Uma nova iniciativa busca colocar o Reino Unido como o líder mundial na pesquisa científica com Cannabis. O Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Canabinoides (CRDG na sigla em inglês), liderado pelo parlamentar George Freeman e o professor Trevor Jones, foi formado com o apoio inicial de oito parceiros da indústria.
O CRDG pretende reunir acadêmicos, pesquisadores, médicos, pacientes e indústria para elaborar e implementar a primeira estratégia de pesquisa e desenvolvimento com Cannabis no Reino Unido. O objetivo é integrar universidades, empresas, instituições de ensino e o NHS, sistema de saúde britânico que é similar ao Sistema Único de Saúde (SUS) aqui no Brasil.
Com essa abordagem integrativa e colaborativa, o CRDG pretende conduzir uma transformação na pesquisa sobre canabinoides no Reino Unido, promovendo avanços na ciência e na saúde pública.
Rumo ao topo do ranking de pesquisas com canabinoides
Colocar o Reino Unido no topo do ranking de pesquisa com Cannabis será uma tarefa árdua. Embora ocupe a segunda colocação, ficando atrás apenas dos EUA, a diferença é grande. De acordo com dados das organizações Prohibition Partners e Cannabiscientia, entre 2010 e 2023, 54% de todos os ensaios clínicos com canabinoides aconteceram nos Estados Unidos. Os britânicos ficam com a medalha de prata com 13%, seguidos por Canadá (7%) e Israel (6%).
Os responsáveis por tentar esse avanço, George Freeman e Trevor Jones, vão aproveitar suas experiências prévias na área. Freeman é ex-ministro das Ciências da Vida do Reino Unido e também ex-ministro de Estado de Ciência e Tecnologia.
Por sua vez, o professor Jones já foi diretor-geral da Associação da Indústria Farmacêutica Britânica (ABPI na sigla em inglês) e chefe de pesquisa e desenvolvimento da Wellcome PLC, uma fundação global de caridade dedicada a melhorar a saúde das pessoas através da investigação científica.
Em comunicado à imprensa, Jones falou sobre a importância das pesquisas científicas com Cannabis e porque elas precisam de mais investimento.
“Dados de estudos observacionais e evidências do mundo real gerados por algumas clínicas privadas fornecem informações valiosas sobre a Cannabis medicinal em ambientes clínicos, mas esses desenhos de estudo têm limitações óbvias e destacam a necessidade de ensaios clínicos randomizados e bem desenhados para estabelecer a eficácia e segurança de forma mais definitiva. O CRDG vai se focar incansavelmente na criação de um ambiente para que ensaios clínicos avançados e vitais e investigação científica sobre canabinoides tenham lugar aqui no Reino Unido.”
Atraindo novos players
No Reino Unido, o uso medicinal da Cannabis passou a ser legal em 2018. Na época, uma empresa britânica, a GW Pharmaceuticals, teve um papel importante. Dos três medicamentos aprovados para a prescrição, dois eram dessa farmacêutica, o Epidiolex e o Sativex (vendido aqui no Brasil com o nome Mevatyl).
Posteriormente, esses produtos seriam aprovados pelo órgão de vigilância sanitária dos EUA, o FDA, e se tornariam dos medicamentos com canabinoides mais conhecidos e prescritos no mundo inteiro. Nesse sentido, a maioria dos estudos clínicos sobre Cannabis realizados no Reino Unido estavam vinculados à GW.
Assim, o CRDG pretende atrair mais interessados na pesquisa sobre a planta, como universidades, o governo e investidores. Atualmente, os sete parceiros da indústria que apoiam o grupo são Ananda Developments, Artelo Bioscience, Brains Bioceutical, Curaleaf, Kingdom Therapeutics, Oxford Cannabinoid Technologies, NW PharmaTech e Phytome Life Sciences.
Acesso à Cannabis no Reino Unido
Os pacientes britânicos que se tratam com produtos com canabinoides enfrentam alguns desafios para conseguir sua medicação. Embora o Reino Unido seja a terra natal da GW (a GW foi comprada pela irlandesa Jazz Pharmaceuticals por 7 bilhões de dólares no que foi considerado “o maior negócio de Cannabis no mundo”), atualmente a maioria dos medicamentos à base de canabidiol (CBD) prescritos por lá não são licenciados.
Além disso, somente profissionais da saúde da rede privada prescrevem produtos com Cannabis no Reino Unido. A rede pública de saúde regida pela NHS ainda não incorporou os medicamentos com a planta como já o faz com outros tipos de produtos farmacêuticos.
Como se tratar com Cannabis no Brasil
Se você está no Brasil, fazer um tratamento para a saúde com Cannabis é mais fácil que aprender a falar inglês. Para isso, é necessário ter o acompanhamento de um médico para que o processo terapêutico aconteça de forma segura e legal. Acessando a nossa plataforma de agendamentos, você pode marcar uma consulta com um profissional da saúde experiente na prescrição de canabinoides.
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