Você sabia que produtos à base de Cannabis podem atuar como um pilar determinante na qualidade de vida de pessoas com Parkinson? Entenda agora de que maneira os fitocanabinoides, como CBD, THC e CBG, têm mostrado potencial no tratamento de sintomas associados à doença de Parkinson.
De acordo com as estimativas globais da OMS, de 2019, mais de 8,5 milhões de pessoas em todo o mundo são diagnosticadas com Parkinson
O Parkinson é uma condição neurológica que envolve uma disfunção progressiva do sistema motor, causando tremores, rigidez muscular, lentidão nos movimentos e problemas de equilíbrio, entre outros sintomas. Embora não exista cura, os tratamentos visam principalmente aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
É inserido no contexto de tratamentos contemporâneos que a Cannabis surge como uma perspectiva promissora.
“Fitocanabinoides podem ser utilizados para melhorar os sintomas não-motores da doença, ou seja, são voltados ao tratamento de comorbidades associadas como insônia, depressão, ansiedade e dor. Sintomas muito frequentes na doença de Parkinson. É muito comum, além do paciente ter tremor e rigidez, ter também insônia, dor, depressão e ansiedade”, explica a médica Dra. Luana Oliveira, Neurologista e integrante do núcleo de Cannabis medicinal do Hospital Sírio-Libanês.
Parkinson e Cannabis: entenda os mecanismos de ação da planta
Conforme a Dra. Luana citou, a Cannabis contém moléculas chamadas fitocanabinoides, como o THC, CBG e o CBD, que interagem com o sistema endocanabinoide do corpo. Essa interação pode afetar uma variedade de funções fisiológicas, incluindo a regulação da dor, do humor, do sono e do movimento, que são áreas de extremo interesse no tratamento da doença de Parkinson.
“Os fitocanabinoides atuam nestes sintomas por diferentes mecanismos aumentando por exemplo a serotonina, aumentando níveis de dopamina e agindo em receptores relacionados à dor e receptores também relacionados ao sono. Entendo a Cannabis como parte do artesanal terapêutico e não como substituto dos medicamentos tradicionais na Doença de Parkinson. Ao utilizar a Cannabis medicinal, existe a possibilidade de redução de polifarmácia”, sinaliza a médica.
Atualmente, a Dra. Luana é a médica responsável pela prescrição de fitocanabinoides no tratamento do Parkinson do deputado Eduardo Suplicy. Há pouco tempo, o político relatou aqui em nossa live como sua saúde está sendo impactada pelo tratamento com Cannabis para a condição que é a segunda doença degenerativa mais comum do mundo.
Com a Cannabis há melhora no sono, alívio da dor e possíveis melhoras na função motora
Portanto, a Cannabis e seus fitocanabinoides são uma opção terapêutica que pode contribuir muito para a qualidade de vida de pessoas com Doença de Parkinson. Neste sentido, uma pesquisa publicada no periódico Acta Neurologica Scandinavica, da Noruega, indicou que pacientes com Parkinson que utilizam Cannabis mencionaram que tiveram alívio de alguns sintomas relacionados à doença. Entre os benefícios mais relatados foram:
- Melhora na função motora, citado por 69% dos participantes;
- Melhora no sono, citado por 52% dos participantes
- Alívio de dores, para 37%.
Porém, Dra. Luana esclarece que em sua prática clínica, a melhora motora se dá em menor percentual do que a melhora dos sintomas não motores. “Existem estudos observacionais e pesquisas demonstrando a atuação do THC no tratamento de tremor na doença de Parkinson, entretanto, são estudos pequenos e na prática muitas vezes se torna difícil utilizar o THC em doses maiores devido a possibilidade de efeitos colaterais”, pontua.
Contudo, no momento a médica realiza um estudo sobre o potencial do THC na melhoria dos tremores em quem tem Parkinson, juntamente com pesquisadores da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). “Estamos testando o THC na melhoria do tremor. Ainda não temos os resultados finais, provavelmente até o final do ano teremos os resultados”.
Por que é comemorado o Dia Mundial do Parkinson?
O Dia Mundial do Parkinson é celebrado hoje, dia 11 de abril. A data foi criada com a finalidade de aumentar a conscientização sobre a doença e unir as pessoas afetadas por ela. Identificada pela primeira vez em em 1817, por James Parkinson, que descreveu os principais sintomas da doença publicados no Ensaio sobre a Paralisia Agitante, se caracteriza pela presença de tremores nas extremidades, além de instabilidade postural, rigidez nas articulações e lentidão nos movimentos. Estima-se que 1% das pessoas com mais de 65 anos desenvolvam a doença.
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