Enquanto equipes se dedicam aos resgates das vítimas que perderam tudo, reunimos aqui informações úteis sobre saúde, doações e atendimentos, como, por exemplo, a iniciativa SOS Saúde Rio Grande do Sul.
Segundo o painel da Secretaria Estadual da Saúde (SES), estão registrados na organização que oferece apoio de profissionais da saúde gratuito para pessoas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul:
- Médicos: 2430
- Enfermeiros: 3023
- Fisioterapeutas: 1241
- Técnicos em enfermagem: 3105
- Psicólogos: 5547
Se você é profissional da área da saúde, pode realizar o seu cadastro aqui no site da SES. Desde que as enchentes atingiram o RS, a secretaria registra uma média de 10 cadastros por minuto.
Para quem precisa de cuidados com a saúde mental e receitas que foram perdidas nas enchentes do Rio Grande do Sul
Se você é paciente pode contar com o SOS Saúde Rio Grande do Sul de maneira virtual. Clique aqui e preencha o formulário elaborado por um grande grupo de médicos e psicólogos do Brasil inteiro que estão atendendo online e gratuitamente. Inclusive, para fazer receitas que foram perdidas nas cheias.
De questões práticas ao emocional: o luto de perder tudo
Cuidar da saúde mental durante tragédias é essencial para garantir o bem-estar emocional e a resiliência a longo prazo. Neste sentido, Dra. Luisa de Freitas Ramos avalia que a saúde mental dessas pessoas fica afetada de diversas maneiras, desde aspectos práticos até questões emocionais.
“Primeiramente uma questão prática: tem muita gente que teve que sair das suas casas às pressas e não pegou suas medicações de uso contínuo, por exemplo. E aí existe o risco de interromper o tratamento que tem que ser mantido continuamente. E isso acarreta em piora dos sintomas por si só. Temos quadros que poderiam estar estabilizados como autistas que talvez estivessem bem, mas podem ter piora de sintomas crônicos. Fora as perdas físicas de pessoas que perderam suas casas, as pessoas perderam tudo que tinham”.
Além disso, algumas ações podem ajudar:
- Busque apoio emocional: Converse com amigos, familiares ou profissionais de saúde mental sobre como você está se sentindo. Às vezes, apenas expressar suas emoções pode ser um grande alívio.
- Limite a exposição à mídia: Consumir constantemente notícias sobre a tragédia pode aumentar a ansiedade e o estresse. Fique informado, mas limite o tempo que você passa assistindo ou lendo notícias sobre o evento.
- Cuide-se: Dedique tempo para cuidar de si mesmo. Isso pode incluir atividades relaxantes como meditação, exercícios físicos, ou hobbies que você goste.
- Mantenha rotinas saudáveis: Tente manter uma rotina regular de sono, alimentação e exercícios físicos. Isso pode ajudar a fortalecer sua resiliência emocional.
- Conecte-se com a comunidade: Encontre grupos de apoio locais ou online onde você possa compartilhar suas experiências com outras pessoas que estão passando pelo mesmo que você.
- Procure ajuda profissional se necessário: Se você está tendo dificuldades para lidar com seus sentimentos ou se está enfrentando sintomas graves de ansiedade ou depressão, não hesite em procurar a ajuda de um profissional de saúde mental.
- Seja gentil consigo mesmo: Lembre-se de que é normal se sentir abalado por eventos traumáticos. Não se cobre demais e esteja aberto para permitir-se tempo para se recuperar emocionalmente.
Cuidados com a saúde mental neste momento
Segundo a médica infectologista Dra. Laís Garabini Vasconcellos não podemos negar que a situação no RS é uma situação de pavor. Portanto, é comum que as pessoas apresentem sintomas, ansiosos, depressivos e sintomas de pânico na ocorrência desses eventos.
“Está todo mundo abalado. Até as pessoas que não foram acometidas diretamente, estão abaladas, é duro ver o sofrimento. A questão da saúde mental é importante para a gente lembrar dela não só nessa situação de calamidade. Pois muitas pessoas desenvolvem sintomas depressivos, ansiosos, de pânico em outras situações”, explicou.
Quais são os cuidados que as pessoas que tiveram contatos com as águas das enchentes devem ter a partir de agora?
A infectologista Dra. Laís afirma que são necessários cuidados e monitoramento dos sintomas que possam aparecer nesses primeiros dias, e até 30 dias depois, do contato com a água.
É importante que seja monitorado neste momento:
- Lesões de pele,
- Sintomas como febre
- Dor de cabeça
- Dor no corpo
“Existe a possibilidade também das gastroenterites, principalmente hepatite A. E para as pessoas que estão em abrigos: é importante cuidar doenças que também podem ser transmitidas como infecções virais de vias aéreas superiores. Quando o nível da água voltar ao normal, é importante as pessoas que voltam às casas das regiões, quando forem fazer a limpeza daquele local é importante estar usando equipamento de proteção individual, porque aquele local também pode estar contaminado. Utensílios, como talher e copo, é importante fazer higienização com água e sabão e depois deixar de molho numa solução com água sanitária”, alertou a profissional.
Quem entrou em contato com águas das inundações, pode realizar um tratamento com antibiótico para prevenção da leptospirose?
Segundo a infectologista Dra. Laís, é importante avaliar cada caso. A Sociedade Brasileira de Infectologia informa que a recomendação para que seja considerado o uso de quimioprofilaxia é para quem esteve exposto em alto risco:
“Equipes de socorristas de resgate e voluntários com exposição prolongada a água de enchente, nos quais os equipamentos de proteção individual não são capazes de prevenir a exposição. Pessoas expostas à água de enchente por período prolongado com avaliação médica criteriosa do risco dessa exposição”, afirma a nota técnica emitida recentemente.
Faça sua contribuição
Momentos extremos provocam reações e atitudes extremas. A solidariedade dos brasileiros agora é crucial para mitigar os danos causados pelas chuvas no Rio Grande do Sul. As tempestades que assolaram o estado há alguns dias afetaram praticamente todas as regiões.
Veja aqui maneiras de fazer a sua doação para o Rio Grande do Sul
O governo do Estado do Rio Grande do Sul utiliza o canal de doações para a conta SOS Rio Grande do Sul. A chave PIX é o CNPJ: 92.958.800/0001-38. Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário às vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura das cidades.
Segundo o Governo Estadual: “Com o canal oficial de doações, o governo centraliza a ajuda financeira, fornece segurança ao doador e amplia a transparência da alocação do dinheiro, uma vez que a movimentação dos recursos passará por auditoria e fiscalização do poder público”.
Já a prefeitura de Porto Alegre criou um Pix para arrecadar fundos para amenizar os danos e o sofrimento dos moradores da Capital. Qualquer quantia é aceita, independentemente do valor. A chave é CNPJ: 92963560000160
A organização civil também tem criado iniciativas como a do Tiago Antunes que com a doação do valor de R$ 65 reais, alguém recebe uma sacola de cesta básica montada com alimentos, o que facilita muito a entrega a quem precisa.
Doações internacionais para a prefeitura de Porto Alegre
- IBAN: BR48 0036 0305 0282 2000 0713 361C 1
- Razão Social: Município de Porto Alegre
- CNPJ: 92.963.560/0001-60
- Conta: 2822 0006 000000071336-1
- Código Swift: CEFXBRSP
Associação do Ministério Público do RS
A Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (AMP/RS) ativou a campanha “S.O.S Chuvas” para ajudar as regiões atingidas pelas enchentes. Chave Pix: 87027595000157 (CNPJ).
Unidades de Saúde em Porto Alegre operam com restrição
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), tendo em vista que profissionais foram afetados pelos alagamentos, alguns locais de atendimento atenderão com equipes reduzidas. Outras unidades não abrirão por estarem situadas em regiões de alagamento, informou a SMS.
Hospitais da capital, cirurgias, procedimentos e consultas eletivas estão suspensas
Devido às enchentes, cirurgias, procedimentos e consultas eletivas estão suspensas nos hospitais próprios da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), contratualizadas da rede pública e hospitais particulares. A medida se deve ao risco de desabastecimento de insumos, materiais e medicamentos causados pelo impacto e dificuldades logísticas de transporte.
Mais dados sobre a situação do Rio Grande do Sul
- A crise se desenrola com impacto profundo: 385 municípios foram atingidos, registrando 85 mortes confirmadas e 134 pessoas desaparecidas. O número de desalojados atinge 153.824, enquanto 47.676 encontram refúgio em abrigos. A privação de energia agrava a situação.
- O acesso à capital gaúcha conta hoje com apenas uma via.
- O aeroporto Salgado Filho não tem previsão para retomada das operações. A Fraport comunicou que não deve haver voos até 30 de maio, previsão que pode mudar.
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Diversas rodovias estão com trechos bloqueados no Estado. O Comando Rodoviário da Brigada Militar disponibilizou um mapa atualizado de hora em hora com informações da corporação, do Daer e da PRF.