, ele alerta que o uso da substância deve ser cuidadosamente monitorado por profissionais de saúde, considerando os possíveis efeitos colaterais e a necessidade de ajuste de doses.
Por fim, Dr. Gabriel também enfatiza a importância do acompanhamento médico no uso da Cannabis. “O acompanhamento clínico constante é essencial para garantir a segurança e eficácia do tratamento. Assim, podemos ajustar a dose e monitorar qualquer efeito colateral”, conclui.
Importante!
No Brasil, a utilização de Cannabis medicinal só é permitida com a recomendação e prescrição de um profissional de saúde habilitado.
Se você está pensando em começar um tratamento com Canabinoides, é fundamental consultar um especialista com experiência na área, como o Dr. Gabriel Kraus ou o Dr. Hugo Alvarez. Você também pode acessar nossa plataforma, que oferece mais de 300 profissionais especializados em Cannabis medicinal, e agendar sua consulta.