O uso excessivo de telas pode causar ansiedade. Tudo porque a exposição constante a telas pode levar a sintomas como inquietação, tensão muscular e dificuldade de concentração.
Conforme o médico psiquiatra, Dr. Daniel Munhoz Moreira, CRM: 184.340/SP e RQE 85386, o excesso no uso de telas acaba estimulando demais, no que concerne à dopamina, algumas regiões cerebrais.
“Você começa a dar pequenos estímulos dopaminérgicos e isso vai gerando pequenos prazeres e satisfação. Porém, o que acontece é que é tudo muito rápido. Assistimos vídeos de 10, 12 segundos e a gente começa a ter uma necessidade desses estímulos. O que antigamente não acontecia. E a gente acaba ficando mais ansioso, acaba ficando mais estressado, pela necessidade constante de dopamina”, explicou.
131,5 milhões de usuários conectados no Brasil têm passado cada vez mais tempo na internet, em especial em plataformas de redes sociais
Honestamente: qual é a primeira coisa que você faz ao acordar? E a sua última ação antes de dormir? O que você faz ao longo do dia, quando tem um intervalo entre as atividades profissionais? Certamente, você pensou “conferir as redes sociais” ou “responder mensagens no WhatsApp”.
Primeiramente, entenda que você não está sozinho. Segundo a análise “Tendências de Social Media 2023”, realizada pela Comscore, os 131,5 milhões de usuários conectados no Brasil têm passado cada vez mais tempo na internet, em especial em plataformas de redes sociais. A categoria foi a mais consumida em dezembro de 2022:
- somando 356 bilhões de minutos, o que equivale a 46 horas de conexão por usuário no mês
- um aumento de 31% em relação a janeiro de 2020
Ainda neste sentido, uma outra pesquisa mostrou que os brasileiros são praticamente recordistas em tempo conectado a telas de celulares ou outros eletrônicos. Por aqui, a população fica em média nove horas e meia por dia utilizando esses aparelhos.
O número assusta bastante, e se relaciona com o fato do Brasil ser o país com o maior número de ansiosos
“É curioso pensar que esta pesquisa aponta para a relação entre o tempo de uso de tela dos brasileiros e a gente ser o país mais ansioso do mundo, não é mesmo? Então, o excesso no uso de telas acaba estimulando demais algumas regiões cerebrais, no sentido da dopamina. Todo pico dopaminérgico no nosso sistema nervoso central causa um risco de dependência, então ele atua no sistema de recompensa. E aí a gente acaba sentindo essa necessidade constante. Só que não estamos acostumados a receber constantemente este estímulo dopaminérgico, a gente busca isso ao longo de um processo. Só que isso ficou muito rápido, muito fácil, por isso que as pessoas hoje em dia estão usando tanto a internet e as telas. Pois é uma busca desses pequenos estímulos”, pontuou Dr. Daniel.
É possível gerar dopamina de uma maneira natural?
Antes de tudo, é importante saber que é possível gerar dopamina de maneira natural através de várias práticas e atividades saudáveis. Essencialmente, a dopamina é um neurotransmissor que desempenha um papel fundamental no sistema de recompensa do cérebro e está associada a sensações de prazer, motivação e bem-estar.
“Quando a gente faz um projeto, toda vez que a gente consegue algo que a gente deseja, isso eleva a nossa dopamina. Quando a gente vai fazer uma caminhada, depois de meia hora isso também eleva a nossa dopamina. Mas esse tipo de benefício não é em picos. É um estímulo que sobe e se mantém um pouco e desce, gera uma satisfação mais prolongada, que é diferente do que a gente acaba vendo, quando a gente está ali rolando a tela, com pequenos vídeos e pequenas informações”.
Menos telas e mais paciência
“É fácil perceber que as pessoas não têm mais a paciência, não têm mais a tolerância de esperar as coisas acontecerem no seu processo. É igual ao áudio, agora é tudo acelerado, pois as pessoas não têm paciência. O objetivo é acelerar todo esse processo, para ser mais rápido, por causa dessa alimentação que está sendo gerada dentro da gente”.
Ou seja, reduzir o tempo de tela e praticar a paciência são hábitos saudáveis, que podem beneficiar significativamente nossa saúde mental e bem-estar. Afinal, o uso excessivo de telas está significativamente relacionado ao aumento da ansiedade. Implementar estratégias para limitar o tempo de tela e promover atividades offline pode ajudar a reduzir os níveis de ansiedade e melhorar o bem-estar geral. É essencial encontrar um equilíbrio saudável no uso da tecnologia, para manter uma boa saúde mental.
Como a Cannabis atua no tratamento da ansiedade gerada pelo excesso de telas?
Segundo Dr. Daniel, o uso da Cannabis no tratamento da ansiedade devido às telas é um tópico importante de ser observado e explorado.
“A Cannabis medicinal tem um papel importante, no sentido de realizar uma regulação dopaminérgica. Através do sistema nervoso central, ela pode contribuir para a gente conseguir controlar esses pequenos estímulos. E a pessoa começar a sentir um bem-estar, uma satisfação mais duradoura. Isso vai gerar uma não necessidade de buscar essa mesma sensação na tela. Assi, posso dizer que, se a gente usa Cannabis medicinal nestes contextos, a gente consegue fazer a pessoa parar de olhar para a tela e olhar o mundo. Além disso, a gente sabe que quando trata a ansiedade com a Cannabis, a pessoa tem um efeito muito bom na questão de controle de agitação, de ansiedade, de controle mental”.
Quais são os principais fitocanabinoides, moléculas da Cannabis, para tratar a ansiedade?
Os fitocanabinoides são os compostos químicos presentes na planta de Cannabis que interagem com o sistema endocanabinoide do nosso corpo. Alguns dos principais fitocanabinoides da Cannabis incluem o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), que são os mais estudados em relação ao tratamento da ansiedade.
“O Canabidiol é um dos principais fitocanabinoides para a ansiedade. Mas a gente sabe que também usar um óleo full spectrum, que possui os outros fitocanabinoides, pode proporcionar uma potencialização nesse efeito, através do efeito comitiva que acaba auxiliando na resposta terapêutica”, concluiu o profissional.
Conheça relatos de pessoas que trataram a ansiedade com Cannabis e encontraram resultados significativos:
- “Não tive mais crises de pânico e a qualidade do sono melhorou significativamente”
- O CBD resolveu as crises de ansiedade que sofro desde criança
- Além do CBD e THC: o uso do CBG contra ansiedade e TDAH
Dicas para diminuir o uso de telas e, consequentemente, a ansiedade
- Estabeleça limites de tempo para o uso de telas: defina um tempo específico para utilizar dispositivos eletrônicos e estabeleça períodos de pausa para realizar outras atividades.
- Crie atividades alternativas: busque formas de entretenimento que não envolvam o uso de telas, como ler um livro, fazer exercícios físicos, brincar ao ar livre, entre outros.
- Estabeleça uma rotina sem telas: reserve momentos do dia em que não será permitido o uso de eletrônicos. Por exemplo, durante as refeições, antes de dormir ou ao acordar.
- Mantenha os dispositivos eletrônicos fora do quarto: evite usar celulares, tablets ou computadores na hora de dormir. Pois a luz emitida pelas telas pode prejudicar a qualidade do sono. Saiba mais sobre higiene do sono aqui.
- Defina zonas livres de tecnologia: delimite áreas da casa onde não é permitido o uso de telas, como a mesa de jantar, o quarto de dormir ou a sala de estar.
- Incentive atividades offline: promova atividades em grupo, como jogos de tabuleiro, passeios ao ar livre, prática de esportes, entre outras opções, que não envolvam o uso de dispositivos eletrônicos.
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