O sistema imunológico é uma linha de defesa vital do corpo humano contra invasores estranhos, como bactérias, vírus e células cancerígenas.
No entanto, em certas circunstâncias, o próprio sistema imunológico pode se tornar hiperativo, atacando erroneamente tecidos saudáveis do corpo ou rejeitando tecidos transplantados.
É nesses casos que os imunossupressores entram em cena. Estes medicamentos desempenham um papel crucial, ajudando a prevenir a rejeição de transplantes e a tratar uma variedade de condições autoimunes.
Neste texto, explicaremos o que são imunossupressores, os principais tipos, e os cuidados essenciais necessários ao administrá-los.
Por aqui, você vai encontrar:
- Imunossupressores: o que é?;
- Como os imunossupressores funcionam?;
- Quais são as doenças de imunossupressão?;
- Tipos de medicamentos imunossupressores;
- Precauções ao utilizar imunossupressores;
- Quais são os efeitos colaterais dos imunossupressores?;
- É seguro usar imunossupressores a longo prazo?;
- Como a Cannabis pode ser uma alternativa aos imunossupressores?.
Confira!
Como os imunossupressores funcionam?
Os imunossupressores são medicamentos que, como o próprio nome já diz, suprimem o sistema imunológico do corpo. Eles são prescritos para pacientes que passaram por transplantes para evitar a rejeição do órgão ou tecido recebido pelo corpo.
Além disso, esse tipo de substância é usada para conter as doenças autoimunes, ou seja, aquelas que fazem com que o sistema imunológico ataque erroneamente tecidos saudáveis do próprio corpo.
Os medicamentos imunossupressores podem funcionar de várias maneiras para diminuir a atividade do sistema imunológico: interferindo na produção de células imunológicas; reduzindo a resposta anti-inflamatória do corpo ou bloqueando sinais de ativação do sistema imunológico.
Apesar de sua eficácia nos casos citados no tópico anterior, a supressão do sistema imunológico pode trazer o risco de infecções, já que o corpo fica mais suscetível ao ataque de vírus e bactérias, dentre outros agentes patogênicos.
Por isso, é fundamental que o uso seja monitorado cuidadosamente pelo médico responsável pelo tratamento.
Quais são as doenças imunossupressoras?
As doenças imunossupressoras incluem uma variedade de condições médicas em que o sistema imunológico do corpo é enfraquecido, comprometido ou não funciona corretamente, deixando o indivíduo mais suscetível a infecções e outras complicações.
Algumas das principais doenças de imunossupressão incluem:
- Aids;
- Câncer;
- Imunodeficiência Comum Variável (CVID);
- Síndrome de DiGeorge;
- Lúpus;
- Doença Celíaca;
- Síndrome de Job;
- Artrite reumatóide;
- Diabetes tipo I;
- Anemia aplásica;
- Psoríase ou alopecia areata;
- Espondilite anquilosante;
- Doença de Crohn;
- Esclerose múltipla;
- Fibrose pulmonar idiopática ou bronquiolite obliterante;
- Dentre outras.
Tipos de medicamentos imunossupressores
Dentre os medicamentos imunossupressores existem diferentes tipos que são indicados para situações diversas. Confira, a seguir, quais são essas variações e para que servem.
Corticoides
Os corticoides são o tipo mais comum de medicamentos imunossupressores. Eles agem diminuindo a produção de substâncias inflamatórias no corpo, fazendo com que o sistema imunológico diminua sua atividade.
Esses fármacos normalmente são recomendados para tratar doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatóide e Doença de Crohn, além de serem usados para prevenir rejeição de órgãos transplantados e serem parte do tratamento contra o câncer.
Dentre os corticoides podemos citar prednisona, prednisolona, dexametasona e betametasona, beclometasona, flunisolida e fluticasona.
Agentes biológicos
Já os agentes biológicos, como, por exemplo, anakinra e etanercepte, são tipos de imunossupressores feitos a partir de proteínas que reduzem a atividade do sistema imunológico e são capazes de bloquear a ação de substâncias inflamatórias no corpo.
Esse tipo de imunossupressor é indicado, normalmente, para tratar artrite reumatóide, já que alivia o inchaço das articulações.
Inibidores da calcineurina
Os inibidores da calcineurina, por sua vez, são medicamentos que agem de forma a reduzir a produção das interleucinas, substâncias que podem causar o aumento da atividade do sistema imunológico e, também, com a divisão das células.
Esses medicamentos são usados para prevenir ou tratar rejeição de órgãos transplantados, além de psoríase, artrite reumatoide, dermatite atópica, dentre outros.
Dentre os inibidores de calcineurina podemos citar o tacrolimo e a ciclosporina.
Anticorpos monoclonais
Outro tipo de imunossupressor são os anticorpos monoclonais, como adalimumabe, rituximabe ou tocilizumabe. Eles bloqueiam proteínas específicas e células tumorais, além de inibir a produção de substâncias inflamatórias, como no caso das doenças autoimunes.
Esses anticorpos são recomendados para tratar colite ulcerativa, psoríase, Doença de Crohn, dentre outras doenças.
Inibidores da Janus-Kinase
Por fim, temos os inibidores da Janus-Kinase, que nada mais são que imunossupressores que inibem a produção das citocinas e, por isso, são indicados para controlar o crescimento de tumores ou potencializar o tratamento por quimioterapia. Eles também podem ser usados para tratar casos mais severos da doença do enxerto contra o hospedeiro, problema que pode surgir após o transplante de células tronco ou de medula óssea
Dentre essas medicações, podemos citar o ruxolitinibe e o tofacitinibe.
Precauções ao utilizar imunossupressores
Como vimos ao longo do texto, os imunossupressores são medicamentos importantes para diversos tipos de tratamentos médicos.
No entanto, como qualquer outro tipo de medicação, além de ser recomendado seu uso apenas com indicação de um profissional de saúde, também existem alguns cuidados que devem ser tomados durante o tratamento. Veja:
- Tomar o medicamento nos horários corretos, conforme indicado por seu médico;
- Manter um acompanhamento regular para verificar a eficácia do tratamento;
- Não alterar a dose do medicamento sem recomendação médica;
- Durante o tratamento, tomar vacinas apenas se recomendado pelo profissional de saúde que faz o acompanhamento;
- Manter as mão sempre limpas e higienizadas, lavando com água e sabão ou usando álcool gel frequentemente;
- Lavar bem alimentos como legumes, frutas e verduras antes de ingerir;
- Evitar contato com pessoas que estejam com qualquer tipo de infecção, como gripe, por exemplo;
- Evitar a permanência em ambientes fechados com muitas pessoas e pouca ventilação;
- Manter uma alimentação balanceada e nutritiva;
- Praticar atividade física;
- Dormir 8 horas por noite.
Lembramos que os imunossupressores, como o próprio nome indica, diminuem a ação do sistema imunológico, portanto, é preciso tomar cuidado para não contrair infecções que podem se tornar mais graves nesse cenário.
Quais são os efeitos colaterais dos imunossupressores?
Como comentamos acima, o efeito colateral mais frequente ao se fazer uso de imunossupressores é o risco de infecções aumentado, devido ao enfraquecimento do sistema imune causado pelo uso desses medicamentos.
Quando uma infecção acontece, o corpo pode apresentar sintomas como cansaço excessivo, fraqueza, febre, palidez, tosse, queimação ao urinar, dificuldade para respirar, dores abdominais, dentre outras. Portanto, é importante ficar atento.
Além disso, o uso de imunossupressores também pode trazer outros efeitos colaterais como náuseas, vômitos, diarreia, gases, tontura, perda de peso, pressão alta, acne, dentre outros. Esses efeitos variam a cada caso, dependendo do paciente e, também, do tipo de imunossupressor utilizado.
É seguro usar imunossupressores a longo prazo?
O uso de imunossupressores a longo prazo é uma questão complexa e requer uma abordagem cuidadosa e individualizada. Existem vantagens e desvantagens associadas ao uso prolongado desses medicamentos, e a segurança depende de vários fatores, incluindo a condição médica subjacente do paciente, a dosagem do medicamento, a duração do tratamento e a resposta individual do paciente ao medicamento.
O uso prolongado de imunossupressores pode ser positivo para controlar doenças autoimunes e prevenir a rejeição de transplantes, por exemplo. Tudo, é claro, com indicação e acompanhamento médico.
No entanto, existem também os pontos negativos desse uso a longo prazo, que podem envolver o aumento do risco de infecções, maior chance de apresentar efeitos colaterais, e a supressão excessiva do sistema imunológico que pode aumentar o risco de complicações graves.
Lembramos, mais uma vez, que os pacientes que fazem uso prolongado dos imunossupressores devem ser acompanhados regularmente pelo médico responsável a fim de avaliar a eficácia do tratamento, verificar efeitos colaterais e complicações e ajustar a dose.
Como a Cannabis pode ser uma alternativa aos imunossupressores?
Atualmente, existem alguns estudos que mostram que a Cannabis pode ter propriedades anti-inflamatórias e imunossupressoras. Isso acontece graças à ação do sistema endocanabinoide e seus receptores, que estão espalhados em todo o sistema nervoso central e, também, no sistema imunológico humano.
Dessa forma, os fitocanabinoides, como CBD e THC, interagem com o sistema endocanabinoide de forma a influenciar diversas funções fisiológicas do corpo.
Os pesquisadores James M. Nichols e Barbara L.F. Kaplan concluíram então, com base nos estudos já realizados, que o CBD age, sim, como imunossupressor, reduzindo respostas anti-inflamatórias no sistema imunológico, prevenindo o crescimento rápido de células e promovendo apoptose. A exposição ao CBD também pode diminuir as funções das citocinas, quimiocinas e células T, que desempenham papéis importantes no sistema imune.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis medicinal?
A Cannabis medicinal tem inúmeros benefícios comprovados atualmente. Muitos estudos e pacientes mostram a eficácia dos canabinoides como tratamento para diversos tipos de doenças.
As principais propriedades da Cannabis que podemos citar são:
- Anti-inflamatórias;
- Anticonvulsivantes;
- Ansiolíticas;
- Antipsicóticas;
- Neuroprotetoras;
- Analgésicas;
- Antitumorais.
Neste link, você pode conferir como age a substância e 30 evidências de sua eficácia. Confira!
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Para iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal, primeiramente, procure um médico com experiência na prescrição da planta, que poderá dar as melhores orientações sobre os caminhos a se seguir.
Caso esse profissional acredite que esse tipo de tratamento é o ideal para você, ele fornecerá uma receita com a qual será possível conseguir uma autorização da Anvisa para comprar ou importar medicamentos à base de canabinoides.
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Conclusão
Como vimos ao longo do texto, os imunossupressores desempenham um papel vital na gestão de uma variedade de condições médicas, desde a prevenção da rejeição de órgãos transplantados até o tratamento de doenças autoimunes debilitantes.
No entanto, é importante reconhecer que o uso desses medicamentos não está isento de riscos à saúde. Por isso, a supervisão médica cuidadosa e o cumprimento rigoroso dos protocolos de segurança são essenciais para garantir a eficácia do tratamento e minimizar os possíveis efeitos colaterais.
A Cannabis pode desempenhar o papel de imunossupressor graças à sua interação com o sistema endocanabinoide, que permite que ela aja no sistema imunológico.
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