“Antes do canabidiol as crises só paravam com medicação no hospital. Após o canabidiol, nunca mais foi necessária a internação.”
Raquel Seara, servidora pública federal, lembra que a inclusão do CBD no tratamento do filho transformou a qualidade de vida dele e de toda a família. Após quatro anos da inclusão do canabidiol na rotina de cuidados do Lorenzo, a mãe nunca mais precisou levá-lo para o hospital por conta de crises convulsivas associadas à síndrome de Dravet.
Até mesmo os mais céticos ficam surpresos ao ver como o canabidiol (CBD) diminui as convulsões de pessoas com doenças graves, sobretudo com a síndrome de Dravet (SD), Lennox-Gastaut e esclerose tuberosa. Não à toa, será para essas condições de saúde que o SUS vai distribuir gratuitamente produtos contendo CBD no estado de São Paulo a partir de maio de 2024.
Antes disso, em 2020, a FDA, agência dos EUA que regula alimentos e medicamentos, autorizou a prescrição de um produto de CBD isolado no país para a síndrome de Dravet. Até hoje o único produto com Cannabis que a agência aprovou, chamado Epidiolex.
ANS e o CBD
Por outro lado, para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que regulamenta a relação entre os planos de saúde e os consumidores, os planos não precisam custear o tratamento com CBD para a síndrome de Dravet. O motivo seria, entre outros, uma suposta falta de pesquisas clínicas sobre a eficácia do canabidiol para essa condição de saúde.
Assim, Raquel e outras mães de crianças com essa síndrome têm um custo a mais. Além das mensalidades do plano de saúde, precisam comprar a medicação que traz tantos benefícios para o filho. Diferente do que acontece com o tratamento de outras condições.
Aqui no Cannabis & Saúde buscamos sempre dar visibilidade para o conhecimento científico sobre o uso medicinal da planta e convidamos todos a conhecer estudos clínicos que comprovam a eficácia do CBD para a síndrome de Dravet. Nessa oportunidade, vamos trazer uma revisão de pesquisas clínicas envolvendo o uso do CBD em pacientes pediátricos com SD, pois entendemos que há vários motivos para a ANS não recomendar o tratamento com o canabinoide, porém a falta de evidências científicas não é uma delas.
Pesquisas clínicas sobre a eficácia do CBD para a síndrome de Dravet
Se antes a família tinha uma rotina de visitas ao hospital, depois da inclusão do CBD ele voltou a frequentar a escola. Raquel lembra que “o aspecto cognitivo, a leitura, a fala, o entendimento, tudo melhorou”.
Você pode ler com mais detalhes a história do Lorenzo Seara acessando esse link.
Embora esse caso seja impactante, é de praxe observar mais pacientes para confirmar a eficácia do CBD para a síndrome de Dravet, como é em qualquer doença. Nesse sentido, o artigo The efficacy and safety of cannabidiol (CBD) in pediatric patients with Dravet Syndrome: a narrative review of clinical trials faz um compilado de 10 estudos clínicos sobre o tema.
A pesquisa foi realizada por uma equipe de cientistas da Nigéria, porém foi publicada em um periódico científico do continente europeu, o European Journal of Medical Research, na edição de março de 2024. Eles reuniram informações de artigos publicados nos últimos 10 anos para propor uma visão mais abrangente sobre o tema.
Redução nas crises e poucos efeitos adversos
Após analisar os 10 estudos clínicos envolvendo CBD e a síndrome de Dravet, onde diferentes doses foram testadas. Os pesquisadores observaram reduções consideráveis no número e na intensidade das crises. Em alguns casos, os pacientes se viram totalmente livres de convulsões.
Os cientistas destacaram alguns resultados no artigo.
“Estes ensaios revelaram consistentemente reduções notáveis nas crises convulsivas e totais, com alguns obtendo bons resultados. Por exemplo, Iannone et al. observaram uma redução de 40,2% na frequência das crises, com 1,2% dos pacientes sem crises, enquanto Devinsky et al. relataram uma redução de 48,7% na frequência de crises convulsivas e uma redução de 45,7% na frequência total de crises.”
Após a análise abrangente e profunda sobre a eficácia dos produtos ricos em CBD para o manejo das crises relacionadas à síndrome de Dravet, os pesquisadores nigerianos apontaram que o canabinoide pode ser um poderoso complemento para o repertório de cuidados desses pacientes.
“Os resultados desta revisão têm implicações significativas para a prática clínica, esforços de investigação e políticas de saúde. Os médicos que cuidam de pacientes pediátricos com SD devem considerar o CBD como uma terapia adjuvante valiosa, particularmente para casos refratários a outros tratamentos.”
Além disso, eles também observaram os efeitos adversos causados pela inclusão do canabidiol. Os efeitos colaterais mais comuns incluíam sonolência e diarreia, ambos de intensidade leve e controlados após ajuste na dosagem. No entanto, de uma forma geral o tratamento com CBD foi bem tolerado pelos pacientes com a síndrome de Dravet.
Em tratamentos para a saúde com os derivados da Cannabis, cada paciente é único e reage de uma forma diferente às doses. Portanto, é fundamental que o médico faça o ajuste da dosagem de acordo com a evolução e efeitos que o paciente observe.
Acompanhamento médico
Há muitos outros estudos científicos sobre o uso do CBD no tratamento da síndrome de Dravet, você pode conferir mais nesse artigo aqui. Há comprovação científica da eficácia dos derivados da planta para muitas doenças, distúrbios e condições de saúde. Aqui no Cannabis & Saúde trazemos o que há de mais atualizado sobre o uso medicinal da planta.
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