A esquizofrenia é uma condição de saúde mental mais comum do que a gente imagina. Aproximadamente 1 em cada 100 pessoas sofrem com ela, mas a boa notícia é que é possível ter uma vida plena com o tratamento certo.
Essa condição costuma ser diagnosticada entre 15 e 35 anos, e tanto homens quanto mulheres são afetados de maneira igual. Normalmente, é identificada após uma avaliação com um psiquiatra.
Diagnosticar esta condição o quanto antes faz toda a diferença no prognóstico. Quanto mais cedo o indivíduo tratar a esquizofrenia, melhores são as chances de recuperação.
O tratamento envolve uma combinação de farmacoterapia e psicoterapia, ambas sendo adaptadas para cada um. Dessa forma, muitos conseguem se recuperar, mesmo que os sintomas possam voltar em algum momento.
Portanto, se você deseja saber como tratar a esquizofrenia, prossiga com a leitura e aprenda mais sobre as opções terapêuticas disponíveis:
- O que é e como tratar a esquizofrenia?
- Medicamentos
- Terapia Psicológica
- Intervenções sociais e de apoio
- Hospitalização
- Como tratar esquizofrenia com a Cannabis medicinal?
- Como tratar esquizofrenia com autocuidado e estilo de vida?
O que é e como tratar a esquizofrenia?
A esquizofrenia é uma condição que causa percepção distorcida da realidade e mudanças de comportamento que se manifestam de várias formas, como:
- Delírios persistentes: a pessoa tem convicções fixas sobre algo, mesmo quando está claro que não é verdade;
- Alucinações persistentes: a pessoa ouve, cheira, vê, toca ou sente coisas que não estão realmente presentes;
- Experiências de controle ou passividade: a pessoa sente que seus pensamentos, sentimentos ou ações não são seus, como se fossem colocados ou retirados de sua mente por outros, ou até que seus pensamentos são transmitidos para outras pessoas;
- Pensamento desorganizado: frequentemente se manifesta como um discurso confuso ou sem nexo;
- Comportamento incomum: a pessoa age de forma estranha ou sem propósito, ou tem reações emocionais inesperadas que dificultam organizar suas ações.
- Sintomas negativos: o paciente fala muito pouco, mostra pouca emoção, perde interesse ou prazer nas coisas e se isola socialmente.
Pessoas com esquizofrenia também têm dificuldades constantes com habilidades cognitivas, como memória, atenção e resolução de problemas.
Cerca de um terço das pessoas com esquizofrenia supera completamente os sintomas. Algumas passam por períodos de piora e melhora ao longo da vida, enquanto outras enfrentam uma piora gradual dos sintomas.
Esta condição está frequentemente ligada a grande sofrimento e impacto nas áreas pessoal, familiar, social, educacional, profissional e outras partes importantes da vida.
A boa notícia é que existem várias formas de tratar a esquizofrenia. Os tratamentos abrangem medicamentos, terapias alternativas, psicoeducação, terapia cognitivo-comportamental e reabilitação psicossocial.
Moradias assistidas, suporte domiciliar e laboral também são opções que precisam estar acessíveis para quem tem esta condição.
Independente da abordagem escolhida, o foco está na recuperação, e a pessoa tem voz ativa nas decisões sobre seu tratamento. Com isso em mente, veja abaixo como o paciente pode tratar a esquizofrenia:
Medicamentos
Medicamentos para esquizofrenia são usados para ajudar a controlar os sintomas. Eles atuam equilibrando neurotransmissores no cérebro, como a dopamina e a serotonina, que estão desequilibrados em pessoas com esta condição.
Os antipsicóticos podem reduzir ou até mesmo eliminar alucinações (ver ou ouvir coisas que não existem), delírios (crenças falsas), pensamentos desorganizados e comportamentos agitados.
Eles também auxiliam na estabilização do humor e melhoram a capacidade de pensar com clareza e tomar decisões.
Antipsicóticos
É provável que o paciente precise tomar antipsicóticos para a esquizofrenia durante toda a vida, mesmo se os sintomas melhorarem. Os antipsicóticos estão disponíveis em forma de líquido, pílula ou injeção.
Se for difícil lembrar de tomar os remédios todos os dias, uma opção é a injeção antipsicótica de ação prolongada, que pode ser aplicada uma ou duas vezes por mês no consultório médico.
Existem dois grupos de antipsicóticos: os de primeira geração (também chamados de “típicos” ou “convencionais”) e os de segunda geração (ou “atípicos”), que são os mais usados atualmente.
Alguns exemplos de antipsicóticos de primeira geração abrangem:
- Clorpromazina;
- Flufenazina;
- Haloperidol;
- Perfenazina;
- Tioridazina;
- Tiotixeno;
- Trifluoperazina.
Já os antipsicóticos de segunda geração incluem:
- Aripiprazol;
- Aripiprazol lauroxil;
- Asenapina;
- Brexpiprazol;
- Cariprazina;
- Clozapina;
- Iloperidona;
- Lumateperona;
- Lurasidona;
- Olanzapina;
- Olanzapina/samidorfano;
- Paliperidona;
- Palmitato de paliperidona;
- Quetiapina;
- Risperidona;
- Ziprasidona.
Medicamentos adicionais
Além dos antipsicóticos, o médico pode prescrever outros tipos de medicamentos, como estabilizadores de humor ou antidepressivos, dependendo dos seus sintomas.
Para a chamada esquizofrenia resistente ao tratamento, onde os antipsicóticos sozinhos não resolvem todos os sintomas, esses medicamentos extras costumam ser indicados.
Estabilizadores de humor:
- Carbamazepina;
- Lamotrigina;
- Lítio;
- Ácido valproico.
Antidepressivos:
- Citalopram;
- Escitalopram;
- Fluoxetina;
- Paroxetina;
- Sertralina.
Terapias
Para tratar a esquizofrenia de forma eficiente, uma combinação de medicação e psicoterapia é feita.
Quando o paciente segue os dois juntos, as chances de recaída ou de precisar voltar ao hospital diminuem bastante. Além disso, essa combinação ajuda a melhorar as habilidades sociais e a qualidade de vida.
Entre as terapias mais comuns para esquizofrenia estão:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC):
A TCC é uma abordagem focada em ajudar o paciente a identificar e desafiar pensamentos distorcidos, ensinando-o a lidar com os sintomas.
Ao entender que certos pensamentos não refletem a realidade, a pessoa aprende a substituir essas crenças por ideias mais saudáveis. Isso ajuda a reduzir os sintomas, como também a melhorar a qualidade de vida.
- Reabilitação Psicossocial:
A Reabilitação Psicossocial é uma indicada para quem quer retomar o controle sobre a própria vida após o diagnóstico de esquizofrenia.
Ela é direcionada a ajudar a pessoa a reintegrar-se na sociedade, seja voltando ao trabalho, retomando estudos ou simplesmente estabelecendo uma rotina diária produtiva.
O foco aqui é capacitar o indivíduo a viver de forma independente e satisfatória, promovendo a autoestima e a confiança em suas próprias habilidades.
- Terapia familiar:
A Terapia Familiar é parte fundamental do tratamento para esquizofrenia, especialmente porque a condição impacta não só o paciente, mas também seus entes queridos.
Nessa abordagem, a família inteira participa das sessões, aprendendo a lidar com os desafios da esquizofrenia e a entender melhor a condição.
Além disso, os familiares recebem orientações sobre como apoiar o paciente de maneira mais eficaz, o que resulta em uma rede de suporte mais forte e coesa.
Intervenções sociais e de apoio
Quando se trata de esquizofrenia, o manejo dos sintomas vai além das terapias tradicionais e medicamentos. As intervenções sociais e de apoio são igualmente importantes na jornada para uma vida mais equilibrada.
Esses recursos oferecem um suporte integral, abordando não apenas os aspectos clínicos da condição, como também as necessidades práticas e emocionais que surgem no dia a dia.
Veja algumas opções:
- Grupos de apoio: Grupos de apoio, sejam online ou presenciais, são uma verdadeira rede de segurança para quem vive com esquizofrenia. Nesses grupos, pessoas que enfrentam desafios semelhantes se reúnem para compartilhar experiências, e, acima de tudo, oferecer suporte mútuo.
- Programas de reabilitação: Programas de reabilitação ajudam quem tem esquizofrenia a recuperar autonomia e voltar a participar ativamente da sociedade. Eles são desenvolvidos para trabalhar aspectos como habilidades sociais, vocacionais e de vida diária.
- Assistentes sociais e conselheiros: Assistentes sociais e conselheiros atuam como pontes entre o paciente, a família e os recursos disponíveis na comunidade. Eles ajudam a garantir que o paciente esteja conectado aos serviços que atendem suas necessidades.
Hospitalização
Quando alguém com esquizofrenia está passando por um surto psicótico e não está respondendo bem aos medicamentos, uma internação pode ser necessária para ajudar a controlar a situação.
A internação é indicada quando o quadro está grave, o paciente não está tomando os remédios como deveria, ou os sintomas não estão melhorando, mesmo com o uso dos medicamentos.
Hospitalizar alguém com esquizofrenia é um passo importante e, muitas vezes, necessário para garantir sua segurança.
Por causa dos sintomas psicóticos, a pessoa não percebe o perigo e acaba se envolvendo em situações complicadas. Às vezes, durante um surto, pode haver agressividade se o paciente sentir que está sendo ameaçado ou vigiado.
Na internação, o paciente com esquizofrenia é acompanhado por uma equipe de médicos, psicólogos e enfermeiros e participa de atividades terapêuticas.
Essas atividades são ocupacionais e artísticas, que costumam ser feitas de forma intensiva para ajudar na recuperação. Também são usados medicamentos antipsicóticos para ajudar no controle da esquizofrenia.
A hospitalização é uma chance para a pessoa se distanciar do ambiente estressante do dia a dia e se concentrar em sua recuperação.
Isso dá a ela um espaço para se recuperar sem as distrações e pressões que podem estar contribuindo para seus sintomas.
A equipe do hospital, em contrapartida, usa esse tempo para ajudar o paciente a aprender sobre a condição, suas causas e tratamentos.
Como tratar esquizofrenia com a Cannabis medicinal?
A Cannabis, especialmente o canabidiol (CBD), tem propriedades antipsicóticas úteis para tratar a esquizofrenia. Existem muitos mecanismos que explicam tal efeito, e ele pode ser tão eficiente quanto os medicamentos convencionais.
Apesar disso, é mais comum que os médicos prescrevam a Cannabis como tratamento adjuvante, tanto para fortalecer os efeitos dos antipsicóticos comuns quanto para reduzir os eventos adversos que eles produzem.
Mas o que torna a Cannabis tão interessante para tratar a esquizofrenia? Primeiro, precisamos falar sobre um de seus compostos, o CBD (ou canabidiol), que atua como um modulador negativo dos receptores CB1 no cérebro.
Quando este receptor é estimulado de forma excessiva, causa sintomas psicóticos, mas o canabidiol pode inibir sua atividade.
O canabidiol também tem efeitos na neurotransmissão dopaminérgica. Ao inibir a liberação excessiva de dopamina, ele ajuda a estabilizar os seus níveis e reduzir a gravidade dos sintomas psicóticos.
Outro mecanismo é a influência do CBD sobre a anandamida. Por aumentar os níveis desse endocanabinoide em nosso corpo, ele ajuda a diminuir a intensidade de sintomas como agitação e paranoia.
Através desses mecanismos, os seguintes benefícios são obtidos:
- Diminuição de alucinações e delírios por meio da modulação da dopamina;
- Alívio da ansiedade e depressão associadas à esquizofrenia, com efeito modulador na serotonina;
- Melhoria na função cognitiva e no foco ao reduzir a hiperatividade dopaminérgica;
- Redução de comportamentos agitados e inquietantes;
- Contribuição para um sono mais reparador e menos interrompido;
- Facilitação das interações sociais e redução do isolamento social;
- Melhora no equilíbrio emocional e na regulação do humor;
- Potencial para reduzir a dose ou frequência de uso de antipsicóticos tradicionais, diminuindo efeitos colaterais;
- Aumento do bem-estar geral e da capacidade de realizar atividades diárias;
- Potencial para auxiliar na eficácia das terapias psicossociais ao reduzir sintomas que interferem na participação do paciente.
Quais as evidências científicas que comprovam a eficácia da Cannabis?
Em 2012, surgiu o primeiro estudo mostrando que o canabidiol poderia ajudar no tratamento dos sintomas da esquizofrenia.
Esse ensaio clínico foi bem detalhado: ele envolveu 39 pessoas com esquizofrenia que tomaram cápsulas de 800 mg por dia de CBD ou o antipsicótico padrão, amisulprida, durante 4 semanas.
Usando escalas de avaliação, os pesquisadores avaliaram as mudanças nos sintomas relatadas pelos pacientes.
Os resultados foram animadores: tanto quem tomou CBD quanto quem usou amisulprida teve uma redução clinicamente considerável dos sintomas, tanto positivos quanto negativos.
O CBD proporcionou uma melhoria nos sintomas psicóticos que foi tão eficaz quanto a amisulprida. No entanto, o CBD não causou os efeitos colaterais comuns dos antipsicóticos como problemas motores, aumento da prolactina e ganho de peso.
Os pesquisadores concluíram que o CBD mostrou ser uma alternativa promissora ao tratamento convencional, mas sem os efeitos indesejáveis que costumam acompanhar esses medicamentos.
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Está pensando em começar um tratamento com Cannabis medicinal? Ótima escolha! Este tipo de terapia está fazendo a diferença na vida de muita gente, oferecendo alívio dos sintomas e uma nova qualidade de vida.
Mas como cada pessoa é única, a posologia e o formato dos medicamentos canabinoides precisam ser ajustados sob medida para você.
Portanto, a melhor forma de começar um tratamento com Cannabis é conversando com um médico especialista para te guiar nesse processo.
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Como tratar esquizofrenia com autocuidado e estilo de vida?
Cuidar de si mesmo quando se vive com esquizofrenia não é apenas uma questão de seguir prescrições médicas. Envolve também fazer escolhas que ajudam a manter a mente e o corpo em equilíbrio, e isso começa com aspectos básicos do dia a dia.
Os cuidados pessoais, muitas vezes negligenciados, têm um impacto profundo na qualidade de vida e na adesão ao tratamento.
Dito isto, vamos explorar algumas práticas de autocuidado e estilo de vida que farão uma grande diferença na forma de tratar a esquizofrenia.
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Estabelecer rotinas
Um dia bem estruturado ajuda a manter o equilíbrio mental e reduz o estresse. Então, comece criando um cronograma diário que inclua horários regulares para acordar, comer, trabalhar e descansar.
Manter horários fixos para essas atividades cria um senso de previsibilidade e ordem, o que é muito importante para a estabilidade emocional.
A ideia é criar uma rotina que se encaixe nas suas necessidades e preferências. Se você sabe que precisa de um tempo tranquilo pela manhã, reserve um período para meditação ou leitura antes de começar o dia.
Se o trabalho ou estudo for parte da sua rotina, defina blocos de tempo para essas atividades e faça pausas regulares para evitar a sobrecarga.
Inclua também atividades de lazer e hobbies que você goste, como ouvir música, pintar ou caminhar no parque. Lembre-se de ser flexível e ajustar a rotina conforme necessário.
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Atividade física e alimentação saudável
Exercícios regulares têm um impacto positivo tanto na saúde física quanto mental. Eles ajudam a liberar endorfinas, que são neurotransmissores que promovem uma sensação de bem-estar.
Por isso, tente encontrar uma atividade que você goste, seja caminhar, nadar ou praticar ioga. O importante é se mover e manter o corpo ativo.
A alimentação, por outro lado, ajuda a manter o cérebro e o corpo funcionando bem. Inclua alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, como peixe e nozes, e mantenha uma ingestão equilibrada de frutas, vegetais e proteínas.
Evitar alimentos processados e ricos em açúcares e gorduras saturadas também é uma boa ideia.
Em todo caso, mantenha o foco em criar hábitos sustentáveis que se ajustem ao seu estilo de vida e preferências.
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Evitar substâncias nocivas
O uso de álcool, drogas recreativas e até mesmo alguns remédios podem interferir no tratamento e agravar os sintomas. Além do mais, o uso de substâncias aumenta o risco de episódios psicóticos e afeta o bem-estar geral.
Se você está lutando contra o uso de substâncias, não hesite em buscar ajuda profissional. Existem grupos de apoio e programas terapêuticos que oferecem assistência para lidar com essas questões.
Além de evitar o uso de substâncias, crie um ambiente saudável ao seu redor e rodeie-se de pessoas que apoiam e incentivam seu bem-estar.
Tomar essas medidas ajuda a manter o foco na recuperação e promove uma vida mais saudável.
Conclusão
Apesar do que muitas vezes se ouve por aí, não é verdade que uma pessoa diagnosticada com esquizofrenia não tenha esperança de recuperação ou que não possa levar uma vida plena e feliz.
Se você está percebendo que sofre com alguns sintomas de esquizofrenia, procure um profissional de saúde o quanto antes.
Por outro lado, caso você conheça alguém que está lidando com essa condição, ofereça seu apoio e incentive essa pessoa a tentar o canabidiol como parte de seu plano de tratamento.
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