O uso da Cannabis vem se destacando como uma ferramenta muito útil para pacientes em cuidados paliativos com câncer. O THC, componente ativo e uma das substâncias mais abundantes na planta, há muito tempo é utilizado para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas abrindo o apetite, influenciando na qualidade do sono e reduzindo a ansiedade.
No entanto, mesmo com a planta trazendo mais bem-estar para os pacientes e suas famílias, ainda existia a dúvida se o uso da Cannabis nos cuidados paliativos teria um impacto mais profundo, influenciando na tempo de sobrevivência dessas pessoas.
Nesse contexto, pesquisadores de Brandemburgo, na Alemanha, conduziram um estudo retrospectivo de coorte multicêntrico com o objetivo de verificar se a inclusão da planta aumenta o tempo de sobrevida de pacientes oncológicos.
O estudo The Use of Tetrahydrocannabinol Is Associated with an Increase in Survival Time in Palliative Cancer Patients: A Retrospective Multicenter Cohort Study foi publicado na revista Medical Cannabis and Cannabinoids e trouxe resultados animadores.
O papel da Cannabis nos cuidados paliativos
A medicina paliativa é uma especialidade médica dedicada ao alívio dos sintomas e à promoção do conforto em indivíduos diagnosticados com doenças graves ou em fase terminal. Nessa prática, o foco é oferecer assistências e terapias que contribuam para elevar o padrão da qualidade de vida desses pacientes, apesar de suas condições serem na maioria das vezes incuráveis.
Essa abordagem terapêutica busca auxiliar os pacientes a lidar com as suas condições de saúde, aliviando alguns sintomas. Além disso, também fornece apoio emocional e espiritual a esses indivíduos e as pessoas que vivem ao seu redor, como famílias e cuidadores.
No caso específico dos pacientes com câncer, a Cannabis se apresenta como um remédio natural. Ela os ajuda a comer melhor, dormir melhor e se sentirem menos impactados psicologicamente pela doença. O estudo alemão visava esclarecer se essas melhorias se traduziam em mais tempo de vida para essas pessoas.
Análises com doses baixas e altas de THC
Conduzido por cinco equipes ambulatoriais, o estudo analisou dados de mais de 9 mil pacientes com câncer em cuidados paliativos. Em seguida, houve uma separação desse grupo maior em três grupos menores:
- Um grupo que recebeu doses baixas de THC (até 4,7 mg por dia);
- Um grupo que recebeu doses mais elevadas de THC (mais de 4,7 mg por dia);
- E um outro grupo que não recebeu THC.
Os resultados apontaram que o delta-9-tetrahidrocanabinol, o THC, está associado a um aumento no tempo de sobrevida em pacientes com câncer em cuidados paliativos. Contudo, esse efeito foi mais acentuado em doses mais elevadas. No artigo, os cientistas destacaram os benefícios da dose acima de 4,7 mg nesses indivíduos.
“O tempo de sobrevivência foi significativamente prolongado pelo THC, mas apenas quando a dose diária de THC estava acima da mediana de 4,7 mg. O tempo de sobrevivência foi 15 dias maior (40 vs. 25 dias), quando foram prescritos mais de 4,7 mg de THC por dia.”
Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender com mais detalhes todos os mecanismos envolvidos nesses resultados, o estudo destaca o potencial terapêutico do canabinoide da planta conhecido pelos efeitos psicoativos.
Isso abre portas para novas abordagens e debates sobre o uso da Cannabis em contextos médicos, principalmente nos cuidados paliativos em pacientes com câncer.
A opinião dos especialistas em paliativismo
Entre os profissionais da saúde da nossa plataforma de agendamentos, temos médicos especializados nos cuidados paliativos. Um deles é o Dr. Rodrigo Eboli da Costa, CRM 142765, que vê muitos resultados positivos da Cannabis em seus pacientes.
Em entrevista, o paliativista nos contou sobre o impacto positivo que a inclusão da planta traz no dia a dia das pessoas.
“Um dos meus papéis atuando na medicina paliativa é o controle dos sintomas como dor, náusea, ansiedade e insônia. Vejo resultados rápidos e melhora na questão da dor, ansiedade, da depressão e da tristeza com terapia canabinoide.
Com Cannabis os resultados são muito bons. A gente acaba também tendo resultados com outras medicações que são potentes, mas tem efeitos colaterais muito grandes. Então, a introdução da terapia canabinoide junto a essas medicações tradicionais permite que a gente consiga reduzir essa quantidade de medicamentos. E consegue melhorar sintomas dos pacientes.”
No vídeo abaixo, você pode conferir uma live inteira com o Dr. Rodrigo Eboli sobre o uso da Cannabis no câncer e nos cuidados paliativos.
Cuidados com Cannabis paliativos além do câncer
À medida que aumenta a expectativa de vida da população e nós estamos vivendo por mais anos, surge também a demanda pela medicina paliativa indo além dos pacientes com câncer. Doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson, são exemplos de condições onde os cuidados paliativos são necessários e podem se beneficiar do uso da Cannabis.
No entanto, é essencial que essa abordagem seja orientada por um profissional da saúde devidamente qualificado. Portanto, se você deseja incluir a Cannabis no seu repertório de cuidados, está no lugar certo. Acessando a nossa plataforma de agendamentos, você pode marcar uma consulta com um médico paliativista experiente na prescrição de canabinoides, como o Dr. Rodrigo Eboli.
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